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. . . . . ╰──╮ 15. Kai ╭──╯. . . . .


Sara Beth está morrendo de medo
Porque o médico acabou de lhe dar a notícia
Entre as células vermelhas e brancas, algo não está certo
"Mas nós vamos cuidar de você"
Rascal Flatts - Skin (Sarabeth)

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"Pouco a pouco nossa dignidade vai morrendo. Alguns ferimentos chegam através da fome, outros da desesperança, outras feridas chegam ainda com mais forças através de doenças que insistem em nos jogar na cara o tamanho da nossa fragilidade" (Diário de Ayana)

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Após o banho desconfortável, mas revigorante fomos enfim jantar.

A janta estava insossa e veio com diversos pedidos de desculpas por não terem nada melhor a me oferecer. Eu podia não ter me autoproclamado rei, mas com certeza era assim que os donos da pousada me viam.

Ayana comia em silêncio, parecia tranquila e até relaxada. Seu semblante tranquilo não era nada parecido ao que eu tinha visto até aquele momento.

– É a duquesa – escutei um cochicho vindo de um dos cantos.

– Fala baixo – uma outra voz infantil chegou até mim – eles vão ouvir.

– Mas quem é aquele homem? – outra pergunta aos cochichos.

– Ele chegou com a duquesa, então deve ser o noivo dela, não é?

– Mas a duquesa tinha noivo? Ela não é uma mulher perdida?

– Vocês são burras, né? – a voz de um menino chegou – Ele é o rei de Vixen, escutei a senhora Anastácia falando com o Armani enquanto faziam a comida deles. Ela estava nervosa por não terem comida boa.

– Ele é o rei da profecia? – aquela pergunta despertou mais meu interesse do que eu gostaria, mas tentei não dar atenção.

– Ele é bonito. Será que eles vão se casar?

– Você só pensa em casamento, né? – o menino bufou – meu papai dizia que ela é uma libertina, não pode se casar.

– Que tal vocês pararem de cochichar e virem aqui um pouco – Ayana falou se virando para onde as crianças estavam.

Um grupo de 4 crianças malvestidas e extremamente magras apareceram próximo de nós.

– Sinto muito, Milady – as crianças se curvaram enquanto Ayana sorria estudando as crianças.

– O que estavam cochichando ali atrás, hein? – ela perguntou de maneira quase materna.

– É verdade que ele é o rei de Vixen? – o menino perguntou baixo, parecia temer que eu ouvisse.

– Ele é o líder de Vixen, sim. Este é o senhor Kai – ela respondeu ainda de maneira carinhosa, mas novamente enfatizando a palavra líder.

Os olhos deles brilharam tanto, que me deu vontade de rir quando todos os 4 de uma única vez se viraram para mim.

– Quando meu pai voltar da guerra – o menino falou de novo – eu posso conhecer Vixen?

Aquela pergunta me apertou o peito de tal maneira, que precisei me esforçar para não demonstrar. Para a minha sorte, ele não esperou resposta.

– Quando eu crescer – ele seguiu – eu quero ser marinheiro também.

Ele fez uma pose exagerada e puxou uma espada imaginária da sua cintura enquanto encenava um pequeno combate.

– Não seja burro – uma das crianças falou – se o seu pai não voltar você vai ser um órfão como a gente e órfãos não podem ser marinheiros.

– E o que tem isso? – Ayana perguntou olhando para a menina – ser órfão não é motivo de vergonha e nem faz de vocês menos dignos.

– Mas falaram que o nosso destino é trabalhar nas plantações e que temos que aceitar isso – uma outra criança falou em tom choroso – eu também quero ser marinheira, mas aí eu vou ser uma mulher perdida e nunca mais vou poder me casar.

O semblante de Ayana pareceu mudar para um tom mais melancólico por segundos, mas ela se recompôs rápido.

– Olha, nunca deixem que digam o que vocês podem ou não fazer só por serem órfãos, ou mulheres – ela olhou ternamente para a menina que falou por último – Então vocês vão poder ser marinheiros – Ayana falou tranquilamente – se eu disser que vocês podem, então vocês podem. Sou a duquesa, não sou?

Não consigo descrever a animação que tomou conta daquelas crianças. Era um caminho direto para a guerra e tanto eu como Ayana sabíamos, mas para eles parecia ser como um sonho.

– Então, eu vou poder vingar meus pais? – a criança com a voz chorosa voltou a perguntar – eu posso mesmo vingar meus pais?

– Pode – Ayana respondeu passando a mão pelo cabelo embaraçado da menina que nem escondia as lágrimas – mas me fala, você não está com medo? Não tem medo de ir para a guerra?

Ela balançou a cabeça negativamente.

– Se eu for para a guerra e morrer, eu vou poder ver meus papais de novo. Não me importo de nunca me casar.

– Tudo bem então – ela se levantou – então vocês vão precisar fazer um juramento, e quando tiverem idade, vocês irão me encontrar para trabalharem comigo, combinado?

– Sim, Milady – eles responderam em uníssono.

– Então, vou pedir para o líder de Vixen ficar de pé também – eu me levantei sem muitas perguntas, claramente as crianças estavam gostando daquilo e eu não tinha motivos para tirar isso delas. Ayana seguiu – Sabem o juramento? Ou vocês vão repetir?

– Nós sabemos! – elas praticamente gritaram, se ajoelharam com apenas um joelho e recitaram.

– Perante a nossa soberana senhora, duquesa de Khur, Ayana Alfrar, do líder de Vixen Kai... – elas olharam para mim confusas, esperando algum sobrenome, algo que eu não podia oferecer para elas. Nunca havia tido um, nunca soube minha origem e isso nunca me fez falta.

– Apenas Kai está bom – falei tranquilamente.

– Perante o líder de Vixen Kai – elas repetiram – e pela minha honra, prometo cumprir os deveres de um soldado e defensor das barreiras do limbo e dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria. Defenderei meu país e seus cidadãos com o sacrifício da própria vida.

– E que vocês nunca esqueçam esse juramento – Ayana colocou a mão na cabeça de cada uma e elas se levantaram mais felizes do que eu poderia imaginar – Agora vocês estão dispensados. Precisam obedecer a Anastácia como bons soldados, entenderam?

– Sim, Milady – eles gritaram e correram sentido uma escada.

– Isso foi bonito da sua parte – falei sinceramente.

– Seria bonito se não fosse a guerra – ela falou com a voz melancólica de repente. Seus olhos seguiam fixos na escada.

– E quando eles crescerem, realmente irão atrás de você? – perguntei querendo saber até onde ela estava falando a verdade para as crianças.

– Elas muito possivelmente não irão crescer – sua voz seguia como um fio. Ela respirou fundo e pareceu se recompor – talvez você não tenha visto, mas elas estão com manchas avermelhadas em partes do corpo. Anastácia! – ela gritou, a mulher apareceu rapidamente – já chamaram algum médico?

– Já, sim Milady, pedimos para chamar na base do leste, mas são dias até a mensagem chegar até eles. Pedimos para um curandeiro olhar.

– E o que ele disse?

– Tifo, senhorita. As crianças chegaram em péssimas condições higiênicas e viveram escondidas em lugares muito sujos. Quando chegaram conseguimos fazer a limpeza da maioria, mas muitas já morreram.

– Tentaram alguma medicação?

– Não temos estoque de medicações na cidade. O estoque acabou já tem alguns meses e os outros pontos estão na mesma situação.

– Entendi – Ayana suspirou – irei falar com Argus, ver se ele trouxe alguma coisa de Vixen. Acomode bem as crianças, não os deixem saber que estão morrendo, tenho medo de que isso cause um pânico generalizado e piore a situação. Tratem todos os sintomas possíveis. Assim que eu chegar na capital mandarei quem estiver disponível.

– É impossível, minha senhora – Anastácia falou amuada – Sei que quer salvá-las, mas desista. Ter esperanças aqui não é saudável e você sabe. Ninguém pode vencer a vontade dos deuses.

– É que os deuses ainda não conheceram a minha vontade – ela falou firme – se eu puder salvar que seja uma dessas crianças, então eu irei salvar.

– Desista, minha senhora. Irá morrer se continuar assim e precisamos de você.

– A minha morte é a única coisa na qual eu tenho certeza de que não demorará para chegar, mas irei ajudar o máximo de pessoas que eu conseguir. Obrigada Anastácia. Irei terminar de jantar e irei me recolher. Ainda temos um pouco mais de 2.500 quilômetros para percorrer.

– 2.500 quilômetros daqui até a capital? – perguntei olhando para ela – não existe nenhum meio de transporte por aqui?

– Sim – ela me olhou de maneira maliciosa – temos as nossas pernas. Espero que esteja preparado.

Depois de jantarmos em silêncio e com um clima muito mais pesado do que eu gostaria de admitir, fomos finalmente para o quarto sem nem ver Trix ou Argus chegarem.

Eu estava novamente usando roupas dali: uma camisa branca com fecho de cordas e uma calça preta que parecia me apertar as pernas, mas pelo menos estavam limpas.

Ayana, diferente de todas as outras vezes que eu a vi, estava com um vestido soltinho que iam até os pés e tinha as mangas longas. E mesmo com roupas simples e estranhamente medievais, ela estava linda.

Pensei no tempo que passaríamos andando e fiz uma careta. Seriam dias angustiantes sem dúvidas.

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