Capítulo Trinta e Nove
Dylan Watson:
Meus sogros me olharam com cuidado assim que chegamos, seus olhos examinando cada detalhe como se tentassem decifrar o que havia acontecido. Outros agentes entraram no prédio destruído, analisando os destroços, e o ambiente ao nosso redor parecia uma mistura de caos e alívio. Me sentei ao lado de Vincenzo, sentindo a tensão começar a sair do meu corpo, mas ainda em alerta. Olhei para ele por um momento, buscando conforto em sua presença, mas logo meus olhos foram atraídos para a cena à nossa frente.
Alice e Helena estavam ali, paradas uma em frente à outra, sem dizer uma palavra, mas o silêncio entre elas falava mais alto do que qualquer conversa poderia. Alice, com seu semblante sempre sério e focado, agora parecia um pouco mais suave, seus olhos fixos no rosto de Helena. Havia algo na forma como ela a olhava — não era apenas preocupação, mas também admiração. Como se, depois de tudo o que haviam passado, Alice estivesse vendo Helena sob uma nova luz.
Helena, por sua vez, estava ligeiramente tensa, mas seus olhos não deixavam os de Alice. Era quase como se estivessem tendo uma conversa silenciosa, uma troca de sentimentos que não precisavam ser verbalizados. O cansaço era evidente em ambas, mas havia uma conexão ali, algo que havia se fortalecido no calor da batalha e do perigo.
Alice deu um passo à frente, hesitante por um breve momento, mas logo sua mão encontrou o braço de Helena, num gesto quase protetor. Seus dedos deslizaram até o cotovelo dela, como se quisesse ter certeza de que Helena estava bem, inteira. O toque era sutil, mas carregado de significado.
— Você está bem? — Alice perguntou, a voz baixa, quase um sussurro, como se aquela pergunta fosse mais íntima do que simples palavras.
Helena assentiu, os olhos ainda presos nos de Alice. Havia algo diferente no jeito como ela respondeu, como se naquele simples gesto estivesse reconhecendo a profundidade do que passaram juntas.
— Agora que estamos fora daquele inferno, sim — respondeu Helena, com um sorriso cansado, mas genuíno.
O silêncio voltou, mas dessa vez era carregado de uma tensão diferente. Não era o medo do perigo, mas algo mais profundo, como se ambas estivessem percebendo pela primeira vez o que aquilo realmente significava. O mundo ao redor parecia se dissolver enquanto elas se focavam uma na outra, ignorando por um momento o caos, os destroços e até mesmo nós.
Alice não soltou o braço de Helena, e o polegar dela fez um leve movimento circular sobre a pele de Helena, quase inconsciente, mas carregado de afeto. Ela então inclinou a cabeça, deixando escapar um pequeno sorriso, algo raro para Alice, e foi nesse sorriso que eu percebi o quanto aquela conexão era forte.
— Você foi incrível lá dentro — Alice disse, seu tom ainda calmo, mas com uma emoção que era impossível ignorar. — Eu não teria conseguido sem você.
Helena sorriu, e eu podia ver a tensão se dissipar dos ombros dela. A conexão entre elas era palpável, uma mistura de alívio, gratidão e algo mais que parecia estar crescendo lentamente.
— Você também não foi nada mal, Alice — Helena respondeu, com uma leve provocação na voz, mas seus olhos brilhavam de maneira diferente agora, mais suaves, mais íntimos.
Vincenzo ao meu lado soltou um leve suspiro, e percebi que ele também estava observando a troca silenciosa entre as duas. Algo havia mudado entre Alice e Helena, algo que agora estava à flor da pele, e todos ali podiam sentir.
O toque suave de Alice no braço de Helena se prolongou por mais um segundo antes que ela finalmente soltasse, mas a conexão entre elas permaneceu.
************************************
Para nos encontrarem, foi surpreendentemente fácil. Usaram um helicóptero para sobrevoar a área devastada e localizar nossa posição. Quando os outros agentes chegaram e começaram a investigar, logo descobriram restos mortais perto da máquina destruída. Pelo que pude perceber, minha sogra parecia cética, como se não estivesse totalmente convencida de que aquilo fosse o fim de Lilly.
Mesmo assim, capturar os capangas de Lilly e destruir a máquina foi o suficiente, pelo menos por enquanto. A ameaça imediata estava contida, e todos começavam a relaxar, embora o ar ainda estivesse carregado de tensão. O peso do que havia acontecido estava claro, mas a sensação de vitória era inegável.
— Será que isso acaba aqui? — perguntei, olhando para Vincenzo ao meu lado. Ele me lançou um olhar pensativo, mas sem responder de imediato. Sabíamos que, mesmo com tudo o que fizemos, a sombra de Lilly ainda pairava sobre nós.
Porém, por enquanto, a instalação estava destruída, os capangas capturados, e a brecha, contida. Isso teria que bastar.
— Certeza que não — Vincenzo disse, com uma firmeza que fez meu estômago afundar.
Eu olhei para ele, esperando ver algum sinal de dúvida, mas seu olhar era decidido. Ele conhecia Lilly melhor do que qualquer um de nós. Mesmo com a destruição da máquina e os capangas capturados, algo no fundo me dizia que ele estava certo. Aquilo não parecia o fim. Era difícil acreditar que uma mulher tão determinada e manipuladora como Lilly desapareceria tão facilmente.
— Se eu aprendi uma coisa com ela, é que Lilly sempre tem uma carta escondida — Vincenzo continuou, seus olhos fixos no horizonte. — Isso aqui... pode ter sido apenas o começo.
Suspirei, sentindo o peso da incerteza voltar a se instalar. A sensação de alívio que tínhamos experimentado ao destruir a máquina começava a evaporar. Alice e Helena ainda estavam perto, discutindo com os outros agentes sobre a evacuação e o que seria feito com os destroços.
— Então, o que fazemos agora? — perguntei, tentando esconder a ansiedade na minha voz.
Vincenzo me olhou com um meio sorriso, o tipo de sorriso que tentava ser reconfortante, mas que ainda trazia a sombra da realidade.
— Agora, ficamos atentos. Porque, se ela estiver viva, vai voltar. E da próxima vez, pode ser ainda pior.
O silêncio que seguiu as palavras de Vincenzo parecia engolir tudo ao nosso redor. Eu senti um arrepio subir pela espinha, como se o próprio ar ao nosso redor estivesse alertando para algo mais sombrio à espreita. Mesmo com o caos que deixamos para trás e o aparente fim de Lilly, a sensação de que algo maior estava por vir era inegável.
— Você realmente acha que ela... — comecei a perguntar, mas Vincenzo balançou a cabeça, me interrompendo.
— Lilly não é do tipo que desiste fácil, especialmente depois de tudo o que construiu. Se há uma chance de ela ainda estar viva, ela vai encontrar um jeito de voltar. — Seus olhos escuros ficaram sérios, sua expressão rígida. — E quando ela voltar, não vai ser como antes. Vai ser pior.
Senti meu coração apertar ao ouvir aquilo. Mesmo depois de tudo que passamos, a ideia de que Lilly poderia voltar, ainda mais perigosa, era assustadora. Vincenzo tinha razão. O tipo de pessoa que ela era... uma sobrevivente, alguém disposta a tudo para alcançar seus objetivos.
Olhei para Helena e Alice, ainda em uma conversa séria com os outros agentes. Helena cruzou os braços, mas seu olhar parecia perdido, como se as palavras de Alice estivessem passando sem serem registradas. Alice, por outro lado, estava focada, firme em suas decisões. Mas mesmo de longe, a conexão entre elas parecia evidente — algo mudara entre as duas, algo que agora dava a Alice um motivo extra para lutar, além do dever.
— E quanto a nós? — perguntei, desviando o olhar de Helena e Alice para Vincenzo. — O que fazemos enquanto esperamos o próximo movimento dela?
Vincenzo me olhou de lado, um sorriso cansado mas caloroso em seus lábios.
— Nós nos preparamos, ficamos juntos. — Ele passou o braço pelos meus ombros, apertando-me de leve. — Lilly pode ter muitas cartas na manga, mas nós também temos as nossas. E eu não vou deixar que ela nos destrua.
O calor do toque dele me deu uma sensação de segurança, apesar de toda a incerteza ao nosso redor. Eu sabia que ele estava certo. A única maneira de enfrentarmos o que vinha pela frente seria juntos. Eu não estava sozinho nisso, e nem ele. Todos nós tínhamos passado por algo que nos unia agora de uma forma diferente.
Alice e Helena voltaram, aproximando-se de nós. O olhar de Alice era sério, mas havia uma determinação renovada. Helena parecia um pouco mais leve, mas ainda com uma sombra de preocupação nos olhos.
— Temos que sair daqui — Alice disse, olhando ao redor como se calculasse todos os passos que precisavam ser dados. — As investigações sobre os destroços podem continuar, mas não podemos mais ficar nesse lugar.
— E depois? — perguntei, tentando não parecer ansioso.
— Depois, seguimos para um lugar seguro. Precisamos nos reagrupar, pensar nas próximas etapas e... — Alice olhou de relance para Helena, como se considerasse algo mais profundo. — Descansar um pouco, pelo menos por enquanto.
Helena assentiu silenciosamente ao lado dela, seus olhos refletindo a mesma preocupação que todos nós carregávamos. Ela se aproximou de Alice e, por um momento, ficou ao lado dela, o ombro quase tocando o dela. Foi um gesto sutil, mas carregado de significado. A tensão entre as duas parecia ter se dissolvido, e agora havia uma conexão clara, construída em meio ao caos que enfrentaram.
Vincenzo e eu trocamos um olhar breve, e então, sem mais palavras, todos começamos a caminhar em direção ao helicóptero, que aguardava para nos tirar dali. Mesmo com a sensação de vitória sobre a destruição da máquina, todos sabíamos que o futuro era incerto. Mas, pelo menos por enquanto, estávamos juntos.
E Lilly? Ela ainda estava lá, em algum lugar. Talvez viva, talvez não. Mas de uma coisa eu tinha certeza: essa batalha ainda não havia terminado.
Assim que voltamos para a agência, fui imediatamente cercado por minha mãe e minha irmã. Elas me abraçaram com tanta força que quase perdi o fôlego, mas o alívio e a emoção em seus rostos faziam o aperto valer a pena. Minha mãe chorava baixinho, enquanto minha irmã segurava minhas mãos, como se quisesse se certificar de que eu estava realmente ali, em carne e osso.
O Senhor Hanker, sempre tão contido e sério, me surpreendeu ao me abraçar com a mesma intensidade. Senti seus braços fortes ao meu redor, e percebi que até ele, com toda a sua frieza profissional, estava aliviado por eu ter voltado.
Antes que eu pudesse processar tudo, os gêmeos vieram correndo em minha direção, as lágrimas já escorrendo por seus rostos. Eles me abraçaram ao mesmo tempo, as pequenas mãos segurando meu casaco com força, e soluçavam de uma maneira que partia meu coração. Eu me abaixei para ficar na altura deles e envolvi os dois com meus braços, tentando acalmá-los.
— Ei, está tudo bem agora. Eu estou aqui — sussurrei, sentindo a onda de emoções me atingindo.
Meus amigos não ficaram atrás. Um por um, vieram até mim, com abraços que misturavam alívio e uma espécie de alegria silenciosa. Sabíamos que poderia ter sido muito pior, que o desfecho daquela missão poderia ter sido trágico. Mas estávamos aqui, juntos, e isso era o suficiente por enquanto.
Ouvi um grito agudo, e antes que pudesse reagir, os gêmeos vieram correndo na minha direção. Eles se jogaram contra mim, seus braços pequenos me envolvendo com força ao redor da cintura, como se não quisessem me soltar nunca mais.
— Tio Dylan, está tudo bem? — os dois falaram ao mesmo tempo, suas vozes ansiosas, quase desesperadas por uma resposta.
Senti um sorriso suave se formar nos meus lábios enquanto eu passava a mão pelos cabelos deles, tentando tranquilizá-los. O toque deles me trouxe uma sensação de conforto, como se o caos pelo qual havíamos passado estivesse finalmente ficando para trás. Eu acariciei suas cabeças, tentando transmitir a segurança que eles precisavam naquele momento.
— Sim, está tudo bem agora — respondi, minha voz suave. — Estou de volta, e vocês dois estão seguros.
Eles soltaram um suspiro de alívio, mas ainda não me soltaram. Era como se precisassem ter certeza absoluta de que eu estava ali, de que nada de ruim ia acontecer. Me abaixei um pouco para ficar na altura deles e os abracei de volta, sentindo o alívio deles quase como uma onda.
Enquanto isso, Helena passou por nós, sua expressão suavizando ao avistar Liz. Num gesto cheio de emoção, ela a envolveu em um abraço apertado, como se as palavras não fossem necessárias para expressar o quanto significava tê-la ali, sã e salva.
Biscoito, o cachorro, corria ao redor de nós, latindo animado, como se estivesse participando da reunião com sua própria alegria canina. O som de suas patas e seus latidos preenchiam o espaço com uma energia que, de alguma forma, aliviava ainda mais a tensão que pairava no ar. O cenário era um caos caloroso e cheio de amor, o tipo de caos que, depois de tudo, parecia perfeito.
Ainda segurando os gêmeos, senti o calor do abraço deles começando a relaxar a tensão em meus ombros. Ao meu lado, vi Vincenzo se aproximando, o olhar dele fixo em mim com uma mistura de alívio e algo mais. Ele parecia observar cada detalhe, como se precisasse garantir que eu realmente estava bem.
Quando os gêmeos finalmente me soltaram, eles saíram correndo na direção de Helena e Liz, e eu me levantei, encontrando o olhar de Vincenzo. Ele se aproximou lentamente, como se quisesse prolongar aquele momento de reencontro.
— Não pensei que fosse te ver de volta tão rápido — ele disse com um meio sorriso, a voz baixa, quase como um suspiro de alívio.
— Nem eu — admiti, rindo suavemente, sentindo o peso do que aconteceu começar a se dissipar com a presença dele tão perto. — Foi uma loucura.
Vincenzo ficou mais próximo, e num gesto quase natural, passou a mão pelo meu braço, seu toque leve mas firme. Aquele gesto simples, que podia parecer casual, trouxe uma sensação de segurança e conforto que eu não sabia que estava precisando até sentir o calor da mão dele contra a minha pele.
— Eu te disse que não ia deixar nada acontecer com você — Vincenzo murmurou, seus olhos nunca deixando os meus. Havia algo profundo no tom da voz dele, como se estivesse reafirmando uma promessa silenciosa.
Senti meu coração acelerar levemente com a proximidade, o ar entre nós ficando mais denso, mas de um jeito bom. Ele estava ali, firme, o calor do toque dele me ancorando no presente, afastando o caos do que tínhamos acabado de passar.
— Eu sei — respondi, tentando manter a voz firme, mas sem esconder o quanto aquele momento me afetava. — E eu também não vou deixar nada acontecer com você. Estamos nisso juntos.
Vincenzo deu um sorriso de canto, o tipo de sorriso que fazia meu coração bater um pouco mais forte. Ele deu um passo à frente, e agora estávamos tão perto que eu podia sentir a presença dele de forma intensa. Ele inclinou a cabeça, nossos rostos a centímetros de distância.
— Parece que sim — ele disse baixinho, a intensidade nos olhos dele fazendo o mundo ao nosso redor desaparecer por um momento.
Por um instante, tudo o que importava era aquele espaço entre nós, o calor do toque dele e a sensação de que, independentemente do que acontecesse a seguir, estaríamos juntos.
O silêncio entre nós se aprofundou, e o mundo ao nosso redor pareceu diminuir, até que tudo o que existia era a proximidade entre Vincenzo e eu. O toque leve da mão dele em meu braço, que inicialmente parecia casual, agora tinha um peso maior, carregado de emoções que ambos tentávamos processar. Seus olhos não se desviavam dos meus, e eu podia sentir a intensidade da conexão crescendo a cada segundo.
— Acho que nunca imaginei que... — comecei, mas minha voz falhou por um instante, e Vincenzo inclinou um pouco a cabeça, como se estivesse esperando eu terminar a frase. — Que nós chegaríamos aqui assim.
Ele sorriu suavemente, e o toque de sua mão em meu braço deslizou mais para baixo, agora segurando meu antebraço com mais firmeza, um gesto que me ancorou ainda mais.
— Nem eu — ele admitiu, a voz baixa, mas cheia de algo indescritível. — Mas acho que algumas coisas... só fazem sentido quando você se permite enxergá-las.
A profundidade das palavras dele me atingiu, e eu percebi que ele estava certo. Havia uma atração entre nós, algo que sempre esteve presente, mas que o caos das últimas semanas havia intensificado. Agora, naquele momento de alívio, depois de tudo o que passamos, era impossível ignorar.
— E o que a gente faz agora? — perguntei, minha voz mais suave do que eu esperava, sentindo a proximidade dele como um imã.
Vincenzo se inclinou ainda mais perto, seus olhos viajando pelos meus traços antes de fixarem novamente em meu olhar. O calor entre nós era quase palpável, e eu podia sentir o coração acelerar no peito.
— Acho que continuamos juntos — ele sussurrou, os lábios a centímetros dos meus. — Um passo de cada vez.
O momento parecia se prolongar, e o mundo ao nosso redor desapareceu completamente. Vincenzo, com aquela calma e confiança que sempre me deixavam um pouco desestabilizado, estava ali, oferecendo algo mais do que simples palavras. Era uma promessa de que, acontecesse o que acontecesse, ele estaria ao meu lado.
Sem pensar duas vezes, aproximei-me ainda mais, e antes que pudesse hesitar, nossos lábios se tocaram num beijo suave, cheio de significado. Era um gesto que parecia ter sido adiado por tempo demais, mas que agora, naquele instante, fazia todo o sentido. O calor do beijo, a conexão que finalmente se realizava, fez com que tudo ao redor desaparecesse ainda mais.
Quando nos separamos, o sorriso suave no rosto de Vincenzo me fez sentir um misto de segurança e carinho que eu nunca soubera precisar tanto.
— Um passo de cada vez — repeti, e naquele momento, soube que, independentemente do que o futuro trouxesse, estávamos prontos para enfrentá-lo juntos.
Quando nos afastamos daquele beijo, o silêncio entre nós era confortável, preenchido por tudo o que havia sido dito sem palavras. Vincenzo manteve o olhar em mim, como se quisesse garantir que tudo estava bem. Seus dedos deslizaram levemente pela minha pele, e então, num gesto suave e cheio de significado, ele passou a mão pela minha barriga, seus dedos firmes e carinhosos ao mesmo tempo.
A sensação do toque dele ali, de alguma forma, trouxe uma onda de calma sobre mim. Vincenzo ficou quieto por um momento, os olhos baixando para onde sua mão estava. Eu podia ver no rosto dele um misto de admiração e alívio.
— Ainda bem que vocês dois estão bem — ele murmurou, o carinho na voz inconfundível. Seus dedos traçavam um caminho leve sobre a minha barriga, quase como se estivesse se certificando de que o bebê ainda estava ali, seguro.
Eu também senti esse alívio crescer dentro de mim, sabendo que, apesar de tudo o que havíamos enfrentado, o bebê ainda estava aqui, protegido. Coloquei minha mão sobre a dele, nossos dedos entrelaçados enquanto ele continuava com aquele toque gentil e cheio de cuidado.
— Estamos — respondi, sentindo a emoção transbordar. — E agradeço por isso. Por você estar aqui. Por estar ao meu lado.
Vincenzo sorriu, o tipo de sorriso que dizia mais do que qualquer palavra. Ele segurou minha mão com mais firmeza, trazendo-a para mais perto de seu peito, enquanto seus olhos encontravam os meus novamente. Não havia mais dúvidas, mais hesitações. Estávamos construindo algo juntos, algo que ia além do que havíamos imaginado, algo que envolvia não apenas nós dois, mas a nova vida crescendo dentro de mim.
— Vamos passar por isso juntos — ele disse baixinho, os dedos ainda descansando sobre a minha barriga, como se fizesse uma promessa silenciosa.
Senti meu coração se aquecer com aquelas palavras, e soube, ali, que tudo pelo que havíamos passado valia a pena. Estávamos conectados de uma forma profunda, prontos para enfrentar o futuro, passo a passo, com nosso bebê crescendo e nosso amor se fortalecendo.
Sorri para ele, e nesse momento, soube que, apesar das incertezas do que ainda estava por vir, estávamos prontos.
______________________________________
Gostaram?
Até a próxima 😘
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro