"Então vai, vai e leva esse falso amor...se um dia você me amou eu não acredito mais, eu não acredito mais"

Hiago

 Os policiais haviam dito que iria me liberar no dia seguinte, estava deitado no chão frio daquela cela, minha vida começou a passar como um filme em minha mente.

Primeiro me lembrei da minha ex - mulher, como tudo ia bem no começo, mas depois foi descansando depois do nascimento do nosso filho, segundo foi com a Alexia que tinha tudo pra dar certo se não fosse o fato dela escolher o trabalho ao invés de mim e depois na Giovana uma namorada dedicada quem achou que no final iria terminar comigo por causa da faculdade.

Só sei que a partir de amanhã irei fazer de tudo pra mudar, me tornaria um cara melhor.

Dias depois.....

Taliyah

Esses últimos meses a minha vida virou uma total loucura, muitas entrevistas e eventos pra comparecer.

Quando foi a minha entrevista no rádio da minha cidade de propósito citai o nome do Hiago, não sei porque, mas achei que aquele momento seria perfeito pra me vingar dele de alguma maneira e com ajuda de uns fofoqueiros conseguiram fazer todos saberem que era ele que se tratava.

Sei que fiz errado, mas no fundo, era algo que estava me incomodando, ele saiu livre depois de tudo que me fez chorar.

Estava em casa dando a última provada no meu vestido que iria usar no evento que consistia em promover a leitura.

— Está parecendo uma princesa — Minha mãe me elogiou com um belo sorriso, enquanto mexia em seus próprios cabelos cacheados.

— Obrigada mãe — agradeci.

— Filha seu pai não queria que eu falasse, mas Hiago veio aqui á tarde te procurar e depois nesse mesmo dia a noite fez um maior escândalo aqui no portão tivéssemos que chamar a polícia — contou.

— No dia que estava na lanchonete com o Rafa o vi passando ele de carro — contei.

— Não devia ter falado o nome dele, na entrevista filha — me repreendeu.

— Não adianta ficar remoendo, o que passou mãe — falei irritada, vestindo o meu macacão de short curto, camiseta lilás e os meus all star.

— Sou sua mãe — me lembrou.

— Não comece dona Júlia — debochei.

— Sabe que odeio que me chame desse modo — falou cruzando os braços.

— Tá bom, mãe, já foi — falei irritada — Vou ver a série com a minha vida agora — falei indo até o quarto. 

Carinhosamente chamo o meu irmão de minha vida desde que éramos crianças. Não gosto de ficar discutindo com a minha mãe, ela sempre diz palavras que machucam porque ser dona da razão.

No dia do evento....

Estava tão linda, me arrumei mas do que deveria, estava usando um vestido simples que batia até no joelho bege, saltos pretos médios, uma maquiagem bem neutra como dizia a minha mãe que consistia numa, sombra cintilante marrom e um batom nude e finalizei o meu cabelo como de costume.

Estava decidida assim que acabar o evento irei falar com o Hiago não foi certo ele ter feito um escândalo na minha rua, com essa correria não tive muito tempo pra nada, passava o dia todo com o Rafa pra resolver os últimos detalhes sobre o evento e voltava apenas bem tarde da noite apenas jantava e dormia. 

Estava com a autoestima lá em cima, resolvi tirar algumas selfies.

— Dona Júlia, realmente não mentiu quando disse que se arrumou demais — Rafa falou surgindo de repente, adentrando o meu quarto.

— Oie Rafa — falei sorridente e lhe dei um forte abraço — Porque sempre tão exagerado? — o questionei.

— Não exagero, apenas falo a verdade — respondeu beijando a minha bochecha.

— Quem vê acha que sente algo por mim — debochei, vendo ele me encarar sério.

"Será que ele não percebeu que estou zoando?" perguntei pra mim mesma mentalmente.

— E se eu sentir? — me questionou, arqueando uma das suas sobrancelhas.

Meu coração gelou completamente por aquela hipótese.

— Eu vou me perfumar — falei em pânico, me esquivando da sua pergunta — Me espere na sala — pedi.

Ele saiu em silêncio, peguei meu perfume e borrifei uma quantidade considerável, coloquei brincos, pulseira, anel e um colar.

Rafael Donizeti é o tipo de rapaz que me casaria sem pensar duas vezes, ele é muito lindo, educado e me trata tão bem. Tenho medo de me envolver já que é um cara tão culto e sabe tantas coisas sobre a vida apesar de ser 3 anos mais novo que eu, apesar que também tem a questão dele ser rico e eu não tenho onde cair morta, não quero que pense que estou ao lado dele por interesse.

Me despedi dos meus pais e a minha avó que ainda estavam se arrumando, iam ir mais tarde. Sai pra rua pra encontrá - lo, ele estava encostado no seu jipe azul conversando com o meu irmão.

Desde quando ele começou a passar uns dias aqui na cidade, ganhou o carinho de toda a minha família. Pare de pensar nisso, Taliyah ele só disse aquilo apenas pra me provocar. Me despedi do meu irmão e olhei pra ele.

— Vamos? — perguntei.

— Sim — respondeu, abrindo a porta do carro pra mim, entrar e em seguida fez um cumprimento com um irmão e entrou no carro.

No queria conversar com ele, já que estava sentindo um clima estranho entre nos, liguei o rádio  deixando numa estação aleatória mas logo ele desligou, me fazendo o encarar confusa.

— Porque não quer falar comigo? — perguntou.

— Nada não — respondi.

— Eu nunca gosto de nada, e gostei tanto de você — falou.

— É? — o questionei irritada.

—Droga — falou passando as mãos em meus próprios cabelos.

—O quê? — perguntei confusa.

—Eu estou falando de gostar no sentido de amar — respondeu.

—E daí? — perguntei friamente.

— E daí que vai acontecer tudo de novo — respondi.

—O quê? — perguntou confuso.

—Vou sentir demais, falar demais, escrever demais e no final irá embora — respondi magoada.

— Olha Taliyah sei que não confia muito em homem depois do idiota do Hiago mas eu não sou ele — falou irritado.

— Somos melhores amigos apenas — o lembrei.

— Amigos? Eu não consigo te ver mais como uma amiga desde da nossa primeira conversa, você é a mulher que quero me casar e depois ter os meus gêmeos — revelou.

Estava perplexa com sua revelação, achei que era zoeira da sua parte, por sorte olhei pra janela vendo que havíamos chegado na praça.

— Vai ficar calada? — perguntou — Achei de me declarar pra você e parece que não foi o suficiente — falou irritado.

— Eu...... — não conseguia formular uma frase concreta então desci do carro euforicamente.

Nem vi quando havia chegado no meu camarim improvisado, secava o suor que insistia em descer no meu rosto e bebi muita água.

Em pouco tempo, o organizador do evento chegou me explicando como seria o esquema daquela tarde.

Rafa não veio aqui me ver, tenho certeza que está irritado comigo, entrei em pânico nunca ninguém havia dito pessoalmente coisas tão lindas.

Admito que sinto algo por ele, mas não consigo explicar o que é.

Fui tirada dos meus pensamentos, ao ouvir a porta do camarim sendo aberta, me virei de costas pra ver quem era, assustei ao ver que era o Hiago, que fechou a porta atrás de si.

— O que está fazendo aqui? Veio estragar o meu grande dia? — perguntei irritada.

— Não — respondeu — Precisamos conversar é essa foi a única maneira que encontrei de fazer isso, já que sempre quando vou à sua casa diz que não está — explicou.

— Talvez eu só não queira falar com você, nunca pensa nessa teoria? Porque tem que ficar me procurando sendo que eu não quero te ver o que deu o que tinha que falar já foi todo escrito no meu livro então não tem mais nada a fazer — conclui.

— Desde que você publicou aquele livro minha vida virou de cabeça para baixo, eu não fui o primeiro cara que iludiu uma garota e nunca serei o último, sempre existiu cara como eu nem sei porque esse drama todo — falou cinicamente.

— Não tenho tempo a perder com você, tenho tanta coisa pra resolver — falei irritada.

— Você arrumou problema para o meu lado, então agora resolva, estou cansado das pessoas me verem na rua e cochicharem entre elas por algo sem importância — falou friamente — Por sua culpa todos estão dizendo que eu sou a pior pessoa do mundo — desabafou.

— Não é a pior pessoa do mundo, apenas que palavras bonitas se tornam descartáveis perto de atitudes estúpidas — desabafei.

— Isso não tem nada a ver com a porra daquele livro e sim se trata da minha vida — falou dando um forte murro na parede — Não somos Jane e Michael, pelo menos ela escreveu um livro bonito sobre ele — comparou.

Me senti lisonjeada por ele ter visto uma das minhas séries favoritas, num momento como esse não sei porque estava pensando nisso, afinal estou acabando de discutir com um cara que me fez tanto sofrer.

— Nem venha se comparar com o bebê do Michael — rebati.

— Desminta que é sobre um fato real, só assim irei ter a minha vida de volta — implorou.

— Não irei fazer isso, essa história havia escrito pra abrir os olhos dos babacas que nem tu, o preço de iludir alguém, custa falar que não quer nada sério? Se as pessoas deixassem as coisas mais claras não iria existir tantos corações partidos — cuspi as palavras.

Ele me olhava sem reação, um minuto de silêncio ficou entre nós, o único barulho que ouvíamos foi da movimentação lá fora.

Até que a porta improvisada foi aberta bruscamente, vejo que era o meu amigo.

— Foi por causa dessa merda, que partiu o meu coração? — Rafa perguntou bravo, até deu pra notar que seu rosto assumiu uma tonalidade vermelha de tanto bravo.

— Não é isso que está pensando — falei tentando acalmar.

— Calma aí cara, só estamos conversando — Hiago argumentou.

— Não venha de mim para o meu lado rapaz — falou olhando para o Hiago e em seguida olhou pra mim — Daqui a pouco começa o evento não se atrase — avisou saindo.

Queria ir atrás dele, mas fui impedida pelo braço forte do Hiago.

— Então o que quer eu faça? — me questionou.

— Apenas se esqueça que um dia essa trouxa te amou — respondi friamente e sai dali á procura do meu amigo, mas não o encontrei, deve estar esfriando a cabeça em algum lugar.

O evento ocorreu bem, apesar de algumas pessoas insistirem em perguntar sobre os acontecimentos do meu livro, espero que depois de hoje estimule as pessoas sobre a importância da leitura, porque um escritor é um ser extraordinário já que escrever sobre momentos que não viveu, pessoas que não conheceu e sentimentos que não sentiu e ainda nos deixa encantados com suas invenções e apaixonados por personagens que não passam de ficção.

Precisava ainda resolver as coisas com o meu amigo, depois de ter me livrado da empresa e das pessoas, andei sem rumo a sua procura até que o encontrei falando com a equipe que havia organizado o evento.

— Rafael — o chamei, não o chamei pelo seu apelido carinhoso por causa que estávamos num local de trabalho.

— O que você quer comigo? — perguntou grosseiramente.

Nada respondi, apenas o puxei para um beijo, quando nos separamos, ambos estávamos com um sorriso bobo nos lábios e as pessoas que estavam ao nosso redor nos encaravam sorridentes, mas ao mesmo tempo, surpreso

— Isso significa que agora estamos oficialmente juntos? — perguntou.

— É — respondi — Quem sabe você não seja o meu Téo — falei beijando a sua bochecha.

Agora entendo o motivo de sempre quebrarmos a cara com a pessoa errada, pra que quando chegasse a certa damos valor e fazer de tudo pra sempre feliz. 

Nunca se esqueça da seguinte frase: ''Você é forte e se permita viver, pare de pensar o que os outros vão pensar! Viva por você, pra você, com você! Pare de pensar que vai magoar os outros, pois lhe prometo que eles não pensam se irão te machucar! Viva, se permita viver!''

* FIM, ops ainda falta falarmos do final do nosso canalha favorito calma aí...

Era mais um dia comum chuvoso naquela pequena cidade, se não fosse o fato de Hiago estar mexendo no seu notebook, mas precisamente na rede social facebook, ele prometeu a si mesmo que iria mudar até tentou, mas não deu muito certo, um perfil de uma moça chamou a sua atenção lhe adicionou e ela lhe aceitou em poucos segundo depois.
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Hiago: Boa noite, anjo, está tudo bem?

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E lá vamos nós de novo......

Agora sim é um ''Fim''' rsrs.

Muito obrigada a todos que acompanharam essa história. Sintam - se vontade pra ler outras obras minhas que estão maioria concluída.