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Capítulo 21.B

Maria Eduarda

Preparar

Liguei para minha mãe, ela percebeu que eu não estava muito legal. Coisas de pressentimento de mãe. Disfarcei que era sono, queria falar com a Carol, mas ela tinha saído. Essa pelo jeito vai dar trabalho, é muito esperta, neste ponto já me ultrapassou, e muito!

Às vezes, queria ser mais desinibida, mas não conseguia. Ao conversar com um garoto sempre ficava mais retraída, se eu tivesse interesse então, pronto, já era! A coisa era muito pior. Até ficar muda já fiquei. As palavras vinham em pensamentos e não saia de minha boca. Falar, enfrentar alguém igual eu fiz com o Rafael foi novidade até para mim.

Pensei que morar fora de casa ia ser minha liberdade, um crescimento quanto a isso, que nada!

Na verdade, sempre fui aquela que ajudava montar estratégias e bolar os planos para fazermos "artes", mas nunca parte da execução. Até poderia fazer tudo sozinha, sem que ninguém soubesse, ninguém mesmo. Uma vez, os livros da sala de detenção da escola foram todos trocados de ordem alfabética. Até hoje ninguém sabe que fui eu.

Por dois motivos: ninguém desconfiou de mim. Nunca fui mandada para aquela sala. E segundo, eu? A quietinha? Quem pensaria numa coisa dessas?

Por que eu fiz?

De raiva! Por ser considerada a boazinha, a quietinha e a comportada.
Eu me lembro que não me chamaram para fazer alguma coisa, por esse motivo pensei: vou fazer uma bem grande e mostrar que não sou assim tão certinha. Mas a confusão foi tão grande na escola quando descobriram a bagunça da sala, que eu fiquei bem quietinha e não contei a ninguém.

Mudar de cidade, para mim seria a libertação. Achei que iria me transformar. Ser outra garota, mais esperta, solta e levar uma vida bem diferente. Estou aqui do mesmo jeito em relação a vida sentimental.

Por outro lado, sempre fui atrás dos meus sonhos. Nunca aceitei ser medíocre, uma mais ou menos, se poderia ser a melhor. Sempre fui.

Como bailarina era dedicada e disciplinada. Sempre destaquei entre as demais.

Patinar, sempre fiquei entre as melhores. Nos estudos nem preciso dizer, era a melhor. Meus pais em muitos anos ganhavam bolsas de estudos por eu ter as melhores notas do colégio.
E essas coisas nunca subiu na minha cabeça. Inclusive nunca gostei que me apontasse como, nerd ou CDF.

No vestibular por exemplo, fui destaque na minha cidade pelo colégio, eles queriam que eu fizesse em várias universidades e até para cursos mais concorridos. Eram tanto a confiança deles em mim que pagaram  as minhas inscrições. Passei em três universidades federais.

Nunca contei isso as minhas amigas. Os garotos sabiam: Bil e Lim, porque eles são intrometidos e descobriram. Pedi que não gostaria de ter essas informações espalhadas e ficou em sigilo.

Na segunda-feira dormi um pouco mais, estava cansada da noite anterior mal dormida. Ao molhar minha planta no hall, observei o vaso de flor que o Rafael deixou para mim. Tirei o plástico e as folhas secas e a molhei também. Afinal, ela não tinha culpa das nossas burradas.

À tarde, na hora do intervalo das aulas fui conversar com o Lim, eu o achava muito quieto. Pela primeira vez sentando longe do Bil.

— Há algo errado? — perguntei.

— Não! Está tudo bem. — Não acreditei.

Claro que tinha alguma coisa errada!

— Então por que eu não acredito em você?

Ele me olhou, seus olhos que sempre eram alegres e expressivos, estavam apagados e tristes.

— Não sei! – ele demorou responder — Acho que é porque você é uma boa amiga.

— Vamos conversar então? Já sei! Venha no meu apartamento após a aula. Jantamos e conversamos, pode ser?

Ele apertou minha mão e aceitou.

Durante a aula fiquei pensando o que poderia ter acontecido? Será que ele estaria doente? Ou alguém da família? Observei-o melhor. Percebi que o problema parecia ser entre ele e o Bil. Eles estavam afastados. E quando voltou a aula, o Bil entrou e nem olhou para o lado dele. Iria descobrir.

🦷

Com a mesa pronta ajudada por ele, nós dois começamos a conversar enquanto nosso jantar assava.

— Quer falar? — perguntei — Ou prefere comer primeiro?

— Tudo bem... — Ficou quieto por um tempo. — Você sabe que eu e o Bil sempre fomos muito amigos?

— Sim.

— Então... Nós crescemos no mesmo bairro. Desde criança sempre andamos juntos. E isso, com a adolescência geraram muitas fofocas... Sabe?

— Sim, sei. Imagino — falei, pensei no seu jeito afeminado, mais do Bil que dele.

— Por muito tempo eu aceitei que era homossexual. Por sempre ter gostado dele e nunca ter me interessado por uma garota.

Ele parou e ficou quieto por um tempo, talvez organizava as palavras, olhava as mãos. Então perguntei:

— O que mudou? – ele fixou os olhos em mim e falou.

— Estou apaixonado.

— E não é mais por ele? — perguntei.

— Não!

— E ele está magoado com você?

— Sim. Totalmente. Puto da vida. Quer que eu arrume outro lugar para morar. Falou barbaridade comigo ontem.

— Hum... Olha Lim... Você deu um azar tremendo, porque não sou a melhor pessoa para dar bons conselhos neste sentido. Na vida sentimental sou péssima. Por outro lado, sou sua amiga e você pode contar no que precisar...

— Eu estou apaixonado por uma mulher — ele me interrompeu.

Abri e fechei a boca. As palavras sumiram.

O que falar? Quem era? Eu? Não podia ser...

— Até você assustou, né?

— Realmente, eu não vou negar que estou surpresa. Ao mesmo tempo feliz por você. Como isso aconteceu?

— Nossa Du, é uma longa história, mas vou tentar fazer um resumo — falou ele e levantou indo sentar ao sofá.

— Na minha casa somos, eu e uma irmã, meu pai saiu um dia para trabalhar e não voltou. Ele nos abandonou quando éramos bem pequenos. Tive muito pouco contato com ele. Minha mãe jamais questionou se eu era gay. Eu também nunca assumi nada. Nunca tive esse tipo de conversa com ela. Sempre fui estudioso e com muitas amizades. Após passar no vestibular e vim morar aqui, fiquei me questionando sobre essas coisas e resolvi fazer terapia.

— Acabou se encontrando?

— Pois é... Você sabia que a Facu tem psicólogas para nossos atendimentos?

— Não! Verdade? Achei que era apenas na área da saúde.

— E é! Saúde da mente — Ele bateu com o dedo na cabeça.

Dei risada dele e falei.

— Acho que vou marcar, estou precisando.

— Acho que todos deveriam fazer mesmo. Está me fazendo muito bem. Então... falei isso com o Bil e ele ficou bravo comigo. Disse que é bem resolvido e não precisa dessas frescuras. Imagine! Chamou a terapia de frescura.

— Mas como foi à briga de vocês? O que aconteceu na verdade?

— Bem... Eu mudei minha maneira de pensar em alguns aspectos há um tempo. Mas não tive a coragem de assumir isso nem para mim. E pensei que poderia ter esse tipo de conversa com ele. Enganei-me. Não quis me escutar e muito menos entender os meus conflitos. Estamos afastado já faz um tempo. E depois que eu falei...

Ele ficou quieto. Deu um tempo e sentou perto de mim de novo. Ficou me olhando.

Meu coração batia forte e, agora na garganta, quase do lado de fora.

Lim é lindo e reparando assim bem mais de perto, em detalhes, o percebi um pouco diferente. E para ser sincera, com medo de sua revelação.

O que ele queria me dizer?

O meu fogão apitou, eu levantei e fui para a cozinha.

Voltei com o pirex  coloquei sobre a mesa. Era uma lasanha de berinjela. Bati um suco de limão com umas fatias de melancia.

Com os pensamentos a mil sentei a mesa.

— Quer que eu te sirva? — perguntei.

— Por favor.

Depois de servir a nós dois, ele começou a falar de novo.

— Eu disse para ele que depois de pensar muito, me conhecer mais profundamente  entendi que o via como um irmão que nunca tive. Ele pirou. Falou mal da psicóloga, acusou-a de enfiar essas coisas na minha cabeça.

— E você?

— Claro que a defendi, ela nunca disse nada, somente me fazia ver minha vida pela primeira vez com outro olhar. — Parou. — Sim, ela me ajuda a pensar e falar mais, o que nunca tinha falado antes.

— E como você chegou a essa conclusão? Eh... Que você gosta de mulher? Desculpe eu perguntar assim...

Ele riu. E ficou mais lindo ainda. Nossa, como nunca reparei seus dentes tão brancos e certinhos?

— Na verdade, eu já fiquei com mulheres, mas nunca foi nada demais. E com o Bil eu sempre senti bem, mas como eu disse, ele é um amigão mesmo. Minha psicóloga disse que a falta de uma figura masculina na minha vida pode ter vindo a fazer essa confusão na minha cabeça.

— E o que você vai fazer?

— Tentar acertar minha vida – falou triste.

— Como?

— Primeiro sair de casa e arrumar outro lugar para morar. Isso o quanto antes. Depois vou tentar ser feliz de outro jeito — Ele deu um sorriso. —, você não vai perguntar por quem estou apaixonado?

Pronto! Ele fez a pergunta que eu estava com medo de fazer.

— Por quem? – Tomei do meu suco.

Ele ficou quieto e após um tempo fez outra pergunta.

— Você não imagina?

— Não — falei rápido, na verdade nem queria pensar muito. Talvez se reparasse bem, eu nem respirava.

— Nada? Nem passa na sua cabeça um nome?

— Não! Não faço ideia. Eu conheço?

Vou te contar uma coisa, eu nem sei o gosto da berinjela. E o suco desceu atravessado.

— Pela minha psicóloga — revelou baixo e sem graça.

— O quê? Entendi direito? — perguntei.

— Sim.

Ufa! Respirei aliviada. Acho que há duas horas não respirava.

— Mas como isso foi acontecer? Ela sabe? Você tem certeza? Pode isso?

— Calma Du!! Nossa! — Ele levantou as mãos. — Muitas perguntas... Ela sabe. Não pode. Isso porque sou paciente dela. Tenho certeza. Não sei como foi acontecer, mas aconteceu. E agora é tudo!

Eu levantei e dei um abraço nele. Ficamos ali assimpor algum tempo.

— Eu quero o melhor para você. Se precisar de alguma coisa. Sabe que pode contar comigo.

— Obrigado. Eu sei. — ele fez uma cara estranha.

— O que foi?

— Sabe quem o Bil achou que fosse?

— Não. Eu? — ele riu.

— Bingo, na mosca. — Dei risada.

— Que vergonha, mas eu também. — revelei.

— Não é por falta de você ser gata e eu te amar. Pois amo, viu? Mas como uma amiga linda.

— Ufa! Ainda bem, pois eu não queria te magoar por nada. Sobre o coração, eu estou cada dia mais enrolada. Você soube o que aconteceu no show?

— E não? Sente aqui e me conte tudo agora.

Quando ele saiu do meu apartamento já passava das onze. Olhei a porta do lado e meu coração apertou.

Babado, hein gente! Você também pensou que fosse ela?

A festa está chegando... 

Beijos

Lena

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