— Charlie, está no seu horário de visita. — a enfermeira avisa, saindo do quarto e deixando a porta aberta.

Eu suspiro e vou até a porta. Odiava aquele lugar e odiava estar dentro dele. Eu já imaginava que iria encontrar Lana, minha pílula de felicidade de dias em dias e minha melhor amiga.

— Charlie! — Ela sorri e vai lhe abraçar. — Estava com saudades!

— Também estava! — Sorri. Era fofo como Lana aliviava a pressão em sua cabeça.

Charlie pega a mão dela e a leva para o jardim dali. Não era um local totalmente aberto como ela gostaria de se sentir, mas era o mais perto disso que ela tinha.

— E então, como está? — pergunta.

— Já faz um tempo que você não vem me ver... — muda sua expressão bruscamente para tristeza.

— Me desculpa, a escola não tem pegado leve. — Suspira.

— Tudo bem. — Sorri novamente. Era estranho sua mudança forte de personalidade. — Então, eu tenho pensado em fugir daqui.

— De novo?

— Vou vingar o assassinato dos meus pais, Lana. Vou fazer o que tiver que fazer.

Desde a noite em que Charlie encontrou seus pais mortos de madrugada em casa, ela decidiu que nada ia lhe impedir de se vingar, mesmo que tivesse sido internada ali após isso.