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Rastros do Boto

   Ouço os pássaros cantando e as grandes árvores chacoalhando, não vejo nada e apenas sinto o sol queimando a minha pele lentamente. Desperto-me rapidamente e como de costume minha paz acaba quando começa toda a gritaria que vem de casa. É minha avó apressando meu avô para ele ir pescar logo, precisamos de algo jantar e se ele demorar muito irá escurecer.
— Vem menina! Os homens daqui não podem me ajudar então hoje você tem que vir. — Ele diz preparando os utensílios de pesca para entrar no bote de madeira e sair.
Dou um leve sorriso por ser lembrado nesse momento, mas assim que me levanto fico sem ânimo, essa tarefa é muito entediante. Tupã me ajude.
— Menino, vô. — Digo corrigindo o pronome que ele usou.
- Tanto faz... — Ele responde só para não começar uma discussão.
   Depois de longas remadas pelo rio chegamos num bom lugar para pesca. Olho para a água brilhante e clara então me pego pensando sobre a liberdade que os peixes têm em poder nadar cada canto, é de invejar. Começamos a pesca e de início é bem monótono, porém relaxante de uma certa forma. Observo o horizonte e mal vejo o fim do rio, sempre me pergunto o que tem lá e se as lendas são verdadeiras.
— Vô, vamos mais pra frente? — Pergunto com um pouco de medo da sua reação
— Pra ser janta de bruxa? Não. — Ele me responde sem nem olhar para mim, concentrado na pesca.
— Para como isso, é só lenda! — Digo revirando os olhos, mas me arrependendo segundos depois.
— Você sabe muito bem tudo o que já aconteceu com quem foi para lá! Destruição e tentação são presentes lá e seu falecido tio-avô é a prova disso! — Ele berra, agora olhando para mim.
   Eu me calo. Por mais que não concorde com seus argumentos, prefiro respeitar a sua perda. Seu irmão tentou encontrar o que tem lá e não voltou, foi então que começaram as lendas sobre o outro lado do rio, lugar proibido no meu povoado. Fico pensando sobre tudo isso enquanto o dia passa e o sol começa a se preparar para ir embora, fazendo com que Jaci tome conta da mata. É então que no meio da distração consigo mirar num belo boto cor de rosa passando por debaixo do bote, até o perder de vista. Imagino que realmente a vida aquática deve ser bem melhor!
   Terminamos de pescar e fomos para casa, ainda sem falarmos nada. Chegamos a nossa moradia e minha tia Mayara vem nos ajudar acompanhada de algumas outras pessoas da família. Minha avó, mulher de cabelos grisalhos e pouca altura vem nos receber com eles. Ela logo sente tudo o que está acontecendo e pergunta o motivo da nossa briga. Meu avô não perde a deixa.
— Vieram falar sobre a toca do pecado agora! — Ele berra com raiva e todos ao redor olham para mim. "Toca do pecado" é uma forma que ele usa para falar sobre o lugar.
— O que é? Vocês se prendem nesse lugar só por causa de uma lenda, mas vocês já perceberam há muito tempo que eu sou diferente! — Digo já sem paciência, com o coração pesado por tudo que sempre escutei sem falar nada ali.
— Já que tem tanta valentia vai até lá. — Minha tia diz, irônica.
— MAYARA! — Minha avó grita com ela, irritada com a situação, então o silêncio reina. Minha avó é praticamente chefe da família e todos a respeitam.
— Eu vou, espera pra ver. — Falo e entro em casa, me jogando na minha cama.
   Mal consigo respirar, mas sinto que logo esse sentimento passará. Levanto-me e então dou de cara com um homem alto e magro, descendente de indígenas assim como todos do meu povoado: meu pai. Ele está explicitamente decepcionado com a minha postura.
— O que você tem na cabeça? — Meu pai me pergunta com frieza e é o bastante para atingir meu peito.
— Qual é o problema se eu quiser ir? Vocês sempre me trataram como se eu não tivesse utilidade, como se algum Deus estivesse castigando vocês por me terem por perto. — Digo desabafando, mas sabendo que isso não levará a lugar algum.
— Você sabe muito bem que não é fácil pra nenhum de nós. — Meu pai diz, já querendo finalizar a conversa
— Poderia começar se esforçando então. — Finalizo a conversa por ele, saindo dali e indo para beira do rio.
   A lua ilumina meu corpo escuro e meu mundo gira mais rápido que o normal. Parece que o nervosismo faz minha carne queimar, lembro de todos os momentos em que me destrataram ou desejaram meu mal sem o menor motivo e me pergunto se o irmão de meu avô não teria apenas tentado se livrar desse peso assim como eu tento, pois, me sinto preso como nunca. Se essa busca trouxer o meu fim pelo menos não terei mais com o que me preocupar e saberei toda a verdade. Sendo assim, está decidido: esta noite descubro o que tem do outro lado do rio.

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