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A queda dos anjos Parte 1

        New York, 1946

       

        Eu caminhava sem rumo pelas ruas com seus carros antigos. A cidade não era tão movimentada como em 2024. Também não tinha todas as luzes e brilho. Estava mais para uma cidade do interior, embora fosse tão chique possível para o fim da década de 40. 

        Os homens usavam ternos bem alinhados e as mulheres vestidos longos e bonitos. Talvez você dissesse que eu estava no paraíso... Bom, eu era uma mulher negra em um período onde as leis de Jim Crow predominavam. Se você não sabe o que são essas leis, vou dar uma explicação simples e visual... Bebedouro apenas para brancos. 

        Pelo menos eu não estava no sul dos EUA onde essas leis existiam. Eu estava no norte, mais precisamente em New York. Bom, não é? Talvez isso surpreenda você, mas o mundo não é todo sombrio. 

        Certo, eu estava sozinha e sem ajuda nenhuma no passado. Onde estava o Doctor? Em 2024 naquela mesma cidade. O que estava fazendo? Espero que tentando me encontrar, se bem que provavelmente eu terei que enviar uma mensagem para ele. Mas como eu faria isso se tivesse alguns seres que não queriam que eu saísse dali? Infelizmente eu estava presa em uma jaula...bom, se você imaginar que essa jaula é toda a cidade de New York. 

        Eu conseguia sentir os olhos em mim. Não, não eram de pessoas. As pessoas passavam por mim me ignorando completamente. Elas não poderiam ver os assassinos silenciosos. Na verdade até enxergavam, mas todos ignoravam pois confiavam em seus olhos. 

        Longe dali 

        Numa casa de classe média, uma mulher ruiva é entrevistada por uma jornalista. Um fotógrafo tira as fotos necessárias. Era uma casa bem confortável e boa. O nome da mulher era Amelia Williams. Ela era uma escritora de sucesso e principal responsável pela saga de Melody Malone, uma importante detetive que salvou a cidade velha de Nova York. O primeiro livro recebeu o nome de: detetive particular na cidade velha de Nova York e se seguiu outros tendo Melody Malone. Os livros eram narrados em primeira pessoa e Melody se descrevia como tendo "gelo no coração, um beijo nos lábios e um lado vulnerável que ela [mantinha] bem escondido". Seu "batom estava pronto para o combate" e ela "embalou um decote que poderia derrubar um boi a seis metros".

        A história da detetive girava muito em cima de investigações sobre casos sem explicação nenhuma. Algo que a detetive conseguia resolver com maestria. No primeiro livro a personagem principal teve ajuda do seu marido, o Detetive Décimo Primeiro Doctor e dos seus pais Rory e Amy. Amelia Williams dizia que os nomes eram só uma coincidência normal. 

        — Podemos ter uma ideia de qual será o próximo livro da saga? — A repórter perguntou. Não era anormal que os dois primeiros. — A prequel: o Beijo do Anjo e a sequel: a maldição do Rubi são incríveis. Mas podemos esperar outras obras? 

        — Acho que infelizmente a história da Melody Malone chegou ao fim. Mas se tiver alguma ideia talvez eu escreva. Não dá para dizer que nunca vai ocorrer, não é? Afinal, anjos são para a Melody. — Amy sorriu. 

        Se seguiu mais perguntas, mas no fim tiveram que encerrar. O marido, Rory Williams, um homem de cabelos castanhos e um bom marido, chamou a esposa para algo importante. 

        — O que aconteceu? — Amy perguntou. 

        Ela temia que o marido estivesse pensando em desistir de ter outro filho. Isso devido ao fato de Amy ter ficado estéril após um sequestro que durou meses. Nesse sequestro ela teve a sua filha e ficou sem poder criar a mesma. Ela uma dor que ambos passavam ainda. Acharam que a adoção poderia ajudar nessa dor.

        — Forte sinal de energia Artron. — Rory falou baixo com medo de alguém ouvisse. 

        Energia Artron, também conhecida como energia do Tempo, poderia ser radioativa se exposto ao vórtex do tempo, mas fora isso era normal. Muitos seres no universo usavam a energia Artron de alguma forma, desde para energia elétrica como para naves. Alguns poderiam usar para outros meios como os Senhores do Tempo que utilizavam para se regenerar.

        Geralmente o Artron não era percebido mesmo que fosse algo natural em todos os lugares. Nos seres humanos tem num nível pífio e que ninguém liga. Em seres que viajam no tempo o Artron se torna mais presente. É a mesma regra do álcool. Um certo nível ninguém liga, quando atinge um nível x, se torna visível. Se atingir um nível específico... É problema.

        Na Inglaterra, após 63, passou a ter muita ocorrência de Artron elevado. Embora todos os viajantes do tempo utilizam o Artron, apenas em naves mais evoluídas o nível é "preocupante". O Artron nesse caso fica preso no viajante como uma assinatura. E só tinha uma nave que poderia ter aquele nível de Artron que Rory mostrava em um aparelho..

        O aparelho parecia um smartwatch de última geração. Um aparelho que ele mantinha escondido para monitorar possíveis viajantes do tempo. 

        — Será que é ele? — Amy perguntou.

        — Impossível. Ele está proibido de vir aqui. — Rory respondeu.

        — Sabe que ele não obedece muito às regras, não é? — Amy falou com esperança.

        — Sabe que tem regras que ele simplesmente não pode. Essa é uma delas. Infelizmente estamos mortos para ele. 

        — Eu sei. Mas ainda tenho esperança. — Amy foi abraçada.

        Ela sentia saudades do Doctor, e da família. Rory também. Ainda mais do pai dele, que não sabia que tinha um túmulo do filho na cidade de Nova York. Na verdade, o pai dele nem tinha nascido ainda.

        Sabe qual o problema das viagens do tempo? A morte não liga para ordem cronológica e o tempo sempre se adapta como se você não fosse importante, até porque não é.

        Eles tinham sido companheiros do Doctor e a despedida foi traumática. Oficialmente morreram em 2012 e ambos tinham consciência do túmulo que compartilhavam. A vida e a morte é assim, não é? Para eles ainda iriam viver muitos anos, mas para o Doctor e todos da época deles... Estavam mortos. Na verdade, a família deles não sabiam ainda dessa última parte, mas pelo menos o pai do Rory iria saber em algum momento. 

        — Se não é o Doctor, quem será? Quem conseguiu pousar uma nave aqui? As linhas do tempo estão misturadas. A River consegue com o manipulador de vórtex e é a única com nível de Artron elevado que poderia vir aqui... E ela não ficaria sem avisar, mesmo não podendo nos ver — Amy conclui. 

        — Quantas pessoas conhecemos que tem manipulador de vórtex? — Rory pergunta.

        — Com esse nível elevado é improvável que esteja aqui por meio de um método barato de viagem no tempo.

        — Será que...

        Amy sabia onde Rory queria chegar. Os assassinos solitários, os seres tão antigos quanto o universo. Ninguém sabia onde eles vieram e o que são realmente. Tudo que se sabe é que se movem quando não vistos. No momento que você pisca... É melhor não piscar.

        Eles foram a causa da morte dos dois e do porquê o Doctor não poderia estar em Nova York naquele período. Tá, essa última parte também tinha culpa dos dois. Mas basicamente aqueles seres estavam envolvidos.

        — Sabe o acordo: eles não mexem com a gente e não mexemos no negócio deles. — Amy diz. 

        — Isso porque estamos mortos, não é? Não podemos sair daqui. — Rory diz. — Mas se trouxeram alguém do futuro para esse momento, então podemos fazer algo.

       

        Algumas horas atrás naquela mesma cidade e em 2024

       

        — Bem-vinda a New York! — O Doctor falou.

        Estávamos perto do centro da cidade. Era exatamente como se via na TV. Toda aquela gente de um lado para outro e telas enormes com anúncios em néon. O Times Square se erguia imponente por todos os lados.

        Eu ainda me sentia estranha por tudo que aconteceu algumas horas atrás e parecia que o Doctor tentava me esconder algo importante. Eu tinha perguntado o que aconteceu com a Rani, mas ele disse para não me preocupar. Mesmo assim eu estava preocupada.

        Mas focando no que importa, em tese estávamos alguns meses no futuro. E tinha outro detalhe: eu recebi uma melhoria no meu celular que permitia falar com minha mãe por ligação independente de qual lugar do tempo e espaço que eu me encontrava. Como isso poderia ser possível? O Doctor disse que eram só dados. Os dados viajam pelo tempo e espaço. O que obviamente não responde a pergunta, porém agora eu tinha um celular que poderia ligar para qualquer pessoa do tempo e espaço. Isso já basta 

        — Adoro New York! — Uma voz falou. Eu não pôde deixar de revirar os olhos. — Na verdade eu prefiro a New New New York, mas nada melhor que a primeira.

        — O que ela faz aqui? — Eu perguntei para o Doctor.

        Não tinha sido a primeira vez da pergunta e a resposta sempre foi para eu ignorar a Erue Osemsuot... Bom, o nome era Mestre que na verdade era Missy e que por fim foi o primeiro amor do Doctor. Isso era até fofo, mas eu não confiava nela. Sabe quando o santo não bate?

        — Tanto ódio no coração! — Missy disse.

        — Eu não gosto de você. — Eu afirmei.

        — E é a melhor coisa que faz. — Missy sorriu. — Por isso merece isso.

        Ela me entregou uns números que não faziam sentido nenhum para mim.

        — O que é isso?

        — Loteria. Não sou humana e por isso não tenho interesse em dinheiro, mas vocês humanos parecem gostar disso.

        — E por que está me dando?

        — porque eu gostei de você.

        Talvez eu tenha julgado errado a Missy.

       

        Em 1946

       

        Eu julguei correto a Missy. Eu só errei uma vez. Quando achei que tinha errado com a Missy. Como ela pôde fazer o que fez?

        Fazia poucas horas que eu tinha chegado naquele momento do passado, e eu não sabia o que fazer. O Doctor tinha me entregado um papel psíquico... Bom, eu tinha visto um jogado em um canto e pensei: por que não? Um negócio que poderia te abrir portas parecia um bom negócio naquele momento. Entretanto eu não sabia como usar aquilo. 

        Entrei em um lugar que parecia um pequeno restaurante. Estava com fome do cão e não tinha dinheiro nenhum. O papel psíquico tinha várias folhas já que parecia uma carteira e tentei pensar no que o Doctor disse.

        O papel mostrava aquilo que a pessoa queria ver. Bastava, aparentemente, dar uma ideia para a pessoa imaginar. Então fiz o que pensei por primeiro. Arranquei algumas folhas e soltei na mesa. Se desse errado eu estaria ferrada.

        — Uma mesa com privacidade e me traga o cardápio. 

        Eu poderia ver os cifrões nos olhos do homem do restaurante. Se eu estava me sentindo culpada? Estava. Mas a fome aperta.

        Eu me sentei perto da janela e podia ver a rua. Eles não faziam questão de se esconderem. Nem precisava na verdade. Eu era a única pessoa que sabia o que eles eram... Com exceção do Doctor e da Missy, mas esses dois estavam muitos anos no futuro.

        Não demorou muito e no restaurante teve um murmúrio. Olhei e vi um casal entrar. A mulher, que era ruiva, era a causa do murmúrio. As pessoas pareciam querer autógrafo da mesma que apenas sorria e agradecia o carinho. De onde eu conhecia aqueles dois? Bom, eram famosos pelo jeito, mas quem? Eu tinha a certeza que os tinha visto entretanto não sabia dizer onde.

        Por causa dos que me perseguiam eu estava atenta a tudo. Inclusive ao fato do homem pegar algo que parecia um relógio e mover de forma que ninguém notasse. Não levou um segundo e ele me encarou e olhou o relógio e me encarou novamente. Ele tocou na mulher e me apontou. A mulher me encarou como o homem, como se tivessem encontrado o que procuravam.

        Os dois conseguiram sair do meio das pessoas e vieram em minha direção. Ao mesmo tempo, o garçom chegou com a minha comida que parecia gostosa. Tirei mais uma folha e dei ao homem que sorriu como se tivesse ganhado na loteria.

        — Isso é errado! — A ruiva falou. — Papel psíquico não é para isso.

        Eu poderia estar preocupada com os dois se não fosse a minha fome e o fato dos assassinos silenciosos me encararem. Não tinha mais nada a perder.

        — Estou com fome. Vi que é famosa, se quer pagar...

        — Energia Artron bem elevada, não é? — O homem falou. — Não andou caindo no vórtex do tempo?

        — O que você é? — A ruiva perguntou.

       

        2024

       

        — Então, Doctor, onde você vai sempre tem problemas? — Eu pergunto de forma despreocupada.

        — Claro que não. — Ele responde meio ofendido. 

        — Vocês humanos diriam que ele tem TDAH. — Missy comentou. — 98% dos problemas poderiam ter sido resolvidos se tivesse psiquiatra para cuidar do Doctor na universidade. 

        — Falou a psicopata. — Doctor resmunga. 

        — Psicopata não! Sociopata. Tem diferença, querido.

        — Eu não tenho TDAH. — O Doctor fala. 

        Eu só queria comprar alguma coisa. Talvez tirar algumas fotos, mas sabia que teria que tomar cuidado para não aparecer nenhum dos fantasiados nas ruas. E era o que eu estava fazendo. Talvez depois eu tentasse convencer o Doctor a me conseguir mais dinheiro. Afinal, parecia que o universo era a sua caixinha de areia.

        Assim eu estava até ver uma estátua de anjo. As mãos do anjo cobriam seu rosto. Era uma estátua que parecia de pedra, mas notei que não era uma estátua normal porque se moveu. Foi um movimento leve, mas eu notei.

        — Estátua viva. Que legal! — Eu falei com um sorriso. 

        Sempre ouvi falar dos artistas que fingiam ser estátua. Achava uma arte muito boa.

        — Como é? — O Doctor perguntou 

        — Estátua viva — Apontei para o anjo que agora olhava para nós e não cobria a face.

        — Temos que sair daqui. — O Doctor falou.

        — O quê? — Eu ia me virar, mas o Doctor gritou.

        — Não tira os olhos dele e não pisca.

        — O quê? — Eu perguntei me virando.

        — Não tira os olhos do anjo! — O Doctor gritou. 

        Quando olhei novamente o anjo estava muito mais próximo de mim e nunca posição mais assustadora. Aquilo não poderia estar acontecendo. Ninguém se movia tão rápido assim.

        — Missy! — O Doctor chamou a outra. — Pode ficar olhando o anjo? 

        — Claro, por que não? — Ela suspirou. — O que pode acontecer?

        — Olá Doctor! Nos vemos de novo, não é? — Uma voz falou não sei da onde.

        — O que você quer? — O Doctor perguntou olhando para o anjo.

        — Nós anjos nos alimentamos do Artron. É o nosso alimento e o que permite que vivamos. — A voz falou de novo. Só então notei que veio do anjo.

        — Eu nunca vou permitir. — O Doctor respondeu firme.

        — Nós anjos já sabemos disso.

        — Allyh, volte para a TARDIS... AGORA! — O Doctor meio que gritou.

       

        1946

       

        — Então, o que você é? — A ruiva me perguntou novamente. 

        Não me entenda errado. Eu estava presa no passado, sozinha e até pouco tempo atrás estava com fome. O que fazer quando não conhece ninguém?

        O casal não me era estranho, mas com barriga vazia não dá pra pensar, não é? Olhei para os dois e finalmente entendi de onde eu os conhecia. Eu tinha os visto nos dados da TARDIS. Pelo que me lembro eram os pais da River Song, a esposa do Doctor e companheiros dele no passado. Rory e Amy Pond.

        — Vocês são os sogros do Doctor, não é? — Eu perguntei. A ruiva fez uma careta como se tivesse dito algo errado.

        — E você é a companheira nova dele? — Rory fez a pergunta.

        — Não diria exatamente isso. Mas sou. 

        — E onde ele está? — Dessa vez foi a Amy.

        — Em 2024. 

        Os dois fizeram uma cara de quem esperava por algo do tipo. Eu teria que precisar de ajuda para sair daquele tempo ou mandar uma mensagem para o Doctor. 

        Até onde eu sabia, não teria como saber o tempo e lugar que eu estaria, exceto se eu mandasse uma mensagem com o meu endereço e tempo. A pergunta é: como? 

        — E como veio parar aqui? — Amy questionou mas eu notei que ela parecia saber a resposta, mas precisava de uma confirmação.

        — O que sabem sobre os Anjos Lamentadores? 

        — Basicamente? Tudo que é possível saber. — Rory respondeu.

       

        2024

       

        O Doctor corria ao meu lado enquanto Missy ficava para trás. A ideia parecia me proteger, embora eu não soubesse o porquê.

        Não demorou muito e chegamos na TARDIS e fui praticamente jogada para dentro.

        — O que está acontecendo? — Eu quis saber.

        — Anjos. É isso que está acontecendo.

        Missy entrou na sequência como se estivesse entrando e impedindo que alguém entrasse junto.

        — Claro, anjos. O que mais poderia ter? — Eu disse de forma irônica.

        Já tinha chegado em um nível que nada mais me surpreendia. Anjos? Beleza.

        — Não são anjos como vocês imaginam. — Missy disse. 

        — E o que são? 

        — Allyh, se você viajasse para dez mil anos no passado e tivesse que explicar o wi-fi e o bluetooth, como você faria? — Missy falou de forma simples.

        Certo, seria impossível de explicar de uma forma lógica que a pessoa de dez mil anos no passado pudesse entender. 

        — Nesse exato momento o Doctor está tentando pensar em uma forma simples de te explicar. Mas vamos lá: anjos são pedras. Só podem se mover quando não vistos e se movem na velocidade de uma piscada de olho. Então não pisque. Se ele te pegar, você é jogada no passado e ele se alimenta de todos os anos que você viveu no passado.

        — Como assim pedra?

        — Eles são pedras. — O Doctor respondeu. — É uma trava quântica e parte da biologia deles.

        — Ninguém nunca pensou em capturar um e sei lá, fazer experiências? — Eu quis saber.

        — Você se daria muito bem com a Rani. — Missy se sentou. — Quando um anjo percebe que será aprisionado ou que corre risco, usa a tua principal vantagem contra você.

        — Como assim?

        — Aquele que detém a imagem de uma anjo se torna o anjo. Como você não pode piscar, a imagem do anjo se prende na tua mente. Então o anjo simplesmente se transporta para o teu corpo e em minutos você deixa de existir. — O Doctor disse.

        — Então basta ir embora, não é? — Eu perguntei. Mas o silêncio tomou conta do local.

        — Você não conhece o Doctor, não é? — Missy falou com um sorriso. — Os anjos conhecem. E devo dizer que não é só um, pois eles nunca andam só. 

        — E o que será que eles querem? 

        — Eles devem estar procurando uma fonte de energia Artron muito elevada. Quase o santo graal da energia Artron. — Missy comentou sem nenhuma emoção. — Desde que a Criança Atemporal foi descoberta, que no caso é o Doctor, um ser capaz de se regenerar de forma infinita, surgiram boatos da existência de outra criança. Aparentemente o Doctor tem uma irmã, ou irmão, por aí. 

        Não era a primeira vez que ouvia aquilo. O Dalek tinha falado o mesmo e depois os Gelth também. A família do Doctor! Ele tinha dito que poderia ser só um blefe, mas e se não fosse? 

        — Um outro Senhor do Tempo? — Eu perguntei.

        — Eu sou um Senhor do Tempo porque fiz a universidade dos Senhores do Tempo. Se eu realmente tenho algum parente por aí, ele ou ela não é um Senhor do Tempo. — O Doctor respondeu. — Talvez nem saiba o que é. 

        — E você não sabe qual a tua raça? — Eu quis saber.

        O silêncio do Doctor fez eu ter opinião diversa sobre o que significava.

        Talvez ele tenha pesquisado sua origem. Ele era bastante curioso sobre tudo. Não seria absurdo ele ir atrás da sua história. Mas se ele não foi, provavelmente outros foram.

        — O destino traça a história! — Missy sorria.

       

        1946

       

        Não demorou muito e fui convidada a sair dali junto de Amy e Rory. Eu cheguei a olhar para os anjos e eles pareciam não se importar comigo. Bom, eu era um boi no abate. Já não oferecia risco nenhum.

        — Viu o próprio túmulo ou alguém viu esse túmulo? — Rory perguntou.

        — Que pergunta mórbida! — Eu falei.

        — Todo mundo tem um túmulo em algum lugar do tempo e espaço. — Amy falou direta. — É proibido aos viajantes do tempo conhecer o próprio túmulo. Bom, eu e Rory conhecemos. Não foi uma experiência boa.

        — Em minha defesa, foi um acidente. — Rory comentou.

        — E eu decidi te seguir. — Amy completou. 

        — Fofo! — Eu suspirei. — Estava longe de qualquer túmulo ou lugar que poderia ser identificado como um túmulo. 

        — E conhecendo o Doctor, ele ficará longe de qualquer coisa que possa te identificar como morta. — Amy sorriu sem mostrar os dentes.

        — Acha que ele vai tentar me achar? 

        — O tempo possui bilhões de anos. São bilhões de possibilidades. É óbvio que ele vai procurar. — Rory falou com tamanha certeza que acabei confiando.

        — Mas tem a suspeita dele já ter uma ideia do período. — Amy revelou a nova possibilidade. — Dado o fato de ser New York, diminui bastante o período. Só que ele não poderá vir aqui.

        — Por quê? — Eu quis saber.

        — As linhas do tempo ficaram confusas quando fugimos dos anjos. Meio que foi criado um paradoxo muito confuso. Claro que fomos forçados a retornar e o paradoxo só aumentou. Se o Doctor vim aqui, é capaz de explodir toda a New York. — Amy disse sem nenhuma emoção. — Por causa desses paradoxos o Doctor não pode nem chegar perto da gente.

        Amy falava com uma dor na voz. Eu estava entendendo melhor o concerto de fantasmas. Amy, Rory e River estavam vivendo suas vidas, mas para o Doctor estavam mortos. Talvez fosse um paradoxo muito confuso para o tempo ter que explicar como você iria se relacionar com quem viu morrer. Nunca voltar para trás, sempre seguir para a frente. Essa parecia a única regra válida.

        Se o Doctor quisesse me salvar, teria que ter certeza que eu ainda estava viva para ele. Ele não poderia me declarar morta ou ver sobre a minha morte. Entretanto não poderia chegar aqui. Eu estava presa, não só no tempo, mas no espaço pelo jeito. 

        — Existe um meio. — Amy falou em tom que mostrava autoridade. — Já visitou Niagara Falls?

        — E o que tem lá? 

        — Nada. Só uma das cascatas mais famosa do mundo... E não fica em New York. 

        — Teríamos que sair de New York. — Rory lembrou Amy. — Nós já estamos mortos e não podemos nem sair por muito tempo daqui, mas a Allyce está provavelmente viva ainda. Os anjos não vão querer deixar ela sair facilmente. E mesmo que conseguir, ainda teremos que achar um meio de entrar em contato com ele.

        — Se ele já sabe onde a Allyce está, perceberá que nós a encontramos e saberá que nos ensinou como agir.

       

        2024

       

        Eu notei que o Doctor estava em silêncio por muito tempo. Então ele se levantou.

        — Não importa. Vamos embora que ganhamos mais. — Ele falou por fim.

        Nesse mesmo instante o telefone da TARDIS tocou, o que fez eu me assustar. Tinta telefone na TARDIS?

        Ele pegou o telefone e falou.

        — Oi! 

        O que se seguiu foi um silêncio da parte dele. Ele olhou para a Missy e depois para mim. Então finalizou a chamada.

        — Entendi. — Depois disso colocou o telefone no gancho. — Mudanças de planos, nós vamos ficar.

3850 Palavras


Nota: A Criança Atemporal é uma polêmica entre os fãs da série, mas eu gosto e não iria ignorar. Devo dizer que vou dar uma explicação mas é a minha. A série ainda não disse o que diabos a raça do Doctor e o que é a Criança Atemporal em si. Eu vou usar o Canon do universo estendido. Na série, no futuro, a explicação pode ser outra.

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