Estava me sentindo melhor desde que Jonas e eu tínhamos saído. Acordava disposta, e mais bem humorada. Mas no fundo ainda tinha medo de confiar. Não sabia bem o que aconteceria, mas sentia que devia a mim mesmo um pouco de felicidade!

Jonas me levou à praia na semana seguinte, para o meu banho de sol. Eu estava tão insegura com meu corpo, e com o que ele pensaria de mim. A ansiedade me levou a comer mais do que o normal, e como eu não me exercitava, ganhei uns dois números a mais no manequim, e muita insegurança.

Meu biquíni era quase um maiô, na verdade; e eu coloquei um short jeans alto, com uma blusinha solta, e meu chapéu de praia. Se pudesse teria ido de burca.

Jonas era tão lindo! Eu não sei se a beleza era só física. Ele era tão inteligente, e eu o admirava tanto que acho que isso fazia sua beleza aumentar.

Ele foi um amor comigo, e me olhou com um carinho que me fez sentir a própria Beyoncé desfilando flawless na praia! Eu não aguentei muito tempo no sol - porque não gosto muito de sol, pra falar a verdade - mas o tempo que fiquei me proporcionou uma pele levemente dourada. Foi um belo dia de verão!

Depois daquele dia nos falávamos frequentemente, e nossa amizade estava ganhando um outro tom.

Eu tinha abandonado meu look mendiga, e estava mais arrumadinha, gostando mais de mim. Jonas sempre me fazia ver o meu melhor; e mesmo nos piores dias, ele não me deixava só.

Um mês depois fomos ao karaokê. Nos divertimos horrores, eu ri até minha barriga doer. Parece simples, mas pra alguém deprimido, isso tem muito valor!

Ele me levou até a porta, segurando minha mão. Eu sabia que aquele momento chegaria, mas não sabia como reagiria a ele.

- Eu não sei mais como me sinto em relação à você. - Ele disse. - Esses momentos que temos passado juntos, a força que eu tenho visto em você... Não é mais só admiração!

Tudo que eu consegui fazer foi sorrir; mas acho que era o que ele esperava, porque ele se aproximou e começou a brincar um uma mecha dos meus caracóis.

- Não precisa dizer nada. - Ele realmente é perfeito! - Eu só preciso de um sinal, pra saber se tô sozinho nessa, ou se você está comigo.

Eu olhei bem no fundo dos seus olhos, e aquele castanho parecia brilhar como fogo. Mesmo tremendo, eu dei um passo pra mais perto, e encostei suavemente minha testa na dele, esperando que fosse suficiente para dizer o que eu sentia. E foi. Ele fechou os olhos, respirou fundo como se aquele pequeno gesto tivesse tirado um peso enorme dos seus ombros, e então sorriu, ainda de olhos fechados. Eu observei cada músculo do seu rosto se mover naquele momento, e então ele abriu os olhos novamente, deslizou a mão direita pela minha nuca, e me beijou docemente. Eu podia senti-lo sorrir enquanto me beijava, e aquilo foi muito mais do que eu poderia querer.