. . . . . ╰──╮ 59. Bonus - Narrador╭──╯. . . . .
Por quanto tempo eu vou te amar?
Por tanto tempo quanto as estrelas estejam acima de você
E por muito mais tempo, se eu for capaz
Por quanto tempo eu vou precisar de você?
Por tanto tempo quanto as estações precisem
Seguir seus planos
Por quanto tempo vou ficar com você?
Por tanto tempo quanto o mar esteja encarregado de
Lavar a areia
Ellie Goulding - How Long Will I Love You
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"Todos dizem que eu mudei, isso não surpreende, passei a minha vida dentro de uma guerra desesperançada. Mudanças bruscas no meu físico e no meu espírito eram frequentes. Houve momentos que certamente contarei como os mais cruéis da minha vida. Sinto todas essas lembranças com muita violência, como uma violência física, mas aí eu me sacudo e o vigor da minha natureza vence, e parece que saí de um pesadelo. Talvez eu realmente o tenha feito, mas o pesadelo acabou e minha vida tomou finalmente um rumo feliz." (Um novo diário de Ayana)
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Nenhum dos Malphas ou das Kitsunes haviam se ausentado. Todos eles seguiam na parte de fora do quarto de Ayana e de Kai enquanto Ayana gritava de dores lá dentro. Chamaram o melhor médico, mas Kai estava tão apreensivo que pediu diversas vezes para que Lissa ficasse para o caso de alguma emergência.
Senka, que entrou com as roupas certas junto com Lissa para dar apoio saiu pouco tempo depois.
– É definitivo – ela falou sem cor nenhuma no rosto – eu nunca, nunca na vida vou ser mãe. Luc, se você quiser, que busque outra.
Luc riu com gosto, mas só a puxou para si.
– Uma das maiores assassinas que eu conheço com medo de um parto? – o Príncipe Corvo que também resolveu estar presente perguntou.
– Ela parece que vai rasgar – a voz de Senka saiu estremecida – eu gosto de causar dores e não de senti-las.
– Eu não me importaria – Niely falou no ouvido de Zyon que sorriu com a provocação dela.
– Eu posso dar um jeito nisso – ele olhou de maneira maliciosa para ela fazendo-a rir.
– É bonito, não é? – Aylin falou baixo sentada em um canto com Yugo.
– O que? – ele perguntou olhando para ela.
– Ter um filho – ela sorriu de maneira triste – acho que eu nunca vou saber como é isso no fim das contas.
Ele sabia, ela não tinha útero e consequentemente não poderia ter filhos biológicos.
– Ah – ele riu – não sabia que você queria um, mas podemos pelo menos brincar se você quiser – ele brincou e a apertou, mas depois deu um beijo em seu rosto – Aylin, o dia que você quiser, podemos conversar sobre isso. Você não pode gerar um filho em você, mas sem dúvidas pode ter um... existem outros meios e muitas crianças que precisam de uma mãe problemática como você.
– E você seria o pai superprotetor, certo?
– Se a nossa filha for menina – ele suspirou – Ah, como eu queria poder dizer que ninguém vai olhar para ela..., mas olha só o bando de loucas que eu vivo... acho que eu teria que proteger ela de vocês no fim das contas – Aylin riu.
– O dia que estivermos preparados, falaremos de novo sobre isso – ela apoiou a cabeça nele – enquanto isso, vamos parar nas brincadeiras mesmo.
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. . . . . ╰──╮ KAI╭──╯. . . . .
Eu segurava forte a mão de Ayana enquanto ela gritava de dor. Eu mal percebia que o sangue havia parado de circular por meus dedos já fazia muito tempo. Como eu queria amenizar aquela dor.
A quantidade de sangue era absurda e me segurei para não sair dali. Eu já tinha visto sangue antes, mas o sangue que eu tinha visto só havia servido para tirar vidas, em compensação aquele, estava trazendo duas vidas novas ao mundo.
Chegava a ser irônico. Como era possível que eu, que cresci nas ruas, roubando vidas, agora pudesse ser capaz de fazer parte de duas que chegavam?
Aquilo durou horas e para mim pareceram dias. Eu estava ansioso, Ayana não quis saber de jeito nenhum o sexo dos bebês e até mesmo aquilo estava me matando. Quando eu achei que já não conseguiria mais suportar a espera, eu escutei o choro.
Um choro fraco que fez meu coração acelerar e minha vida mudar de uma hora para outra. Não sei dizer quanto tempo eu fiquei extasiado com aquilo. A sensação de que todo o meu mundo mudou de uma hora para outra foi tão intensa que me perguntei no mesmo momento como eu pude viver sem sentir aquilo.
Achei que era isso, a sensação quente no peito e a felicidade latente, mas tudo duplicou quando tempos depois eu escutei o segundo choro.
Naquele momento, eu era sem dúvidas, o homem mais feliz do mundo.
Quando colocaram os dois em cima dela, eu me senti completo. Ali estava a minha família. Beijei a testa de Ayana vendo uma última lágrima escorrer por seu rosto enquanto sorria e abaixei para ver o meu menino e a minha menina.
Quando os levaram para lavar e as enfermeiras levaram Ayana para descansar, Lissa me levou para fora do quarto como o pai mais bobo que existia.
– E aí? – Aylin praticamente pulou na minha frente, encarando tanto eu como Lissa.
Eu não conseguia falar. A felicidade era tanta que eu sentia que era impossível falar qualquer coisa naquele momento.
– É um casal – Lissa respondeu por fim – um menino e uma menina.
– Nunca tinha visto o Kai com a cara tão boba assim em todo esse tempo – Yugo riu e me abraçou – parabéns, cara.
Pouco a pouco todos me felicitaram. Só então me dei conta de que, aparentemente, nenhum deles dormiu ou saiu dali também.
– É – Luc sorriu e apertou minha mão também me puxando para um abraço – acho que a nossa família cresceu.
Sim... olhei primeiro para a família que eu escolhi e logo pensei em Ayana e nos meus dois filhos. Não havia dúvidas, eu era o homem mais feliz do mundo mesmo.
– E os nomes? – Carlos perguntou – já teve suspense suficiente... quero os nomes dos meus sobrinhos.
– Anelise e Dimas – respondi de maneira fraca e sorri de novo. Eu havia escolhido um nome de uma menina e ela a de um menino simplesmente porque eu tinha certeza de que seria assim, por mais que ela duvidasse de mim.
– Ae! – Senka gritou – hora de comemorar então!
Todos eles estavam extremamente animados. Todos estavam extremamente felizes, todos partilhavam esse momento comigo e por mais que eu quisesse voltar para Ayana e para os meus filhos eu entendia que também deveria comemorar com eles, que estiveram comigo durante todos os minutos que eu precisei.
– Vai lá – Lissa sorriu – eu volto para ficar com ela. Prometo cuidar bem deles.
Eu sabia que cuidaria. Lissa podia ser qualquer coisa, mas sei que cuidaria bem da minha família.
– Tem certeza? – perguntei, ela parecia cansada também.
– Acredite, apesar de tudo, eu ainda não paguei toda a minha dívida com você. Quando eles tiverem confortáveis e bem, eu me junto um pouco à festa.
E então eu me deixei ser arrastado. Bebi de maneira social e joguei. Aproveitei a felicidade latente de todos e escutei com o coração palpitando de tanta felicidade todas as coisas que falaram que iriam fazer para mimarem os meus filhos. Tirando que segundo as próprias Kitsunes, Ayana ainda não conhecia nada da vida e para o meu azar, elas estavam ali para ensiná-la.
– E aí? – Luc se aproximou ao ver que eu já estava um pouco mais quieto – como você se sente?
– Acho que nunca estive tão bem em toda a minha vida – respondi olhando a farra a minha frente.
– Vai lá, Kai – ele indicou a cabeça para a saída – vai ficar com eles. Teremos muito tempo ainda para festejar e aproveitar.
Acenei com a cabeça e saí na miúda, apenas com Luc me seguindo com os olhos. Quando cheguei no quarto, Lissa lia alguma coisa com uma pequena luminária em uma poltrona qualquer enquanto Ayana dormia e ao lado da cama, em dois berços bem pequenos, meus filhos também dormiam.
Lissa ao me ver, fechou o livro, sorriu e saiu. Admirei com um amor tão intenso aqueles dois seres pequeninos que parecia que era impossível caber tanto amor em uma única pessoa. Depois admirei Ayana, que parecia uma boneca de porcelana na cama, Ayana que foi guerreira durante a vida e foi ainda mais guerreira ao dar à luz aos dois pequenos seres mais importantes da minha vida.
Na quietude daquela noite, fui até a janela enquanto seguia sonhando com os olhos abertos. Levei meus olhos ao céu e vi pela segunda vez o fenômeno que estranhamente havia me juntado a Ayana de alguma maneira: um arco-íris lunar se mostrava forte e brilhante, como se soubesse que era um dia festivo. Olhar para ele me fez descobrir que a maior felicidade que existe é a silenciosa certeza de que vale a pena viver, e eu, naquele momento, era o homem mais sortudo que existia no mundo.
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