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A Queda dos Anjos parte 2

      Os Ponds com o Décimo Primeiro


  — Allyce, já ouviu falar de Annie Edson Taylor? — Amy me perguntou enquanto olhávamos a queda das águas nas cataratas do Niágara. 

        Estávamos do lado dos EUA da fronteira. A queda das águas era até bonita, se você esquecer que chegar até lá.

        — Alguém importante? — Eu perguntei. 

        — O Doctor diria que todo mundo é importante. Annie, no seu aniversário de 63 anos, decidiu comemorar de uma forma inusitada. Queria que seu aniversário entrasse para história... Bom, em 53, sairá um dos episódios mais populares de Pica-Pau.

       

        2024

       

        — O que pretende fazer? — Missy perguntou assim que o Doctor decidiu ficar.

        — Informações, eu preciso de informações. — O Doctor caminhava em direção ao centro de controle.

        — Quem estava no telefone? Tem um telefone na TARDIS? E qual o número? — Multas perguntas feita por mim.

        — A TARDIS sempre teve telefone. — O Doctor respondeu ignorando todas as outras dúvidas. — A questão é que poucas pessoas podem ter o número da TARDIS e quando toca e ouço o que falam... Não posso ignorar. Geralmente as pessoas têm muito pouco tempo....

        Aquilo não respondia nem metade das minhas perguntas, exceto que provavelmente teríamos que lutar, se possível, com seres que ninguém sabia o que eram realmente, exceto que eram pedras e tinham o formato de anjos. 

        — Espera e quem tem teu número? — Eu queria saber disso ainda.

        — Churchill, a Unit e a pessoa que o Doctor mais ama no universo. — Missy respondeu pelo Doctor. — É uma lista bem restrita. 

        — Elvis Presley e Houdini também tem. Elvis Presley porque sou muito fã dele e Houdini... Passei um verão inteiro com ele... Foi um verão muito quente e bom, os detalhes não são recomendados para menores de 18 anos. Pelo menos aprendi alguns truques... Esquece! A questão é: recebi uma ligação e preciso resolver. 

        — E para ter seu número é necessário ser famoso ou ser de uma agência muito importante? — Não me julguem! Eu estava curiosa.

        — Ou ser a pessoa que ele mais ama no universo. — Missy se levantou. — Pelo jeito não vai dizer quem ligou né? Isso diminui bastante as possibilidades já que se pudesse dizer já teria dito. Então, como vai ser? Assim que sairmos da TARDIS seremos atacados. Você já foi um Anjo Lamentador, não é? Sabe como eles são. 

        — Eles querem uma fonte de energia Artron muito elevada. É dessa energia que eles se alimentam. — O Doctor respondeu como se pensasse.

        — A TARDIS tem muita energia Artron. — Missy disse. 

        — Três crianças fogem da guerra. — O Doctor suspira. — Uma dessas crianças é encontrada pela agência secreta dos Senhores do Tempo e presa. As outras duas permanecem perdidas. As Menti Celesti...

        — Guerra do céu, não é? — Eu perguntei. — Tempo, Vida e Destino. Mas o que isso tem a ver?

        — Tempo foi preso. Destino ninguém sabe o que aconteceu e Vida... Tem outros como a Morte. Ah, eu tenho muita coisa para pensar. Sim, eu sei o que vai acontecer assim que sairmos por aquela porta. Allyce, sabe qual o segredo da vida? Tempo e dimensão relativa no espaço. 

       

        1946

       

        Conversa! Bom, é o que é, não é? Amy e Rory me levaram para um carro comum da década de 40. Eu olhava os anjos que ainda cobriam seus rostos. Poderia até dizer que eles não nos viam, mas algo me dizia que não funcionava assim.

        — Devemos ir para o Niagara, não é? A cidade fica logo após New York, mas se os anjos são extremamente rápidos um carro da década de 40 não será o suficiente para fugir deles, não é?

        — Já está familiarizada com a TARDIS, não é? — Amy abriu a porta para mim. Eu não precisava responder aquela pergunta. — A River não quis nos deixar sem um conforto básico dos anos 2012, então... Filtro de percepção é interessante! As pessoas veem o que querem ver. É até confortável em muitos momentos, como no caso de idiomas. Mas basta você saber o que é real...

        Eu entendi o que aquilo significava. O filtro de percepção servia como um manipulador visual da realidade. Não alterava a realidade em si, mas permitia muitas vantagens como a comunicação e até a camuflagem. 

        Fico imaginando quantos seres podem estar por aí e nem notamos porque nossas mentes meio que ignoram graças a esses filtros de percepção que podem ser naturais ou criados. Então o que seria exatamente a realidade se o que víamos não fosse nem 1% do que realmente era? 

        Basicamente os seres humanos criavam suas lendas e mitos com base nas raras vezes que os filtros de percepção não funcionavam. Era louco pensar que existia tantas formas de vida que simplesmente ignoramos. Algumas eram ruins e outras eram boas, como qualquer ser humano. 

        Eu olhei o carro novamente e o mesmo se transformou como ocorre naqueles filmes de robôs do espaço. Agora, ao invés de um carro dos anos 40, tinha uma Lamborghini Cabrera na cor laranja. Aquilo realmente não fazia parte do cenário. 

        — Marido, o que acha de me esperar em casa? Só tem dois bancos. — Ela falou beijando Rory. 

        — Vou te esperar com teu prato favorito. — Rory retribuiu o beijo. — Mesmo que demore 2000 anos.

        Depois disso entramos no carro.

        — Ele não está blefando. Já esperou por mim por quase 2000 anos. 

        — Quantos anos vocês tem? — Eu perguntei fazendo uma careta. 

        — Estamos na casa dos 30. 

        — 30 mil? 

        Ela me olhou com uma cara de brava.

        — O tempo com o Doctor não faz sentido nenhum. — Ela suspirou. — Sabe o que vai acontecer assim que eu der a partida, não é? 

        Os anjos estavam por perto. Eles não se moviam. Era como se fossem apenas estátuas de pedra comum, não tinha nenhum sinal de que poderiam oferecer algum tipo de perigo para nós ou qualquer ser humano.

        — Seres feito de pedra, disse o homem... — Amy falou. 

        Eu tinha consciência do que iria ocorrer. Amy colocou as duas mãos no volante e encarou a estrada à sua frente. O carro era por transmissão automática, portanto não tinha câmbio manual. 

       

        2024

       

        — Por que temos que fazer isso? — Eu perguntei.

        — Por culpa da minha TDAH. — O Doctor respondeu.

        — Mas você disse que não tem TDAH.

        — Eu digo muitas coisas. Faça como a maioria, ignora 90% do que eu digo. 

        — É só dar um cubo mágico para ele. — Missy fala passando por mim. 

        — Não funciona mais. Termino em menos de um segundo. 

        — Quando teremos um dia normal? Tipo, que tal ir para o Rio de Janeiro?... Espera, o Cristo Redentor não é um anjo, não é? 

        — Está falando da estátua feita de rocha metamórfica que é o resultado de transformação química e físicas? — Missy falou em um tom que assumia que eu fiz uma pergunta besta. 

        — Não podemos dar o que eles querem, mas também não podemos ignorar. Eu não posso ignorar. — O Doctor lamentou.

        — Mas o que tudo isso tem a ver comigo? — Eu quis saber.

        — Rani... — O Doctor começou. — O veneno que ela usou em você não é compatível com humanos. Não faz efeito em humanos. Em Senhores do Tempo até faria, mas no máximo é uma dor de barriga pelo que foi verificado em estudos.

        — E como conseguiram me curar? Melhor, como fez efeito em mim se eu sou humana?

        — Você não foi curada. — Missy respondeu. 

        — Mas eu estou aqui.

        — Exatamente. — O Doctor concordou. — A toxina era desconhecida. A TARDIS teve dificuldade de entender e definir como agir. A questão é que você entende o que todo isso significa, só não quer pensar.

        Tinha a conclusão. Eu sabia qual era realmente e o que levava junto. Mas se fosse assim, então a minha vida foi uma mentira completa. Como poderia ser? 

        — Os anjos te querem, Allyh. — O Doctor falou colocando a mão no meu ombro. — A energia Artron é enorme em você. Eu não tinha notado uma vez que achava que você era uma humana e Artron em humanos é insignificante e depois que entram na TARDIS é comum ter uma certa quantidade. Nos raros casos da energia do vórtex nos seres humanos acaba por destruir completamente eles. São muito poucos seres no universo que suportam uma quantidade quase ilimitada de Artron.

        Eu não era apenas um alien. Eu era um alien raro. Ótimo!

       

        1946

       

        Quando o carro deu a partida, as luzes nas ruas começaram a piscar. Já tinha anoitecido e Amy mantinha seus olhos concentrados na rua apesar que víamos seres sinistros correndo pelas ruas. 

        Esses seres pareciam vampiros por causa de seus dentes mas tinham asas de anjos e eram feitos de pedra. Eles me queriam. Queriam o Artron no meu corpo. Já eu?

        O Doctor tinha dito que eu ficaria bem. Ele me garantiu que eu não ficaria desamparada. Agora tenho a suspeita de que ele sabia desde o início onde eu estaria e com quem iria estar.

        Amy conseguia desviar dos seres que saltavam em cima do carro. Nas ruas as pessoas se comportavam como se nada estivesse acontecendo. Talvez algumas viam alguns animais noturnos e reclamavam dos problemas comuns que traziam. No fim das contas, ninguém notava a realidade por trás de tudo.

        Em 2024 todo mundo sabia sobre os aliens, mas muitos acreditavam que era mentira dos governos e de algum grupo que dominava secretamente a Terra. 

        O que aprendi rápido é que ninguém dominava a Terra. Um que o Doctor não deixava e dois porque realmente porque ninguém dominava a Terra. No fim era só um planeta sem nenhuma grande diferença.

        — Eles são bem rápidos! — Amy comentou enquanto os anjos pareciam enxame de abelhas. 

       

        2024

       

        — Como vai funcionar isso? Se eu for pega vou ser jogada no passado? — Eu perguntei.

        — Sim. Mas se for tocada duas vezes seguidas você pode morrer dependendo se não tiver passado. — O Doctor respondeu 

        — Como assim não ter passado?

        — Loop. — Ele disse simplesmente. — Mas raramente os anjos vão tocar novamente pois isso é acabar com o alimento de outro anjo. Eles vivem em comunidade e são bem unidos. Se você tem energia Artron alta, isso significa um banquete enorme. Seria melhor te manter para a hora certa onde a energia será liberada para todos os anjos. 

        — Anjos são comunistas. Odeio comunista! — Missy falou. 

        Eu revirei os olhos. 

        — O que você sabe sobre política humana?

        — Em 2007 fui eleita primeira ministra... Quer dizer, primeiro ministro. Tinha um jingle muito legal e que pegava fácil.

        — Espera, você foi aquele maluco? 

        — Engraçado como seres humanos votam facilmente em sociopatas que dizem exatamente o que vão fazer e depois fingem que não sabiam... O segredo deve estar no jingle. 

        Bom, vamos ser honestos, ninguém duvida que aliens estejam no governo e dado ao fato do Mestre ou Missy, ser um sociopata como ela mesmo diz, não é impossível que tenha sido eleita. Vê o caso do Brasil e dos EUA elegendo malucos. Se bem que a Inglaterra não era um bom exemplo a se seguir. Mas já estou perdendo o foco da história.

        — Então como vai ser? — Eu pergunto para o Doctor.

        — Eu não vou permitir que nada de ruim aconteça com você. 

        — Eu sei que não vai. — Eu concordei com ele. — Mas o que isso significa?

        — Allyh, pode vir comigo? — Missy me chamou.

        — O que quer? 

        — Precisamos ver se os anjos estão lá fora. — Ela responde. 

        — E por que não vai sozinha? 

        — Porque se algo acontecer comigo você fecha a porta já que o Doctor é o piloto. — Aquilo me pareceu lógico e fui junto dela. 

        Então tudo aconteceu rápido. Primeiro abriu a porta e fui jogada na rua. Só deu tempo de eu ver os anjos, me virar para entrar novamente na TARDIS e a mesma sumir.

        Bom, a TARDIS não sumiu. Eu sumi. Foi assim que cheguei aqui.

       

        1946

       

        O carro pegou a auto estrada e seguimos quase sem problemas. Amy dirigia concentrada na rodovia mesmo que em tese não tinha mais anjos. O carro ainda era rápido.

        Já eu? Estava ofendida pelo que aconteceu? Estava. Precisava contatar o Doctor e não sabia como. Esperava que a Amy tivesse uma forma de fazer isso.

        Em relação a Missy? Eu iria agredir ela ao retornar... Se retornasse. Na verdade eu estava duvidando bastante que pudesse ter alguma forma de voltar. 

        Também tinha outra coisa: estava cansada daquilo e precisava ver a minha mãe, meu irmão, a minha amiga... Precisava da minha cama. Se eu não era humana, o que eu era?

        E a minha mãe? Ela mentiu para mim? O que era verdade na minha vida?

        — O que está pensando? — Amy quis saber.

        — Descobri que posso não ser humana e que talvez a minha mãe tenha mentido para mim.

        — Aprendi algo em todo esse tempo com o Doctor. — Amy foi dizendo. — Nem sempre o que é mais simples é a verdade. As pessoas tendem a aceitar a realidade mais fácil e criam crenças em cima disso. Vê o filtro de percepção. Pode dizer que as pessoas estão mentindo se disserem que não estão vendo os anjos e a Lamborghini? 

        — Não. Pois o que eles vêem é o que acreditam.

        — Sim. Então não julgue tua mãe até entender o que ela tem a dizer. Pode ser que ela tenha sido forçada a acreditar em algo.

        — Está dizendo que minha mãe foi manipulada mentalmente? 

        — Estou dizendo que o Artron em você é muito grande. É impossível que ninguém tenha notado e se você não é humana... Estar vivendo como uma humana é necessário um trabalho muito grande para ser mantido mesmo que sua mãe soubesse. Tem certos meios de um Senhor do Tempo esconder sua identidade e virar um humano em si. Mas a essência dele precisa ser colocada em um colar, por exemplo. Às vezes pode ter sido até mesmo você que fez tudo isso.

        Aquilo me deu muito o que pensar. Se eu não sou humana, então alguém escondeu essa informação de mim. Esse alguém pode ser qualquer ser do universo e inclusive eu. Assim sendo, minha mãe pode nem saber que não sou filha dela. 

        Mas se fosse eu, poderia ser criada toda uma realidade ao meu redor?

        — Pode. — Amy falou como se lesse meus pensamentos. — A mente humana é facilmente manipulável. A realidade é o que a mente humana determina, logo o mundo real e a fantasia não existem. Existem tantas formas de vida vivendo entre nós e não sabemos como 90% delas funcionam. Vampiros, lobisomens, fadas, bruxas... São apenas conceitos simples que mentes humanas criaram para entender o que não podem explicar. Sabe o que mais se repete nas histórias?

        — Não. — Eu respondi. 

        — O sábio. — Ela disse. — O Doctor já apareceu inúmeras vezes na história da humanidade, não se pergunta como ninguém nunca falou dele? Doutor significa homem sábio ou com grande conhecimento. Toda vez que ler alguma história e ver sobre um homem com grande conhecimento e que ajuda o protagonista,... É ele. Foi ele que inspirou todos esses personagens. Entre os ingleses tem Merlin. Em Oz eles precisam da ajuda do mágico. Em Senhor dos Aneis temos Gandalf... Todas as histórias de fantasia foram escritas para lembrar a humanidade e em todas elas tem a figura do sábio. C.S. Lewis com H.G. Wells encontra o Papai Noel... Esse é o Doctor.

        H.G. Wells é o autor de obras como Guerra dos mundos e A Máquina do Tempo. C. S. Lewis fala de um mundo enorme dentro de um guarda-roupa, já o Papai Noel é o Papai Noel.

        Se o que Amy falava fosse a verdade, então simplesmente não dava para confiar no que achávamos ser verdade. Agora me sinto culpada por ter pensado algo ruim da minha mãe. Ela pode ter sido vítima desse mundo insano e sem sentido.

        Outra coisa: geralmente se passava por um portal para ingressar a esse mundo mágico, mas no meu caso o mundo mágico é exatamente o nosso mundo. Só não notamos as criaturas que existem por aí.

        Não demorou muito e chegamos até Niagara Falls, a cidade que fica na fronteira com o Canadá. Local da famosa catarata do Niágara. Amy diminuiu a velocidade do carro e ficou olhando para ver se via alguma coisa enquanto se aproximava do local da catarata. 

        — Não recebeu nada? — Ela perguntou. — Nada relacionado com o futuro ou algo do tipo? 

        — A bruxa má do oeste me deu o número da loteria. Não sei no que isso pode ajudar. 

        — Conheceu o Mestre? — Ela perguntou.

        — Missy no meu caso. Conheceu ele? 

        — Não. — Ela falou. — Mas ouvi falar. A River conheceu. Deixa eu ver esse número.

        Eu tirei o papel do bolso e entreguei para ela. Ela encarou por alguns segundos e olhou sérias pra mim. 

        — Isso não é número de loteria. Viajantes do tempo mentem toda hora. Esse número eu já vi uma vez com a River, é o número do telefone da TARDIS. 

        — Espera, a Missy tem o número da TARDIS e me entregou? 

        — Talvez ela gostasse de você. 

        — Ela me jogou para os anjos! — Eu gritei. 

        — Cada um tem sua forma de mostrar o amor. Então, tem um celular? Liga para o Doctor.

        — Por que eu? Não quer falar com ele?

        — Ele viu a minha morte. — Ela disse como se fosse tudo. Não notei nenhuma emoção na voz dela.

        Então peguei meu celular e digitei o número. Não demorou muito e ouvi a voz do Doctor.

        — Escuta aqui, seu idiota! — Eu já fui falando. — É, sou eu a Allyce. Sabe onde estou? Em 1946 com a Amy. Mulher legal! Sabe como vim parar aqui? A Missy me empurrou para os anjos. Espero que tenha conseguido as tuas informações porque ela me empurrou por tua culpa. Ah, hoje é 27 de setembro de 1946, estou em Niagara...

        — Diz para ele ficar atento ao teu sinal. — Amy falou.

        — Amy falou para ficar atento ao meu sinal... Que sinal?

        — Ele saberá.

        — Você saberá. Vem me pegar agora!

        Foi tudo que eu disse antes de desligar na cara dele.

        — Tá brava com ele, hein? 

        O carro ia lento e se afastando das pessoas. Ficava me perguntando o que o filtro de percepção mostrava para elas. Aliás, pessoas que dizem ver coisas poderiam não estar mentindo se parar para pensar. Será que a esquizofrenia simplesmente não existia? Talvez o filtro de percepção às vezes poderia falar com certas pessoas. Se até mentes mais acostumadas poderiam ser enganadas, o que seria das mentes menos acostumadas?

        — Eles estão escondidos. — Amy respondeu. — Só esperando a gente sair.

        Ela parou o carro perto da entrada para a cascata. 

        — Como vamos chegar lá? — Eu quis saber. 

        Anny mexeu no porta luvas e tirou um batom. Abaixou o espelho e passou na boca. 

        — Já assistiu As Três Espiãs demais? 

        — Já. — Eu olhei curiosa para ela. 

        — Presente da WOOHP! — Ela me entregou umas botas femininas, um kit de maquiagem e um secador de cabelo. — Todas essas coisas tem certas... habilidades. As botas são pra correr, o secador tem um potência muito alta. Não aponte para seres humanos. A maquiagem pode alterar como as pessoas vão te ver. 

        Ela me passou um par de brincos e um par de lentes de contato. 

        — Os brincos possibilitam que você consiga lutar qualquer arte marcial e as lentes te protegem deles. 

        — E você? — Eu tinha visto que ela tinha um secador de cabelo e um par de botas.

        — Os anjos não podem entrar em mim. Eles são os últimos e não vão querer se arriscar com um paradoxo. Já você, você parece importante demais. 

        Eu coloquei as botas e as lentes de contato. 

        Sai do carro e mal coloquei o pé para fora e já fui atacada. Por sorte a Amy estava preparada e usou seu secador. O anjo foi jogado longe por uma força invisível.

        — Secador de cabelo túnel 3000! — Ela falou. — O Doctor diria que é um secador sônico.

        Eu não esperei muito e saí correndo. Realmente aquelas botas eram boas pois era humanamente impossível correr naquela velocidade insana. Eu via os anjos na minha cola e usava o secador para jogar eles longe, o que obviamente irritou muito eles. Talvez não estivessem acostumados com aquilo ou o Doctor mentiu que era impossível capturar os anjos.

        Eu notei que a única vez que não os via era quando virava o rosto para ver onde estava, já o caso de piscar era como se eu não piscava embora eu tivesse consciência que sim. O que fez eu entender que as lentes funcionam como um bloqueador de acesso a minha mente ao mesmo tempo que permitia que eu piscasse sem perder informações do que acontecia ao meu redor independente do tempo. Era como se estivesse sempre alerta.

        Quando chegamos no final da catarata, onde o público podia chegar, eu olhei para a queda das águas. Foi aí que notei a presença da Amy.

        — Qual sinal eu devo dar ao Doctor e como ele saberá?

        — Allyce, já ouviu falar de Annie Edson Taylor? — Amy me perguntou 

        — Alguém importante?

        — O Doctor diria que todo mundo é importante. Annie, no seu aniversário de 63 anos, decidiu comemorar de uma forma inusitada. Queria que seu aniversário entrasse para história... Bom, em 53, sairá um dos episódios mais populares de Pica-Pau.

        Quando ia perguntar o que ela queria dizer com aquilo fui empurrada e cai na cascata. 

        Era a terceira vez que eu era enganada e obviamente eu iria pedir música no fantástico mesmo não sabendo o que isso queria dizer. 

        Enquanto eu caia eu via Amy atirando nos anjos. Bom, espero que seja assim a minha morte.

       

        2024

       

        — Não parece surpreso que eu tenha jogado ela. — Missy falou sorrindo. — Quem estava no telefone?

        — Allyce.

        — Hum! — Ela suspirou.

        O Doctor ligou a tela e apareceu os anjos no outro lado.

        — Vocês conseguiram o que queriam, agora podem me explicar exatamente o que queriam? — O Doctor questionou

        — Você achou que a Agência iria desistir? — A voz de um anjo falou. — Rani foi importante para a Agência. A Agência sabe.

        — A Allyce, o que ela é? 

        Os anjos riram. 

        — O Doctor não sabe? O Doctor ainda não entendeu? Gallifrey irá retornar. A Agência não permitiria o fim definitivo do seu povo. Com o retorno de Gallifrey, uma nova guerra terá início. Uma guerra que a Agência almeja para ter o poder que sempre quiseram.

        — E o que a Allyce tem a ver com essa guerra? Por que matar ela? 

        — Matar ela? — Os anjos riram. — Quando ela tiver a idade certa a agência irá pegar ela e Gallifrey irá ressurgir...

        O anjo não conseguiu terminar pois simplesmente sumiu. Depois outro e mais outro.

        — O que está acontecendo? — Missy perguntou.

        — Um paradoxo. — O Doctor falou tocando os botões e vendo as informações de 27 de setembro de 1946. 

        Na tela apareceu que nesse dia, às 22 horas, uma mulher simplesmente se jogou na catarata. Nos segundos seguintes a TARDIS viajou no tempo. O Doctor abriu a porta da TARDIS com um botão. 

        A TARDIS tinha se materializado abaixo de mim de forma que eu caí dentro da TARDIS assim que a porta se abriu, mas como as posições eram diferentes, foi como se tivesse sido empurrada para dentro. 

        Explico de outra forma. Do meu ponto de vista, era como se a TARDIS tivesse surgido deitada com as portas abertas, ou seja, caí numa caixa. Mas ao passar pela porta, a posição mudou. A TARDIS estava de pé e foi como se eu fosse empurrada.

        — Você! — Eu gritei e esmurrei o rosto da Missy. — Você é uma bruxa!

        — Muito gentil da sua parte, querida. 

        Eu respirei fundo e olhei para o Doctor.

        — O que eu sou? 

        O Doctor não quis responder. O silêncio se abateu e tive a certeza que só tinha um lugar para ir no momento.

        Minutos depois a TARDIS surgia na frente da minha casa. Era noite e o Doctor me garantiu que só tinha passado algumas horas.

        Não me importava? Eu só queria meu quarto.

        — Chegou cedo! — Minha mãe comentou. — Não estava vestindo uma roupa diferente quando saiu? 

        Eu vi as teorias surgindo na mente dela.

        — Usou proteção pelo menos? 

        Eu não era forte. Pela primeira vez em muitos anos eu chorei. Chorei como uma criança perdida. 

        Minha mãe correu e me abraçou forte. 

        — Homens são assim, minha querida! Vai passar. Você vai superar. 

        Eu esperava que sim. 

4000 Palavras

A morte da Amy e Rory


Nota: mesmo não podendo ver os pais por causa dos paradoxos, River/Melody nunca deixou eles desamparados. Os livros citados na parte 1 realmente existiram e River fez todo o dinheiro ir para os pais. O último livro da trilogia foi escrito de forna real e faz parte do universo estendido da série. Amy também escreveu seus próprios livros que foram sucessos. Yasmin, companheira da Doutora, chegou a ter acesso a algumas cartas da Amy para com a River. A Yasmin incluiu essas cartas no seu livro sobre a história do Doctor.

A ideia de que o Doctor aparece em todas as histórias como um sábio já foi dito no universo estendido. Na série ele geralmente é chamado de mágico e Missy a bruxa má do oeste.

Houdini é citado primeiramente na história do Terceiro. Depois volta a ser citado na história da Décima Terceira e no Décimo Quinto. As três vezes falam sobre esse verão e sempre no contexto onde o Doctor está amarrado. O que aconteceu é um mistério.

É isso... Vocês tem teoria?  Na próxima história... Allyce vai conhecer três imortais. Uma piada nos grupos de Doctor Who que pensei em uma história. Até lá!

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