Áries
De 21 de Março a 20 de abril
Áries é o primeiro signo do zodíaco e possui dentro de si a energia dos inícios. É um signo do elemento fogo, regido por Marte, conhecido como o deus da guerra e da paixão. Na trilogia do fogo, Áries representa a faísca.
Aviso
Neste capítulo contém palavras de baixo calão e cenas de sexo explícito
Estar solteira novamente era uma merda.
Sim, era uma merda independente do que falassem para mim a respeito de que se poderia viver minha vida intensamente.
Já fazia um bom tempo que não me encontrava naquele status social e poderia se dizer que eu havia perdido o costume de estar assim.
Namorava com meu ex desde os quatorze anos, dado aos meu atuais vinte anos eram seis anos juntos.
Seis anos que aquele maldito havia jogado fora por um par de pernas longas de uma praticante de vôlei.
Que ele fosse para o inferno juntamente com ela e que o diabo lhe dessem boas vindas por lá.
Enquanto que meu ex, que infelizmente não estava no inferno e sim em uma lua de mel com a bela loira de pernas longas em Cancún, aqui estava eu comendo brigadeiro diretamente da panela e escutando músicas antigas da Marília Mendonça ou seja o auge da fossa.
A minha situação era bem tosca já que o maldito não merecia uma gota das minhas lágrimas. Logo eu que era conhecida por não ter sentimentos que me deixassem tão expostas e que, segundo meu signo, me deixavam com um ar misterioso justamente por eu não os demonstrar.
E mesmo assim me encontrava chorando por um cafajeste traidor.
Nem as mil pragas que já roguei para que seu pau murchasse a todo momento da lua de mel deles estava resolvendo o meu dilema e nem me fazendo sentir melhor.
Ao terminar o que seria a quinta vez que escutava infiel escutei a campainha tocando três vezes consecutivas.
Revirei os olhos, pois eu já sabia quem era a única louca que fazia aquilo somente para me irritar.
Alana.
Sim. Minha amiga sagitariana com seu espírito aventureiro e alegria demais para meu momento fossa. Tudo o que eu não precisava.
Me direcionei até a porta e olhei pelo olho mágico para confirmar que de fato era ela mesma e, para minha infelicidade, linda demais.
Seus curtos cabelos ruivos estavam presos com algumas mechas soltas atrás deixando seu rosto livre para ser apreciado com seus belos olhos verdes e sardas por todo o rosto e sorriso cativante.
Alana era a que chamava atenção pela espontaneidade. Normalmente os caras só me viam como um desafio já que eu era a mais calada das duas.
Fiquei tentada a não abrir e fingir que não estava em casa, mas quando ela apertou a campainha mais três vezes eu sabia que não haveria desistência e para concluir o término da minha farsa, Marília começou a cantar de novo.
— Nem pense em fingir que não está em casa Charlotte Santos. — Bati levemente com a cabeça na porta e por fim a abri.
— A que devo a honra?
— Já que Maomé não vai a montanha, cá estou.
— Uma montanha bem inconveniente. — Falei fechando a porta.
— Estou te ligando direto há dias Char. Não é possível que o canalha do Will tenha te afetado tanto. Ele foi um idiota aceite e segue sua vida. — Me joguei no sofá e olhei para o ventilador de teto que estava rodando sem parar.
Toda a minha vida ficou parada por dias por conta da traição de Will estar infurnada dentro de casa por conta daquilo não me ajudava.
Ele já deveria saber que eu me mantinha naquele fundo do poço enquanto que o idiota curtia a vida adoidado ao lado da loira rançosa.
— Ele te deu um pé na bunda e daí? Não pode deixar aquele cretino achar que é o último biscoito mofado do pacote. — Ela deu de ombros e pôs as pernas em cima da minha mesinha de centro.
— Te odeio por apontar o óbvio. — Eu sabia que ela tinha razão, só que assumir meu chifre e minha falha não era fácil, mas sim, necessário.
— Vim até aqui para te resgatar da sua torre bela dama. — Ela se levantou de um salto e fez uma mesura ridícula.
— Achei que somente os príncipes fizessem isso. — Dei uma risada.
— Não precisamos de homens quando se tem vibradores cara amiga. — Pior que Alana tinha razão.
Até quando eu iria ficar naquele fundo do poço somente esperando a Samara me ligar e dizer que eu tinha somente sete dias de vida?
Tinha que seguir em frente e mostrar para o bundão do meu ex que ele nunca foi nada para mim.
Não somente mostrar para ele, mas para mim mesma que eu me bastava.
— E o que pretende? — Perguntei como quem não queria nada.
— Noites de diversão e, com alguma sorte, sexo desenfreado e sem compromisso. — Me levantei entusiasmada.
— É promissor.
— O quê?
— Toda a proposta Alana. Raciocina comigo. Ter lances com homens sem ter o peso de uma relação para acabar com tudo. Somente diversão pelo tempo que eu quiser. — Quanto mais falava mais aquela ideia absurda, porém genial, tomava forma dentro da minha mente.
— Então vamos curtir a partir de agora. Bota aquele vestido vermelho que realça o tom de seus olhos e vamos.
Sorri para ela e assenti animada. Fui para o quarto pegar a minúscula peça de roupa e me preparar para a noite.
---*---
Após algum tempo na balada percebi que tinha sido uma péssima ideia.
Havia duas opções para minha falta de interesse em estar lá.
1. Eu ainda não havia me acostumado a ser solteira de novo e via aquilo como algo muito errado.
2. O ambiente realmente estava um saco onde só tinha homens abusados que tinham complexo de deuses e achavam que as mulheres tinham que dar glórias aos céus só por estarem em suas magníficas presenças.
Para ter que aturar aquele ambiente tão chato eu tinha que beber por isso que o quarto copo já fazia companhia para o terceiro, e o segundo e o primeiro.
Eu tinha que ir embora antes que a bebida subisse para meu cérebro e eu acordasse pela manhã na cama de algum velho tarado com a barriga maior que o pau.
— Ei amiga onde você vai?
— Acho que já deu para mim por hoje Alana. Minha cabeça está doendo, perdi o costume de beber.
— Vou te levar para casa então.
— Não precisa. — Falei a impedindo.
Me levantei da banqueta alta e vi o ambiente a minha volta rodar. Somente aquilo já me dava noção de que a bebida já estava fazendo o seu efeito.
Quando me virei bati de gente com uma parede de músculos e logo senti algo frio molhando a parte de frente do meu belo vestido.
— Mas que inferno, não olha para onde anda babaca... — O resto da frase ficou travado na minha boca ao analisar a bela espécime a minha frente.
Um homem alto, devo ressaltar que ele era bem alto, seu porte era atlético com ombros largos e com uma bela barriga chapada. Consegui visualizar, pois a camisa que ele vestia era bem apertada e me dava uma bela visão mesmo que as luzes escassas da boate não contribuíssem para aquilo.
Constatei que passei um bom tempo secando seu corpo quando o homem fez um barulho estranho na tentativa de chamar a minha atenção para seu rosto. Somente aquilo me fez corar de vergonha.
— Não sou babaca. Você que não olha para onde anda. — Ele disse confiante e seu tom de voz me irritou.
Olhar para seu belo rosto com olhos azuis, cabelos e barba ruiva me deixou desencontrada por alguns segundos e a atenção focada para sua boca me fez perder o fio da meada.
Balancei a cabeça para clarear meus pensamentos e os pôr em ordem. Somente assim consegui pensar em uma boa resposta.
— Você ensopou a minha roupa e como que a culpa é minha? — Ele olhou para o local onde uma mancha já se formava que era bem perto do meu decote e deu um sorriso ladino. Estalei meus dedos na frente do seu rosto, pois jurava que ele estava olhando não só para a mancha, mas também para meus seios.
— Olhos nos olhos.
— A visão que eu tinha era bem melhor. — Seu atrevimento juntamente com sua voz rouca, que era a própria personificação do sexo se houvesse voz, me deixou levemente excitada.
Aquele homem era um predador e eu era acostumada com predadores, e naquele momento eu estava afim de conhecer o terreno antes de voltar a ativa.
Não procurava sexo por enquanto só queria me familiarizar a ser solteira de novo e conversar com aquele homem não iria me ajudar, pois meu corpo estava disposto ao contrário.
— Essa conversa não faz sentido nenhum. Vou embora para retirar esse vestido com cheiro de bebida. — Falei emburrada e fiquei mais irritada ainda ao constatar que ele me seguia.
— Devo me desculpar com mais afinco, mas preciso saber seu nome.
— Está me cantando? — Falei me virando para o olhar nos belos olhos.
— Sim. — Ele disse com um sorriso de canto e cruzando os braços. O movimento fez com que seus bíceps ficassem ressaltados e aquilo me deixava atordoada.
Qual era o meu problema? Eu não conseguia falar, nem articular nenhuma palavra coerente perto daquele homem e eu mal o conhecia.
Eu deveria estar muito carente e afetada por estar daquela forma.
Pelo visto a traição corroeu minha inteligência.
— Vou embora.
— Só um momento. — Ele sacou uma caneta preta do bolso e aquilo me fez rir.
— Uma caneta? — Ele assentiu sem nada me dizer. Pegou minha mão e virou com a palma para cima para logo em seguida anotar uma sequência de números.
— Sei que se eu pedir não vai me dar então vou poupar o papo furado e dar o meu. Me liga se tiver interesse. — Ele se aproximou até ficar a meros centímetros de mim. — Pois eu estou muito interessado. — Um arrepio percorreu meu corpo com tais palavras, mas antes que eu pudesse dizer algo ele saiu do local me deixando sozinha ainda com a palma da mão virada para cima contemplando um certo número de telefone.
---*---
Fiquei o tempo todo olhando para aquele bendito número de telefone gravado agora no meu celular.
Não resisti e o fiz e logo um novo contato apareceu para mim também no Whatsapp. Devo dizer que esse homem na foto do perfil supera todas as expectativas, pois nela ele está sem camisa em uma praia. Gostoso era pouco para o que aquele homem era.
Decidi mandar as farvas o bom senso, talento adquirido em anos de namoro com Willian e mandei um "Boa tarde" para o descamisado.
Coloquei o polegar na boca e comecei a roer o canto da minha unha. Quando vi que ele já tinha visualizado e estava digitando uma resposta. Saí do aplicativo para que ele não visse que eu estava que nem uma coruja observando a espera de uma resposta.
Quando vi que chegou a mensagem esperei mais ou menos uns dois minutos e olhei para ver o que ele tinha me mandado e era um simples "Quem é?"
Oras será que o idiota não lembrava que tinha me dado o número?
Vai ver deveria ser aqueles bêbados inveterados que faziam coisas e nem mesmo lembrava no dia seguinte.
Seria deveras humilhante se aquele fosse o caso e eu não ficaria surpresa.
O homem era um deus grego de tão lindo, o que ele veria em mim?
Eu não estava me menosprezando e sabia que muito bem que era linda, mas aquele homem transcendia o nível de beleza ao qual deveria ter passado na fila umas mil vezes.
Mandei uma mensagem rápida dizendo: "não lembra de mim?"
Soava carente? Sim
Deprimente? Sem dúvida.
Mas eu já não estava ligando. O que era orgulho e dignidade para quem levou um par de chifres e ficou escutando Marília Mendonça durante uma semana? Nada.
"Seu perfil está sem foto, não há como saber e não estou com paciência para jogos, diga logo quem você é?"
A resposta chegou segundos depois de eu ter enviado a minha.
Arregalei os olhos desacreditada e fui olhar para de fato me dar conta de que havia removido a minha foto de perfil e esquecido de botar outra.
Como eu era idiota.
Pensei em tirar uma em tempo real, mas não estava toda trabalhada em uma bela maquiagem ou com uma bela roupa e não iria tirar uma foto com a minha melhor cara de que acabei de chegar do trabalho acabada e arrasada da minha vida.
Fui em minha galeria e escolhi uma rapidamente, uma bem recente em que estava de perfil em um ponto turístico do Rio. Eu segurava meus cabelos mostrando parte de meu pescoço enquanto que eles voavam para todos os lados. Conseguir aquela foto foi um feito e tanto devido ao medo dos diabos que eu estava naquele dia por estar no dedo de Deus e Alana me zoando pedindo para tirar uma foto legal.
"Reconheceria esses cabelos. A moça da balada". Ele disse assim que coloquei a foto.
"Como vai gata?"
Meu coração acelerou com aquilo. Ele lembrava de mim e quase fiz uma dançinha ridícula de vitória.
"Vou muito bem e vc?"
"Melhor agora. Decidiu que valho o seu tempo e me mandou mensagem?" Dei uma gargalhada com aquilo e resolvi apreciar seu humor ácido.
"Consegui espaço na minha agenda para descobrir o que um certo ruivo queria ao me conceder o número do telefone."
"Te conhecer melhor talvez?"
"Só isso?" digitei e fiquei olhando a mensagem antes de enviar.
Mais uma vez coloquei o polegar na boca e terminei de roer a unha pensando se deveria mandar aquilo mesmo. Era um tanto ousado e ele era homem, com certeza levaria para o duplo sentido e eu saberia que abri brecha para aquilo.
O anjinho no lado direito do meu ombro dizia para eu não o fazer, pois eu era uma moça que deveria prezar pela minha honra, mas o diabinho e minha mente rebelde o mandaram para o inferno que lá estava cheio de boas intenções e me mandaram não só enviar a mensagem como também aproveitar tudo que aquele ruivo gostoso tinha para oferecer.
Apertei em enviar e esperei saindo do aplicativo mais uma vez.
Esperei a mensagem, mas ela não veio rapidamente e quando entrei no aplicativo de novo vi que ele não estava mais online.
Ótimo, ele deveria achar que eu era uma tarada em busca de sexo. O que não deixava de ser verdade.
Willian não fazia sexo comigo há um tempo e aquilo já deveria ser a pista que eu precisava para saber de sua traição já que o mesmo era viciado em sexo.
Já fazia pelo menos um mês desde que tive contato com algo entre as minhas pernas e já tinha pensado ao ponto de comprar um vibrador para me satisfazer.
Estava tão perdida em meus pensamentos sobre um pau de um certo ruivo me satisfazendo que quase deixei o celular cair quando ele tocou chandelier da Sia em um alto volume.
Olhei e quase tive um infarto ao saber que era o ruivo gostoso.
Droga. Atender ou não?
Atender ou não?
Foda-se.
Deslizei o ícone verde e coloquei o aparelho no ouvido.
— Alô? — Não reconhecia a minha voz espelhada naquela tímida e quis me bater por pelo menos não ter treinado uma voz de atendente de tele sexo.
— Olá gata. Desculpe só lhe chamar assim é que uma certa mulher resolveu ignorar todos os meus pedidos para saber seu nome. — Soltei uma risadinha.
— Muitos pedidos? Você só me pediu uma vez.
— Touche. Enfim o motivo da minha ligação foi para perguntar se você não quer ir ao cinema?
— Eu e você? — Nossa, às vezes eu fazia cada pergunta estúpida que tinha vontade de arrancar meus cabelos de tão frustrada que eu ficava comigo mesma.
— Quer mais alguém?
— Não... É que... Droga me dá um desconto porra.
— Tudo bem. Sei que deixo as mulheres sem fala.
— Você é um filho da puta de um convencido.
— Sou realista baby. Topa? — Ponderei por alguns momentos aquela situação.
Seria certo eu sair com um homem que eu mal conhecia e que só havia visto uma vez?
Ele poderia ser um assassino em série.
Mas ele era tão amável. Minha mente gritava para mim, mas Ted Bundy também era e olha o que ele fez.
Eu tinha que olhar no Google para ver se eu fazia parte do perfil que ele gostava de assassinar.
— Está na linha ainda gata? — Droga. Fiquei devaneando por tempo demais.
— Topo. — Falei rápido demais para que não pensasse ainda mais.
— Não me disse seu nome.
— Nem você. — Rebati e escutei sua risada rouca que fez um arrepio delicioso correr pela minha espinha.
— Enrico. — Combinava. Era sexy como ele.
— Me chamo Charlotte.
— Nome lindo para uma linda mulher. Passo para te buscar hoje às oito. — Arregalei os olhos.
— Hoje?
— Alguma objeção? Tem compromisso para hoje? — Eu estava tentando arrumar alguma desculpa, mas dia de sábado eu não trabalhava então não havia o que dizer.
— Não.
— Te pego às oito. — A voz dele estava tão sexy que não pude levar para o duplo sentido da palavra.
Desligamos. Mandei meu endereço por mensagem para ele e joguei o telefone de lado.
Se eu já estava afetada por apenas conversar com aquele homem por telefone imagine frente a frente. Só esperava não pagar algum tipo de mico na sua presença.
Me levantei agitada e comecei a procurar alguma roupa que não gritasse vulgar demais ou casual demais e mandei uma mensagem para alana.
"Saindo com o gostoso ruivo da balada".
Apertei enviar e sorri amplamente o que não fazia há tempos.
---*---
Estava na frente do meu condomínio e com Alana ao telefone que desde que me ligou não parava de gritar sobre o gostoso de ontem.
Ao que parecia ela me viu conversando com aquele monumento e resolveu não interferir.
Não sei se agradeço a ela ou se a caço para matar, pois ela nem ligou se ele poderia ser um assassino e me deixou conversar com ele.
— Não é muito diferente do que você está fazendo. Aceitou sair com ele safada não me atire pedras. — Dei uma risada. Ela tinha razão.
— Deixo você sobre alerta se eu sumir procure meu corpo em matagais.
— Pare de ser extremista. Vai dar tudo certo estou fazendo figas aqui.
— Ótimo.
— Mas me diga o que está vestindo. Por favor, não me fale que está usando um moletom ridículo. — Revirei os olhos.
Olhei para minha aparência em um carro estacionado e sorri com meus lábios pintados de vermelho.
Eu estava dentro do aceitável com minha saia que chegava no meio das minhas coxas, que era meu melhor atributo devo ressaltar.
Uma blusa frente única e com meus cabelos soltos que chegavam quase até a cintura.
A maquiagem estava leve para dar bastante atenção para o vermelho de meus lábios.
Eu estava ok para os padrões de sensualidade natural.
— Me sinto gostosa. Como em muito tempo não me sentia.
— Aí que emoção. Meu bebê esqueceu que levou um par enorme de chifres e Esta saindo com um homem gostoso.
— Pare com isso vadia. — Vi um 4x4 prateado estacionando no meio fio e avistei Enrico saindo dele. — Tenho que desligar.
— Use camisinha safada. — Foram as últimas palvras que ela gritou para mim antes de desligar e agradeci que ele estava longe o suficiente para não escutar a vergonha em forma de Alana falando ao telefone.
Parei para analisar rapidamente cada centímetro delicioso daquele homem que andava de forma confiante até mim.
Ele estava com uma camisa azul, o que eu suspeitava que fora colocada de propósito, pois ressaltava a cor linda de seus olhos. Seu cabelo ruivo estava arrumado e a barba bem feita dava uma aparência máscula para ele.
Tudo o que não pude averiguar ontem por conta da luz precária e o efeito de quatro copos de bebida, com mais clareza o fiz hoje e me dei tapinhas imaginários nas costas por aquele homem ser um puta gostoso.
Eu iria me divertir ao infinito e além com ele. Sem amarras e sem o preconceito da sociedade de que mulheres não podem aproveitar encontros 100%. Se fosse da minha vontade eu andarei naquela montanha russa com muito prazer.
— Olá. — Falei sorrindo quando ele estava bem próximo de mim.
Para a minha surpresa ele enlaçou a minha cintura e deu dois beijos em minhas bochechas que eu sentia arder pela vergonha.
Aquilo sim era uma surpresa.
— Não gosta de perder tempo não é?! — Falei divertida.
— Não faz parte do meu estilo baby. Está linda demais. — Seu olhar minucioso passou cada centímetro do meu corpo e uma excitação subiu pelo mesmo.
Me senti sendo fodida por ele só pelo seu olhar e devo ressaltar que gostei demais.
Aquele homem exalava sensualidade para um caralho e ser desejada por ele fazia maravilhas para meu ego em frangalhos após ser deixada por Willian.
— Você também está.
— Madame. — Ele fez um movimento mostrando o carro e fui até ele.
Enrico abriu a porta dele e destravou para que eu abrisse a minha.
Entrei e já senti o cheiro másculo dentro daquele ambiente apertado.
Ele ligou o carro e o rádio também.
Uma música leve internacional tocava no fundo e preenchia o silêncio que de repente havia se instaurado.
— E então Enrico... Me fale sobre você. — Iniciei uma conversa para quebrar o silêncio instaurado.
— Tenho vinte e sete anos, trabalho no ramo imobiliário e nunca fui casado. O suficiente para sua curiosidade gata?
— Óbvio que não. Sou curiosa. — Dei um olhar malicioso que o fez sorrir.
— Mulheres curiosas são as minhas preferidas devo dizer.
— Nasceu em que mês? — Foi inevitável perguntar, pois eu era a louca dos signos e gostava de saber para poder averiguar se combinaria com a pessoa ou não.
— Nasci no dia dez de abril. — Ele disse com bom humor.
— Um ariano? — Quase colei minhas costas na porta, ou melhor, quase que pulei do carro em movimento.
O pior signo do zodíaco. O conhecido por ser briguento e levantar tretas por nada e lá estava eu dentro do carro com um.
Eu tinha mesmo o dedo podre.
— Por que o preconceito com esse signo?
— A fama de vocês os precede.
— Isso é história. Eu não acredito nenhum pouco nisso.
— Eu sim e muito. E devo ressaltar que tudo o que vi até agora de você me deu pistas fortes de que seu signo é mostrado em sua personalidade sim senhor.
Ele estacionou o carro em um local pouco movimentado e olhou para mim ficando de lado no processo.
Seus olhos brilhavam de luxúria o que fez com que minhas coxas se juntassem para esconder minha excitação com um simples olhar.
— Sabe muito de mim senhorita? Nem me conhece.
— Disse que o seu signo diz sobre sua personalidade e não que o conheço de certo.
— Gostei de ser chamado de senhor. — Ele tocou meu queixo com o dedo levantando meu rosto. — É excitante.
Ele se aproximou e meu corpo cantava as músicas de natal como fazia os corais.
Fechei os olhos e senti sua língua por meu lábio inferior. Somente aquilo, aquele breve e efêmero contato que em nada satisfez meus hormônios em ebulição.
Abri meus olhos decepcionada e vi um sorrisinho sarcástico nos lábios dele.
— Não combina comigo fazer eu mesmo esperar, mas vejo que vai valer a pena. — O olhar que ele me deu seria capaz de incendiar o Rio de Janeiro inteiro.
E sem dizer mais nada ele acelerou na noite fria rumo ao cinema. Me deixando excitada e prestes ao atacar naquele maldito carro provocando um acidente de proporções épicas.
---*---
Andávamos de forma descontraída até o estacionamento do shopping.
Conversávamos sobre o final do filme que não agradou a ambos e aproveitavamos a brisa noturna que fazia com que meus poucos pêlos do braço se arrepiassem.
— Com frio?
— Um pouco. — Admiti sincera.
— Vou te levar para casa já já. — Assenti decepcionada.
Não era aquilo que eu tinha em mente desde que o filme se iniciou, mas também não iria fazer a louca desesperada porque aquele homem não queria sexo comigo.
Só não sabia o porquê dele passar o filme todo inventando desculpas para me tocar, me deixando a ponto de ebulição se ele nada queria.
Entramos no carro dele e saimos do estacionamento. Fiquei olhando pela janela doida para chegar em casa e colocar meu moletom para me proteger do frio.
— Se está desconfortável pela brisa fria feche a janela. — Escutei sua voz rouca e senti sua mão grande em minha perna desnuda.
— Estou bem. — Falei o olhando e mordi o lábio inferior quando ele deslizou a mão mais para cima.
Seus dedos chegaram no limite da minha calcinha rendada e engasgei com um gemido preso em minha garganta.
Apenas um simples toque e eu já estava acesa. Esperando, querendo, ansiando.
— Não sabe o quão torturante foi esperar, sendo que odeio esperar. — Ele disse parando o carro no meio fio de uma rua qualquer e fechando os vidros do carro.
Se inclinou para mim e soltou meu cinto de segurança trazendo meu corpo com facilidade para junto do seu.
Foi tudo muito rápido e inesperado. Em uma hora eu estava sentada no banco do passageiro e na outra em seu colo sentindo toda a sua extensão de seu membro através do fino tecido da minha calcinha.
Seus lábios colaram nos meus e eu o correspondia avidamente como se eu estivesse com sede e ele fosse a última água do deserto.
Suas mãos escalaram por minhas coxas as alisando de baixo para cima e logo subiram desamarrando minha blusa frente única que foi jogada de qualquer maneira no banco ao lado.
— Tem certeza? — Perguntei assustada olhando para todos os lados ao mesmo tempo que segurava meus seios para os esconder da visão de algum voyer.
— Só estamos nós aqui meu bem. Os vidros são escuros e não há ninguém nessa rua. — Enrico disse contra o meu pescoço enquanto beijava a minha pele morena.
Sua língua traçando o local onde seus lábios estiveram, fazendo com que um calor descesse direto para meu sexo que se contraiu em expectativa.
Retirei sua camisa pela cabeça e deixei as ressalvas de lado. Parei de pensar no que era certo e errado. Eu só queria aproveitar.
Os homens o faziam o tempo todo por que as mulheres também não poderiam? Que o machismo fosse para o inferno eu iria experimentar algo novo com um homem lindo. Algo que eu nunca fiz e não ia me fazer de rogada ao andar naquela montanha russa.
Qualquer pensamento coerente ficou perdido quando uma de suas mãos segurava meu seio esquerdo enquanto que a outra afastava a calcinha para o lado e seu polegar roçava meu ponto sensível. Gemi baixinho jogando a cabeça para trás quando seus lábios encontraram meu mamilo endurecido.
Escutei um som rouco escapar de sua garganta quando rocei meu sexo contra o dele em um vaivém desesperado. Não querendo que aquela pequena camada de tecido estivesse ali atrapalhando.
— Não posso esperar mais. — Ele disse soltando meu seio e tirando uma camisinha do bolso da calça.
Abriu o zíper e o botão e seu pau saltou livremente para fora da cueca preta que vestia. O tamanho dele me fez querer tê-lo em minha boca, mas seu jeito ávido, necessitado, dispensando preliminares espelhava o meu no momento e eu só queria o sentir dentro de mim.
Colocou o preservativo na sua grande extensão e me ajudou a levantar para logo em seguida o sentir entrando em mim em apenas uma estocada.
Joguei a cabeça para trás e gemi alto o escutando emitir o mesmo som contra a pele entre meus seios.
Subi e desci devagar o sentindo me esticar aos poucos, até me acostumar com tudo aquilo dentro de mim após um tempo sem meu parque de diversões ser utilizado.
— Delícia. — Ele gemeu rouco e aquilo foi o incentivo que precisava para subir e descer mais rápido me segurando em seus ombros para me apoiar, sentindo tapas em meu bumbum ao mesmo tempo que o polegar dele encontrava meu clitóris.
Era loucura, era prazer puro e carnal e eu estava adorando tudo aquilo, meus olhos se revirando por estar quase lá.
Ele segurou meus quadris e me dava arremetidas ao mesmo tempo que eu descia em um contraponto perfeito.
— Caralho. — Falou dando mais um tapa forte em minha bunda que eu sabia que ficaria a marca no outro dia. A marca que eu precisava para ver que aquilo tudo não era um sonho e que fui louca o suficiente para trepar em um carro.
Quando sua boca sugou meu mamilo para dentro e o mordeu logo em seguida aquilo foi o ápice que eu precisava. Enfiei meu rosto no seu pescoço sentindo o cheiro gostoso do seu perfume, o mordi de leve para abafar um grito que eu provavelmente daria por ter gozado.
Pelo gemido e última estocada que ele deu presumi que também chegou lá.
Ficamos parados por alguns segundos eu ainda em cima dele e Enrico tentando acalmar a respiração ainda dentro de mim.
Aquilo foi uma aventura louca que adorei. Mas era somente aquilo. Não iria passar daquilo.
Eu não iria permitir perder meu tempo criando uma relação com mais ninguém.
Só queria aproveitar minha juventude, tudo o que perdi ao estar em uma relação fracassada com Willian.
Agora eu iria me permitir e ter aquele pensamento me bastava.
Saí de cima dele e fui para o banco do passageiro. Vesti minha blusa e ajeitei meus cabelos e batom no pequeno espelho do carro.
— Foi incrível Charlotte. Puta que pariu.
— Sim. — Falei. — Me leva para casa. — Ele me olhou confuso e dei de ombros.
— Entendi. — Ele sorriu e fez o que eu pedi.
O caminho para minha casa foi silencioso, mas não me senti nenhum pouco incomodada, pois ainda estava sob o efeito do meu orgasmo.
Quando dei por mim já havíamos chegado.
Ele abriu a porta e fiz o mesmo.
— Foi maravilhoso o que fizemos e vejo que você tem o mesmo pensamento que o meu. — Ele me deu dois beijos nas bochechas e um último nos lábios.
O trouxe para mim e enterrei minhas mãos em seus cabelos enfiando minha língua em sua boca em um beijo de despedida.
Quando ele iria corresponder me afastei e sorri. Ele assentiu sorrindo também entendendo que aquele era o fim.
— Se quiser mais baby me liga. Para você vou estar sempre disponível. — Assenti e fui para o meu apartamento.
Era bom dar aquela reviravolta e experimentar o fogo do signo que era conhecido como o demônio do zodíaco. Eu estava pronta para a próxima, quando acontecesse eu iria saber.
Obrigada Enrico.
Próximo.
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