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Capítulo Vinte e Nove

Vincenzo Alves:

Eu precisava me acalmar. A quarta-feira à noite chegava, e o céu exibia aqueles tons de laranja e rosa que sempre me faziam pensar em como a vida seguia, independentemente do caos que sentíamos por dentro. O carro deslizava pela estrada sinuosa, e logo eu via a entrada circular da empresa se aproximando. Deixei as crianças com Dylan, e Helen estava lá para ajudar, garantindo que tudo estivesse seguro. Mesmo assim, por um instante, a ideia de pegar minha irmã e fugir novamente passou pela minha mente. Mas, como sempre, Dylan soube acalmar a situação, quase com um toque mágico. E, claro, Isadora, com seu jeito prático e eficiente, conseguiu fazer o mesmo em questão de segundos.

Ainda assim, a cena ficou gravada na minha mente, como uma lembrança pesada, onde a preocupação se misturava à sensação desconfortável de deixar minha família para trás. Meu coração apertava cada vez que me afastava deles, especialmente agora, com tudo o que estava acontecendo.

Minha reunião na empresa se arrastou por horas, muito além do que eu esperava. A pressão era esmagadora. Precisávamos encontrar uma maneira de lidar com Lily e descobrir o que aquele sujeito capturado sabia. O fardo pesava sobre meus ombros. Eu me sentia culpado por deixar Dylan responsável pelas crianças o dia inteiro, como se ele tivesse que carregar uma responsabilidade que, no fundo, era minha. Ele sempre dizia que estávamos juntos nisso, que éramos uma equipe, mas a verdade era que, às vezes, me sentia como se estivesse falhando.

A sensação incômoda de estar sendo observado persistia o dia inteiro. Não importava onde eu estivesse, essa paranoia me seguia, como se houvesse algo — ou alguém — esperando para nos atacar quando menos esperássemos. E cada vez que me aproximava de uma janela, essa sensação aumentava, como se o perigo estivesse ali, logo além do vidro, pronto para nos lembrar que os momentos de paz eram, na verdade, uma ilusão frágil.

Quando finalmente estacionei o carro, os murmúrios dos meus pensamentos eram mais altos que o som dos pneus contra o asfalto. A empresa se erguia à minha frente, imponente, com suas janelas refletindo um mundo que parecia girar rápido demais. Entrei no prédio e os corredores me receberam com o frenesi habitual. Funcionários passavam apressados, mal percebendo minha presença, suas pastas de negócios firmemente presas sob os braços. Eu tentava me concentrar na reunião à minha frente, mas era difícil. Havia muito mais em jogo do que simplesmente decisões corporativas.

A sala de reuniões era grande e fria, com sua mesa de madeira polida e cadeiras de couro perfeitamente organizadas. Tudo ali gritava seriedade. E conforme me sentei, meu coração parecia bater um pouco mais forte, uma lembrança constante do que estava em jogo. As vozes ao meu redor soavam distantes, enquanto meus pensamentos oscilavam entre o plano que estávamos prestes a discutir e a preocupação esmagadora com Dylan e as crianças.

Precisávamos agir. Lily era um mistério que não podíamos mais ignorar, uma ameaça que pairava sobre nós. E aquele homem que havíamos capturado... ele tinha as respostas. Tínhamos um plano, sim, um plano para pôr um fim em tudo isso. Mas, mesmo com tudo traçado, eu não podia deixar de me sentir um pouco perdido. Porque, no fundo, eu sabia que nossa paz era um luxo que nunca realmente tivemos — e agora, a maré parecia prestes a virar mais uma vez.

No entanto, por mais que eu tentasse manter o foco na reunião, minha mente insistia em vagar de volta para casa. Pensava em Dylan, nas crianças, e naquela sensação persistente, quase sufocante, de que estávamos sendo observados. Era como se uma nuvem negra pairasse sobre nós, uma presença invisível e ameaçadora que eu não conseguia afastar. A pressão estava em todos os lados, e, mesmo sentado à mesa de reunião, com colegas ao redor discutindo planos, era impossível escapar da angústia crescente.

Eu precisava me concentrar — precisava estar ali, presente, tomar decisões que poderiam significar a diferença entre o caos e a segurança. Mas as sombras de preocupação com minha família eram implacáveis, se infiltrando a cada pausa, a cada momento de silêncio, como se fossem partes de mim. E, talvez, fossem.

As vozes ao meu redor continuavam, discutindo estratégias para lidar com Lily, mas as palavras soavam como um zumbido distante. Minha mente estava em outro lugar. Será que um dia encontraremos uma saída? Uma maneira de quebrar esse ciclo interminável de tensão e perigo? O pensamento me perseguia, me atormentava. O futuro parecia incerto, como se estivéssemos caminhando em um campo minado, onde qualquer passo em falso poderia explodir tudo o que construímos.

O peso das responsabilidades — tanto na empresa quanto em casa — estava me esmagando. Eu tentava equilibrar tudo, ser a âncora para os que precisavam de mim, mas havia momentos em que eu me perguntava se estava à altura da tarefa. Dylan confiava em mim, as crianças dependiam de mim, e aqui estava eu, incapaz de afastar as nuvens de dúvida e medo.

A noite já havia caído lá fora, e a escuridão parecia refletir o que sentíamos por dentro. Cada minuto que passava fazia o desafio parecer mais sombrio, mais complicado. E enquanto as decisões eram tomadas à minha volta, eu não podia deixar de pensar que o verdadeiro teste estava fora dessas paredes, esperando por mim em casa, ao lado de Dylan e das crianças.

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Adentrei a garagem do prédio com passos cautelosos, tentando acalmar minha respiração. O ambiente parecia pesado, como se a própria escuridão das sombras carregasse a tensão que vinha sentindo o dia inteiro. A lâmpada acima tremeluzia fracamente, lançando uma luz vacilante que pouco iluminava o espaço, mas era o suficiente para me dar a visão do que vinha pela frente. Assim que desliguei o motor do carro, o silêncio tomou conta da garagem, exceto pelo eco dos meus passos no concreto.

Porém, o silêncio não durou muito. Um som sutil, algo se mexendo nas sombras, me fez parar abruptamente. Meu coração disparou, e meus instintos tomaram conta. Minha mão foi imediatamente para o coldre, puxando a arma com um movimento fluido. Meus olhos tentaram se ajustar à penumbra, e então, vi uma figura emergindo do canto escuro.

Ela apareceu, uma mulher de cabelos castanhos presos em uma trança que caía sobre seu ombro. Seus olhos estavam marcados por sinais de contusão, e havia um rastro de sangue no braço esquerdo. Por reflexo, ergui a arma, mas a mulher levantou as mãos em rendição, com um olhar que misturava medo e alívio. Aquela cena era estranha, algo nela não parecia estar certo.

De repente, a mulher sorriu. E foi aí que tudo fez sentido.

— É assim que se recebe uma velha amiga? — ela disse, sua voz familiar e suave. Laura Strong, a mãe dos meus filhos. Eu a reconheci imediatamente, e meu coração deu um salto.

— Laura? — Minha voz saiu baixa, incrédula. — O que diabos aconteceu com você?

Baixei a arma lentamente, sem tirar os olhos dela, notando o cansaço e a dor escondida sob o sorriso brincalhão que ela sempre teve, mesmo nas situações mais complicadas. Mas havia algo mais. Algo que ela ainda não tinha dito.

— Um dos capangas da Lily já estava desconfiando de mim — ela começou a explicar. — E estava prestes a me entregar. Antes que ele pudesse fazer isso, entrei em uma briga com ele. Foi uma luta intensa, mas eu consegui derrubá-lo. Só que depois disso, soube que precisava fugir dali o mais rápido possível.

Enquanto Laura falava, eu podia sentir a gravidade do que ela havia enfrentado. A tensão era palpável. A garagem, antes um lugar comum, agora parecia carregada de uma energia sinistra, como se a sombra do perigo pairasse sobre nós. Tudo parecia surreal, e, ao mesmo tempo, era um lembrete cruel de que nossas vidas estavam longe de serem normais.

— Você está bem agora, mas vamos para o hospital — falei, me aproximando dela com preocupação.

— Isso pode esperar — disse ela, com aquele tom teimoso que eu conhecia tão bem. — São apenas arranhões.

— Claro, você sempre diz isso — respondi, levantando uma sobrancelha. Ainda assim, percebi que ela não mudara nem um pouco. Laura sempre fora cabeça dura.

Antes que pudesse insistir, um grito de pura alegria interrompeu o momento tenso. Bonnie, nossa filha, veio correndo pelo corredor e se jogou nos braços da mãe, logo seguida por Stephen, nosso filho, que a abraçou com a mesma força.

— Mamãe! Que saudade! — Bonnie exclamou, apertando Laura com força.

— Também senti saudades, querida — Laura disse, acariciando o cabelo da filha, embora seu rosto mostrasse uma exaustão evidente.

— Mas por que você está toda machucada? — Stephen perguntou, preocupado, examinando a mãe de cima a baixo.

Laura suspirou, dando um sorriso cansado, e disse:

— É uma longa história, querido.

Eu estava prestes a dizer algo quando vi Dylan caminhando calmamente em nossa direção. Ele me analisou com aquele olhar tranquilo e seguro, conhecendo a complexidade da situação. Ele sabia da história entre Laura e eu, e a delicadeza que sempre envolvia qualquer encontro entre nós três. Mas, para minha surpresa, ele não parecia incomodado.

— Eu posso explicar — falei rapidamente. — Não tenho nenhum sentimento por ela, e isso não vai atrapalhar nossa relação.

Dylan apenas riu, aquele riso leve que sempre me fazia relaxar.

— Eu sei disso — ele disse com um sorriso confiante, beijando minha bochecha com ternura. — Mas o que aconteceu para ela estar assim?

— Trabalho disfarçado — respondi. — Um capanga da Lily quase a pegou.

Nesse momento, Bonnie, sempre entusiasmada, interrompeu a conversa com a maior das novidades.

— Mamãe, você sabia que a gente vai ser irmãos mais velhos? — Ela disse com os olhos brilhando. — O papai engravidou o tio Dylan!

A expressão de Laura mudou rapidamente, surpresa e divertida. Ela olhou de mim para Dylan, processando a informação.

— Ah, é? — Laura disse, um sorriso surgindo em seu rosto. — Bem, parabéns para vocês dois.

Ela se abaixou para olhar Bonnie e Stephen nos olhos.

— Vocês vão ser ótimos irmãos mais velhos. E têm que ajudar muito o tio Dylan, viu? Ele vai precisar de todo o apoio.

Laura então passou a mão suavemente sobre a própria barriga, revelando o que estava guardando. Bonnie e Stephen trocaram olhares, primeiro confusos, depois radiantes.

— Mamãe, você também está grávida? — Stephen perguntou, a voz cheia de surpresa e emoção.

Laura apenas sorriu e assentiu.

— Isso mesmo. Vocês vão ter ainda mais irmãos para cuidar — ela disse, rindo.

A alegria das crianças era contagiante, e até Dylan sorriu com o anúncio inesperado.

— Isso é incrível! — Bonnie exclamou, correndo para abraçar a mãe de novo.

— Estamos tão felizes! — Stephen disse, sorrindo de orelha a orelha.

Olhei para Laura e depois para Dylan, que me lançou um olhar cúmplice, como se dissesse que, apesar de tudo, estávamos no mesmo barco. Com um leve pigarro, lembrei a todos:

— Vamos cuidar de alguns curativos agora, ok?

Laura soltou uma risada suave, e juntos, caminhamos em direção à saída da garagem, prontos para lidar com as consequências, tanto do passado quanto do futuro que agora parecia ainda mais complicado.

***************************

Subimos para o apartamento em meio à agitação das crianças, que contavam cada detalhe das últimas aventuras com tanta energia que Laura mal conseguia acompanhar. Seus olhos brilhavam, completamente envolvida na narrativa dos gêmeos, como se, por um momento, todos os perigos lá fora tivessem desaparecido, substituídos pela pureza das histórias infantis. Aquele era um dos dons de Laura — estar totalmente presente para os filhos, não importava o que estivesse acontecendo ao seu redor.

Enquanto eles falavam, comecei a fazer os curativos nos pequenos machucados de Laura, com o cuidado de quem já está acostumado a lidar com situações tensas, mas sempre com aquele leve nervosismo que surge quando se trata de alguém tão próximo. Os ferimentos eram superficiais, graças a Deus, e isso trouxe um alívio que se refletiu nos olhos de Dylan, que observava tudo ao meu lado. Ele parecia estar fazendo o mesmo que eu: agradecendo internamente que nada mais grave havia acontecido.

Os gêmeos, já impacientes, deram um salto animado ao ver a comida que Dylan havia preparado. O cheiro delicioso que vinha da cozinha só reforçava o talento que ele tinha, e o entusiasmo das crianças não era só por estarem com a mãe de volta, mas também por terem um banquete digno de um pequeno festim.

Enquanto eu terminava de cuidar de Laura, ela virou-se para Dylan, com um sorriso caloroso e genuíno.

— Dylan, eu realmente aprecio tudo o que você fez, cuidando tão bem das crianças enquanto estive fora — disse ela, com sinceridade. — Saiba que, se você precisar de alguma coisa, estou aqui para ajudar.

Dylan, sempre tão tranquilo, ergueu as mãos em um gesto casual, sua maneira descontraída de lidar com qualquer situação.

— Não precisa ser tão formal, Laura. Estamos todos felizes por tê-la de volta — ele disse com um sorriso fácil, um sorriso que trazia uma leveza ao ambiente.

Laura balançou a cabeça, mas manteve o olhar firme.

— Eu sei, mas reconheço o quanto você deve ter trabalhado. Cuidar das crianças e de Vincenzo ao mesmo tempo... — Ela riu levemente, seus olhos encontrando os meus com uma mistura de carinho e apreço. — Vincenzo deve ter sido um caos.

Dylan soltou uma risada genuína, quase musical, que ecoou pelo espaço.

— Ah, no início, ele era um verdadeiro desastre — começou, rindo ainda mais. — Mas, para minha surpresa, ele pegou o jeito das coisas rápido. Quem diria?

Laura se juntou à risada, divertindo-se com a imagem de mim tropeçando na rotina familiar.

— Deve ter sido hilário vê-lo se atrapalhando todo — comentou ela, soltando um bufo de diversão. E naquele instante, o riso dela e de Dylan se misturou, contagiando até mesmo a mim.

Eu não consegui conter uma risada envergonhada, meio sem jeito, mas ao mesmo tempo, o momento era leve, familiar. Não era apenas a convivência, era o entendimento de que, apesar de todo o caos, tínhamos encontrado uma forma de funcionar. E, de certa forma, até mesmo nas situações mais complicadas, havia espaço para momentos como esse — de risos e de alívio.

— Ok, ok, riam à vontade — falei, levantando as mãos em rendição, mas com um sorriso nos lábios. — Mas admito que tive um excelente professor. — Lançando um olhar cúmplice para Dylan, que deu de ombros com um sorriso orgulhoso.

O ambiente leve e cheio de risos era uma pausa bem-vinda. Por um momento, as preocupações ficaram em segundo plano, substituídas pela alegria de estarmos juntos.

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Até a próxima 😘

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