Capítulo 12.B
*Sabrina
Maria Eduarda
Joyce
Reunião de amigas
Saímos da faculdade e fomos para meu apartamento, pensei, precisávamos chegar antes deles.
Tinha convidado Joyce e Sabrina para jantarem comigo, na verdade íamos acabar a apresentação do nosso trabalho que seria no dia seguinte. Mas conversar era a segunda opção mais interessante.
Ao chegar elas ficaram admirando as portas. Adoraram! Agora as duas querem comprar e aprender a fazer também.
Assim que entramos no apartamento mamãe ligou, essa era a segunda vez no mesmo dia que ela ligava.
- Oi mãe.
- Querida, seu pai liberou sua compra, pode colocar no cartão.
- Joia, mãe. Ele falou alguma coisa sobre qual orçamento?
- Não, disse para você ver qual seria melhor.
- Tudo bem. Alguma novidade?
- Mais nada. O que está fazendo?
- Acabei de entrar no apartamento - falei - estou com duas amigas. Viemos estudar para apresentação de um trabalho.
- Então tudo bem. Vá lá. Beijos. Fique bem e com Jesus.
- Amém, mãe. Boa noite.
Desliguei o celular e olhei para as duas, perguntei:
- A mãe de vocês ligam quantas vezes por dia?
- A minha sempre que tem algo para reclamar ou fazer alguma crítica em relação ao meu pai - falou Joyce -, e fora as que vejo ser ela e não atendo.
- A minha já acostumou comigo morando fora, afinal esse é o terceiro ano. Mas no início, ligava bastante também. Daqui a pouco melhora isso - explicou Sabrina.
Fui ao quarto deixei minhas coisas.
- Fiquem a vontade - falei - vou preparar nosso jantar.
- O que você quer de ajuda? - perguntou Sabrina.
- Eu não sei fazer nada, mas lavo a louca - informou a Joyce.
- O que vocês não gostam de comer? - quis saber.
- Eu como quase tudo - explicou Sabrina - deixei de frescura quando saí de casa.
- Eu já sou enjoada. Não gosto muito de salada e verdura.
Escutamos barulho no hall. Então falei:
- Eles chegaram!
Corri na porta e olhei no olho mágico, fiz sinal com a mão chamando-as e pedi silêncio com o dedo nos lábios.
Dei lugar para Bri e depois Joyce olhar.
Eles estavam parados olhando a porta e comentando. Nós, quietas escutavamos.
Sabrina gostou do que ouviu, e fez joia com os polegares e mímica: Yes!
Em seguida, não gostou da resposta dele e sinalizou que furava o olho dele. Fazendo que nós tivéssemos vontade de rir, tendo que tampar a boca e sair de perto.
Eles entraram no apartamento fazendo confusão e rindo. Nós tivemos dificuldade de entender. Logo depois o som abafou e não escutamos mais nada.
Olharam para a minha cara.
- Du, você é doida mesmo. Como pode morar aqui ao lado dele e não ter contado?
- No princípio, eu não sabia. Quando o vi por aquele olho ali, - Mostrei a porta. - não sabia nem o nome dele. Foi bem depois que o percebi me olhar um dia patinando na pista de atletismo. Aquele dia que fui dentro do RU para você Bri, lembra? - Ela afirmou com a cabeça. -Então liguei os pontos.
- E por que não me contou logo? - ela perguntou.
- Sei lá. Nunca achei que isso ia longe assim - respondi indo para a cozinha. - Vamos conversar e cozinhar? Senão vamos ficar com fome.
Joyce sentou e a Bri veio ajudar.
- O que teremos? - perguntou ela.
- Pensei um escondidinho de brócolis e calabresa, o que acham?
- Nossa, mas vai dar trabalho isso! - exclamou Bri.
- Eu já comi brócolis em pizza, assim acho que não! Mas posso experimentar - comentou Joyce.
- Joyce, como você é magra assim não comendo salada e verduras? - eu quis saber.
- Se você tivesse uma mãe como a minha, saberia. Ela pensa somente em dieta, roupas, salão e academias. Ou melhor, personal.
- Trabalhar que é bom... Nada? - perguntou Sabrina.
- Ela tem marido rico. Sempre teve. Papai um advogado muito bem conceituado. Agora é juiz da comarca da região. Mas continua no tribunal de justiça do estado. Sempre foi bem de vida, agora mais ainda sem ela para torrar o dinheiro dele.
- Joyce eu vou te fazer uma pergunta bem pessoal, você responde se quiser - falei -, mas você gosta mais do seu pai?
- Nem preciso pensar para responder Du, eu amo meu pai. Agora a relação com minha mãe é muito complicada. Ela só sabe me criticar. Gostaria que eu fosse igual a ela. Não se conforma com minha cor, com meu cabelo, meu jeito. E se fosse por ela, estaria no exterior à procura de um homem rico para casar e nunca fazer faculdade.
- E seu pai? - perguntei.
- Ele é um negão alto forte, com um sorriso mais lindo deste mundo. Sabe aquela pessoa que impõem presença? É ele! Acha que sou uma princesa até hoje. Além de fazer meus caprichos sempre, ele tem aquele papo de saber aonde vem o dinheiro e como é para ganhá-lo. Sempre foi o meu equilíbrio. Se não fosse por ele, nem sei onde estaria hoje.
- Dureza, hein? Viver com tantos conflitos - resmunguei.
- Já acostumei, a vida inteira foi assim. Antes quando eu era bem pequena e eles estavam juntos, rezava para eles separarem para ter paz. Mas eles separaram e minha paz nunca veio. Ou melhor, acho que estou vivendo neste momento a paz que sempre quis, longe deles. Apesar de sentir muito a falta do meu pai, pois foi ele que sempre me deu a direção.
- Credo Joy falar assim. - falou Sabrina.
- Mas vamos mudar de assunto? - Joyce pediu - e aquele morenão simpático amigo do seu gato, Bri?
- Quem? O Jacaré?
- Isso! Ele tem namorada, rolos ou afins?
- Que eu saiba não. Essa turma sempre foi a turma dos pegadores, mais nada. Agora que estão mudando. Começando com o meu Filé. Eu acho.
- Gostei dele, seu jeito alegre e despojado. Ele é de onde? - perguntou Joyce.
- É baiano, ele e o Fubá, mas não sei de onde ao certo - respondeu Sabrina.
Coloquei as batatas na panela de pressão e fui arrumar a mesa.
- Deixe que eu faça isso - Joyce pegou da minha mão o jogo americano. -, alguma coisa eu sei fazer.
Mostrei onde estavam os talheres e pratos. Peguei o liquidificador e bati um suco.
- Du, como você pode ser tão organizada assim? Imagine se eu tenho essas coisas congeladas para suco - Bri comentou.
- Mas é abacaxi. Simples. Comprar, cortar e congelar. E eu coloquei com melão para tirar um pouco a acidez, nada de difícil. Eu não tomo refri, e suco de caixinha, até compro, mas prefiro o natural - falei.
- E cozinhar, quem te ensinou? - perguntou Joyce. - Eu não sei fazer nem macarrão instantâneo, sou capaz de deixar a água queimar.
- Eu sempre gostei de ficar na cozinha vendo a Du trabalhar - elas olharam e perguntaram juntas.
- Du? Quem é Du? - Dei risada.
- Eu sempre estranhei vocês me chamarem de Du, pois na minha casa sempre fui Maria Eduarda e minha irmã Ana Carolina. E a nossa ajudante, é Dulcina, a Du.
- Por que você nunca falou, chamaríamos de, de... Duda! Porque Maria Eduarda é muito! Você concorda? - falou Bri rindo - E ainda aqui na faculdade todos tem algum apelido, parece que é norma para ser normal.
- Verdade. Eu sempre fui Joyce, agora sou Joy, Joe e na aula de ginástica as meninas resolveram que é Yce, pode?
Acabei de fazer o molho, tirei as batatas e comecei a fazer o purê. Na hora que coloquei o pirex na mesa as duas estavam com fome e isso já contava a meu a favor. Porque com fome, ninguém reclama de nada, já dizia minha avó Lúcia.
- Garotas, vocês precisam conhecer minha avó. Lembrei dela agora. É uma peça rara. Vovó doidinha, topa tudo, fala pra caramba. Quando ela está presente, você nem precisa se preocupar em falar, pois ela se encarrega por você e por todos - expliquei, com saudade dela.
- É engraçado pensar numa avó assim. As minhas são tipo vozinha mesmo. Preocupadas em agradar a todos e fazem todos os trabalhos manuais imaginário - comentou a Bri.
- As minhas são totalmente opostas. A do meu pai é mais distante de mim, porque minha mãe fez questão de me manter afastada. Hoje em dia tento me aproximar, mas ainda me sinto visita na casa dela. A mãe de minha mãe é bem parecida com a filha. Sem contar que ela foi contra o casamento com um homem preto. Depois que ainda não deu certo, vocês imaginam... - Respirou fundo, tomou do suco e completou: - na verdade sempre achei que ela foi o X da questão para que tudo desse errado. Sempre intrometeu na vida deles. Ai meu Deus!! Estou eu aqui de novo, jogando essas coisas para cima de vocês!! Perdoe-me. Vamos fazer assim, quando eu começar, vocês me pedem para parar.
- Joyce, você pode falar comigo o quanto quiser. Se não puder desabafar com a amiga, com quem vai poder? - falei com sinceridade.
E ela segurou minha mão e apertou, os olhos se encontraram cheios de lágrimas.
- Eu também. Sabem que minha segunda opção era psicologia? Então derrama aqui - Bri bateu no ombro.
- Obrigada, vocês duas, estão sendo tão parceiras comigo - Fungou. -, eu nunca aprofundei amizades assim, vivia num mundo onde tudo era por interesses. Ah!!! Chega!! - Levantou as mãos para o alto, como se fosse para espantar tudo. - Vamos falar de quem agora?
- Du! - Bri apontou para mim.
- Bri! - Apontei para ela. Claro, caímos na risadas.
- Conta de você um pouco, Maria Eduarda - Sabrina pediu, me zoando por falar meu nome. -, sempre certinha?
- Eu também tive conflitos com minha mãe, - comecei e elas arregalaram os olhos, como as bocas estavam cheias não falaram - nada grave assim feito a da Joyce.
- Por quê? - perguntou Joyce atenta. Pediu uma pausa com a mão após limpar a boca. - Du, está uma delicia isso aqui, vou servir mais, pode?
- Claro! Que bom que gostou. - Sabrina balançou a cabeça concordando e fazendo joia com a mão.
- Como dizia, eu tive uma desavença com minha mãe quando desisti de fazer o balé e oficializei queria odontologia como profissão.
- Uai, mas você faz balé ainda, é por causa dela? - perguntou Sabrina.
- Não! Eu gosto muito como uma forma de exercitar, ter postura e disciplina, mas não como profissão. Por ela eu estaria no teatro municipal de Joinvile me preparando para o "Bolshoi de Moscou".
- Por que em Joinvile? - quis saber a Joyce.
- Porque somente existe uma filial do teatro Bolshoi fora da Rússia, que é no Brasil e em Joinville. E quando teve a seleção na minha cidade eu decidi que não iria participar. E a casa caiu.
- E aí menina?
- Papai sempre me apoiou, mas mamãe chorou uma semana inteira. Ao mesmo tempo que dizia ser minha vida, ela explicava que precisava chorar. Sabem, no fundo eu a entendia, o sonho era dela. Por várias circunstâncias nunca pode ser realizado. Depois que aceitou a minha decisão, ela apoiou meus estudos. E na mesmo ocasião eu descobri a patinação. E como sou sempre disciplinada em tudo que faço... - Parei de repente. Fiquei com vergonha de contar.
- O que tem? - perguntou Bri.
- Eu ganhei vários campeonatos de patinação: municipal, regional, inter municipal e por último, e o mais importante para mim o estadual.
- E por que parou? - Joyce perguntou curiosa.
- Pelo mesmo motivo. Precisava estudar para o vestibular, queria mesmo odontologia.
- Du, passou uma ideia aqui. Você podia aceitar participar do festival e fazer uma surpresa a sua mãe. Ela iria adorar ver você brilhar no palco da faculdade.
- Será? Sei não!
- Garotas! Amanhã terei que malhar em dobro, exagerei neste jantar, - Joyce mudou o assunto, acredito que percebeu meus miolos confabulando entre si. - e esse suco está delicioso. Acho que nunca tomei abacaxi misturado com melão, somente com hortelã.
- Esse é o básico. Eu misturo de tudo. Melancia com laranja, limão, abacaxi e assim vai. Não posso comprar muitas variedades para comer e para não perder, congelo. Dá para congelar quase tudo. Eu que não tenho tanto espaço no freezer.
- Garota esperta. Por isso, não almoça no bandejão - brincou Bri - Vamos lavar essa louca para estudar?
- Eu lavo! Não fiz nada, pelo menos a louça fica por minha conta. - Levantou Joyce já recolhendo a louça.
- Vamos todas, assim terminamos bem rápido - decidi.
Assim fizemos, em poucos instantes tudo estava arrumado.
Pegamos o material, meu laptop e repassamos a apresentação. Estávamos bem preparadas e ia dar tudo certo.
Foi então que começamos a escutar barulho vindo da casa do Rafael.
- O que esses garotos fazem nestes jantarem, Bri? - perguntei.
- Jantam e adivinham mais o quê? - perguntou ela.
- Estudam com certeza que não é - afirmou Joyce.
- Não mesmo! Jogam vídeo games.
- O quê? Aqueles marmanjos ainda jogam vídeo games? - perguntei sem acreditar.
- Sim! E ainda tem competição acirrada. O Filé quem me contou. Parece que somente o Bem, tem quatro controles. Então aqui a farra é maior. Na casa dos outros, cada um leva o seu controle para o console.
- Bri, deste quando você conhece o Filé? - era uma curiosidade que pensava e nunca tinha perguntado.
- Desde quando mudei aqui, mas somente começamos a ficar ano passado, transar esse ano - ela falou tão natural que fiquei muda.
- E vocês, já ficaram com alguém aqui? - ela perguntou.
- Eu fiquei com um calouro besta, dei uns beijos nele e logo em seguida o larguei. Depois outro na festa do "encontrão". E no show da Maria Cadu, eu fui com uma turma que mora no condomínio. Tem um formando que vendeu os convites e acabei ficando com um carinha da cidade, mas não o vi mais - contou Joyce super tranquila - mas transar, somente transei com o da festa.
Olharam para mim a espera que eu falasse alguma coisa.
- Eu não! Saí somente aquele dia da festa e do cinema. Ah!! Beijei uma vez o Bem.
- E está assim, na seca há quanto tempo? - Joyce perguntou para mim.
- Como assim na seca? Sem beijar?
- Não Dudinha, sem dá uma boa transada - esclareceu Joyce.
Fiquei quieta pensando o que responder. Elas se entre olharam e pelo jeito entenderam e nem perguntaram.
- Pois é isso mesmo que estão pensaram. Nunca transei - conclui -, mas se você dona Sabrina abrir o bico para o Filé eu mato você.
- Nossa, Du! Por que até hoje nada!? Linda como tu és - perguntou Joyce parecendo com pena de mim.
- Você acha que falaria uma coisa dessas, Du? Ele faz perguntas sobre você, eu já saquei para quem são as respostas. Mas ficou na mão porque nunca comentei nada.
- Ah, essa eu queria ver. Imagine a cara dele quando souber que você mora do outro lado dele - Joyce disse dando risada. - Parede com parede!
- E você não vai ficar com ele de novo? - perguntou Bri - Sei de fontes seguras que ele é um delírio.
- Já pelo beijo chego a imaginar.
- Você não falou o porquê de nada até hoje - Sabrina voltou no assunto. - Já namorou pelo menos?
- Nunca rolou. Não tive namorado firme, foram somente paqueras bobas - expliquei.
Joyce levantou e ficou andando pensativa, depois falou.
- Tive minha primeira relação com quatorze anos, somente para enfrentar minha mãe. Com o filho da nossa empregada que era quatro anos mais velhos que eu.
Ficamos olhando para cara dela sem dizer nada e ela continuou:
- Não usei preservativo, e nem tomava nada. Poderia ter ficado grávida ou pego alguma doença. Hoje tenho a maior consciência da besteira que fiz, mas sou limpinha. Minha mãe na mesma época fez questão de que eu passasse pelo constrangimento de fazer todos os exames. E depois tive que fazer todos os anos. Por ter começado tão cedo.
- Mas continuou tendo relações sexuais com ele? - perguntei.
Ela deu risada e falou.
- Com ele às escondidas e depois que você faz uma vez e gosta minha querida. Já era! - falou.
- Por que você disse que era para provocar sua mãe - Bri quis saber.
- Ora, imagine a cara de dona Úrsula, sua filha ter relacionamento com o filho da empregada? Ele é lindo viu! A implicância foi pelo fato dele ser filho da empregada. E hoje ele está no exterior fazendo mestrado. Sempre foi um aluno aplicado, muito melhor que eu. Essas coisas não contam em nada. Para ela, vai ser sempre o filho da empregada. Uma tosca.
- Nossa... - foi a única palavra da Bri e eu preferi não e me manifestar.
- Gente! - chamei a atenção delas - Escutem a bagunça! Agora mesmo o porteiro liga lá.
- Vamos embora Bri? Assim saímos antes deles. Já que não podemos bater lá e pedir uma xícara de açúcar. Ou entrar no joguinho deles. - brincou Joyce rindo.
- Vamos sim. Tudo está certo para a apresentação amanhã? Vamos chegar mais cedo? - perguntou Bri e nós concordamos.
Abrimos a porta devagar, Joyce chamou o elevador, tampou a boca com vontade de rir, em seguida elas partiram.
Fiquei sozinha com os meus pensamentos relembrei as conversas daquela noite e como elas aprontam. E a Joyce?! Nossa, que vida ela deve ter tido? Quantas besteiras para enfrentar sua mãe ela deve ter feito?
E eu, achando que fingir transar para provocar o Bem era uma coisa de outro mundo. Fingia e elas faziam. Só eu mesmo.
Entrei no meu quarto, passei uma mensagem para o Bil e fui tomar banho pensando na história do festival. Iria lá para saber como funcionava.
Saí do Banho e tinha cinco mensagens dele para mim. Pedia perdão, mil desculpas e queria conversar. Pelo jeito ele achou que não queria atendê-lo. Então liguei.
- Amadinha, amadinha! Você está muito brava comigo ainda?
- Não estou Bil, já passou. Eu quero saber como é esse festival e o que "seria", se pensasse na possibilidade em aceitar a participar.
- É o seguinte... - ele começou a contar todos os detalhes do "Festival Integração".
Era como se fossem para dar boas vindas aos calouros e fechar o período da temporada e adaptações. E esse festival era sempre cinquenta dias após o início das aulas. Começava com um grande espetáculo de dança e teatro, feitos pelos veteranos. Eram três dias: sexta, sábado e domingo. No sábado, era marcado por uma banda famosa que sempre tocava e bandas regionais. E no domingo além de bandas de universitários, aconteciam também várias peças teatrais e oficinas de artes.
Depois dele contar com tanto entusiasmo, comecei a me interessar pelo assunto.
- E sabe o que mais? Imagine você toda linda, diva mesmo e brilhando no palco com a luz sobre você, seu lindinho te olharia com queixo caindo! Já imaginou? Ele babando... - dei risada alta dele, claro imaginei a cena.
- Meu Lindinho? De quem você fala? Eu não tenho nenhum! - retruquei segurando o riso.
- Beinn - falou ele cantarolando - me erra, né! Pensa o quê? Que sou cego, surdo e burro? Já saquei naquele 'deus grego' doidinho por você. Ele tem ciúmes até de mim, que não ofereço perigo algum!
- Você é um fofo, Bil. Eu precisava mesmo rir assim. Mas quero te perguntar uma coisa. Você acha que aquele "deus" como você diz, tem cara que se apaixona por alguém?
- Pode até ser que ele não! Mas as garotas todas sim!
- E você acha que sou como todas as garotas?
- Claro que não, Linda!
- Então você sabe a resposta, eu não vou cair na dele e ser mais uma na sua lista e já disse isso a ele hoje.
- Xiiiii... então ele vai se apaixonar. Vou te contar um segredo dos homens, eles apaixonam quando são rejeitados. Quando tudo vem muito fácil, não dá tesão. Ou dá! E dá uma noite e pronto! Então se você quer aquele "jesus" está no caminho certinho.
- Hein? Era deus agora Jesus... Qual o próximo?
- Você que me diga, bein!
- Vamos dormir?
- É um convite? - dei risada dele.
- Não! Estou falando que eu vou dormir e você devia fazer o mesmo.
- Beijo minha flor.
- Até mais, um beijo também.
🦷🦷🦷
Reparou como as meninas são diferentes dos meninos?
Concordam que é assim mesmo?
Espero que tenho gostado.
Lena Rossi
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