Capítulo 1
Já eram quase duas da manhã quando Lydia conseguiu fechar os olhos, o efeito dos remédios finalmente começou fazer efeito.
O lençol de algodão branquinho começou a parecer mais confortável agora.
Seu consciente relutava para não adormecer, mas felizmente ou infelizmente, agora não era ela quem estava no controle, mas sim o efeito sedativo agindo em seu corpo, e logo sentiu a sensação de um cansaço profundo.
O ambiente do hospício estava silencioso, quebrado apenas pelos murmúrios suaves e pelo som abafado de algumas vozes distantes. O teto branco e as paredes pálidas refletiam uma luz suave, quase entorpecente, que parecia engolir os movimentos e pensamentos.
E então, num suspiro quase imperceptível, ela adormeceu.
Ao fechar os olhos, o silencio do do hospício tornou-se mais profundo, como se o mundo ao seu redor tivesse parado de respirar. Mas quando ela relaxou, algo aconteceu. A realidade começou a se desfazer como uma névoa espessa que se dissipa. E ela foi puxada para um lugar onde nada era familiar.
Primeiro, sentiu um frio cortante, uma sensação gelada que a envolvia, como se tivesse sido imersa em água congelada. A escuridão foi a primeira coisa que a recebeu. Não era uma escuridão comum, mas algo denso, quase palpável, como se o próprio fosse feito de sombras que se retorciam e sussuravam.
Lydia tentou se mover, mas, a sensação de peso em seu corpo aumentou. Não podia ver suas mãos, ou mesmo seus pés, e o único som era o eco de sua respiração apressada. Ela tentou gritar, mas a voz parecia ter sido engolida pela escuridão antes que qualquer som pudesse escapar. O medo sua garganta.
Ao longe, uma luz fraca apareceu,uma chama tremulante que iluminava uma pequena parte de um caminho tortuoso. Lydia tentou seguir, mas seus passos eram pesados. Como se o próprio chão fosse feito de terra movediça. Ela não conseguia entender o que estava acontecendo.
Quando chegou perto da luz, um vento gélido soprou, e a chama vacilou, quase se apagando. Lydia se viu diante de uma porta de ferro enferrujado, coberta por uma névoa espessa qie parecia se mover com vida própria. O medo era esmagador, mas algo dentro dela, uma força oculta, a empurrou para frente.
Ela tocou a porta, e o metal frio queimou sua pele. Com um esforço a empurrou, e ela se abriu com um rangido, revelando um espaço ainda mais sombrio. Dentro, uma figura encapuzada estava de costas, em pé, em silêncio. As sombras ao redor dela se contorciam, como se estivessem vivas, sentindo a presença de Lydia.
A figura virou-se lentamente, revelando um rosto pálido, sem expressão. Não havia olhos, apenas profundezas escuras, que pareciam olhar para sua alma.
- Você veio...- a voz da figura era como um sussurro distante, uma mistura de dor e atração, como se carregasse o peso de mil lamentos.
Lydia engoliu em seco, sentindo uma pressão no peito, como se fosse impossível respirar. - Onde estou?
- Você está no limbo, Lydia. Aqui, os sonhos e pesadelos se encontram. A morte não é o fim. - A figura inclinou a cabeça, e Lydia sentiu um arrepio percorrer sua espinha. - Mas o que você faz com isso... depende de você.
Lydia olhou em volta, o vazio era absoluto. Não havia cores, apenas sombras e névoa, e so som de algo se movendo à distancia, algo que não podia identificar. Seu coração acelerou.
- Como... como saio daqui? - ela perguntou, seu corpo tremendo.
A figura sorriu, mas não havia calor na expressão. Apenas uma frieza que fazia as sombras ao redor de Lydia se esticar ainda mais. Como se o próprio lugar estivesse se preprarando para engolir tudo.
- Você nunca sai. Este lugar já é parte de você. A única coisa que pode fazer é escolher como vai viver dentro dele.
Lydia sentiu uma dor profunda em seu peito, uma sensação de estar perdendo a razão. O medo1 agora era insuportável. Ela tentou voltar para a porta, mas o caminho parecia se esticar infinitamente à sua frente, como se ela estivesse presa em um corredor interminável de escuridão.
A figura atrás dela deu um passo à frente, a voz sibilante como uma promessa de tormento.
- Bem-vinda ao seu novo mundo, Lydia. Onde os pesadelos ganham vida, e a realidade é apenas um eco distante.
Continua...
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