Capítulo 10

Breno

Aqueceu meu coração ao ver que Sérgio e Melissa já pareciam ser amigos rápidos na hora que eu jantei na mesa. Normalmente, eu ficaria uma pilha de nervos com cada pedaço de pão ou purê que caísse do cachorro quente da Mel, mas Shane resolveu o problema antes que o primeiro pedaço tivesse a chance de cair.

Ele estendeu a mão e pegou o pedaço de purê perdido, colocando-o cuidadosamente ao lado do prato. — Oops! Cuidado, princesa. Você não quer que mais comida acabe no chão do que na sua barriga. — Ele piscou e puxou o prato para frente, inclinando-se sobre ele enquanto inclinava cuidadosamente o lanche e abaixava a cabeça para dar a mordida.

Melissa assistiu com fascinação enquanto ele mastigava, em seguida, riu quando ele fez sinal para que ela o copiasse. — Faça como eu, Mel. Dessa forma, você pode comer tudo o que deixar cair no seu prato com um garfo, ou seus dedos se seu pai não estiver olhando, quando terminar. Acredite na minha palavra porque eu sou um adulto, então deve ser verdade.

Naturalmente, ela fez exatamente como o tio Sérgio sugeriu. Nós três rimos durante todo o jantar. Achei graça quando terminamos em uma conversa estranha sobre como qualquer coisa podia virar um sanduíche e desafiamos um ao outro a pensar em coisas que não deveriam. Enquanto os dois estavam rindo juntos sobre como seria impossível comer um sanduíche cheio de ervilhas e cenouras, eu ri baixinho e comecei a limpar a mesa.

Eu perdi algo que Sérgio disse, só percebendo quando Melissa perguntou o que eu achava. Balançando a cabeça, levantei uma pilha de pratos vazios. — Eu não sei, bebê. Me desculpe, mas eu não estava prestando atenção. Vou dizer isso, porém, eu traço o limite em fazer aqueles sanduíches de espaguete que tio Sérgio sugeriu antes.

Sérgio me estudou com um meio sorriso. — Ok, eu entendo como isso pode ser muito confuso para o seu gosto. Basta citar uma combinação de sanduíches que mencionamos que você gostaria de experimentar. Que, a propósito, é a pergunta que você perdeu enquanto estava perdido em seus pensamentos.

Eu nem precisei pensar nisso. — Só havia um que parecia interessante para mim. Posso imaginar os ovos mexidos e a salsicha dentro de uma casca de farinha macia. Talvez até bacon? Jogue um pouco de salsa e algumas batatas? Sim, sirva-me e tenho certeza, eu seria um homem feliz.

— Pfft. Talvez bacon? Isso nem deveria ser uma pergunta. Sempre diga sim para o bacon. — Ele piscou quando se levantou e trouxe seus pratos e os de Mel para a pia. — Ei, por que você não me deixa limpar isso? Eu sei que você está acostumado a fazer tudo, mas eu sou bom em revezar. Embora, provavelmente deva avisá-lo que você será um grande fã de minhas habilidades de lavar louça mais do que qualquer coisa que eu possa cozinhar. A menos que envolva requentar comida para viagem; nesse caso, sou o campeão estadual.

Eu levantei uma sobrancelha. — Apenas estadual? Que decepcionante para você.

Ele balançou a cabeça tristemente. — Certo? Perdi o título mundial para alguns estudantes universitários.

Sérgio carregou o resto dos pratos para a pia enquanto eu limpava a mesa. Melissa ficou lá com as mãos para cima, sabendo que era melhor não se mexer depois de comer uma refeição bagunçada até que eu lhe desse sinal verde. Eu parei o que estava fazendo e fiz sinal para ela se levantar, então a fiz girar. — Muito bem. Agora faça uma reverência, você conseguiu ficar limpa. Que pena, já que é hora do banho.

Ela começou a rir novamente. — Você é bobo, papai. — Ela olhou para o relógio e fez beicinho quando viu onde estavam os ponteiros. — Posso ficar acordada até tarde esta noite, papai? Não estou nem cansada ainda. — Seu apelo não funcionou quando ela se traiu esfregando o olho direito com as costas da mão. Ela sabia que a hora do banho era imediatamente seguida por um livro e cama, razão pela qual a questão tinha surgido agora.

— Desculpe, gatinha. Eu sei que você quer passar mais tempo com o tio Sérgio, mas você conhece a rotina. Tio Sérgio estará aqui quando você acordar e você pode brincar mais com ele. — Ela sabia pelo meu tom firme de "pai" que eu estava falando sério.

Ela começou a escolher qual camisola ela queria colocar depois do banho, então parou e se virou com esperança brilhando em seus olhos. — Papai? Se eu estiver realmente bem no meu banho, você acha que o tio Sérgio pode ajudar a ler minha história para dormir esta noite?

Eu não estava prestes a responder em seu nome, então simplesmente dei de ombros e deixei o homem falar por si mesmo. Sérgio naturalmente concordou e insistiu que nos apressássemos com o banho para que pudéssemos chegar à hora da história. No momento em que Mel estava limpa, seus dentes escovados, e vestindo uma camisola recém-lavada, Sérgio estava andando pelo corredor para nos encontrar.

Ele piscou para Melissa e fez armas de dedo para mim. — Para citar um dos meus filmes favoritos ... Os pratos estão prontos, cara.

Shane ficou surpreso quando eu fiz uma careta e tentei colocar a referência. — Bé, odeio dizer isso, mas você acabou de fazer. Desculpe, não sinto muito, mas vou ter que fazer você sentar comigo uma noite dessas e assistir Viva! A babá morreu. Saiu no ano em que nasci, então obviamente é um clássico como eu.

Eu ri quando me lembrei do filme que ele estava falando. — Eu não vejo esse há anos. Claro, por que não? Parece divertido. Enquanto isso, que tal lermos para essa jovem sua história de dormir?

No final, eu acabei ficando de fora depois que Sérgio mostrou o quão divertido ele poderia ser com as diferentes vozes que ele fazia enquanto lia. A segunda história de Mel era sempre a mesma porque era a sua favorita.

Eu não fiquei nem um pouco surpreso quando Sérgio fez O Gato de Botas ganhar vida também. Comecei a me preocupar se ela realmente adormeceria ou não depois de toda essa diversão, mas ela já estava bocejando antes que ele chegasse ao final do livro. Mais uma vez, Sérgio provou ser natural ao abaixar a voz e desacelerar a entrega para que ela dormisse quando ele chegou ao fim. Ele deslizou para fora enquanto eu a coloquei na cama e acendi a luz noturna.

Eu o encontrei na sala de estar quando saí, olhando pela janela com uma carranca pensativa. Limpei a garganta para que ele soubesse que eu estava lá. — Posso te pegar uma cerveja? Eu tenho um pacote de seis de uma boa cerveja preta artesanal na geladeira. Está um tempo gostoso hoje à noite, então podemos ir para a varanda de trás se isso soar bem.

— Você está brincando? Dã. Você me pegou na cerveja. Mostre o caminho, Bê. — Enquanto caminhávamos pela cozinha, olhei em volta sem tentar ser óbvio, mas Sérgio era mais observador do que eu percebi. — Não se preocupe, tudo está como antes de você começar a cozinhar. A máquina de lavar louça está funcionando, todos os bicos do fogão estão apagados, a pia foi limpa e a torneira fechada completamente sem pingar. Eu até varri o chão.

Eu fiz uma careta enquanto pegava uma garrafa para cada um de nós e removia a tampa antes de passar a dele. — Desculpe, eu prometo que não é você, sou eu. Eu verifico todos os dias; é uma segunda natureza pra mim. Acidentes vão acontecer, mas muitos incêndios e inundações em casas podem ser evitados com um pouco de cuidado.

Sérgio sorriu com simpatia e me deu um tapinha no ombro. — Nunca se desculpe por fazer o que for preciso para que você se sinta seguro. Todos nós temos nossas próprias neuroses particulares. Se isso faz você se sentir melhor, sou obcecado em verificar se há piolhos em meu cabelo toda vez que eu tomo banho. — Ele estremeceu e correu para explicar. — Os piolhos não são um problema para mim, não me interpretem mal. Quer dizer, não mais. Mas era um problema real em alguns dos abrigos que fiquei, com todas as crianças. Tudo o que precisava era um de nós trazer da escola para casa. Bichinhos desagradáveis, e não é fácil se livrar.

Eu balancei minha cabeça e abri a porta deslizante, levando-o para a varanda que eu pulei no tour rápido que eu tinha dado a ele antes. — Lembro-me de tê-los uma vez quando era criança, agora que você mencionou. Minha mãe raspou minha cabeça. Eu estava com medo de ir para a escola, pensando que todas as crianças iriam rir de mim, mas alguns dos outros meninos na minha turma também rasparam a cabeça naquele dia. Me senti melhor quando percebi que não era só eu.

Ele bufou e atravessou o convés para se apoiar na grade enquanto olhava para o quintal. — Espere até Mel ter pela primeira vez. Ou isso ou ... deixa pra lá, eu não quero te dar outra coisa para ficar obcecada. Vou te dizer uma coisa, eu irei discretamente dar à cabeça dela uma olhada todo dia, mas se o pior acontecer, vou até ajuda-lo a pentear as lêndeas. Embora não doesse em impressioná-la sobre a importância de nunca compartilhar um chapéu ou mesmo uma presilha com outra criança.

Meus olhos se arregalaram com essa nova preocupação horrível que honestamente nunca passou pela minha cabeça. — Já descobri quantos resfriados passam na escola, mas nunca pensei em piolhos. É realmente tão fácil para as crianças pegá-los?

Sérgio olhou por cima do ombro com um sorriso calmo. — Não se preocupe, eles não podem pular ou voar. Eles são espalhados por crianças passando coisas como chapéus, aquelas presilhas e outros enfeites de cabelo que as meninas gostam tanto e ... não sei, capacetes? correm mais risco, eu acho.

Um tremor de corpo inteiro lentamente percorreu seu caminho do topo da minha cabeça e ao longo da minha espinha, movendo-se todo o caminho até a ponta dos meus pés. — Então o que você está dizendo é que eu preciso ter uma conversa com Melissa sobre não fazer tudo o que ela aprendeu na pré-escola. Você sabe, coisas malucas como compartilhar e fazer amigos.

Sérgio bufou. — Mais ou menos, sim. Mas se isso acontecer, não tome isso como um reflexo de sua paternidade. Aparentemente, esses bichinhos rastejantes se agarram melhor ao cabelo limpo do que oleoso. Isso nunca me impediu de lavar meu cabelo, mas aparentemente é uma coisa.

Ele mudou de assunto e apontou para a piscina. — Eu gosto do seu quintal, pelo que posso ver à luz da lua, de qualquer maneira. Por que não estou surpreso de ver uma bela cerca de segurança ao redor da piscina?

Sentei-me à mesa e coloquei meus pés para cima, já que aparentemente era uma coisa que eu fazia agora. — Por que você não está surpreso? Hmm ... meu palpite seria porque você me conhece? — Nós dois rimos e eu expliquei. — Eu tinha instalado quando comprei a casa. Mel tinha quase três anos e já amava a água tanto quanto eu. Ela era uma boa nadadora na época, mas eu não estava disposto a arriscar. Além disso, há sempre chance de uma criança da vizinhança se esgueirar no quintal. Eu nunca me perdoaria se isso acontecesse e uma criança fosse ferida.

— Faz sentido. Isso não é ser neurótico, isso é apenas uma boa paternidade e o sinal de um proprietário responsável. — Ele se aproximou e se sentou à minha frente na mesa, apoiando os pés espelhando minha posição.

Ficamos ali sentados amigavelmente por vários minutos, apenas ouvindo os barulhos da noite enquanto bebíamos. Ele ergueu a garrafa um pouco mais tarde para examinar o rótulo. — Onde você conseguiu isso, Bê? É muito bom.

Virei minha cabeça, olhando em sua direção com um sorriso orgulhoso. — É bom mesmo, né? Eu comprei de uma micro cervejaria local que faz cervejas artesanais incríveis. Não sou muito de beber, mas gosto de uma garrafa ocasional de quase tudo que eles fazem. Quando estava me preparando para sua chegada, abasteci com várias variedades diferentes. Esta é apenas a que eu já havia colocado na geladeira. Há mais três embalagens de seis unidades na despensa, mas cada uma é de um tipo diferente. Imaginei que, se você quisesse, nós poderíamos experimentar juntos.

O canto esquerdo da boca de Sérgio subiu no que eu estava começando a reconhecer como seu sorriso característico. — Então o que você está dizendo é que você pensou que poderia precisar de coragem líquida para lidar comigo e planejou com antecedência. Embora, eu não ficaria surpreso se a realidade de eu estar realmente em sua casa exigisse uma bebida esta noite.

Embora eu pudesse dizer que ele estava brincando, eu ainda balancei minha cabeça. — Não, estou feliz que você veio. É estranho, mas sinto que já somos amigos. Este é um daqueles raros momentos em que alguém que você conhece é exatamente o mesmo que se apresenta online. — Eu balancei minha cabeça novamente. — É engraçado, se você olhar para nós dois. Eu tenho que me perguntar se eu não poderia ter sido originalmente o rebote de Tina atrás de você. Ou isso, ou ela realmente não tinha um tipo. Você é tão engraçado e extrovertido e eu sou ... bem ... eu.

— Não se subestime. — Ele gesticulou com o gargalo de sua garrafa, sacudindo-a para mim como um dedo repreendendo. — Você é um cara bom com um grande coração. Apenas mantendo isso real, mas não muitos homens teriam dado as boas-vindas ao ex da própria esposa que supostamente é o pai verdadeiro do seu bebê.

Eu bufei, quase engasgando com a bebida que acabei de tomar. — Pai verdadeiro do bebê. Você sabe que ela teria matado você por dizer isso, certo? Ela trabalhou tão duro para se distanciar de seu passado.

Sérgio sorriu descaradamente. — Sim, ela teria totalmente. Mas quando você vai direto ao assunto, isso é realmente tudo que eu sou nesta situação. Eu sou o papai do bebê por acidente, mas você é aquele com quem ela escolheu construir uma vida e dar a sua filha a estabilidade de que ela precisa. — Seus olhos brilharam na luz fraca. — Deus, Mel é incrível. E você fez isso. Você deu a ela a segurança para florescer nesta criança gloriosa que ilumina cada lugar que ela entra. Eu não consigo superar o quão incrível ela é, de verdade.

Sorri, me perguntando se deveria apontar como ele parecia com o pai. Achei que deveria deixá-lo aproveitar esta pequena bolha. Ele descobriria em breve que Melissa não era perfeita. Ela pode ser preciosa, mas ela pode ter um acesso de raiva como qualquer outra criança. E quando ela o fez, ela o fez espetacularmente.

Ainda assim, foi bom ver alguém apreciar a boa garotinha que eu tive, acessos de raiva e comportamento infantil normal à parte. Em vez de assustá-lo com acessos de birra como se ele tivesse me pegado com o assunto dos piolhos, decidi que um agradecimento sincero era a melhor opção.

— Obrigado. Agradeço você dizer isso. É difícil ver o quão bons seus filhos são às vezes quando você está no meio de tudo.

Ele tomou outro gole e baixou a garrafa, apoiando-a contra a coxa. — Eu sei que já disse isso mais de uma vez, mas, por favor, não me deixe exagerar. Espero não ter bagunçado sua rotina participando do ritual da hora de dormir.

— Nem um pouco. Se você quer saber a verdade, eu li esses livros tantas vezes que nem preciso olhar a página. Eu apenas o seguro e deixo que ela veja as fotos enquanto eu recito a história. Você é livre para ler para ela quantas histórias de ninar você quiser. Caramba, assuma o controle completamente. Pode ser bom para vocês ter suas próprias coisas e ajudar a construir seu próprio vínculo com ela.

Desviei o olhar, dando-lhe privacidade quando o vi secando discretamente os olhos com a palma da mão. Quando ele falou novamente, sua voz estava cheia de emoção crua. — Obrigado, talvez eu só aceite isso. Só ... eu falo sério. Prometa que vai me dizer se eu cruzar um limite, porque às vezes posso ficar animado e agir sem pensar. No que me diz respeito, você é o pai dela e não tenho intenção de atrapalhar isso. Sei que já te disse isso mais de uma vez, mas sou eu te olhando nos olhos e dando minha palavra. Já estou apaixonado por aquela menina e eu nunca a machucaria assim. Ou você também, por falar nisso. Você é meu amigo agora, Bê. Não tem como voltar atrás.

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Olá querides. 

desculpe a demora pra atualizar, mas mtas coisas aconteceram depois da cirurgia na boca. coisas de saúde foram se acumulando. não me cuidei nesses últimos anos e agora tô correndo atrás. tá tudo sob controle. só exames e coisas da menopausa.... problemas de DNA, Data de Nascimento Antiga. hahahahaha. 

espero que estejam gostando. deixe seu comentário e clica na estrelinha. amo vcx. 

bjokas e até a próxima att.