Capítulo Trinta e Três
Dylan Watson:
Alice foi a primeira a reagir, com a calma e eficiência que só uma espiã experiente poderia ter. Sem perder um segundo, ela correu atrás da figura encapuzada que já se afastava rapidamente. Quando finalmente me dei conta, vi que o encapuzado estava de cara no chão, e Alice, com movimentos precisos, já havia torcido os braços dele para trás, imobilizando-o com uma técnica impecável.
— Quem é você? — ela exigiu saber, sua voz firme, mas controlada, enquanto mantinha o estranho preso no chão.
Eu, ainda atordoado pelo que tinha acontecido, corri atrás dela, sentindo meu coração acelerar novamente, mas dessa vez não por medo, e sim pela urgência de entender quem era essa pessoa que havia nos ajudado duas vezes seguidas.
— Alice! — chamei, parando ao lado dela, tentando recuperar o fôlego. — O que você vai fazer?
Alice me lançou um olhar rápido, mas manteve o foco no encapuzado.
— Quero respostas, Dylan. Quem é essa pessoa e por que está nos ajudando?
O encapuzado não lutava mais, mas não dizia nada, apenas respirava pesadamente, o rosto ainda virado para o chão. Eu me ajoelhei ao lado, tentando ver mais de perto, mas a escuridão do capuz ainda escondia as feições da pessoa.
— Ei... — tentei de forma mais suave. — Quem quer que você seja, nós só queremos entender. Você nos ajudou, duas vezes. Não precisa se esconder.
Houve um silêncio tenso. Então, com um suspiro resignado, a figura começou a falar, a voz abafada pelo capuz, mas reconhecível agora que estávamos tão perto.
— Não sou seu inimigo — a pessoa disse, num tom baixo, mas firme. — Só estou aqui para garantir que vocês fiquem vivos.
Alice afrouxou o aperto, mas manteve a postura vigilante.
— E por que você se importa tanto com isso? Quem está te mandando?
O encapuzado hesitou por um momento, e então, com um movimento rápido e inesperado, conseguiu se livrar parcialmente do controle de Alice, virando-se para olhar diretamente para nós. O capuz caiu um pouco, revelando um rosto jovem, com olhos intensos e cheios de determinação, mas também algo familiar.
Meus olhos se arregalaram quando percebi quem era.
— Você? — Eu mal conseguia acreditar. Era alguém que eu não esperava ver naquele papel. Um antigo colega de Vincenzo, alguém que sempre estava à margem, mas claramente observando mais do que eu imaginava.
— Surpreso? — ele perguntou, sua expressão dura suavizando um pouco, embora seus olhos ainda estivessem cheios de cautela. — Isso não é o que parece. Estou aqui para impedir que vocês sejam pegos no fogo cruzado.
Alice ficou ainda mais séria, mas havia uma pequena faísca de reconhecimento em seus olhos também.
— Isso está muito longe de "apenas uma coincidência" — ela disse. — O que mais você sabe?
Ele se levantou devagar, sem tentar escapar dessa vez, enquanto passava a mão no pulso dolorido onde Alice o tinha segurado.
— Mais do que vocês acham que eu sei. E isso envolve muita gente, inclusive o seu querido Vincenzo.
O nome de Vincenzo pairou no ar como um peso, e eu sabia que aquilo era apenas o começo de algo muito maior.
Alice não hesitou. Ela pulou em cima do rapaz e o prendeu contra a parede com uma força que só quem está acostumado com confrontos diretos teria. Sua expressão ficou sombria, seus olhos estreitados, enquanto ela segurava a gola da camisa dele com tanta firmeza que parecia prestes a rasgá-la.
— O que isso tem a ver com o meu irmão? — perguntou, sua voz fria e perigosa.
O rapaz, claramente sentindo a pressão, não tentou se livrar. Ele sabia que não adiantaria, então apenas falou, sua voz tensa.
— Lilly sabe que ele está com a Helena. Ela vai atacar onde eles estão para afastar um dos "ratos" que está contra ela — ele disse, apontando para mim como se eu fosse parte desse plano. — Ela deve estar indo para onde eles estão agora mesmo.
Alice apertou ainda mais a gola, seu rosto ainda mais fechado.
— Já atacaram, e nós resolvemos — ela disse com firmeza, mas havia um toque de dúvida em sua voz.
O rapaz deu um sorriso sombrio, o tipo de sorriso que alguém que conhece os bastidores de uma trama mais complexa daria.
— Lilly quis estudar antes de atacar completamente. Ela vai tentar de novo. Ela me contou que planejava sequestrar *esse cara* — ele apontou diretamente para mim. — Ela sabe de tudo. Tem olhos e ouvidos em todos os lugares.
Minha mente estava girando. Como Lilly sabia tanto assim? E quem era esse rapaz, que parecia tão à vontade em compartilhar informações críticas?
— E como você sabe disso tudo? — perguntei, ainda desconfiado. — Sei que é um dos colegas do Vincenzo, mas isso não explica tudo.
O rapaz respirou fundo, como se estivesse prestes a revelar algo grande.
— Eu... sou filho da Lilly.
Alice soltou uma risada curta e amarga, incrédula.
— Lilly nunca teve filhos — disse ela, ainda pressionando-o contra a parede. — Eu teria sabido.
— Ela soube como me esconder, assim como fez com minha irmã. Ela ajudou sua amiga e sua irmã, Dylan. — Ele me olhou diretamente. — Eu nunca entreguei os planos de vocês porque tem outra pessoa dentro da agência... e eu posso provar. O soro que vocês fizeram para me fazer ser leal à Lilly também me fez imune a tudo o que tentaram fazer.
O choque percorreu meu corpo, e Alice pareceu hesitar por um segundo, mas apenas por um segundo.
— Se essa hipótese for verdadeira... por que quer ajudar agora? — ela perguntou, sua voz ainda desconfiada, mas com um toque de curiosidade.
O rapaz olhou diretamente nos olhos dela, sua expressão finalmente mostrando uma ponta de vulnerabilidade.
— Lilly entrou em contato comigo há pouco tempo e revelou todo o plano. Ela planeja atacar em três dias e usar a máquina que está desenvolvendo para algo muito pior do que vocês imaginam. Ela quer acabar com qualquer resistência antes que tenha chance de agir.
O silêncio que se seguiu foi quase insuportável. Alice finalmente soltou a gola do rapaz, mas seu olhar ainda estava carregado de desconfiança.
— E por que devemos acreditar em você? — ela perguntou, com uma expressão firme. — Qual a garantia de que você não está jogando dos dois lados?
Ele respirou fundo e respondeu com a voz mais firme que conseguiu.
— Eu sei que minha mãe é perigosa... mas não quero ser usado por ela. Eu posso provar o que estou dizendo, e vocês têm pouco tempo. Se vocês não agirem agora, não terão chance de deter o que está por vir.
O olhar de Alice se suavizou um pouco, mas ela não baixou a guarda completamente.
— Três dias, então — ela murmurou, pensativa, antes de finalmente soltar o rapaz por completo e olhar para mim. — Dylan, precisamos nos preparar. O tempo está correndo.
E naquele momento, percebi que estávamos no meio de algo muito maior do que qualquer um de nós poderia imaginar.
Alice deu um passo para trás, seus olhos ainda fixos no rapaz, mas seu corpo finalmente relaxando. Eu sabia que, apesar de ter soltado o rapaz, ela ainda estava em alerta. Afinal, lidar com alguém que afirmava ser filho de Lilly, a pessoa por trás de tantos problemas, não era algo que se confiava facilmente.
— Três dias — murmurei, absorvendo a gravidade da situação. O que quer que Lilly estivesse planejando, tínhamos um prazo muito curto para agir.
O rapaz, agora livre das mãos de Alice, respirou fundo, esfregando a parte de trás do pescoço onde tinha sido pressionado contra a parede. Ele olhou diretamente para mim, como se soubesse que, de alguma forma, eu era a chave para algo maior.
— Sei que isso parece uma armadilha — ele começou, a voz carregada de frustração. — Mas eu não estou mentindo. Lilly está mais perto do que vocês pensam, e se vocês não fizerem nada, ela vai conseguir o que quer.
Alice, sempre pragmática, cruzou os braços, ainda avaliando o rapaz com um olhar calculista.
— Vamos supor que acreditamos em você — disse ela. — Como exatamente você pode provar isso? Você falou de um soro, falou de informações dentro da agência, mas o que nos garante que isso não é apenas mais uma manipulação da sua mãe?
Ele balançou a cabeça, tentando mostrar sinceridade.
— A agência está comprometida. Tem um traidor entre vocês, e eu sei quem é. Mas o problema é que Lilly também sabe, e ela está usando essa pessoa para alimentar informações falsas e confundir vocês. O soro que ela usou em mim me tornou imune a certos métodos de controle que ela usa nos outros. Foi a única coisa que me permitiu escapar das manipulações dela, mas não sem consequências.
Alice estreitou os olhos, claramente avaliando cada palavra com cuidado.
— E por que você não foi até a agência com isso antes? Por que esperar até agora? — ela pressionou.
O rapaz olhou para baixo, como se estivesse ponderando uma resposta.
— Porque até agora eu não tinha certeza de quem era confiável. A agência foi comprometida por dentro, e minha mãe sempre me manteve perto o suficiente para me controlar. Só quando ela começou a revelar seus planos mais detalhadamente é que eu percebi a extensão do que ela está preparando. Ela vai atacar em três dias e usar a máquina para... — ele parou, como se estivesse hesitando.
— Para o quê? — perguntei, minha voz baixa, mas cheia de urgência.
— Para destruir as barreiras entre os mundos. Ela quer romper as realidades e trazer caos para qualquer lugar que ofereça resistência. Ela quer usar o caos como arma, e a máquina dela... pode fazer isso.
O silêncio que se seguiu foi quase sufocante. As palavras dele ressoaram na minha mente como um eco interminável. Romper as barreiras entre as realidades? A ideia parecia loucura, mas, considerando tudo o que já havíamos enfrentado até agora, nada mais parecia impossível.
Alice trocou um olhar comigo, e pude ver a mesma determinação nos olhos dela. Tínhamos que agir.
— Precisamos ir até Vincenzo — Alice finalmente disse, virando-se para mim. — Ele precisa saber disso imediatamente. E se o que ele está dizendo sobre um traidor for verdade, precisamos ser cuidadosos com quem compartilhamos essas informações.
Eu assenti, ainda processando tudo, mas sabendo que não tínhamos escolha. Cada minuto contava agora.
— E você — Alice apontou para o rapaz, que ainda estava de pé, visivelmente nervoso. — Você vai conosco, e qualquer passo em falso... eu vou descobrir.
Ele assentiu, com os olhos cheios de uma mistura de alívio e tensão. Sabia que estava jogando uma carta perigosa, mas parecia disposto a seguir adiante.
Enquanto nos preparávamos para sair dali, senti o peso do que estava por vir. Lilly estava prestes a atacar, e tínhamos apenas três dias para detê-la. Era uma corrida contra o tempo, e a linha entre amigos e inimigos nunca havia sido tão tênue.
*****************
Alice dirigia a van com a mesma determinação que usava em todas as situações críticas. Eu me sentei ao lado dela, e Sammy estava no meio de nós, com os pulsos e pés amarrados por um fio prateado que Alice tinha usado para garantir que ele não tentasse nada. Seus olhos estavam fixos na estrada, mas claramente, ela estava prestando atenção em tudo o que estava acontecendo.
— O que Lilly realmente está planejando? — perguntei, virando-me para Sammy, tentando entender a gravidade da situação.
Sammy olhou para mim, seus olhos carregando um peso de quem sabia demais, mas não tinha certeza de como todo aquele conhecimento seria útil.
— Ela quer roubar toda a energia do mundo — ele começou, sua voz séria, sem hesitar. — Não só energia física, como eletricidade ou combustível. Ela está atrás da energia vital de tudo que vive e respira. Vai drenar as pessoas, a natureza, os seres vivos. E para piorar, ela quer fazer uma espécie de controle mental em massa. Forçar todos a se tornarem seus super soldados, obedientes a cada comando.
Meu estômago revirou ao ouvir aquilo. Eu sabia que Lilly era perigosa, mas isso ia muito além do que eu poderia ter imaginado. Roubar energia vital? Controle mental em escala global? Ela estava transformando o mundo em seu playground de experimentos.
Alice, sem desviar o olhar da estrada, fez a próxima pergunta, seu tom tão afiado quanto a lâmina de uma faca:
— E qual é o seu nome?
Sammy hesitou por um segundo, como se soubesse que aquele simples detalhe abriria uma porta para mais perguntas.
— Meu nome é Sammy — ele disse, a voz baixa, quase resignada. — Ela me escondeu a vida toda, me treinando para ser uma peça no jogo dela. Mas quando percebi o que realmente estava por trás dos planos dela, eu... eu não queria ser parte disso.
Alice não respondeu de imediato, mas sua expressão endureceu ainda mais. O silêncio que se seguiu parecia carregado de desconfiança.
— E esses experimentos... — continuei, tentando extrair o máximo de informações possível. — Ela está usando seres vivos?
Sammy assentiu, visivelmente desconfortável com o que estava prestes a dizer.
— Sim. Ela está fazendo experimentos com humanos, animais, e... até mesmo com seres de outras realidades. Ela quer criar um exército híbrido, uma força que nenhum governo, organização ou resistência será capaz de parar. Tudo isso usando a tecnologia e a magia que ela desenvolveu. E se ela conseguir ativar a máquina em três dias, será tarde demais. Não haverá como impedir.
Meu coração disparou. O cenário que ele estava descrevendo era muito pior do que qualquer coisa que eu tivesse imaginado. Lilly não era apenas uma ameaça à nossa segurança — ela era uma ameaça à própria existência de vida como conhecíamos.
Alice finalmente quebrou o silêncio, sua voz firme e decidida:
— Então temos três dias para impedir isso.
Olhei para ela e percebi que, apesar de toda a gravidade da situação, Alice estava focada. Não havia pânico, apenas uma determinação implacável. Ela não estava disposta a deixar Lilly vencer. E eu sabia que faria tudo o que estivesse ao meu alcance para ajudar.
Sammy nos observava, talvez percebendo que não havia volta para ele também. Estava do nosso lado agora, quer quisesse ou não.
— *Ela conseguiu trazer alguém de outra realidade?* — Alice perguntou, sua voz baixa, mas cheia de urgência. O olhar dela estava fixo na estrada, mas eu sabia que ela estava processando cada palavra com a mesma intensidade que eu.
Sammy hesitou por um breve momento antes de responder, mas quando o fez, suas palavras caíram como uma bomba.
— Sim. Ela trouxe a Helena... e a Liz. Elas são de outra realidade, assim como o cachorro delas.
Meu queixo caiu, e por alguns segundos fiquei sem palavras. Helena e Liz? *Elas são de outra realidade?* Como isso era possível? Isso explicava tanto... o jeito que elas pareciam deslocadas às vezes, como se não pertencessem totalmente ao nosso mundo.
— *O quê?* — consegui finalmente murmurar, ainda em choque.
Sammy olhou para mim, vendo a incredulidade no meu rosto, e continuou explicando:
— É isso mesmo. Se vocês pesquisarem o passado delas, será como se essas duas não existissem aqui. Não há registros delas antes de certo ponto, porque simplesmente não faziam parte deste mundo. Lilly encontrou um jeito de atravessar as barreiras entre as realidades e trouxe elas para cá. Elas são peças-chave nos experimentos dela.
Alice apertou o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Eu sabia que ela estava tentando processar tudo, mas ao mesmo tempo, manter o foco no que era necessário fazer. Isso explicava porque Lilly estava tão obcecada com Helena. Não era só uma rivalidade ou interesse superficial. Helena e Liz eram parte fundamental de algo muito maior, algo que Lilly controlava.
— Isso muda tudo — Alice murmurou, mais para si mesma do que para nós.
— Lilly está usando elas para seus experimentos de fusão entre humanos e outras criaturas — Sammy continuou, agora mais solto, sabendo que a verdade já estava sendo revelada. — Ela as trouxe porque, de alguma forma, suas biologias são diferentes das nossas, e isso as torna essenciais para o que ela está tentando fazer.
— E como diabos vamos impedir isso? — perguntei, minha voz saindo mais alta do que eu pretendia, ainda processando o fato de que duas pessoas que eu conhecia estavam envolvidas em algo tão... irreal.
Alice respirou fundo, seus olhos focados na estrada, como se tentasse encontrar as palavras certas.
— Primeiro, precisamos alertar o Vincenzo. Ele precisa saber de tudo isso. Depois... — Ela fez uma pausa, apertando os lábios em uma linha fina. — Depois, encontraremos uma maneira de destruir a máquina antes que ela faça qualquer coisa.
Sammy concordou lentamente, mas seu olhar estava distante, como se estivesse ponderando algo mais.
— Vocês não têm muito tempo — ele disse, sua voz agora mais sombria. — Lilly sabe que vocês estão se movendo, e ela não vai esperar para agir. Ela vai tentar capturar todos os que são cruciais para os planos dela... incluindo vocês.
O silêncio que se seguiu era pesado. Eu olhei para Alice, que mantinha sua compostura firme, mas sabia que estávamos caminhando em uma linha tênue. As próximas horas e dias seriam cruciais.
Alice manteve os olhos firmes na estrada, mas eu podia ver que, por dentro, ela estava processando toda essa nova informação com o mesmo impacto que eu. As palavras de Sammy ecoavam em minha mente: *Helena e Liz de outra realidade*, *Lilly controlando as barreiras entre os mundos*, *três dias para o ataque*. Era muita coisa para assimilar, e o peso da responsabilidade começou a cair sobre mim.
— Precisamos nos mexer rápido — Alice disse com firmeza, quebrando o silêncio. — Vincenzo é a nossa melhor chance de entender o que podemos fazer. Mas se Lilly já está se movendo, temos que estar um passo à frente dela.
Eu assenti, ainda atordoado, mas determinado. Não havia tempo para hesitar. Se Lilly já tinha o poder de atravessar realidades e criar híbridos, quem sabe do que mais ela era capaz? Precisávamos agir antes que ela pudesse lançar seu ataque e mergulhar o mundo no caos que ela planejava.
Sammy, sentado entre nós, olhou para mim com uma expressão pesada, como se soubesse que seu destino estava entrelaçado com o nosso agora.
— Eu vou ajudar vocês — disse ele, com uma determinação silenciosa. — Não posso mudar o que Lilly fez comigo ou com minha irmã, mas posso tentar impedir que ela destrua o que resta desse mundo.
Alice olhou para ele pelo canto do olho, ainda desconfiada, mas parecia dar o benefício da dúvida.
— Vamos ver se sua ajuda é realmente útil — ela disse, sem esconder sua reserva. — Porque se for uma armadilha, Sammy, você sabe o que vai acontecer.
Sammy assentiu sem reclamar. Ele sabia que não havia espaço para erros.
Enquanto nos aproximávamos do esconderijo de Vincenzo, onde esperávamos encontrar respostas, não pude deixar de sentir a tensão crescendo. O relógio estava correndo, e as peças desse quebra-cabeça sombrio estavam finalmente se juntando.
Assim que chegamos, Alice parou a van em frente a uma antiga fábrica abandonada — o que, para os olhos treinados, era o esconderijo de Vincenzo. Saímos rapidamente, e Alice agarrou Sammy pelo braço, certificando-se de que ele não tentaria escapar. Eu segui logo atrás, meus sentidos alertas, sabendo que cada minuto contava.
Entramos no prédio, passando por corredores enferrujados e mal iluminados até que uma porta pesada de metal apareceu à nossa frente. Alice digitou um código e a porta se abriu com um chiado baixo.
Dentro, Vincenzo nos aguardava, cercado por monitores e equipamentos de alta tecnologia. Seu olhar sério se voltou para nós, especialmente para Sammy, que ainda estava amarrado.
— O que aconteceu? — Vincenzo perguntou, indo direto ao ponto, sua voz cheia de autoridade.
Alice foi a primeira a falar, resumindo tudo o que havíamos descoberto. Sammy, visivelmente cansado, corroborou as informações, explicando em detalhes os planos de Lilly, as barreiras entre realidades, e como Helena e Liz estavam envolvidas.
Vincenzo ouviu em silêncio, seu rosto ficando cada vez mais sombrio conforme as informações se desenrolavam.
— Se isso for verdade, temos menos tempo do que pensamos — ele disse finalmente, levantando-se da cadeira e começando a andar pelo quarto, a mente já processando as possibilidades. — Lilly não só está tentando controlar o mundo, ela está brincando com forças que nenhum de nós entende completamente. Se ela conseguir ativar essa máquina, será o fim de tudo o que conhecemos.
— Então, o que fazemos? — perguntei, minha voz carregada de urgência.
Vincenzo parou, virando-se para nos encarar.
— Precisamos destruir essa máquina antes que ela possa ser usada. Se conseguirmos localizá-la e desativá-la, temos uma chance. — Ele olhou para Sammy. — Você sabe onde ela está?
Sammy assentiu lentamente.
— Sei, mas o lugar é fortemente vigiado. Vai ser quase impossível chegar lá sem sermos notados.
Alice deu um passo à frente, seu olhar firme.
— Então fazemos o impossível. Não temos escolha. Temos três dias, e não vamos perder um minuto sequer.
Com o plano começando a se formar, sentimos a pressão do tempo se intensificar. Mas uma coisa era certa: não estávamos mais nas sombras. Agora sabíamos o que Lilly estava planejando e, juntos, tínhamos uma chance de impedi-la. Era uma corrida contra o tempo, e falhar não era uma opção.
Enquanto saíamos para nos preparar, a sensação de que estávamos nos aproximando do fim do jogo crescia. Lilly tinha seus planos, mas agora nós tínhamos os nossos. E com determinação renovada, estávamos prontos para enfrentar o que viesse.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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