. . . . . ╰──╮ 2. Kai ╭──╯. . . . .
Você sabe, a verdade pode ser uma arma
Para lutar contra este mundo de más intenções
Uma nova resposta para a mesma pergunta
Quantas vezes você vai aprender a mesma lição?
Welshly Arms - Legendary
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OBSERVAÇÕES:
Malphas: Gangue criminosa que conquistou o país de Vixen.
Kitsunes: Gangue criminosa composta em sua maioria por mulheres que se aliaram aos Malphas para a conquista de Vixen .
As duas gangues fazem parte da história "Kitsunes e Malphas" publicada aqui no WattPad.
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Ruah: Todos os seres vivos têm uma energia no corpo na qual chamamos de ruah. Algumas dessas energias são tão fortes que se convertem em dons, poucos seres possuem esses dons e isso se torna ainda mais raro para um humano. Ruahs também podem ser moldados para proteger o corpo de ataques físicos, como se fosse uma armadura, mas é uma técnica extremamente avançada e quase nenhum ser é capaz de tal feito.
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Receptáculos (criação própria): Seres humanos escolhidos como "moradias" e "escudos comuns" por determinadas espécies de Kitsunes e Nogitsunes, pois um ser humano não pode ser morto por seres sobrenaturais. Como pagamento, elas fornecem parte de seus poderes para o ser humano.
Nogtsunes (mitologia japonesa): Kitsunes consideradas perversas. Se alimentam do sofrimento e do caos e para conseguirem isso, brincam com a mente de seus hospedeiros, até levá-los a loucura.
Kitsunes(mitologia japonesa): Raposas espirituais de diversas caudas. Elas são seres espirituais sem corpos físicos, então sua aparência real depende da forma que eles decidem assumir. Eles geralmente aparecem como belas deusas semelhantes a humanos.
Seres amaldiçoados a viver(criação própria): Pode ser qualquer ser de qualquer espécie. São seres vivos que por algum castigo ou maldição perderam o direito da morte e do descanso. Essa maldição atinge de diferentes maneiras qualquer ser.
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Green: Capitã da nona divisão das Kitsunes (divisão médica)
Roy: um dos líderes da gangue Malphas. Especialista em roubos, furtos e fugas.
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"Eu olhei o navio se distanciando e me perguntei se algum dia voltarei a vê-lo. Enquanto o navio partia, eu prometi a mim mesma que vou até o fim com isso. Mesmo se eu perder diversas partes do meu corpo, eu não irei fugir. Eu sou um soldado com um temperamento forte e, sem dúvidas, me meterei em um monte de problemas, mas esse é o meu jeito e assim vou viver até cumprir o meu destino." (Diário de Ayana)
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Até ali estava tecnicamente fácil. Lissa, a líder das Kitsunes queria invadir Khur, lugar de origem de sua amiga Aylin. Aylin havia sofrido e fugido do lugar, elas queriam apenas vingança e eu... eu queria as terras, os ouros, queria mais... queria saciar minha ganância, pelo menos até ter sede de novo.
Tudo estava tranquilo, até que uma das tripulantes das Kitsunes gritou palavras incoerentes de medo. Corremos até a popa do navio e vimos algo impossível de descrever. Era uma barreira, como uma cortina roxa transparente. Uma cortina de luz dividindo o oceano.
– Aylin! – escutei meu amigo Yugo gritar ao vê-la cair segurando a própria cabeça.
– Aylin, o que foi? – ele perguntou segurando-a para que não caísse.
– Eu não sei – ela segurava com muita força a cabeça, provavelmente a dor estava terrível.
– É muita imagem – ela se encolheu no chão, como se temesse continuar com aquilo – faz parar, por favor.
Eu não era experto em seres sobrenaturais, outros universos ou essa história de ruah, mas Aylin tinha caído no mesmo minuto que passamos pela estranha luz, aquilo não poderia ser coincidência.
– Yugo – o chamei – leve-a para a ala médica. Lissa me deixou a cargo das Kitsunes que vieram junto, mas sinceramente a Green faz falta. Alguém mais aqui entende dessas coisas?
Green, a médica das Kitsunes tinha amplo conhecimento em muitas áreas, incluindo a parte espiritual e sobrenatural, mas dificilmente saía de perto de sua capitã, o que podia ser bem problemático as vezes.
– Poderíamos esperá-las. Elas virão dentro de pouco tempo de qualquer jeito – Yugo deu de ombros enquanto levantava Aylin nos braços para levá-la para a ala médica.
– Não. Se chegarmos todos juntos levantaremos suspeitas – respondi – vamos seguir com o plano e vamos entrar só nós por enquanto. Fale apenas para alguma enfermeira dar alguma coisa para passar a dor ou algum calmante e espero que isso seja o suficiente.
Ele grunhiu alguma coisa e saiu do meu campo de visão. Eu bem que queria seguir o conselho dele e esperar. Era estranho não estar com as Kitsunes ou até mesmo com os outros capitães Malphas.
No fim, optamos por ir pouca gente inicialmente. Dos líderes estávamos apenas eu, Yugo, Aylin e Roy.
– Capitão – um jovem me tirou rapidamente dos meus pensamentos – há um barco se aproximando. Estão mandando um pedido de audiência. Aparentemente exigem uma reunião com o líder do navio.
– Exigem? – eu ri de maneira desprovida de qualquer humor. Odiava exigências a mim, mas não podia arriscar uma afronta logo de cara, eu precisava saber no mínimo a força dos meus oponentes, se é que eu podia chamar assim aquele que buscava uma reunião comigo.
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O navio a nossa frente não era grande, nem parecia carregar soldados ou militares. Parecia apenas um navio mercador comum, ainda assim algo não se encaixava naquele cenário, o navio era um navio veleiro, um estilo de navio que não se via mais do que em museus.
Navios posicionados. Rampas a postos, minha ansiedade começou a subir. Por quê? Por que eu estava tão ansioso?
Pela rampa que ligava um navio ao outro passou uma pequena fileira em marcha. Se a situação não fosse séria eu seria capaz de rir. Soldados? Estava mais para um grupo tirado de livros de histórias assim como o navio.
A moça que liderava o grupo era jovem e não parecia amedrontada. Suas vestes tiradas de peças medievais me desconcertavam. Seu cabelo negro e ondulado caía bagunçado pelo corpo, não havia cuidado ali, não havia vaidade, havia apenas uma guerreira. Chegava a ser estranho usar essa palavra, me senti em um jogo de RPG e a sensação de estar sonhando tomou meu corpo.
– Rosa... Rosa de sangue – escutei a voz de Aylin atrás de mim e quando me virei ela parecia ausente, parecia delirar, eu nem tinha notado a hora que ela havia voltado – como a mulher dos meus sonhos, aquela de quem nunca saberei todos os segredos e para quem sempre terei uma história nova.
Olhei para Yugo ao lado de Aylin, a cara dele era impagável, suponho que a minha não era uma das melhores também. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a estranha a minha frente pareceu seguir a linha de Aylin retomando de onde ela havia parado.
– Misteriosa, elegante e cheia de enigmas. Rosa de sangue, leve-me... leve-me para longe destas malditas ilhas, leve-me junto com as correntes marítimas, mesmo que para isso ele pague com a vida.
Aylin abafou um grito com a mão, mas a jovem a minha frente pareceu não se imutar com isso.
– Madeira nobre – a jovem seguiu e olhou detidamente diversas partes do navio – linhas perfeitas, traços finos, estilo apurado, rápido e gracioso. Uma verdadeira obra de arte talhada e inspecionada pelas mãos competentes de Uru-anna, um dos mestres construtores mais respeitados de todas as ilhas do lado oeste da barreira. Uma grande escultura flutuante, digno de uma sacerdotisa de alta patente. Eu esperava nunca mais ver esse navio, e esperava com igual ânsia nunca mais vê-la Aylin.
– Eu te conheço – Aylin levou a mão para cabeça de novo – eu te conheço, mas pareço não lembrar de você por completo. Por que eu lembrei desse verso? Por que tenho lembranças suas na cabeça e mesmo assim não consigo nem lembrar o seu nome?
Aquilo era sem dúvidas estranho vindo de Aylin, ela tinha a memória fotográfica e lembrava de qualquer coisa que visse ou ouvisse, era a primeira vez que eu a via tentando buscar alguma coisa da memória.
– Rosa de sangue é o navio – a jovem deu de ombros – esses são os versos recitados na sua partida. Os mesmos versos recitados na morte do filho do duque... ele morreu para que você vivesse, o que me leva a uma pergunta que eu quero muito fazer, mas deixarei que Milady a faça.
– Quem é você? – Aylin acabou se dando por vencida.
– Crescemos juntas, mas agradeço que não tenha lembrado de tudo, é um motivo a mais para que você vire a sua bacia e volte para casa, casa que com certeza não está em Khur.
– Viatrix, esse é o seu nome, não é? Por que eu recitei isso?
– É a primeira chave para tirar o selo que está bloqueando as suas memórias, eu não tinha escolha a não ser quebrar o selo que você começou – Viatrix respondeu tranquilamente – Não responderei mais perguntas sacerdotisa. Você não deveria ter vindo até aqui, mas agora que veio, receio que Milady queira falar com você. Agora, se me permite – Viatrix se virou para mim – O senhor que é o líder?
– Sou eu – respondi cruzando o braço – obrigado por se dignar a falar comigo agora.
– Minhas mais sinceras desculpas, meu senhor – ela fez uma pequena reverência, ato que me forçou a segurar a risada novamente – Não foi minha intenção ofender-te.
– E eu que achei que tinha visto de tudo – escutei Yugo resmungando em um canto – acho que entramos em outra missão com diversas esquisitices.
– Sinto desapontá-lo, senhor – Viatrix se virou para Yugo que claramente segurou a risada de uma maneira menos convincente que eu – se não queria peculiaridades em sua jornada, não deveriam ter passado pela barreira temporal. Pessoas de um mundo avançado como o seu não costumam se adaptar ao nosso mundo arcaico e desatualizado.
– Do que está falando? – perguntei sem querer admitir que estava começando a me divertir com aquilo – Estamos no mesmo mundo.
– De fato estamos no mesmo planeta, mas sinto informar que não estamos no mesmo mundo. São dois planos temporais diferentes mantidos pela barreira. Nesse momento digamos que estamos no Limbo, não estamos nem no seu mundo e nem no meu.
– Tenho que admitir que estou com dificuldades de acreditar em você – falei me encostando – mas por que não nos sentamos para conversar melhor?
– Como queira, senhor – ela respondeu formalmente – porém ouso dizer que não trataremos de assuntos diplomáticos da maneira que julgo que o senhor queira no momento. Não tenho voz para tais assuntos, receio que terá que esperar Milady chegar. Não creio que ela demore muito.
– E para que veio então? – perguntei me dirigindo a uma mesa externa não muito longe de onde estávamos.
– Vim apenas alertá-lo sobre a estranha situação em que o senhor se encontra Milorde.
– Não sou um lorde – resmunguei – não me trate como um nobre.
– Governa um país e está à frente do seu povo. Não se autoproclamou rei – ela pareceu confusa um momento e aquilo até que me pareceu fofo – como devo tratá-lo então?
– Me chamo Kai – falei me sentando e indicando uma outra cadeira para que a moça se sentasse.
– Entendo – ela colocou uma mão no queixo – devo tratá-lo pelo nome então?
– Sim – respondi suspirando – por favor.
Ela sorriu de maneira aberta e esticou sua mão para que eu apertasse.
– Nesse caso – apertamos as mãos enquanto seu sorriso seguia aberto – Sou Viatrix, mas pode me chamar apenas de Trix.
– Muito bem, Trix – falei levantando a mão para que alguém me atendesse – quer algo para beber enquanto conversamos? Yugo, poderia chamar o Roy por favor?
– O Roy tem um azar fora do comum – Yugo riu – lá vou eu atrapalhar a diversão dele de novo.
Roy estava sem dúvidas atracado com alguém de dentro do navio. Cada dia ele escolhia um parceiro ou parceira diferente. Não é que eu estivesse muito longe disso, mas Yugo tinha razão, sempre que o chamávamos, tínhamos que atrapalhar sua diversão.
Em minutos Roy chegou reclamando. Yugo se sentou próximo e Aylin parecia terrivelmente fora de cena.
Trix cheirou seu copo com Whisky de maneira curiosa, depois olhou o copo translucido em sua mão e brincou um pouco mais. O levou até o sol e tentou enxergar alguma coisa dentro dele.
– Algum problema, Trix? Não está envenenado se é essa a sua preocupação – acabei por dizer. Ela me olhou inicialmente com curiosidade e depois abaixou a cabeça. Pude ver o como seu rosto ficava vermelho pela vergonha e me perguntei se o que ela havia dito era realmente verdade. Era possível que o outro lado da cortina misteriosa o mundo fosse outro e o tempo não tivesse avançado?
– Eu sinto muito, senhor Kai – ela falou em tom de desculpa – achei a taça muito bonita, apenas isso.
Era um copo normal, um copo de Whisky comum, nem mesmo era uma taça. Não via como aquilo pudesse ser tão fascinante para alguém, mas guardei o comentário para mim.
Roy tinha a cara de puro estranhamento e isso era normal, ele havia chegado há pouco tempo e ninguém havia explicado a situação estranha em que estávamos, mas agradeci por ele guardar qualquer comentário para si.
– Que bebida é essa? – Trix perguntou novamente admirando o copo e a bebida de dentro.
– Whisky – respondi enquanto a estudava. Seus olhos se abriram lentamente e a surpresa transbordou em seu olhar.
– É uma bebida normal de onde vocês vêm? – a curiosidade infantil dela me fez rir.
– Sim, é normal – respondi – vamos, prove um pouco.
Ela sorriu de maneira terna e bebeu um pequeno gole. Eu esperava que ela fosse fazer careta, reclamar ou no mínimo baixar o copo na mesa e esquecê-lo ali, mas para a minha surpresa, seus olhos brilharam e ela de repente virou um gole maior.
– Vai com calma – a adverti – é melhor não tomar Whisky rápido desse jeito.
– Oh – ela limpou o canto da boca com o braço – sinto muito, estou tão acostumada ao rum que não esperava uma bebida tão boa quanto essa.
Acenei com a cabeça, não sabia muito bem o que dizer em relação a isso e esperei que ela voltasse a falar, coisa que não demorou muito.
– Agradeço a hospitalidade e a boa recepção, mas creio ter me distraído dos meus deveres. Gostaria de falar um pouco sobre a situação atual de vocês.
– Que assim seja. Pode começar – cruzei o braço e apoiei uma perna na outra.
– Saber que vocês conheceram um receptáculo e já estão a par da existência de outros universos e demônios me facilita muito a explicação. Vou poupar o seu trabalho de me perguntar como sei dessa informação, temos informantes em Vixen e mantemos um pequeno comercio ali – ela voltou seu corpo para o encosto da cadeira finalmente esquecendo a bebida e sorriu – Mas estou aliviada, seria problemático lidar com surtos a essa altura. Em cada universo existem diversos seres, sejam bons ou não para os seres humanos, isso é realmente irrelevante. Os seres humanos são uma pequena proporção dentro desses universos, mas acredite, não são menos importantes que nenhum dos outros seres. Sabendo então que existe outros universos, um estudo feito pelos sacerdotes daqui foi a teoria de existir junto com outros universos, outros planos também. Como em diversos universos onde existem seres que nos matariam só por diversão, aqui também não é diferente. Existe um rei demônio, não me perguntem o que ele é exatamente, tudo o que eu sei é que ele foi um sacerdote e foi amaldiçoado.
– Um ser amaldiçoado a viver – falei mais para mim mesmo do que para ela, mas foi o suficiente para fazê-la alargar o sorriso.
– Olha só. Tenho que admitir que você conseguiu despertar a minha curiosidade, senhor Kai. Eu iria amar conhecer a sua história.
Fiz uma careta, eu não tinha intenção de contar todo o meu trajeto até aquele momento, mas pelo visto ela não fez questão de me perguntar novamente também.
– Muito bem – ela seguiu – esse demônio foi um ser amaldiçoado a viver. Esse ser conheceu uma moça e se apaixonou – ela revirou os olhos e fez uma careta – Segundo a história, era a mulher mais linda que já havia existido. Esse demônio se apaixonou por essa mulher, passaram a viver juntos e tiveram filhos. Até aqui é uma baita história sem graça de amor, se é que é possível existir esse tipo de amor. Se já ouviu sobre os seres amaldiçoados a viver, então sabe que todos trazem um presságio de morte e não podia ser diferente nesse caso. Uma noite, a mulher acordou sentindo um cheiro forte de sangue. Assustada, ela acordou o marido que dormia ao lado e correram para o quarto dos filhos, tudo que encontraram foi um mar de sangue. A maldição da vida do demônio alcançou seus descendentes. Todos os rapazes estavam mortos, comidos por suas irmãs que tinham a pele tão branca quanto a porcelana e os cabelos mais brancos que a neve.
Os olhos de Viatrix pousaram em Aylin e ficaram parados sob a jovem sacerdotisa por um tempo antes de continuar.
– Segundo a lenda, a mãe, incapaz de ver suas filhas sofrerem sozinhas o destino cruel de serem obrigadas a se alimentarem de outros seres humanos, amaldiçoou a própria vida para seguir o mesmo destino delas. Nasciam ali as primeiras lâmias desse mundo. As lâmias sempre tiveram predileção por carne de homens, de crianças e bebês e para sobreviverem da melhor maneira possível, de maneira ágil elas traçaram um plano. Elas seduzem os homens e geram um filho dele. Esse filho é a marca de um acordo... a partir daí aquela família deve tributos de crianças e recém-nascidos para a lâmia do acordo, em troca, a família é bem-sucedida em tudo o que faz. Sacerdotes ganham muito dinheiro, condes chegam ao topo e guerras são vencidas. Chamam essas pessoas de filhos dos deuses, pois a suposta sorte que trazem é conhecida em todas as ilhas. Os filhos dos deuses têm características bem marcantes: suas peles são tão brancas e perfeitas quanto a mais cara das porcelanas, a cicatrização de seu corpo é rápida e apenas feridas mais profundas deixam cicatrizes. É uma pele que faz inveja em qualquer um, tenho que admitir. Os cabelos brancos são sempre fortes mesmo quando descuidados e todos eles possuem algum dom. A suposta sorte dessas crianças foi interpretada de maneira errônea por aqueles que não conhecem a existência das lâmias, e com isso houve uma verdadeira caçada. O que ficou conhecido como a caçada aos albinos nada mais era do que o desespero das pessoas de conseguirem um pouco mais da sorte que esses filhos dos deuses davam, foi nessa época que Aylin foi sequestrada e servida de banquete – olhei para Aylin que estremeceu visivelmente com a naturalidade que Viatrix falou sobre aquilo – Com a guerra entre lâmias e alguns humanos, por ordem de Vixen, os sacerdotes descobriram uma maneira de abrir uma barreira e separar os dois lados do planeta. As lâmias não haviam chegado a Vixen, então o ideal para que as pessoas do lado de lá estivessem seguras desse mal e pudessem viver puramente com problemas humanos, seria abrir a barreira no próprio oceano. A barreira foi levantada, e os nossos mundos separados. A parte curiosa é que para manter as lâmias para o lado de cá, tecnologias não funcionam, nós literalmente paramos no tempo e mesmo com todos os recursos escassos, mantemos a maior parte das lâmias para dentro do limbo, ou seja, entre a primeira e a segunda barreira. Muitos filhos dos deuses se rebelaram com os atos de seus pais e o sistema de tributos para a prosperidade e a guerra se intensificou levando a destruição de diversas famílias. Um exército de crianças enfurecidas caçou um por um dos lordes que fizeram essa barbaridade e agora nossa guerra contra as lâmias continua, traz anos a fio sem descanso. Claro, existem diversas lâmias seduzindo algum jovem enquanto converso com vocês. Óbvio que não conseguimos extinguir esse mal, mas fazemos o possível – Viatrix virou quase o corpo todo em direção a Aylin e cruzou as mãos na frente do corpo – bem-vinda de volta ao inferno sacerdotisa. Que saber quantas crianças serviram de alimento em troca da sua vida?
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