Capítulo 10.B
Maria Eduarda
O que pensar?
Entrei no apartamento, fui direto para o meu quarto e deitei em minha cama aliviada. O que eu fazia? Essa era a pergunta que gritava na minha cabeça. Por que eu agia desse jeito? Coloquei a mão nos lábios e fechei os olhos, o que foi aquilo? Lembrei de cada detalhe do nosso beijo. O seu jeito abusado. Os lábios macios e firmes. A língua... Ah meu Deus, que língua... Jamais fui beijada daquela forma. Jesus!! Sentei na cama e tirei a roupa.
Pense bem Maria Eduarda, se num cinema cheio de gente e na primeira vez que o cara te beija, ele é capaz de fazer aquilo tudo com você, imagine vocês sozinhos?
— Jesus!! Melhor nem pensar.
Levantei, peguei um pijama e fui para o banheiro tomar um banho, pois estava com calor.
Deitei na cama, escutei barulho. Ele havia chegado. Ligou o ar condicionado. Eu precisava fazer alguma coisa. Peguei meu celular e havia duas mensagens da Joyce.
Ela: Sumiu
Eu: Fui ao cinema.
Ela: Obrigada, eu ñ queria ir mesmo...
Eu: A Sabrina ligou me chamando, desculpe, não pensei msm
Na verdade, eu até cheguei a pensar, mas achei chato ligar e pedir carona caso ela fosse.
Ela: O bonitão foi junto?
Eu: Sim, estou enrolada amiga
Ela: Ficou?
Eu: Um beijo, "Ô beijo"
Ela: Entendi ñ ser chamada agora. Perdoada
Eu: ñ planejei nada.
Ela: Nem Mark Zuckerberg em ficar milionário
Eu: Quem?
Ela: Situa Duda! O criador do Facebook
Eu: Ah! Vou lembrar dele nesta altura? Amiga, estou numa roubada!
Ela: Xiiii... Por que, xonô?
Eu: Se fosse só isso estava bom
Ela: O que pode ser pior que se apaixonar por um pegador?
Eu: Ele pensar que você é outra pessoa.
Ela: ñ entendi. precisa de um ombro amigo? Quer que eu vá a sua casa?
Eu: Imagina, ñ precisa, já está tarde.
Ela: Posso dormir aí.
Eu: Amanhã eu te conto. Vamos dormir.
Ela: Vc q sabe.
Eu: Brigadim, bj
Larguei o celular assustada.
— O que fiz? Você não pode contar para ela o que andou fazendo. E agora? Calma, Maria Eduarda, você ficou nervosa e começou a fazer bobagem.
Sentei na cama e puxei os joelhos no peito para pensar melhor.
— E agora? O que vou dizer a ela?
Já sei! Posso falar que moro aqui do lado dele e ele não sabe. Era isso. Pronto! Resolvido. Preciso pensar antes de falar.
Deitei novamente, porque dormir era a melhor coisa que eu poderia fazer naquele instante.
Deveria, mas cadê o meu sono?
Após revirar várias vezes na cama, me levantei, peguei meu material e comecei a estudar com a luz da luminária na cama. Até que o sono veio e eu nem percebi. Acordei mais tarde coloquei as apostilas no chão e apaguei a luz.
Acordei pela manhã um trapo. Não tive coragem nem de olhar pela janela e muito menos pensar em ir fazer algum exercício. Fiz uma vitamina e comi umas torradas. Peguei meu material do trabalho, comecei a estudar e fazer as correções para a apresentação.
Escutei quando ele saiu, nem fui olhar.
Até o meio da manhã já tinha tudo pronto e nada para fazer. Patinar ou correr? Olhei o sol que brilhava lá fora e desisti. Afastei o sofá e comecei a me alongar. Fazer alguns exercícios de balé talvez me relaxasse.
Coloquei uma música clássica e fiquei uns quarenta minutos com meus movimentos bem devagar. Precisava comprar uma bola de pilates, assim ajudaria nos alongamentos. Olhei na minha mesa e vi os adesivos. Peguei o celular para conferir às horas.
— Será que daria tempo? — perguntei-me.
Ele não viria para casa. Isso era certo. Peguei a tesoura e os adesivos e fui. Qualquer barulho do elevador, eu olhava com medo de ser ele. Fiz tão rápido que até me assustei.
Na verdade, esses adesivos de notas musicais, eu havia comprado para colocar na porta do meu quarto, mas depois achei um pouco masculino e não usei. Afastei, olhei de longe, gostei, ficou muito bonito. Esperava que ele gostasse também.
Entrei e fui tomar um banho para almoçar. Deixei o arroz sendo feito no micro. Mais cedo coloquei um peito de frango para cozinhar. Eu sabia um segredo que havia aprendido com a mãe de uma amiga. Depois de cozinhar o frango na panela de pressão retire quase toda a água. Dê umas boas sacudidas na panela. O frango desfia todo. Fica uma beleza. Eu acrescentei milho e tomates cortados e cenoura. Depois de temperado coloquei um pote de iogurte natural. Meu almoço estava pronto. A salada temperaria no meu prato o que ia comer.
Já estava trocada para a aula da tarde quando meu celular apitou.
Bri? Indo almoçar, quer ir junto hoje?
Eu? Thank you, já almocei.
Bri? J até +
Eu? Bjoca
Sentei na sala com meu note para rever minhas matérias e percebi mensagem de e-mail. Eram os orçamentos do revestimento. Encaminhei para papai. Eu tinha passado para ele a minha intenção de fazer para evitar "sons externos para estudar melhor."
Escutei barulho no hall, corri para a porta e o vi parado. Olhou em minha direção e parecia pensativo, por fim, tocou minha Campainha. Estremeci. Não me movi. Acho que nem respirei. Tocou de novo.
Ele parecia tão perto que eu podia pegá-lo se esticasse a mão. Saiu e entrou no seu apartamento, mas não fechou a porta. Voltou e colocou algo na minha porta. Olhou a porta dele novamente, sorriu, depois entrou.
A minha curiosidade era do tamanho da muralha da china. E agora, como saber o que ele escreveu? Se eu abrisse a porta e pegasse o papel ele saberia que não quis atendê-lo. Era melhor deixá-lo pensar que eu não estava. Corri no quarto, ele havia ligado o ar. Vai tirar um sono, aposto. Abri bem devagar a porta, somente para l.
Caracas ficou show! Muito legal!
Obrigado.
Precisamos nos conhecer.
Bati aqui em casa a noite.
Rafa
O que será que vai dar tudo isso?
O que você acha?
Ele gostou?
Hum...
Lena Rossi
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