Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 2.B


Maria Eduarda

Festa do lado lá

Passar o primeiro final de semana sozinha na minha casa foi uma sensação indescritível. Eu criava minha própria rotina. Neste primeiro período teria aulas somente à tarde. Com as manhãs livres aproveitaria para fazer as atividades de que gostava: andar de patins, correr e dançar.

Matriculei-me numa academia de balé. Fiz balé desde os três anos de idade, mas nunca quis levar para uma carreira profissional. Quando essa oportunidade surgiu, decidi que não era o que queria como profissão. Meu pai suspirou aliviado e minha mãe fez drama e chorou durante uma semana inteira. Ao perceber que suas lágrimas não me fariam mudar de opinião, ela resolveu não mais gastá-las. Passou o sonho dela, por que era mais dela do que meu, para minha irmã Carol. Com isso eu pude dedicar a fazer outras coisas que também gostava muito, como patinar.

Ganhei vários concursos de patinação na minha cidade com 14, 15 e 16 anos, depois disto não treinei mais, pois precisava me dedicar os estudos para prestar o vestibular. Os treinos com a patinação consumiam muitas horas do meu dia. Então passei a ter os patins como forma de relaxar, igual correr e dançar.

Agora eu poderia fazer tudo que mais gostava, era a dona da minha vida. Sei que não era bem assim, mas pensar já me deixava muito contente.

Meus planos eram:

1. Acordar cedo, poderia escolher entre correr ou patinar.

2. Nos dias, terça e quinta, faria aula de balé.

3. O tempo livre da manhã estudaria e a noite também.

4. Faria comida em casa.

A princípio, decidi que iria nos horários da aula para faculdade. Porém, com a chegada do meu vizinho a minha rotina começou a ser afetada.

Ao chegar à noite ficava impossível de dormir. Ele levava a namorada, pelo menos no início, imaginei que fosse. Então começava a orgia: suspiros, barulhos e gritinhos. Eu do lado de cá imaginava a cena que acontecia do lado de lá.

O que tornava um pouco difícil a imaginação era não ter visto a fuça dele ainda. Mas o cara devia ser bonito, por que as gatinhas que miavam o chamavam de lindo, gostoso e outras palavras que não vou nem mencionar. Apesar de que, na hora do creu não dar nem para levar em conta, dizem que chamam até o cara mais feio de "meu lindo", o mais gordo de "meu fofo" e o mais chato de "meu amor". Tenho certeza que na hora do sexo as pessoas ficavam: mentirosas, bobas e cegas.

Como eu ia dizendo, a rotina do vizinho era todo dia "lepo-lepo" e aquilo já me cansava. Era a terceira noite que passava para sala, pois no quarto não tinha condições de permanecer. Veja que desaforo, eu ter que deixar minha linda cama de casal com colchão de molas ensacadas e espuma pillow top para dormir na sala no sofá! Era mesmo um ato de sacrilégio. E isto eu ia cobrar com juros e correção monetária ao meu vizinho. Afinal, eu tinha duas opções: a primeira era entrar na deles e brincar sozinha. A segunda, reclamar com o porteiro e a terceira me mudar para sala.

Diante das alternativas, achei melhor ir para sala. O pior, era me concentrar para dormir de novo depois de escutar os acontecimentos do lado de lá. Imaginação é foda, te leva onde você quer e também não quer.

Eu precisava conhecer esse cara, pelo menos se fosse um bicho grilo iguais uns que via circular na faculdade, eu parava de pensar e não teria tesão nenhum com a baixaria das noites.

Teve um dia que acordei e havia mais vozes do que o normal. Não é que o safado estava com duas garotas? E elas deviam estar dando um trato legal nele, pois o danado uivava igual um lobo para lua. E pelo jeito elas não deram trégua e a noite foi longa.

Acordei quebrada no dia seguinte, montar o sofá cama, além de ser um saco, era mais um trabalho para eu fazer que no dia seguinte. Sem contar o fato de ter que sair do meu quarto.

Tentei não sair da minha rotina. Então fui patinar, pois correr com aquele cansaço, não era uma opção viável naquela manhã. Ao voltar o silêncio reinava. Acho que o "galinha' do meu vizinho deveria ter ido para aula. Liguei o som para me distrair enquanto colocava ordem na casa. Daria um desconto a ele por me fazer dormir mal, porque era volta às aulas. Neste caso, melhor não ter desavença com vizinhos, vai que a gente precisa. E pelo que o moço tinha falado, ele devia estar formando.

Percebi que minha planta estava triste dentro de casa. Arrastei o vaso até a entrada do apartamento e coloquei do lado da minha porta. Uma tarefa para um bom vizinho fazer, poxa que vaso pesado. Aproveitei e coloquei um tapete que trouxe na entrada, presente de uma amiga que foi fazer faculdade em outra cidade também. Na verdade, eu tive um chá de despedidas onde ganhei vários presentes, como toalhas de banho, rosto, coisas de cozinha e um cesto para revistas feito com jornal reciclado, uma graça, feito por outra amiga.

Fui para a faculdade um pouco mais cedo, mas antes deixei a louça do almoço já lavada. Eu queria fazer amizades, mas precisava ser bem seletiva. Não gostava de sair com turma grande. Sempre achei que, quando você tem amigos demais, a sinceridade rola de menos.

Eu era uma garota que chamava atenção por onde passava, por ser mais alta que a maioria das meninas ou por causa do balé, onde meu corpo tornou-se curvilíneo. E depois com a patinação, minhas pernas ficaram mais firmes e meu bumbum mais empinado. Meus cabelos castanhos sempre foram bem compridos, ficavam mais fácil fazer o coque. Agora pensava em cortar um pouco para diminuir o gasto com xampu, condicionador e cremes, mas cadê a coragem.

As aulas ainda eram muito teóricas, no entanto, um conteúdo bem vasto. Não poderia deixar acumular e estudar de última hora. Isso porque vários professores falaram: "matéria dada, matéria estudada". Melhor obedecer.

Fui para casa com essa intenção. Fazer um lanche, tomar banho e estudar a matéria do dia. Gostaria de dormir mais cedo naquele dia e se possível, na minha deliciosa cama. Qual foi minha surpresa? Já tinha gato e gata miando do outro lado.

Puts! Esse cara não sossega nem um dia? Será que era namorada? Pois se não fosse ele seria um "galo" de marca maior. Apesar de que, uma namorada adepta a sacanagem em grupo... credo, há gosto para tudo e eu começara a descobrir!

Precisava vê-lo, nem que fosse de longe. Não iria me apresentar como sua nova vizinha. Minha mãe mandou-me fazer isso. Disse que era questão de segurança. Mas se eu contasse como era suas noites e agora tardes, tenho certeza que ela mudaria de opinião.

Pronto!! Impossível ficar no meu quarto. Que saco!

Fui estudar na sala em minha mesa de jantar. Isso porque possuía uma bela escrivaninha no quarto com ar condicionado. Pensei em ligar o som bem alto, mas as músicas que eu gosto para estudar iam dar mais clima para aqueles dois safados. Bufei de raiva. Espero que eles estejam fazendo somente sessão da tarde* e não entrasse noite adentro na zorra total**. Dei risada sozinha do meu clichê global.

Porém, mais tarde, à noite, eu tive motivo para chorar, o corujão entrou com força total. Só que eu estava disposta a não ir para a sala. Esse cachorro e safado ia me pagar essas noites mal dormidas. Com certeza, eu iria criar umas olheiras crônicas desse jeito. Óculos de sol seria meu parceiro inseparável.

Altas horas, eles dormiram e eu também, de birra, não saí da minha cama.

Pela manhã fiz questão de levantar com bastante barulho e bater portas, abrir janela com força e jogar várias coisas ao chão.

Fui para minha aula de balé distrair a cabeça e relaxar o corpo. Era o melhor que poderia faz, pois, a raiva do vizinho não iria me levar a lugar nenhum.

Preparava meu almoço quando uma colega de curso me passou uma mensagem, disse que não teria a primeira aula. Então liguei o som no último e comecei a dar uma limpeza na casa.

Escutei um grito do outro lado. "Quero dormir!" Abri meu sorriso mortal e respondi baixinho. Eu também seu cara de pau. Desliguei o som e contei até 10. Liguei de novo no último. Sorri vingada. Colei meu ouvido na parede, não dava para escutar direito, mas ele parecia quase chorar de raiva. Lavei minha alma naquele instante.

Fiz o que precisava e juro que a música alta chegou a incomodar, mas não abaixei o som e nem desliguei.

Escutei a porta da frente abrir. Corri no olho mágico. Nossa! Que lindo! Apesar da distorção daquele buraquinho deu para ver um homem maravilhoso que olhava para minha porta com raiva. Depois ele entrou no seu apartamento, cheguei a pensar que havia desistido de sair. Encostei-me à porta e fechei os olhos. De repente dei um pulo com a pancada que recebi e o escutei resmungar. Olhei de novo e ele estava bem à frente, passava a mão no rosto e parecia assustado. Andou de volta para frente do elevador, ficou parado de costas e, assim que chegou e as portas se abriram, ele entrou e foi embora, deveria ter indo almoçar. Abri a porta devagar e olhei para os lados e entrei de novo.

Resolvi sair mais cedo, mesmo não tendo aula. Daria uma passada no restaurante universitário.

Troquei de roupa, prendi o cabelo e peguei meu material. Esperava o elevador, eu vi um papel amassado no lixo. Abaixei e peguei.

"Gosto de dormir quinta à tarde! Não tenho aula!! É pedir muito? Silêncio!"

- A éh vizinho bonitão, também gosto de dormir à noite e na minha cama. A partir de amanhã vai ter música mais cedo e principalmente quinta à tarde - respondi sorrindo para o bilhete.

Cheguei à faculdade encontrei minha amiga. Ela veio me contar o que descobriu. O "seu" paquera ou melhor, o ficante era amigo do meu vizinho.

- O quê? Como assim? Meu vizinho?! Que vizinho? - Fiquei assustada. E como ela sabia, pois eu tinha acabado de saber quem era o cidadão!

- Não sei qual andar ele mora. Eu só sei que ele mora no mesmo prédio que você. Um bonitão. Maior pegador. Você já deve o ter visto por aqui - falou ela entusiasmada.

- Não faço à mínima ideia - respondi.

Não poderia entregar o ouro que eu tinha acabado de descobri. Afinal nem sabia se era o mesmo "pegador".

-- Mas o que tem haver o seu gato com o meu vizinho? Ou suposto vizinho? - corrigi.

- Eles andam sempre juntos. E se onde está um, está o outro, eu poderia saber mais coisas sobre o meu Filezinho se você ficasse amiga do vizinho - falou ela revirando os olhos.

- Filezinho? - Pronto, ela já estava apaixonada. E se o cara fosse igual o amigo, coitada, sinto em dizer ela teria uma grande decepção.

- Sabe, o nome dele é Gustavo. Mas é conhecido por Filé. Sacou? - explicou - Apesar de que, deveria ser Mion - completou.

- Ei, Sabrina! Vi o Filé no RU, mas a galera está inteira - passou uma garota e falou.

Pensei comigo, pelo jeito todo mundo já sabia desse lance dela com esse tal bifinho. E eu aqui me achando que sua confissão se tratava coisa de amigas.

- O.M.G!!! - falou ela segurando meu braço.

- Ãn? O quê? Não entendi nada - resmunguei.

- Oh. My. God! Ô, Maria Eduarda? Situa, cara! De que planeta você veio? OMG, significa oh meu Deus.

- Isso eu sei, mas não entendi para que esse alarme todo. Vai lá falar com ele. Não era isso que você queria? - perguntei.

- Você está doida? Claro que não! Nós somente somos ficantes. É mais um peguete. Rolo, sabe? Ninguém diz nada. Eu adoro ficar com ele, mas nada de passar de 'crush'.

- Eu hein! Sou de marte mesmo. Na minha terra se está a fim do cara, bom. Agora se não está pronto, acabou. Sem essa neura toda - falei.

- Mas você podia ir lá dentro dar uma resenhada para mim. Eu fico aqui te esperando - pediu - please!!!

Como eu estava a fim de ver meu vizinho, era a oportunidade de dar uma conferida, ou melhor, no termo dela, resenhada.

- Mas como vou saber quem é? Não o conheço. Vou fazer o que lá dentro?

- Compre alguma coisa. Olhe onde tiver uma galera cheia de gatinhos, tenha certeza, ele vai estar. Se você conhecesse o Bem seria mais fácil - falou ela pensativa.

- Quem é Bem? - quis saber, mas tendo o palpite de ser meu vizinho. Havia escutado muito isso esses dias. Era bem pra lá e bem pra cá.

- O que eu falei morar no mesmo prédio que você - Pensou um pouco. -, não me lembro o nome dele.

- Então vou lá para você. Eu já volto. Vou comprar uma água. Assim eu atravesso o restaurante. Dar para resenhar - falei rindo.

- Vai! Eu te espero aqui - respondeu toda animada.

Sabrina era bem mais baixa que eu, cabelos curtos e pretos. Falante e um pouco piradinha. Ela fazia o curso de protética e esse ano passou para odontologia. Conhecia bastante gente por isso.

Fui em direção ao RU, parei na entrada e fiz uma geral. Localizei meu alvo. Fui no caixa e paguei. Passaria na frente deles. Pegaria a água no freezer, voltaria e sairia. Coloquei minha melhor cara de paisagem, respirei e fui. Caminhei sem olhar para o lado, desfilei na verdade. Fiz uma inclinadinha para pegar a água. E caminhei de volta. Todos da mesa pararam para me olhar passar. Todos lindos, mas estava na cara serem todos sem vergonhas. Deve ser pertencente à mesma classe do vizinho. Como estava com meus óculos bem escuros pude olhar sem ser vista. Voltei. Sabrina estava eufórica.

- E aí? Ele estava lá? Como está? Lindo? - Eu já falei que ela é ansiosa? Pois é... muito, extremamente.

- Calma! Acho que sim. Tem uma turma grande em uma mesa. E o RU não está cheio. Se a garota disse que o viu deve ser um deles.

- Mas conta e aí?

- Contar o quê? Eu fui lá, passei por eles, que viraram as cabeças quando eu cruzei o salão. E mais nada. Eu fingi que nem os notei. Paguei a água e saí. O que você queria? - perguntei.

- Ah, sei lá. Você desse mole para eles quando olharam para você... quem sabe uma paradinha com eles... sei lá! - Mostrou-se chateada.

- Está de brincadeira comigo? - perguntei incrédula.

- Veja lá! - Ela me segurou pelo braço. - É o Bem. Parece que procura alguém. Será você?

- Claro que não! Eu nem o conheço. Prepare-se que o seu Filé deve sair a qualquer instante.

- Então eu vou caminhar como quem não está nem aí, por aquele lado, quem sabe dou de cara com ele. "Totalmente sem querer" - explicou sorrindo e pegando um batom para passar nos lábios. - Estou bem?

- Linda! - respondi. Ganhei um puxão no braço e um beijo no rosto. Em seguida ela caminhou para a rampa de acesso da porta principal.

Afastei um pouco do alcance dos olhos do meu vizinho e fiquei reparando nele. Alto, cabelo não muito curto e com uma franja em cachos um pouco maior. Parece ter olhos claros assim de longe. Um corpo maravilhoso. Tem jeito de ser esportista. Mas que hora? Ou será que sexo da naquilo tudo? Ele deu uma volta. Realmente procurava alguém. Será que teria mais uma tarde de sacanagem? Ele pegou o celular, olhou e guardou, depois foi em direção ao estacionamento.

Hum... então ele tem carro e mais, coragem de vir dali até aqui? Tadinho estava cansado e com sono. Dei uma risada sozinha. Percebi quando ele saiu do estacionamento. O cara não é fraco não! Possuía uma camionete dupla linda branca. Saiu olhando por todos os lados e bem devagar. Acho que levou um bolo. Bem feito!

Verifiquei a hora e como tinha tempo livre caminhei para a biblioteca. Mas antes eu vi a Sabrina indo e voltando várias vezes na porta do RU. Balancei a cabeça rindo e caminhei em direção contrária.

Durante a aula eu pensei em algo louco. Será que eu teria coragem de fazer? Lembrei-me do vizinho e suas visitas. Tive certeza que faria sim. Agora seria fácil pensar nele.


* Programação de filmes nas tardes de semana da TV globo.

**Programa de comédia de sábado a noite na TV globo.


O que será que estava passando na cabeça dela?

Com certeza ela ia aprontar alguma coisa com ele.

Aguardem e veremos o que é.

Comentem e votem a vontade.

Beijos, Lena Rossi.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro