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. . . . . ╰──╮ 5. Kai ╭──╯. . . . .

Lá está a Lua pedindo para ficar
Tempo o suficiente para as nuvens me levarem daqui
Bem, é a minha hora chegando, não tenho medo de morrer
Minha voz, fraca, canta sobre o amor
Mas ela chora com o som do tempo passando
Grace – Jeff Buckley

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Observações: Lorde Eldry é o chefe da ilha de Sekan e faz parte de outra história que será postada em breve no Wattpad.

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"Quando os vi, tive que ocultar o medo. Os olhos de Kai são pétreos e ameaçadores mesmo quando ele está apenas observando toda a cena. Seu amigo Yugo não fica para trás. Não pode ser um deles... eu me recuso a aceitar isso." (Diário de Ayana)

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O navio onde a mulher que eles chamavam de Milady estava não era luxuoso, não estava limpo e cheirava a morte. Roy havia ficado no navio com Trix. Eu, Yugo e Aylin apenas seguimos a mulher que chamaram de Hagne.

A madeira rangia com os nossos passos e ninguém parava com que estava fazendo conforme passávamos. O máximo que recebíamos era uma olhada rápida e amedrontada. O medo era esmagador ali.

Trix abriu uma porta sem muita cerimônia. A porta tinha uma madeira desgastada e fez barulho ao abrir.

– Milady – ela falou de maneira firme – trouxe o líder de Vixen e a sacerdotisa.

Não pude ouvir a resposta da mulher que estava na cabine. A única coisa que sei é que foi breve. Hagne nos deu espaço para passar e entramos em silêncio.

A cabine em si não era grande, havia estantes antigas, papeis espalhados, mapas grudados nas paredes. O acabamento da madeira era bom, mas era nítido o quão velho aquilo era. Tudo parecia tirado de um museu, tudo parecia uma antiguidade.

De costas para nós, virada para a mesa, a mulher que chamavam de Milady seguia com o olhar para baixo, em um mapa desgastado e todo rabiscado.

Diferente de Trix que levava um vestido ou de Hagne que levava uma armadura, Milady estava com uma calça de couro e uma bota alta. Estava com uma camisa branca velha e um espartilho na cintura com diversos compartimentos para facas e outras armas. Além disso, usava uma luva de couro desgastado.

O cabelo da moça era extremamente branco e liso, ela havia prendido de qualquer maneira nele mesmo em um coque malfeito.

A vaidade sem dúvidas passava longe daquele navio, por outro lado, havia algo de mágico na maneira como todos ali estavam vestidos, como se eles tivessem sido feitos para aquele cenário.

Pensei em Trix e tentei imaginá-la com as roupas que eu estava acostumado e eu simplesmente não conseguia. O simples pensamento me deu vontade de rir.

– Donzela guerreira, deusa da guerra e da sabedoria, estrategista e justa, eis aqui a filha de Athena – Aylin quebrou o silêncio – Eu lembro de você filha dos deuses. Dizem que nenhuma mulher se equipara a sua beleza. Além de ser uma estrategista nata e invencível em uma batalha... – Aylin piscou várias vezes – inferno, o que eu estou falando de novo?

– Dizem muitas coisas que não são verdadeiras – a moça a nossa frente respondeu, mas não se virou – não me importo com a beleza e não sou invencível. Respondendo a sua pergunta, você está quebrando os selos da sua memória. Por que voltou, Aylin?

– Quero saber dos meus pais – Aylin falou de maneira categórica. Não parecia mais amedrontada e nem ausente.

– Estão vivos, é tudo o que você precisa saber. Se você for inteligente irá voltar para Vixen e esquecerá que esteve aqui.

– Digamos que não sou inteligente – Aylin cruzou os braços – Tem várias memórias e lembranças invadindo a minha cabeça de uma maneira enlouquecedora e é sem dúvidas uma pior do que a outra. Onde estão os meus pais?

– Eles te levaram embora para te salvar – a jovem seguiu de costas, como se temesse encarar Aylin. Olhei para sua mão apoiada na mesa. Seus dedos apertavam contra a madeira de maneira nervosa e dolorida.

– Eu sei muito bem o que eles fizeram. Não foi essa a minha pergunta – Aylin retrucou tão ansiosa e nervosa como a nossa anfitriã – eu quero saber.

– Não irá te fazer bem nenhum saber – ela tentou novamente.

– Você não me conhece, não sabe o que vai ou não me fazer bem. Se eu começar, você vai terminar de recitar?

Milady suspirou alto e sua cabeça caiu um pouco mais para baixo. Ela parecia tentar se decidir. A dúvida da mulher com certeza já era uma vitória para Aylin.

– Milady – Hagne interveio – peço perdão pela minha insolência, mas deixe-a saber. Trix já rompeu com o primeiro selo. Eu não quero essa profecia tanto quanto a senhorita, mas o que vamos fazer a partir de agora? Estamos perdendo essa guerra. Prometo estar com você até o fim...

Um estremecimento visível percorreu o corpo de Milady e até mesmo sua respiração pôde ser ouvida.

– Tudo bem – ela finalmente se virou para nós.

Ela não era o que eu esperava. Eu esperava ver uma mulher com a expressão severa e decidida, mas tudo o que eu podia ver na minha frente era uma jovem com o rosto delicado e a pele mais perfeita do que de qualquer outra pessoa que eu já havia visto. Seus olhos verdes eram profundos de uma maneira que hipnotizava quem a visse. Tudo em seu rosto era bem desenhado, desde o seu nariz até o contorno da sua boca. Tudo o que eu via era uma mulher perfeita mesmo sem qualquer vaidade. Sua perfeição era desconcertante.

Ela olhou detidamente para quem estava na sala. Primeiro seus olhos pousaram em Hagne. Apesar da seriedade em seu rosto eu podia enxergar um carinho imenso pela guerreira ao seu lado. Depois ela olhou para Yugo e Aylin.

– Essa é a senhorita Aylin – Hagne apresentou de maneira formal – ao seu lado está o senhor Yugo e esse é o líder dos Malphas e líder de Vixen, o senhor Kai.

– Me chamo Ayana – ela se apresentou olhando fixamente para Aylin, depois apontou para o próprio pescoço e apertou os olhos – bonita marca. Melhor cobrir ou vão te fazer perguntas desnecessárias.

O cinismo escorreu por sua voz. Estava claro que ela sabia que marca era aquela. Yugo havia feito um pacto para salvar Aylin da morte e agora a alma dos dois estavam ligadas. Tudo o que acontecesse com Yugo, aconteceria com Aylin, esse era o preço desse pacto. Depois de seguir olhando de maneira desconcertante para Aylin, ela virou para mim.

Seus olhos verdes me prenderam de tal maneira que me senti incapacitado momentaneamente de respirar. Era como se ela fosse capaz de enxergar a minha alma apenas com aqueles olhos e isso de certa maneira me incomodou, mas ao mesmo tempo me deixou preso ali, ao contato visual dela.

Ela abriu levemente a boca como se quisesse falar algo, mas pareceu desistir e a fechou. Depois voltou a olhar para Yugo e logo para mim de novo.

– Vocês têm a aura distinta – ela falou deixando transparecer levemente o nervosismo na voz – uma marca que me remete a um corvo.

– Tem certeza? – Hagne praticamente tapou a boca com a mão em uma expressão assustada.

Eu sabia do que ela estava falando, claro que sabia e me admirou que ela pudesse ver essa diferença em nós.

– Vamos acabar logo com isso, Aylin – ela suspirou novamente – depois disso quero vocês longe do meu navio, de preferência milhares de quilômetros de distância.

– Ayana... – Hagne praticamente a puxou pelo ombro – você acha que eles...?

– Fica quieta, Hagne – sua voz saiu severa – olha bem para eles? Vixen nos exilou, nos jogou no inferno e não é só porque o canil trocou de dono que eles vão se dignar a olhar o que fizeram. Olha bem para eles, acha que existe a mais remota possibilidade de um grupo criminoso fazer parte dessa maldita profecia?

Seus olhos brilhavam de uma maneira raivosa e quando ela cravou seus olhos em Aylin de novo, minha amiga até pareceu recuar um pouco.

– Vamos acabar com isso, antes que eu mude de ideia.

Aylin pareceu hesitar por um momento, mas enfim seu corpo pareceu ausente como na primeira vez e ela recitou.

Aylin:

Deusa Feiticeira
A teus pés cairão
Todo aquele que queira
passar por ti sofrerão
Silenciosa e pensativa
deve ser a filha de um líder
e ameaçadora em batalha;
feliz e generosa
deve ser toda guerreira
até o momento de sua morte.

Ayana estremeceu e Hagne apertou levemente o seu ombro, aquilo devia estar sendo mais difícil do que parecia, mas no fim Ayana acabou cedendo.

Ayana:

Não deixe sua coragem acabar
Aqui sua vida deve terminar.
Mantenha o sorriso firme
embora sua cabeça esteja curvada pela tempestade.
Durante a vida você teve muito prazer
Mas um dia todos devemos morrer
Minha criança, minha criança!
Está tudo bem, tua alma é forte!
A filha de heróis deve morrer assim.
Devolva a honra ao seu brilho obscurecido
Pegue a espada imortal, ó sangue do meu sangue e leve-a.
Corra, vingue-nos e morra bravamente.

Quando Aylin voltou a si, ela pareceu perdida por um tempo e depois se apoiou. Seus olhos vidrados passavam de um canto a outro e era possível ver o suor escorrendo pelo seu rosto.

– Por que não me falou que isso aconteceria? – ela perguntou por fim.

– E você teria acreditado? – Ayana perguntou de maneira categórica.

– Por que você está tão calma? – Aylin gritou – que droga, por que está tão calma?

– Deixe-me te responder fazendo outra pergunta: por que está tão alterada?

– São profecias – os olhos de Aylin se abriram mais ao falar isso – são duas profecias de merda.

– Sim – Ayana cruzou os braços e encostou – mas por que está alterada se as profecias não são para você?

– Por que é a minha presença que vai fazer com que se cumpra – Aylin levou a mão para o rosto – a primeira... a primeira...

– Sim, a primeira se cumpriu e meu irmão morreu – Ayana não desgrudava os olhos de Aylin.

– E por que está tão calma? – Aylin gritou de novo.

– Por que é o meu destino – Ayana respondeu ainda pacientemente – do que resolve eu surtar como você está fazendo agora?

– Por que não vai embora? – Aylin perguntou – por que não fugiu?

– E deixar o meu povo para sofrer? – Ayana apertou os olhos – eu entendo que você se juntou a um grupo egoísta e violento, mas não espere que eu desonre a memória do meu irmão com as suas crenças mesquinhas.

– Seu irmão está morto – Aylin não parecia querer aceitar o que tinha lembrado e de certa forma tudo aquilo me intrigava. Eu não estava entendo a reação das duas, mas sabia que logo eu teria as minhas respostas.

– Sim – Ayana deu de ombros – para que você vivesse o meu irmão morreu. E para que você continue viva eu também morrerei. Eu disse que não faria nenhum bem você saber. Agora me responde, como se sente "alteza" ao saber que você é filha de um rei demônio que levou sua mãe a força para uma cama afim de forçar um contrato?

– Não me chama assim – Aylin parecia mais pálida que o normal, se é que isso era possível.

– Faça a sua escolha, Aylin – Ayana seguiu encarando-a – eu não posso deixar que você morra. Essa maldita profecia algum dia vai ter que se cumprir e você precisa estar viva até lá.

– Você acha que o Kai... – Aylin olhou para mim de certa maneira assustada – acha que ele...

Ayana avançou de maneira rápida até onde Aylin estava. Como se temesse o que ela falaria a seguir.

– Cala a boca – uma adaga brilhante ficou bem rente ao pescoço de Aylin, Hagne também rápida o suficiente segurou o braço de Ayana fazendo-a recuar. Yugo puxou Aylin para trás e eu me coloquei entre as duas – Sumam do meu navio.

Ayana cuspiu as palavras com tanto ódio que precisei me segurar para não perguntar nada de maneira brusca.

– Meus pais... – Aylin ia começar outra pergunta, mas aparentemente Ayana já estava preparada para isso.

– Estão vivos e estão bem – Ayana respondeu – são sacerdotes talentosos e estão mantendo a barreira desde a ilha Falcón. Sem dúvidas o lugar mais seguro desse lado da barreira. Agora, vão embora.

– Eu entendo – Aylin olhou para cima tentando não deixar as lágrimas que se acumularam em seus olhos caírem – obrigada. Eu irei embora.

Ayana pareceu se surpreender e abriu um pouco mais os olhos e toda a pose rígida e firme dela pareceu se abalar.

– Sério? – ela piscou várias vezes ao perguntar, como se estivesse de fato tentando acreditar no que estava ouvindo.

– Não sou tão mesquinha quanto você acredita – Aylin sorriu de maneira triste – Sinto muito pelo duque, seu irmão era um bom homem. Espero que consiga alcançar sua meta. Só me promete que me deixará saber caso alguma coisa aconteça com os meus pais, por favor. Se me prometer isso, irei fazer a minha parte.

– Tem a minha palavra – a expressão de Ayana se suavizou de maneira aparente.

– Kai – Aylin me chamou com a voz abafada – sei que viemos aqui com um objetivo em específico e prometo te recompensar por isso, mas te peço por favor para que voltemos. Eu prometo não ocultar nada do que sei. Não iremos ganhar nada ficando aqui.

Cruzei os braços estudando a jovem sacerdotisa. Obviamente ela estava falando a verdade. Ela era uma das mulheres mais gananciosas que eu já tinha conhecido e para ela ter desistido de roubar e saquear qualquer lugar, com certeza a situação era bem séria, ainda assim saber que eu sairia de mãos abanando dali não me deixava nem um pouco feliz.

– Tudo bem – falei firme – mas iremos ter uma conversa séria pelo caminho, Aylin. Detesto sair perdendo.

– Eu entendo, Kai. Você é o líder, está no seu direito – ela sorriu de maneira triste – obrigada por atender o meu pedido.

Até a maneira como ela estava falando havia mudado drasticamente.

– Acho melhor você se preparar, Aylin – Yugo falou no ouvido dela e sei que ele não estava tentando ocultar o que falava – Kai detesta ser contrariado, mas não esquenta branquinha, vou pedir para que ele não seja tão duro assim com o meu brinquedo preferido.

Apesar das palavras bruscas, Aylin riu de maneira fraca, mas pelo menos era uma risada sincera. Eles realmente pareciam ter sido feitos um para o outro e aquilo chegava a ser engraçado. Yugo era extremamente bruto, mas não pensou duas vezes antes de quase morrer para salvar a jovem sacerdotisa, ela por outro lado, não parecia se incomodar nem um pouco com esse jeito "ogro" do meu amigo e claramente ela tinha um respeito gigante por ele.

– Vocês podem esperar aqui fora para que eu converse com a senhorita Ayana? – perguntei sem me preocupar em responder a provocação de Yugo – gostaria de ter uma palavra com ela antes de irmos embora.

Yugo e Aylin saíram praticamente no mesmo momento, sem precisar que eu falasse uma segunda vez. Hagne esperou para que Ayana a dispensasse com a cabeça.

Ayana parecia ter a cabeça longe, talvez pensando na melhor maneira de me mandar embora sem parecer descontrolada de novo.

– Aceita beber alguma coisa? – ela ofereceu – não temos muito para ser sincera. Talvez uma garrafa de vinho e uma de rum.

Será que recusar alguma bebida naquele lugar era rude? Não me sentia inclinado a aceitar qualquer bebida ali. Os olhos verdes de Ayana ficaram em mim durante um tempo e depois ela riu.

– Não está envenenado – ela deu de ombros – se mudar de ideia me avise.

Ela abriu uma gaveta qualquer, colocou um copo rústico na mesa e se serviu de um pouco de rum.

– O que você quer? – ela perguntou ao virar o copo de uma única vez.

– Quero saber o que está acontecendo aqui. Que profecia é essa e o que Aylin iria falar sobre mim.

– Eu tenho uma ilha cheia de refugiados das guerras – ela falou se servindo de outro copo – estão passando fome e eu não tenho de onde tirar recursos para eles. Lorde Eldry os jogou em campos de concentração e cada refugiado vive de maneira desumana. O único crime que cometeram foi sobreviver ao inferno dessa guerra. Se quiser podemos fazer um acordo.

Em seus olhos havia uma súplica já conhecida por mim. Diversas vezes vi essa súplica nos olhos das pessoas. Ela queria que eu os ajudasse.

– Não posso ajudá-los – falei categoricamente colocando um ponto final no seu pedido oculto – Entendo que você esteja angustiada, mas não faz um ano que tomei Vixen – deixei clara a parte de que eu havia tomado o país a força e ela desviou o olhar – não fazemos caridade, mesmo assim quero a verdade agora.

– Eu imaginei – ela suspirou e abaixou a cabeça – um grupo de criminosos conhecidos por sua impiedade. Que ridículo – ela murmurou a última frase, mas não parecia disposta a aceitar tão facilmente a minha recusa – Só que sem acordo, sem a verdade, simples. Soube que o país está crescendo. A taxa de criminalidade caiu 90%, o que é surpreendente para uma país governado por uma gangue criminosa. A economia subiu e o empregabilidade também. É impressionante as mudanças visíveis que vocês fizeram em menos de um ano.

– É, parece incrível mesmo – respondi sem tirar meus olhos dela – falando assim parece que nem existe mais problemas ali, mas essa não é a realidade. Ainda tenho muito o que fazer e mudar naquele lixo. Aquilo ainda está longe de se parecer a um país civilizado.

– Mas está prosperando, significa que você pode fazer isso... – ela claramente estava apelando para bajulações, algo que eu estava acostumado, mas vindo dela me parecia ridículo.

– Eu posso fazer o que eu quiser – respondi um pouco mais forte – e no momento eu não quero aceitar refugiados. Eu não teria como assegurar nenhum serviço público. Eu não tenho condições de acomodar refugiados de guerra e não importa o quanto você tente apelar para o lado emocional, minha resposta seguirá sendo a mesma. Não irei recebê-los. E ainda assim não saio daqui sem a verdade.

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