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Capítulo Três

Dylan Watson:

A dor de cabeça era insuportável, como se eu tivesse levado golpes de todos os lutadores de MMA ao mesmo tempo. Arrependi-me no segundo em que gritei, minha voz ecoando no quarto.

— Dylan, calma — Vincenzo murmurou, passando a mão pelo rosto, o cabelo desgrenhado, tentando entender o que estava acontecendo.

— Calma é o cacete! — retruquei, o choque me atingindo como uma onda. Dei um passo para trás, como se a distância entre nós fosse o suficiente para eu digerir melhor a situação. O que diabos estava acontecendo?

Vincenzo piscou algumas vezes, os olhos dele vagando pelo quarto, tentando captar o cenário. Ah, ótimo, ele ainda estava no processo de ligar os pontos. Eu? Já tinha ligado todos e cada um deles me deixava mais desnorteado.

— Precisava gritar? — ele disse, sentando-se na cama, massageando as têmporas com uma expressão cansada. — Agora estou com dor de cabeça também.

Respirei fundo, tentando encontrar palavras. Não estava funcionando muito bem.

— Estamos... pelados... na mesma cama — falei, como se eu precisasse verbalizar aquilo para realmente acreditar.

Ele me olhou com uma calma desconcertante.

— Qual é o problema disso? — perguntou, genuinamente confuso.

— Cretino! — Eu não consegui me segurar. Dei um soco no ombro dele, o que foi um erro monumental. Minha mão começou a latejar instantaneamente. Ele era feito de pedra ou algo assim?

— Está maluco? Me batendo logo de manhã? — Ele esfregou o ombro, lançando-me um olhar indignado. — Não se agride ninguém logo cedo, a menos que tenha perdido um jogo de cartas ou algo assim.

Levantei-me da cama, ignorando o fato de que estava nu. Isso era o de menos, certo? O real problema era que eu, Dylan "Nunca me envolveria com ele de novo" havia dormido com Vincenzo Alves. Como, em nome de tudo o que é sagrado, isso tinha acontecido?

Enquanto eu recolhia minhas roupas espalhadas pelo chão, sentia o olhar dele me queimando. Ótimo, eu precisava de um julgamento logo cedo.

— Pode parar de me encarar? — pedi sem nem olhar para trás, enfiando a cueca o mais rápido possível.

Ele soltou uma risadinha, o que me fez querer jogar algo nele.

— Eu estou tentando, mas você é uma tentação — disse ele, em um tom provocador. — Quem diria que, assim que nos reencontrássemos naquele clube, você iria me levar para cama depois daquela dança... bem provocante, por sinal.

— Eu não... — balancei a cabeça, tentando recordar a noite anterior. — Eu não quis te levar para a cama. Só... bebi demais. Por que você estava naquele clube, afinal?

— Tinha acabado de chegar de uma missão do trabalho — respondeu com uma tranquilidade que me irritava. — Precisava relaxar. Aí, dei de cara com você e seus amigos.

Eu o ignorava, focado em colocar minhas roupas o mais rápido possível. Quando olhei para o espelho, quase engasguei.

— Você me deu um monte de chupões! — exclamei, passando a mão no pescoço. — Parece que você queria arrancar meu sangue! Como eu vou sair na rua assim, Vincenzo?

Ele deu de ombros, um sorriso satisfeito dançando em seus lábios.

Peguei o celular no bolso da calça, e assim que tirei do modo "Não Perturbe", dezenas de mensagens começaram a pipocar. Meus amigos estavam ansiosos por uma atualização sobre a noite com o "homem misterioso" do clube. Eu os ignorei, mas uma mensagem específica fez meu estômago afundar.

Mãe ❤️:
Estou no seu apartamento. Parece que é a única forma de te ver. Me conte em detalhes o que aconteceu ontem à noite.

Respirei fundo, sentindo o peso da ressaca emocional e física se intensificar.

— Dylan, você está me ouvindo? — Vincenzo perguntou, erguendo uma sobrancelha.

— Não, Vincenzo, não estou! — respondi, minha paciência se esvaindo. — Essa noite foi um erro. Eu estava bêbado. E você provavelmente só me vê como mais uma pessoa que levou para a cama.

Virei-me para encará-lo, esperando ver a expressão de sempre, o sorriso sarcástico, o olhar de quem nunca leva nada a sério. Mas ele estava sério, os braços cruzados, o olhar fixo em mim.

— Então você ainda pensa isso de mim, né? — ele disse, a voz mais baixa, mas cheia de uma emoção que eu não esperava. — Faz três anos que eu não levo ninguém para a cama. Estou cuidando da minha vida, da minha casa, dos meus sobrinhos... Eu mudei, Dylan. Mas parece que, para você, eu vou sempre ser o babaca que conheceu.

Havia uma amargura em sua voz que me fez sentir um nó no peito. Ele deu uma risada curta, seca, e eu vi, pela primeira vez, o quanto ele parecia... magoado.

— Eu... — comecei a falar, mas as palavras sumiram. — Desculpa. Tudo isso foi um grande erro.

Saí do quarto rapidamente, mas a sensação de que algo importante tinha sido perdido não me abandonou.

****************************

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que conheci o Vincenzo. Ele tinha aquele sorriso presunçoso, do tipo que parece dizer que o mundo inteiro estava ali apenas para entretê-lo. E, claro, ele começou a me cantar assim que teve a chance. As cantadas eram aquelas típicas, superficiais, que ele provavelmente usava em todo mundo. Eu, com toda a paciência do mundo, devolvia cada uma delas com comentários que faziam questão de expor o quão vazio ele parecia. Era evidente, para mim, que ele levava várias pessoas para a cama apenas para preencher um buraco que, ao que tudo indicava, jamais seria preenchido com conexões verdadeiras.

O mais louco foi que ele tentou provar o contrário. Vincenzo, sempre tão certo de que podia mudar a minha visão dele, quis me impressionar. "Vamos jantar", disse ele, tentando parecer genuíno. Mas, no fundo, eu sabia que aquilo era só mais um de seus truques, um esforço desesperado para me mostrar que ele não era quem eu pensava.

Só que não deu certo. Por mais que ele tentasse, eu já havia formado uma imagem clara de quem ele era na minha cabeça. Para mim, ele era o típico cara que usava as pessoas como forma de preencher o vazio que carregava dentro de si, sempre procurando, mas nunca encontrando. E eu? Eu não tinha paciência para isso.

A questão é que, uma vez que você forma uma opinião tão sólida sobre alguém, é difícil quebrar essa imagem. Mesmo que, em algum lugar, eu soubesse que talvez ele não fosse tão simples assim, preferi manter a distância e continuar acreditando naquilo que, para mim, era a verdade.

Ver o jeito como ele me olhou nos olhos e disse que havia mudado... aquilo foi estranho demais. Não era algo que eu esperava, nem algo que eu conseguia processar de imediato. Estava acostumado ao Vincenzo de sempre — o cara que jogava charme como se fosse uma segunda língua, que mantinha as coisas na superfície para nunca ter que se aprofundar. Aquele olhar, no entanto, parecia carregar algo diferente. Talvez fosse a sinceridade na voz dele, ou talvez fosse o fato de que, por um momento, ele parecia... vulnerável. Era como se ele quisesse, de verdade, que eu acreditasse nele.

E, por mais que eu tentasse, não conseguia ignorar aquela sensação estranha no estômago. Algo em mim lutava contra a ideia de que ele pudesse ser diferente do que sempre pensei. Era mais fácil manter a imagem que eu já tinha dele, a de um cara vazio, que usava os outros para preencher seus próprios vazios. Só que, agora, ele estava ali, diante de mim, com uma expressão que eu nunca tinha visto antes — quase magoado, como se minha percepção dele fosse uma espécie de sentença que ele não merecia mais carregar.

Eu queria rir, ou simplesmente sair andando e fingir que nada daquilo estava acontecendo. Mas alguma coisa me prendeu ali. Talvez fosse o fato de que, por trás de todo o sarcasmo e arrogância, havia uma verdade que ele estava tentando me mostrar. O problema é que, depois de tanto tempo, acreditar nisso não era fácil.

Eu balancei a cabeça, sem saber o que dizer, porque, no fundo, ver aquele lado dele me deixava desconfortável. Era como se, por um momento, tudo que eu tinha construído em relação a quem ele era estivesse desmoronando. E eu não sabia se estava pronto para lidar com isso.

Peguei um táxi direto para o meu apartamento, a cidade começava a ganhar vida às oito da manhã, mas eu só queria desaparecer por algumas horas e esquecer o que tinha acontecido na noite anterior. O que eu não esperava era uma recepção calorosa... de almofadas. Assim que abri a porta, uma almofada voou na minha direção. Consegui desviar, mas mal tive tempo de processar quando outra já estava sendo ameaçada de lançamento.

— Finalmente em casa? — A voz da minha mãe estava carregada de indignação, com aquele tom que só mães sabem usar. — Você passou a noite fora, ignorou meus telefonemas. Eu quase perdi a sanidade pensando no que poderia ter acontecido!

Levantei as mãos em sinal de rendição e cumprimentei minha irmã que estava ao lado da nossa mãe, claramente se divertindo com a situação.

— Oi, mãe. Oi, Bianca — disse, tentando manter um tom casual. — E, mãe, eu sou adulto. Não precisa se preocupar tanto assim.

— Ah, não precisa? — ela retrucou, arqueando uma sobrancelha. — Você estava ajudando no restaurante e, de repente, foi embora dizendo que não estava se sentindo bem. E depois recebo uma mensagem da sua irmã me contando que você teve um ataque de fúria no hotel! Como você quer que eu não me preocupe?

Suspirei, sentindo o peso de um sermão iminente. Antes que eu pudesse responder, Mark, meu cunhado, apareceu da cozinha com um copo d'água para minha mãe. Ele me deu um aceno, como quem já estivesse acostumado com os dramas familiares matinais.

— Tayler só me avisou porque estava preocupado — Bianca disse, apoiando-se na almofada com um ar sério. — Ele disse que você saiu daquele hotel completamente abalado.

— Ele está exagerando, como sempre — tentei minimizar, mas era óbvio que ninguém comprava minha versão.

— Onde você esteve, então? — minha mãe insistiu, cruzando os braços. — Não me diga que foi chorar por aquele idiota do Mike. Sempre disse que ele não te merecia.

— Eu estava em um clube com o pessoal — falei, e naquele instante, os três se entreolharam, engasgando com a própria surpresa.

— Depois de um término? — Bianca perguntou com uma sobrancelha arqueada, claramente se divertindo. — Até que mandou bem, hein.

— Bianca, não seja boba. — Minha mãe balançou a cabeça, incrédula. — Isso é mentira, claro. Dylan, estamos em família. Pode admitir que ficou na casa de um amigo chorando a noite toda.

— Não foi bem assim... — comecei, mas fui interrompido.

— Essa coisa com o Mike te fez ver que odiava aquela relação, não é? — minha irmã perguntou, direta como sempre. — Eu já sabia que só estava com ele por causa dessa ideia ridícula de "pessoa certa".

— Exatamente — concordou Mark, sempre filosófico. — Se fosse assim, ninguém nunca casaria, todo mundo ficaria trocando de parceiro o tempo todo, esperando pela tal pessoa certa.

Minha mãe balançou a cabeça, me olhando com desaprovação.

— Está tão desesperado para não ficar solteiro que grudou no primeiro homem que apareceu. Já ensinei que desespero não leva a lugar nenhum.

Bianca soltou uma gargalhada, claramente adorando o momento.

— Mãe, foi um erro — admiti, jogando as mãos para o alto em rendição. — Eu não vou cometer de novo.

Minha mãe deu um aceno satisfeito, mas logo mudou de assunto, para minha infelicidade.

— Ótimo. Agora que você terminou, finalmente posso te dizer o que eu realmente pensava daquele rapaz. Melhor sentar, porque eu fiz uma lista.

Mark soltou um risinho, mas congelou quando viu minha mãe puxar vários papéis da bolsa.

— Isso parece uma lista telefônica, Dona Teresa! — ele exclamou, chocado.

— Eu avisei que tinha muito para falar — disse ela, com um tom de vitória. — Quando conheço alguém e vejo que a pessoa não presta, encontro todos os defeitos.

Bianca assentiu, rindo da lembrança.

— Lembra quando ela fez isso com as ideias para a nossa festa de casamento? Quase livros inteiros de detalhes e sugestões. E quando ficou irritada porque você se recusou a usar aquele terno que era um número menor?

Minha mãe bufou, balançando a cabeça.

— Na minha opinião, ele precisava mostrar comprometimento! E, graças a mim, aquele dia ele levou o namorado para a cama. Nunca vi Eric e Luigi tão felizes quanto no dia seguinte.

Mark estremeceu, e eu soltei uma risada, incapaz de me segurar diante da cena.

— Bom, acho que vou precisar de um café forte para aguentar essa lista — brinquei, enquanto me acomodava no sofá, preparado para ouvir mais de mil defeitos sobre Mike, segundo minha mãe.

Spoiler: ela realmente tinha mil defeitos anotados. E ia lê-los, um por um.

Minha mãe olhou para mim, com aquele brilho nos olhos de quem estava pronta para uma missão épica. Ela estendeu o primeiro papel da sua "lista telefônica" com a precisão de alguém que estava prestes a começar uma palestra. Não sei de onde ela tirava tanto fôlego, mas claramente, nada a impediria de destrinchar cada um dos "defeitos" que ela observou no Mike.

— Primeira coisa, e eu já disse isso desde o começo, ele não tem postura. Anda com os ombros caídos como se carregasse o mundo nas costas. Isso, Dylan, é um sinal claro de gente sem ambição — começou ela, ajeitando os óculos com uma expressão de quem estava prestes a resolver o enigma da humanidade.

— E isso era só o começo? — murmurei, já sentindo o peso da maratona que vinha pela frente.

— E não para por aí — continuou, ignorando meu comentário. — Sempre com aquele corte de cabelo que parecia que ele não sabia o que era uma tesoura decente. Eu disse várias vezes que ele precisava de um barbeiro de verdade, mas você nunca me ouviu.

Bianca já estava rindo alto, e até Mark não conseguia disfarçar o riso contido.

— Ah, e o mais importante, lembra da vez que ele trouxe aquela salada de maionese para o Natal? — Minha mãe olhou para mim como se aquilo fosse a pior das ofensas. — A coisa mais sem tempero que eu já comi na vida! Que tipo de homem serve uma salada de maionese sem sal?

— Mãe, acho que o problema maior não era a maionese... — tentei intervir, mas ela levantou um dedo, indicando que ainda não tinha terminado.

— Eu sei o que estou dizendo, garoto. A falta de tempero é só um reflexo da falta de tempero na vida dele! E não pense que esqueci do jeito como ele olhava para a televisão quando falavam de esportes. Que desespero era aquele? Como se o futebol fosse resolver todos os problemas do mundo!

Mark, agora completamente rendido, colocou as mãos no rosto, rindo baixinho. Eu só conseguia balançar a cabeça, já esperando o próximo item da lista.

— E o jeito como ele se vestia? — Minha mãe agora estava a todo vapor. — Aquela camisa xadrez azul horrorosa que ele usava em todas as ocasiões. Não importa se era uma festa de aniversário ou um encontro casual, lá estava ele com aquela maldita camisa. Que homem tem tão pouca noção de moda?

— É, eu nunca fui fã daquela camisa — admiti, rindo um pouco.

— Viu? — minha mãe respondeu, triunfante. — Eu disse que você sabia no fundo que ele não era para você!

Nesse momento, percebi que, apesar do exagero e da teatralidade, minha mãe só estava tentando fazer com que eu me sentisse melhor. Ela estava, de alguma forma bizarra e engraçada, me lembrando que eu merecia alguém que me valorizasse de verdade, não só alguém que estivesse comigo por conveniência. Mesmo que eu estivesse cansado e a última coisa que quisesse ouvir fosse um inventário dos defeitos do Mike, a lista de mil itens era sua maneira de me dizer que eu podia – e devia – buscar mais.

Quando ela finalmente chegou ao fim da primeira página — sim, *primeira* página —, percebi que havia algo terapêutico naquele momento. Minhas preocupações estavam começando a se dissipar, e os olhares cúmplices de Bianca e Mark me faziam sentir que, por mais caótica que fosse minha família, sempre haveria humor e amor, mesmo nas situações mais constrangedoras.

— Mãe, você sabe que eu te amo, né? — disse, interrompendo-a antes que ela pudesse começar a segunda página.

Ela me olhou por cima dos óculos, uma sobrancelha arqueada.

— Claro que sabe, garoto. E eu só quero que você seja feliz. Agora, se der licença, ainda faltam novecentos e oitenta e sete defeitos para discutirmos sobre aquele infeliz.

Ri alto dessa vez, relaxando completamente no sofá. Por mais que tudo parecesse estar desmoronando, havia algo reconfortante em saber que, ao final de qualquer situação, eu sempre teria minha família para transformar um drama em uma comédia épica.

— Sabe, acho que vou deixar esses novecentos e tantos defeitos para depois — falei, levantando-me e dando um beijo na testa da minha mãe. — Vou fazer um café para todo mundo. Acho que esse tipo de conversa precisa de reforços.

— Boa ideia! — Mark riu. — Vamos precisar de energia para a maratona que está por vir.

Enquanto caminhava para a cozinha, olhei para minha família, sentindo uma leveza que não esperava. No fim das contas, eles sempre souberam como me ajudar a seguir em frente, mesmo que fosse com uma lista de mil defeitos e uma dose de humor sarcástico.
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Gostaram?

Até a próxima 😘

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