Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo Quatro

Vincenzo Alves:

Nesses últimos três anos, desde que conheci Dylan Watson, jamais imaginei que acordaria ao lado dele, nossos corpos nus, compartilhando o calor do mesmo cobertor. Eu podia sentir a sua respiração tranquila ao meu lado, e, por um segundo, a ideia de que aquilo era real parecia impossível. Ele estava ali, e eu estava ali. Nós dois, juntos, depois de tanto tempo. Mas, claro, a realidade sempre vinha como um balde de água fria.

Não sou de beber, e, honestamente, havia uma razão sólida para isso. A relação entre álcool e eu era, no mínimo, trágica. Quando eu bebia, a coisa descia rápido ladeira abaixo. Rápido no nível de tropeçar nas minhas próprias pernas, cair de cara no tapete tentando alcançar uma garrafa, e, no fim, mal conseguir distinguir o que estava à minha frente. Era como se o mundo inteiro fosse coberto por uma neblina densa, e tudo que restava a fazer era deitar e aceitar o caos. E lá estava eu, deitado, olhando para o teto com os olhos semicerrados, pensando se Dylan me via como o idiota que eu me sentia naquele momento.

Talvez ele ainda pensasse isso. Afinal, eu nunca realmente me esforcei para mostrar a ele o quanto eu mudei, o quanto eu cresci nesses últimos anos. Na verdade, talvez eu ainda estivesse tentando provar isso para mim mesmo.

Quando ouvi as batidas na porta do quarto — ou melhor, da caverna de arrependimentos no quarto andar desse hotel barato e deprimente —, sabia que não havia como levantar. Eu estava atolado demais em meu próprio estado miserável para sequer tentar. O barulho parecia vir de outro mundo, distante, abafado pela ressaca e pelo peso de tudo o que tinha dado errado.

E sabe o que era pior? O hotel. Ah, esse hotel. Só de olhar ao redor, eu me lembrava do quanto eu era bom na arte de fazer besteira. As cortinas desbotadas, o cheiro de mofo e cigarro impregnado nas paredes, a cama desconfortável... Era um lugar que combinava perfeitamente com o meu estado atual: desleixado, caótico e completamente fora de controle.

Enquanto resmungava algo ininteligível, me virei para a porta, tentando entender se ele estaria de volta para me ver.

— Por que você ainda está na maldita cama? — uma voz feminina explodiu na sala quando a porta foi aberta com força. — Ele está no chão. Me ajuda aqui.

A voz pertencia a ninguém menos que Isadora, minha melhor amiga, e, ao lado dela, vinha um sujeito que parecia ter saído direto de um torneio de halterofilismo. Quatro mãos enormes me agarraram pelos ombros e, antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, me vi sendo erguido como um saco de batatas e jogado, sem cerimônia, no sofá surrado do quarto. O teto girava de tal forma que parecia que eu estava num carrossel maldito. Encostei a cabeça nas almofadas, tentando não me afundar mais na ressaca devastadora.

— Qual é, cara — Isadora murmurou, me dando um tapa na cara, daqueles que te fazem questionar a amizade. — Não morre ainda, por favor.

Ela era assim: direta, sem rodeios, e, no fundo, era por isso que eu gostava tanto dela. O tapa na cara foi seguido por um frasco que ela passou debaixo do meu nariz. O cheiro era insuportável, como se tivesse enfiado a cabeça numa lata de lixo velha. Pulei, com os olhos arregalados, sentindo o azedo do cheiro me arrancar da letargia.

— Estou bebendo, não morrendo — resmunguei, tentando parecer mais lúcido do que realmente estava.

— Não me diga — ela retrucou, revirando os olhos. — O que você estava bebendo, afinal?

Com muito esforço, levantei o braço trêmulo, apontando vagamente para a mesa de centro. A garrafa de bourbon artesanal estava lá, brilhando como se fosse o troféu de todas as minhas péssimas decisões. Ganhei a garrafa de presente depois de uma missão que fiz, e jurei que não tocaria nela. Porque, claro, eu estava "ficando longe da bebida". Que piada.

Isadora me lançou um olhar que poderia perfurar concreto.

— Ah, Vincenzo! Você basicamente entornou álcool puro! — ela exclamou, incrédula.

— Não tinha álcool puro — respondi com uma tentativa falha de ironia.

O sujeito que me ajudou a levantar, que eu reconhecia vagamente como Antônio Browns, saiu do quarto, anunciando que ia buscar água. Antônio era um novato sob minha responsabilidade, e, segundo Isadora, um dos melhores estrategistas que já conhecemos. E aqui estava eu, seu superior, completamente arruinado.

Logo, outro rosto apareceu na porta: Benjamin Williams, um dos meus companheiros de missão. Ele olhou para mim, depois para Isadora, e perguntou:

— Como ele está?

— Parece um poço de merda — respondeu Isadora, sem rodeios.

— Não estou tão mal assim! — tentei protestar, mas ela riu alto.

— Você estava caído no chão, fedendo a álcool — ela disse. — Acredite, você está sim, tão mal assim.

— Só estou um pouco mais velho que você e sei me cuidar — retruquei, sem muita convicção, soltando um soluço que fez minha garganta queimar.

— Cala a boca, Vincenzo. Dá pra ver o quanto você se cuida, não é? — Isadora revirou os olhos. — Eu sabia que não devia ter deixado você sair ontem à noite. Você sabe o quanto custou te encontrar?

— Eu só queria um momento pra mim, sabe? Depois do que aconteceu... — soltei um suspiro, tentando conter o gosto azedo que subia pela garganta. — Estou bebendo porque... bem, porque meu coração tá na merda.

Benjamin bufou alto.

— O que aconteceu depois que você saiu do clube? — perguntou, cruzando os braços.

Eu respirei fundo, o que foi um erro. O ar cheirava a uma mistura de mofo e arrependimento.

— Eu encontrei o Dylan ontem. Estávamos tão bêbados que... bom, transamos — expliquei, tentando ignorar o olhar de julgamento que Isadora me lançava.

— Quem é Dylan? — Benjamin perguntou, parecendo perdido.

Isadora soltou um grunhido, como se estivesse farta de toda a situação.

— Dylan é o cara que fisgou o coração de Vincenzo, mas toda vez que eles se encontram, parece que o desastre segue logo atrás. Honestamente, não sei o que acreditar agora.

— Pode acreditar. A gente transou, e depois ele acordou, e... bom, tivemos uma pequena conversa. E, pelo jeito, ele ainda me vê como o babaca que sempre fui — gemi, deixando minha cabeça tombar de volta no sofá. A realidade estava caindo sobre mim como um caminhão desgovernado.

Eu sabia que tinha mudado. Tinha. Mas também sabia que nunca tive coragem de chamar Dylan pra um encontro de verdade. Nunca tive coragem de resolver o que havia entre nós. E agora, bem, agora eu estava afundado nisso tudo.

— Beba isto — Isadora empurrou uma garrafa de água na minha direção. — E pare de reclamar.

Ela se virou para Benjamin.

— Ele vai reclamar o dia inteiro — anunciou com um tom exasperado. — Vamos ter uma longa sessão de "minha vida é uma desgraça".

— Eu não sou meu irmão! — protestei, deixando a garrafa cair no chão sem nem abrir. — Não vou ficar resmungando o dia inteiro!

Isadora levantou uma sobrancelha, me lançando aquele olhar debochado que só ela sabia fazer.

— Ah, claro. Escuto isso desde que nos conhecemos. Mas, adivinha? Sempre faz a mesma coisa. Especialmente quando envolve esse tal de Dylan.

— Tá dizendo que sou dramático? — perguntei, tentando soar ofendido.

— Sim — ela disse com um sorriso vitorioso. — Um dramático de primeira. Já pensei até em pedir transferência pra ficar o mais longe possível de você.

— Eu sou teimoso e sentimental, e você sabe disso — admiti, gemendo novamente, enquanto me inclinava pra frente.

Eu me mexi rápido demais, e foi a gota d'água. Uma onda de náusea me tomou, e, sem pensar, corri para o banheiro. A porta quase voou quando a abri, e, de joelhos no chão, vomitei como se o bourbon estivesse buscando sua vingança final.

— Ah, caramba, ele tá ficando verde! — ouvi Antônio gritar de algum lugar atrás de mim.

E, honestamente, naquele momento, eu não tinha forças para discordar.

*******************************

Levou meia hora para que eu me recuperasse, e isso porque forcei muito mais do que gostaria. Tomei um banho longo, tentando lavar não só o cheiro de álcool, mas também a vergonha que me envolvia como um cobertor pesado. A água escorria pelo meu corpo, mas a sensação de estar preso em uma espiral de erros parecia não querer ir embora.

E, claro, vomitei mais quatro vezes durante esse processo. Cada vez que achava que estava melhor, meu estômago me traía e me fazia correr de volta para o vaso. Era como se o bourbon estivesse exigindo cada gota de punição possível. Na quarta vez, me ajoelhei no chão frio do banheiro, sentindo o corpo tremer, e me perguntei como cheguei a esse ponto. Dylan... o que ele realmente pensava de mim agora? Depois de todos esses anos, ainda era o mesmo idiota que ele conheceu?

Finalmente, depois de mais uma lavagem de rosto e uma respiração profunda, consegui sair do banheiro. Me sentia como se tivesse sido atropelado por um caminhão, mas ao menos estava limpo e com uma toalha enrolada na cintura, o que já era um pequeno avanço.

— Você tá com uma cara horrível — comentou Isadora, sentada na beirada da cama com os braços cruzados, claramente tentando segurar o riso.

— Ah, obrigado, sempre tão gentil — respondi, me jogando no sofá, que agora parecia um pouco mais confortável do que antes, ou talvez fosse só a exaustão falando.

— Quatro vezes, hein? — Ela ergueu uma sobrancelha, me analisando como se eu fosse um experimento fracassado.

— Quatro vezes. E eu te digo, se o inferno tiver uma versão pior do que isso, eu prefiro nem saber — murmurei, sentindo o gosto amargo ainda na boca, mesmo depois de todo o tempo no banho.

Benjamin apareceu na porta, segurando uma garrafa d'água gelada como se fosse uma oferenda divina.

— Aqui. Tenta não jogar isso fora também — ele brincou, me entregando a garrafa.

— Vou tentar, mas não prometo nada — resmunguei, abrindo a garrafa e tomando um gole pequeno, testando os limites do meu estômago. Felizmente, ele pareceu aceitar.

Isadora se aproximou e, apesar da irritação, pude ver a preocupação em seus olhos.

— Vincenzo, a gente precisa conversar sério. Isso tá indo longe demais. Você tem que resolver essa história com o Dylan. Ou segue em frente, ou enfrenta isso de uma vez. Mas ficar nesse ciclo... não tá te levando a lugar nenhum.

Eu sabia que ela tinha razão. Mas, naquele momento, tudo que eu queria era esquecer. Fechei os olhos, afundei no sofá e suspirei.

— Vou pensar nisso... depois que minha cabeça parar de latejar.

— Claro, dramático. Sempre depois — ela murmurou, mas desta vez com um leve sorriso nos lábios.

Isadora abriu o frigobar, pegou uma garrafa d'água e me entregou. Eu a tomei em goles lentos, tentando acalmar meu estômago e, com isso, comecei a me sentir um pouco mais humano. Sentei-me na cama, ainda meio atordoado, mas o suficiente para prestar atenção ao que ela ia dizer.

— Agora que você já está um pouco melhor — Isadora começou, me lançando um olhar de cima a baixo, como se avaliasse os danos. — Quero te informar que uma velha conhecida sua foi vista na cidade.

Ela puxou o celular do bolso e me mostrou uma foto. Lá estava a imagem de uma mulher usando jeans e uma camiseta regata preta, o cabelo caindo até a cintura como uma cascata escura. Eu conhecia aquele rosto.

— Essa... essa é a minha tia Lilly  — falei, sentindo meu coração acelerar. — Ela parece um pouco diferente da última vez que a vi.

— Bem, se não for a sua tia, então é alguém muito parecida com ela — Benjamin interveio, cruzando os braços com uma expressão preocupada. — As câmeras de segurança capturaram essas imagens dela na cidade.

Eu me endireitei, sentindo um calafrio percorrer minha espinha. — Vocês se esqueceram do que ela fez com Bella? — perguntei, olhando de um para outro. — Lilly  tem a habilidade de clonar pessoas. Não podemos descartar nada.

Antônio, que até então estava em silêncio, ergueu a mão, um gesto quase tímido. — Senhor, com todo o respeito... o que essa mulher seria capaz de fazer agora? Ouvi dizer que pegaram os subordinados dela anos atrás.

Soltei um suspiro pesado, passando a mão pelo rosto, como se isso pudesse afastar o cansaço e o medo que começava a me consumir.

— Antônio, ela pode não ter mais os mesmos subordinados, mas acha mesmo que Lilly  não teria outras cartas na manga? — falei, tentando manter a voz firme. — Nossa agência tem muitos inimigos, e muitos deles adorariam se aliar a ela. E não se esqueça de Lilly Alves. Ela é perigosa. Invadiu uma das nossas subsidiárias, conseguiu informações cruciais sobre os agentes e suas famílias. Tivemos que realocar todo mundo. Lilly é uma inimiga formidável, não só por sua inteligência, mas também por suas estratégias.

Olhei para a foto novamente, sentindo um calafrio ao pensar no que poderia estar por trás dessa aparição.

— Se for mesmo Lilly , ela não está aqui por acaso. Deve ter um plano em andamento.

Isadora, sempre prática, já estava dois passos à frente. — Precisamos estar atentos a tudo. Não podemos esperar que ela faça o primeiro movimento. Temos que ir atrás de pistas e antecipar o próximo passo. Ela não pode colocar o que quer que seja em prática sem que a gente a pare primeiro.

Todos concordaram, mas eu estava preso nos meus próprios pensamentos. Minha cabeça era um turbilhão. O que essa mulher, com todas as suas loucuras, poderia estar planejando agora que estava de volta à cidade?

______________________________________

Gostaram?

Até a próxima 😘

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro