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Epílogo

Dylan Watson Alves:

O começo de nossa nova rotina com Sofia foi uma montanha-russa de emoções. O dia a dia agora girava em torno dos cuidados com nossa pequena, e cada instante era preenchido com novos desafios, mas também com uma alegria que não poderia ser descrita com palavras. A casa, antes já cheia de risos e conversas animadas entre Bonnie e Stephen, agora era marcada pelo som suave dos resmungos e chorinhos de Sofia, que, mesmo com seu tamanho pequeno, conseguia demandar toda a nossa atenção.

Na primeira manhã após voltarmos do hospital, acordei com o som suave de Sofia se mexendo no berço. Vincenzo, ainda meio adormecido ao meu lado, percebeu meu movimento e abriu os olhos lentamente.

— Já é hora de uma nova troca de fralda? — ele perguntou, com a voz rouca de sono, mas com um sorriso no rosto. Mesmo cansado, Vincenzo estava sempre pronto para ajudar.

— Parece que sim — respondi, me levantando com cuidado para pegar Sofia. Ela nos olhou com seus olhinhos ainda meio fechados, emitindo um leve resmungo, como se também estivesse se ajustando à nova rotina.

Enquanto eu a trocava, Vincenzo veio para perto, observando com aquele olhar carinhoso que sempre me fazia sentir ainda mais conectado a ele. Era como se ele estivesse me dizendo, sem palavras, que estávamos juntos em cada detalhe, por mais simples que fosse.

— Ela já está aprendendo a comandar a casa — brinquei, enquanto terminava de trocar a fralda de Sofia.

Vincenzo riu suavemente.

— Já está no comando desde que chegou. E eu estou feliz por isso.

Sofia se acomodou nos meus braços depois da troca, e Vincenzo pegou uma das mamadeiras que havíamos preparado, pronto para alimentá-la. A simplicidade desses momentos era onde eu encontrava mais felicidade. Cada pequena tarefa, desde trocar uma fralda até alimentar Sofia, era um lembrete de que nossa família estava crescendo, e isso nos conectava ainda mais.

Bonnie e Stephen acordaram logo em seguida, e os dois vieram correndo para ver a irmãzinha, como faziam todas as manhãs desde que Sofia chegou. Bonnie, sempre com um sorriso radiante, ficava ao lado de Vincenzo, observando-o alimentar a bebê, enquanto Stephen mantinha uma certa distância, apenas admirando com curiosidade e amor.

— Posso segurar ela depois do café? — Bonnie perguntou, sua empolgação transbordando.

— Claro, depois que ela terminar de comer — respondeu Vincenzo com um sorriso. Ele já estava se acostumando a ver Bonnie sempre pronta para ajudar.

Nosso dia a dia era assim: simples, cheio de amor e de pequenos momentos que faziam tudo valer a pena. A vida com Sofia trouxe uma nova dinâmica para a nossa casa, e enquanto aprendíamos a lidar com os desafios, sabíamos que, juntos, poderíamos superar qualquer coisa.

Os dias eram ocupados, mas eram também preenchidos de risadas, de conversas sobre como estava sendo a experiência de cuidar de uma bebê, e de muitas trocas de olhares entre mim e Vincenzo, que não precisavam de palavras para dizer o quanto estávamos felizes.

******************************

Os dias passaram a se transformar em uma nova rotina, um ciclo entre cuidar de Sofia, passar tempo com Bonnie e Stephen, e nos adaptarmos a esse novo capítulo da nossa vida familiar. Cada manhã começava de maneira semelhante, mas sempre com pequenos momentos que traziam sorrisos e amor, como quando Sofia emitia aqueles pequenos sons de bebê ou quando Bonnie e Stephen se divertiam observando cada movimento da irmãzinha.

Depois do café da manhã, Vincenzo e eu geralmente dividíamos as tarefas. Ele ficava com Sofia, alimentando-a ou a ninando quando ela estava inquieta, enquanto eu ajudava Bonnie e Stephen a se prepararem para o dia. Era uma dança coordenada, onde cada um tinha seu papel, e embora às vezes o cansaço batesse, o sorriso de Sofia sempre renovava nossas energias.

— Ela já está crescendo rápido — comentou Vincenzo, enquanto balançava Sofia em seus braços uma tarde, observando-a com aquele olhar de puro encanto. — Já parece mais ativa, mais atenta ao que está ao redor.

Olhei para ele, percebendo como ele tinha se adaptado tão naturalmente ao papel de pai novamente. Sua paciência e amor incondicional eram evidentes em cada pequeno gesto, seja na forma como ele alimentava Sofia ou nas histórias que ele contava para ela enquanto a ninava.

— Parece que foi ontem que estávamos no hospital, nervosos e ansiosos para conhecê-la — comentei, sentando-me ao lado dele no sofá e observando Sofia começar a adormecer em seus braços.

Vincenzo sorriu, ainda com os olhos fixos na bebê.

— Eu sei. E agora já estamos aqui, trocando fraldas e discutindo o quanto ela já parece estar crescendo.

Bonnie, que estava sempre por perto, se aproximou devagar, tentando não fazer barulho para não acordar Sofia.

— Posso segurar ela agora? — ela sussurrou, com aquela expressão esperançosa no rosto.

Vincenzo e eu trocamos um olhar cúmplice antes de assentir. Ele ajustou Sofia delicadamente nos braços de Bonnie, e era sempre um momento mágico ver como ela segurava a irmã com tanto cuidado, como se Sofia fosse o tesouro mais precioso do mundo.

Stephen, por sua vez, observava de longe com aquele sorriso discreto, sem nunca demonstrar tanto entusiasmo quanto Bonnie, mas sempre mantendo um olhar protetor sobre a irmãzinha. Ele se aproximava devagar, dando uma espiada em Sofia nos braços da irmã mais velha, e eu podia ver que, por trás daquela fachada mais calma, ele estava tão envolvido quanto Bonnie.

— Ela é tão pequena — disse Stephen, encostando o queixo no ombro de Bonnie para espiar Sofia melhor.

— Mas vai crescer rápido — Vincenzo acrescentou, colocando a mão no ombro de Stephen. — E vocês dois vão ser ótimos irmãos mais velhos.

A dinâmica entre nós se encaixava perfeitamente. Cada um de nós estava descobrindo seu lugar nessa nova fase, e embora os dias fossem agitados, o amor que compartilhávamos fazia tudo valer a pena.

Enquanto Sofia adormecia nos braços de Bonnie, eu e Vincenzo trocamos um sorriso tranquilo. Sabíamos que essa fase seria cheia de desafios, mas também cheia de momentos como esses — simples, mas repletos de felicidade e amor.

E assim continuamos, dia após dia, encontrando alegria nas pequenas coisas, descobrindo como era ser uma família maior, e percebendo que, juntos, podíamos enfrentar tudo.

Conforme os dias passavam e nossa rotina com Sofia se estabelecia, eu e Vincenzo encontramos pequenos momentos de cumplicidade que faziam tudo valer a pena. Entre mamadeiras, trocas de fraldas e as tarefas diárias com Bonnie e Stephen, havia aqueles instantes em que nossos olhares se encontravam, e sabíamos, sem precisar de palavras, o quanto estávamos conectados.

Era em momentos como a madrugada, quando Sofia acordava chorando e Vincenzo, ainda meio sonolento, pegava-a com tanto cuidado que eu não podia deixar de sorrir. Ele tinha uma maneira tão natural de acalmar nossa filha, de balançá-la suavemente até que ela voltasse a dormir. Eu o observava da cama, sentindo meu coração encher de amor, enquanto ele sussurrava palavras suaves para Sofia, como se estivesse contando segredos que só os dois entendiam.

— Você é incrível — eu disse uma noite, quando ele voltou para a cama depois de ter colocado Sofia no berço.

Vincenzo sorriu, deitando-se ao meu lado e se aconchegando debaixo das cobertas.

— Não sou tão incrível quanto você — ele respondeu, passando o braço ao meu redor e me puxando para mais perto. — A forma como você lida com tudo, com Sofia, Bonnie e Stephen... É impressionante.

Sorri, sentindo o calor do corpo dele contra o meu. A noite estava tranquila, e a sensação de estarmos juntos, mesmo em meio ao caos que a rotina de pais trazia, me dava uma paz que eu nunca imaginaria antes.

— Estamos fazendo isso juntos — sussurrei, descansando minha cabeça no peito dele. — E, honestamente, não sei se conseguiria sem você ao meu lado.

Ele riu baixinho, beijando o topo da minha cabeça.

— Acho que somos uma boa equipe — ele disse, apertando minha mão. — E, vendo como Sofia nos olha, como Bonnie e Stephen estão se adaptando, sinto que estamos fazendo tudo certo.

Nos momentos mais simples, como aquele, a química entre nós florescia de uma maneira tranquila, mas intensa. Não precisávamos de gestos grandiosos para mostrar o quanto nos amávamos. Era nos pequenos toques, nas conversas sussurradas no meio da noite, no modo como nos apoiávamos nas tarefas diárias.

No meio de um dia comum, enquanto eu preparava o almoço e Vincenzo brincava com Bonnie e Stephen no chão da sala, ele me lançou um olhar de pura adoração. Era como se, mesmo no meio da correria, ele ainda encontrasse tempo para me olhar da mesma forma que me olhou desde o início.

— Eu te amo, sabia? — ele disse de repente, sua voz suave.

Olhei para ele, surpresa pela declaração espontânea, e sorri.

— Eu também te amo. Cada dia mais.

E naquele momento, soube que, por mais simples que a vida pudesse ser, a conexão entre nós era o que tornava tudo extraordinário. Estávamos criando uma vida juntos, uma família, e, com Vincenzo ao meu lado, o futuro parecia brilhante e cheio de possibilidades.

Os dias seguiam, e com cada momento, nossa rotina se tornava mais natural, fluindo como uma dança silenciosa entre mim e Vincenzo. Havia uma leveza no nosso dia a dia que só acontecia porque estávamos juntos, apoiando um ao outro em cada detalhe. Desde acordar no meio da noite para cuidar de Sofia até ajudar Bonnie e Stephen a se adaptarem à nova dinâmica, éramos uma equipe em tudo.

Uma noite, depois de um longo dia cuidando das crianças, conseguimos um raro momento só para nós. Sofia estava dormindo no berço, e Bonnie e Stephen já haviam ido para a cama. A casa estava silenciosa, e a tranquilidade era quase palpável. Vincenzo e eu nos sentamos no sofá, exaustos, mas satisfeitos. Ele me puxou para mais perto, envolvendo o braço ao redor dos meus ombros, e ficamos ali, apenas aproveitando o silêncio.

— Finalmente, um pouco de paz — ele brincou, com um sorriso cansado, mas feliz.

Eu ri, recostando minha cabeça em seu ombro.

— Nem sei o que fazer com todo esse silêncio — respondi, fechando os olhos e sentindo o calor do corpo dele ao meu lado.

Vincenzo passou a mão suavemente pelos meus cabelos, e aquele simples gesto me trouxe uma sensação de conforto que só ele conseguia proporcionar. Ficamos assim por um tempo, sem pressa, apenas apreciando o momento.

— Eu estava pensando... — ele começou, sua voz suave, mas com um toque de seriedade.

— Sobre o quê? — perguntei, levantando a cabeça para olhá-lo nos olhos.

— Sobre como nossa vida mudou desde que Sofia chegou. — Ele me olhou com aquele brilho no olhar que sempre me fazia sentir que ele estava pensando em algo profundo. — E o quanto eu sou grato por cada segundo disso. Ver você com ela, com Bonnie e Stephen... me faz perceber o quanto sou sortudo.

Sorri, tocado pela sinceridade em sua voz.

— Eu também me sinto assim, Vincenzo. Todos os dias. — Apertei sua mão, sentindo o calor e a segurança que sempre vinha com seu toque. — Estamos construindo algo lindo aqui, juntos. E isso é tudo o que eu sempre quis.

Ele me puxou um pouco mais para perto, e nossos lábios se encontraram em um beijo suave, cheio de carinho e gratidão. Não era preciso mais do que isso. A conexão entre nós era tão forte, tão natural, que bastava um olhar ou um toque para que tudo se alinhasse.

Depois do beijo, ele recostou a cabeça no encosto do sofá e olhou para o teto, como se estivesse contemplando tudo o que estávamos vivendo.

— Você é tudo para mim — ele sussurrou, quase como se estivesse falando para si mesmo. — Não consigo imaginar passar um dia sem você ao meu lado.

Meu coração acelerou com as palavras dele, e eu soube que sentia o mesmo. Não havia lugar no mundo em que eu preferisse estar do que ali, com ele, vivendo cada momento, grande ou pequeno.

— E eu nunca vou deixar de estar aqui, ao seu lado — respondi, sentindo meu coração cheio de amor.

Ficamos em silêncio novamente, apenas aproveitando a companhia um do outro, com a certeza de que, apesar dos desafios diários, nossa conexão e amor eram inabaláveis. E naquele momento, no meio da simplicidade do nosso lar, soube que estávamos exatamente onde deveríamos estar — juntos, construindo a nossa vida, dia após dia.
— Alice e Helena terminaram — disse Vincenzo, enquanto pegava o celular. Percebi que era uma mensagem de seu irmão, Caio. — Ele disse que Alice está com raiva da Helena.

— Coitada da Alice, ela amava tanto a Helena — comentei, sentindo uma onda de tristeza por Alice. Eu sabia o quanto aquele relacionamento significava para ela.

Vincenzo estava prestes a responder quando outra mensagem chegou, e vi sua expressão mudar para algo mais sério. Ele franziu a testa, claramente preocupado.

— O que aconteceu? — perguntei, esperando que a notícia não fosse ainda pior.

— Parece que Helena e Liz saíram do apartamento da Alice — Vincenzo começou, sua voz tensa. — E levaram o Biscoito com elas. Além disso, Helena usou um dos equipamentos que ela mesma criou... uma versão da máquina que abre brechas.

— Uma versão da máquina? — repeti, tentando processar a situação. — Por que ela usaria isso agora?

Vincenzo balançou a cabeça, parecendo tão confuso quanto eu.

— Não tenho certeza. Caio só mencionou que foi algo repentino, como se Helena estivesse planejando essa saída há algum tempo. — Ele me olhou, sua preocupação evidente. — Isso pode ser mais sério do que parece. A máquina que abre brechas não é algo para ser usado levianamente.

A menção dessa máquina trazia uma carga de tensão. Sabíamos o quão perigoso aquele dispositivo poderia ser, especialmente nas mãos erradas. E agora, com Helena e Liz agindo de forma impulsiva, as coisas pareciam ainda mais complicadas.

— Precisamos saber o que está acontecendo — falei, tentando organizar meus pensamentos. — Se Helena e Liz estão usando esse equipamento, isso pode significar que algo maior está por trás disso.

Vincenzo concordou, já pegando o celular para tentar obter mais informações. Alice estava claramente magoada e com raiva, mas algo naquela situação não estava certo, e eu sabia que teríamos que nos envolver, de alguma forma, para garantir que tudo ficasse bem.

Vincenzo continuava em silêncio enquanto trocava mensagens com Caio, e a tensão no ar aumentava a cada segundo. Eu sabia que aquela situação não era simples. O equipamento que Helena criou, essa máquina capaz de abrir brechas, era algo altamente experimental e perigoso nas circunstâncias erradas. Se ela realmente o estava usando para sair do apartamento de Alice, algo muito mais profundo estava acontecendo entre elas.

— Isso não é só sobre um rompimento, é? — perguntei, mais como uma afirmação do que uma dúvida.

Vincenzo suspirou, sua expressão se tornando mais grave.

— Não parece que seja. Caio mencionou que Helena e Liz estavam agindo de maneira estranha nas últimas semanas, como se estivessem planejando algo maior. E agora, com esse equipamento envolvido... Eu não gosto nada disso. — Ele fez uma pausa, claramente pensando nos próximos passos. — Precisamos conversar com Alice, entender o que realmente aconteceu.

Eu sabia que Alice devia estar em um estado emocional delicado, ainda mais com Helena usando a máquina e saindo de uma forma tão brusca. O rompimento por si só já seria doloroso, mas essa saída repentina com Liz e Biscoito, e ainda utilizando algo tão tecnológico e perigoso, fazia tudo parecer... estratégico.

— E se Helena está indo para algum lugar específico com esse equipamento? — sugeri. — Algo me diz que não é só uma fuga emocional. Ela pode ter um objetivo claro, e Liz estar junto é preocupante.

Vincenzo assentiu, o olhar fixo no celular como se esperasse que Caio trouxesse alguma revelação que fizesse tudo se encaixar.

— Vamos ter que ir a fundo nisso. — Ele finalmente levantou o olhar, determinado. — Não podemos deixar isso sem investigar. Se Helena está mexendo com algo além do pessoal, isso pode significar um risco que não estamos vendo agora.

Sabíamos que, com a tecnologia envolvida, não era apenas uma questão emocional entre elas. Algo maior estava se desenrolando, e Alice, mesmo machucada, seria a chave para entendermos o que estava realmente acontecendo.

Enquanto Vincenzo terminava de falar com Caio, percebi que havia uma urgência crescente em nós dois. Algo na situação com Helena e Liz parecia mais sério do que um simples rompimento, e Alice, mesmo magoada, seria fundamental para entender o que realmente estava acontecendo.

— Precisamos falar com Alice — eu disse, levantando-me do sofá. — Ela provavelmente está devastada, mas se Helena usou aquela máquina, pode haver algo mais acontecendo. Não podemos ignorar isso.

Vincenzo assentiu, também se levantando.

— Eu concordo. Caio mencionou que ela estava agindo de forma mais fria e calculada nos últimos dias. Isso não parece ser só uma reação emocional. — Ele olhou para o telefone, pensativo. — Talvez Liz saiba de algo, mas o fato de ela estar junto com Helena e o Biscoito... É tudo muito estranho.

O que antes parecia uma simples separação agora estava se transformando em algo muito maior. Helena era brilhante, e sua invenção, uma máquina capaz de abrir brechas entre lugares, era revolucionária. Mas era perigosa nas mãos erradas, ou mesmo nas certas, se usada sem o devido cuidado. Isso não era algo para ser tratado levianamente.

Decidimos que o melhor caminho seria visitar Alice imediatamente. Ela provavelmente estava magoada e furiosa, mas, por mais que estivesse lidando com a dor do término, precisávamos saber se ela tinha alguma informação sobre os planos de Helena.

Pegamos nossas coisas rapidamente e saímos de casa. No carro, enquanto dirigíamos para o apartamento de Alice, o clima entre mim e Vincenzo era tenso. Eu podia ver no olhar dele a mesma preocupação que me tomava. E não era só por Alice; era pelo que Helena estava fazendo, o que ela poderia ter em mente, e as possíveis consequências do uso da máquina.

— Alice vai precisar de nós mais do que nunca agora — Vincenzo disse, quebrando o silêncio enquanto olhava para a estrada à frente. — E se Helena realmente está planejando algo com a máquina, nós temos que intervir antes que as coisas saiam do controle.

Eu assenti, sentindo o peso da responsabilidade. Essa situação estava muito além de um rompimento. Era algo que poderia afetar muito mais do que apenas seus sentimentos pessoais.

Chegamos ao prédio de Alice, e quando entramos, o silêncio no corredor parecia mais pesado do que o normal. Ao batermos na porta, ouvi passos pesados do outro lado, seguidos pelo som de alguém destrancando várias fechaduras. Quando a porta finalmente se abriu, Alice apareceu diante de nós, seus olhos vermelhos de choro, o rosto pálido, e uma expressão de raiva misturada com tristeza.

— Vocês souberam, não é? — ela perguntou, a voz rouca e cansada.

— Sim, Alice. Caio nos contou — respondeu Vincenzo, com uma voz suave, claramente preocupado. — Podemos entrar?

Alice hesitou por um momento, como se estivesse lutando contra o orgulho ou a dor, mas finalmente deu um passo para o lado, deixando-nos entrar. O apartamento estava em completo silêncio. Todos os sinais de Helena e Liz haviam desaparecido, como se nunca tivessem estado ali.

— Ela realmente foi embora — Alice disse, sua voz quebrada. — Levou Liz, o Biscoito... e aquela máquina.

Ela se jogou no sofá, cobrindo o rosto com as mãos, enquanto Vincenzo e eu nos sentamos ao lado dela.

— Alice, precisamos entender o que está acontecendo — comecei. — Helena levou a máquina. Você tem ideia de por que ela faria isso?

Ela permaneceu em silêncio por um longo momento, antes de finalmente suspirar e olhar para nós, seus olhos ainda cheios de mágoa.

— Eu... não sei ao certo. Mas ela vinha trabalhando em algo grande, algo secreto. Acho que ela não confiava em mim para me contar tudo. E agora... não sei o que ela pretende. Só sei que está envolvido com essa máquina.
Alice permaneceu em silêncio por um tempo, respirando fundo como se estivesse tentando organizar seus pensamentos. Era visível o quanto ela estava ferida, não apenas pela partida de Helena, mas também pela traição implícita de terem escondido algo tão importante dela. Vincenzo e eu nos entreolhamos, ambos cientes de que o que Alice nos dissesse agora seria fundamental para entender o que estava acontecendo.

— Ela vinha se afastando nas últimas semanas — Alice começou, sua voz ainda rouca de tanto chorar. — Passava mais tempo com Liz e no laboratório. Eu tentei perguntar o que estava acontecendo, mas... ela se fechava. E eu, burra, achava que era apenas estresse. Que logo passaria. — Ela fez uma pausa, engolindo em seco. — Mas agora vejo que havia algo muito maior em jogo.

Ela olhou diretamente para mim e Vincenzo, como se procurasse apoio e compreensão. Vincenzo segurou a mão dela, oferecendo conforto.

— Alice, você sabia o que Helena estava desenvolvendo? Algo além da máquina? — perguntei com cautela, tentando manter a calma para não sobrecarregá-la ainda mais.

Ela balançou a cabeça negativamente, parecendo confusa.

— Não. Ela guardava tudo para si. Apenas mencionou que estava aprimorando a máquina... algo sobre aberturas para lugares que não eram só físicos. Mas eu não dei muita atenção. Achei que era só mais uma de suas teorias malucas.

Vincenzo e eu trocamos um olhar significativo. Abrir brechas para "lugares que não são só físicos" soava perigosamente como algo muito mais complicado e arriscado do que esperávamos.

— E Liz estava envolvida nisso? — Vincenzo perguntou.

Alice assentiu lentamente, a expressão dolorida.

— Sim. Ela estava com Helena o tempo todo. Eu deveria ter visto. Elas estavam tramando algo, e eu fiquei de fora. — Alice limpou as lágrimas que surgiram novamente em seus olhos. — Eu sinto que perdi mais do que o meu relacionamento. Sinto que perdi o controle de algo muito maior.

Vincenzo apertou a mão dela com mais força.

— Alice, não é sua culpa. Helena tomou essa decisão por conta própria, e parece que ela está lidando com algo que vai além de qualquer um de nós. Mas nós vamos encontrar um jeito de resolver isso. — Ele olhou para mim, como se buscando confirmação de que estávamos nisso juntos.

— Vamos descobrir o que está acontecendo — acrescentei. — E o que quer que Helena e Liz estejam fazendo com essa máquina, nós vamos impedir que algo pior aconteça.

Alice assentiu, embora ainda visivelmente devastada. Levantou-se e caminhou até a janela, olhando para o horizonte como se estivesse tentando absorver tudo.

— O que eu faço agora? — ela sussurrou, mais para si mesma do que para nós.

Vincenzo se levantou e foi até ela, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.

— Primeiro, você se recupera. Depois, nós vamos atrás delas. Vamos entender o que Helena realmente está planejando e garantir que você esteja segura.

Alice respirou fundo, tentando se recompor, e olhou para nós.

— Obrigada... Eu sei que não será fácil, mas com vocês aqui, acho que consigo lidar com isso.

Eu me aproximei de ambos, e ficamos ali, em silêncio, sabendo que essa era apenas a primeira etapa de um caminho longo e complicado. Helena e Liz estavam envolvidas em algo muito mais profundo do que imaginávamos, e agora tínhamos a responsabilidade de descobrir o que realmente estava em jogo.

— Estamos juntos nisso — disse Vincenzo, olhando para Alice e depois para mim.

Eu assenti, sentindo a gravidade da situação, mas também a confiança de que, independentemente dos desafios que viriam, enfrentaríamos tudo juntos.

*****************************

Posso dizer que os últimos dias foram um verdadeiro teste para todos nós. Não conseguimos encontrar Helena, Liz ou o Biscoito, e a sensação de impotência pairava sobre nós. Alice, em particular, estava devastada. A ausência de respostas, somada ao desaparecimento repentino, a deixou em um estado de desespero que era difícil de testemunhar.

Ela passava horas no laboratório, analisando as máquinas que restaram. Tentava entender o que Helena havia feito com a máquina de abrir brechas, quase como se estivesse tentando encontrar alguma pista que pudesse nos dizer onde elas estavam. Ver Alice mergulhada nesse trabalho era doloroso, mas também era a única coisa que a mantinha em movimento.

— Eu preciso entender como ela fez isso — Alice murmurava, quase para si mesma, enquanto estudava os circuitos e os esquemas deixados por Helena. — Se eu conseguir rastrear as alterações que ela fez... talvez possamos encontrar um jeito de seguir o caminho delas.

Vincenzo e eu tentamos apoiar Alice da melhor maneira possível, mas sabíamos que ela estava enfrentando uma batalha interna. A dor de perder Helena e a sensação de traição a impulsionavam a não parar, mesmo quando o cansaço era visível em seus olhos.

— Alice, você precisa descansar — eu disse a ela uma noite, quando ela estava há horas seguidas no laboratório. — Não podemos te perder também.

Ela me olhou, os olhos cheios de exaustão, mas também de determinação.

— Eu vou descansar quando encontrar elas — ela respondeu, com firmeza. — Não posso parar agora. Se eu desistir, quem vai achar a Helena e a Liz e o biscoito?

Eu sabia que, apesar do sofrimento, Alice estava tentando transformar a dor em ação. Mesmo assim, a sensação de que algo maior estava em jogo nos pressionava. As máquinas que abriam brechas no tempo eram perigosas, e sem Helena para controlar suas criações, o risco de algo sair do controle aumentava a cada dia.

E, enquanto Alice se aprofundava mais nas análises, nós continuávamos a busca por respostas.

Enquanto os dias se passavam e a busca por Helena, Liz e o Biscoito continuava sem sucesso, eu e Vincenzo nos encontrávamos cada vez mais conectados. Estávamos sob tensão constante, tentando ajudar Alice, mas ao mesmo tempo, precisávamos manter nossa própria calma. A situação estava desgastante, mas, de alguma forma, isso nos unia ainda mais. Era como se, mesmo no meio do caos, encontrássemos momentos de tranquilidade um no outro.

Numa noite, depois de passar horas com Alice no laboratório, tentando entender as modificações nas máquinas de brechas, finalmente voltamos para casa. Vincenzo e eu estávamos exaustos, tanto física quanto emocionalmente. Ele mal havia tirado os sapatos quando se jogou no sofá, soltando um suspiro pesado.

— Eu nunca pensei que essa situação fosse chegar tão longe — ele disse, fechando os olhos por um momento. — Ver Alice assim... me parte o coração.

Me aproximei e me sentei ao lado dele, repousando a cabeça em seu ombro.

— Eu sei. Está sendo difícil para todos nós. Mas eu sinto que, de alguma forma, nós vamos encontrar uma solução. — Minhas palavras eram tanto para ele quanto para mim mesmo, tentando manter a esperança viva.

Vincenzo envolveu meu ombro com o braço, puxando-me para mais perto. O toque dele era sempre reconfortante, como se mesmo nas situações mais complicadas, eu soubesse que ele estava ali para me apoiar.

— Eu não sei o que faria sem você aqui — ele murmurou, com a voz baixa e cheia de sinceridade. — Ver Alice se desgastar assim me tira o chão, mas ter você do meu lado me dá força.

Virei o rosto para olhá-lo, e nossos olhares se encontraram por um momento silencioso. O cansaço estava visível em seus olhos, mas havia também aquele brilho familiar, o mesmo brilho que sempre me fazia lembrar do quanto éramos fortes juntos.

— Estamos juntos nisso — eu disse, pegando sua mão e entrelaçando nossos dedos. — Eu também não conseguiria passar por isso sem você.

Vincenzo sorriu suavemente, aquele sorriso cansado, mas cheio de amor, e se inclinou para me beijar. O toque dos seus lábios era suave, e o beijo era um lembrete de que, apesar de tudo, ainda tínhamos um ao outro. E isso, no fim, era o que mais importava.

Ficamos ali, abraçados no sofá, apenas aproveitando a presença um do outro no meio do turbilhão que nos cercava. Mesmo com toda a incerteza ao nosso redor, havia uma certeza clara entre nós: estávamos juntos, e enfrentaríamos tudo lado a lado.

Enquanto o silêncio da casa nos envolvia, senti que, apesar das dificuldades, a nossa conexão continuava crescendo, cada vez mais forte. Não importava o que o futuro trouxesse — com Vincenzo ao meu lado, sabia que podíamos superar qualquer coisa.

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Fim

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