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Talvez James não saiba como que fez o que fez


James imaginava que Severus estivesse gostando de vê-lo tão emotivo, a cada minuto que se passava o sujeito levantava o rosto do livro e o olhava de sobrancelhas arqueadas.

Não parecia irritado, mas divertido.

Quando uma lágrima finalmente desceu pela bochecha de James, a figura largou o livro, levantou-se e cruzou os braços em frente ao corpo.

–É divertido vê-lo tão mexido com tudo isso.--Severus proferiu, tão debochado quanto Regina George.-- Presumo que algo bom tivesse que surgir junto a essas lembranças.

James conseguia sentir que Severus iria, a qualquer momento, o humilhar.

–Eu estou dando o meu melhor para demonstrar que estou arrependido, Snape.--Proferiu, sem olhar nos olhos alheios.

–Chorando na minha frente?

Era patético, James sabia, mas não podia evitar.

–Já descobriu alguma coisa com o livro?--Decidiu trocar o assunto, já que não queria ter que arcar com uma sessão de ofensas.--Está quase no fim.

Severus aceitou a troca de assunto, embora ainda parecesse tentado a ofender até a sétima geração de James como reparação histórica. Colocou-se sentado novamente e bufou.

–Não descobri nada, mas eu irei.

–Não duvido.

–Andou tendo mais lembranças?

–Sim. Tive uma antes de levantar.

Snape pareceu que iria perguntar sobre, mas mudou de ideia assim que abriu a boca. James presumiu que a ignorância, nesta hora, era uma dádiva para Severus.

–Presumo que só apareceram lembranças ruins.--Severus acabou dizendo e James suspirou.

–A maioria é fruto do que eu e Sirius fizemos a você, mas começaram a aparecer lembranças boas.

–Tipo?

–A que eu tive essa manhã... Você pegou o filho dos Malfoys no colo, era recém nascido.

Severus pareceu se lembrar e seu rosto se contraiu de desgosto por James ter conhecimento daquele dia. Era uma lembrança íntima

–Você vê como se estivesse em terceira pessoa?--Perguntou, sem mais conseguir olhar no rosto de James.

–Sim.

Snape pegou o livro novamente em mãos, passando a olhá-lo com uma certa mágoa.

–Não acho que irei encontrar algo importante nas últimas 50 páginas. Terei que checar a seção reservada novamente.

Apesar do que disse, ele abriu o livro de onde havia parado e passou a ler. James respirou fundo e soltou o ar antes de interrompê-lo:

–Snape... O que você fez hoje pela manhã que voltou tão machucado?

Pensou ter ido longe demais com a pergunta, mas Severus fez pouco caso dela.

–Não é óbvio?

–Não, não é.

–Você não precisa saber, Potter.--Por incrível que pareça, ele não soou grosso.

Embora deprimido, James meneou a cabeça. Parecia um cachorrinho abandonado em busca de carinho.

A lareira emitiu uma luz e Dumbledore apareceu graciosamente na sala. Severus levantou-se e olhou para o diretor com uma esperança tão grande e desesperada, que James quase sentiu pena.

–Arrumou tempo para pesquisar sobre, Dumbledore?--Partiu a perguntar.--Este livro não possui explicação alguma.

O idoso andou até a janela, fechou a cortina da cozinha e voltou à sala, deu uma checada nos livros. Parecia indiferente. James não chegou perto de entender o motivo para ele ter fechado a cortina.

–Para dizer a verdade, quando voltei a Hogwarts, não consegui dormir enquanto pensava nessas lembranças.--O idoso largou-se sentado no sofá.--Creio saber, agora, do que se trata.

–Então o senhor pesquisou sobre?!--Severus proferiu, visivelmente alegre. James gostou de vê-lo feliz.--Então, o que encontrou?

–Creio que acharão engraça...

Antes que James escutasse o que Dumbledore diria, ele estava de novo mergulhado em lembranças. Irritado, tentou voltar, bloquear, fazer qualquer coisa para escutar o que Dumbledore falaria, mas nada adiantou.

Acabou encontrando Severus, sentado na mesma cama de quando era criança, segurando a uma foto nas mãos finas. Parecia ter seus 16 anos. O dia estava quente, o sol alto e Severus tinha seus olhos aguados enquanto olhava para a janela.

–Eu odeio James Potter.--Proferiu e James engoliu em seco.

Nas mãos dele, Lily abraçava Severus.

O barulho alto de um grito, seguido de soluços, fez Severus suspirar. O adolescente andou até a janela e se sentou no parapeito antes de saltar para o jardim. James o seguiu, embora temesse fazê-lo.

O seguiu até a mesma pracinha onde já havia o visto em muitas outras lembranças, mas, dessa vez, não havia Lily. Severus largou-se sentado no balanço, ainda com a foto em mãos.

Quando falou, James se perguntou se, em algum momento da vida de Snape, ele havia sido verdadeiramente feliz. James olhava para aquelas vestes horríveis, aqueles cabelos oleosos e o vermelhidão quase arroxeado em seu braço magro.

–Eu odeio a minha vida...

As palavras causaram o mesmo efeito de sempre em James, uma culpa tão gigantesca, que nada no mundo parecia capaz de barrá-la.

Voltou à realidade, com a dor de cabeça forte o suficiente para fazê-lo enxergar nublado. Severus massageava as têmporas, Dumbledore fitava James com uma sobrancelha arqueada e Potter não fazia ideia do que estava acontecendo.

–Perdão.--Proferiu.--Estava mergulhado em outra lembrança e não escutei nada.

Severus jogou as mãos para o alto.

–O que fazemos para cortar essa ligação, Dumbledore?

Ligação.

–Não é cortável, mas é possível fazer com que diminua.

–Como?

–Calma aí!--James chamou a atenção deles.--Alguém consegue me explicar.

–Você realmente não ouviu nada, Potter?--Severus soou tão grosso quanto um bebê enjaulado.--Um de nós, de alguma forma, criou uma ligação entre nós dois. Um elo mágico.

–E o que é um elo mágico?--James perguntou, boiando.

Por sorte, é Dumbledore quem responde:

–Um elo mágico ocorre por diversos motivos, senhor Potter. Os dois, teoricamente, estão com as magias conectadas.

James ainda não havia entendido, até o próprio Severus pareceu confuso.

–Não entendi, Dumbledore...–James se sentiu em Hogwarts novamente.--Como assim, as nossas magias estão conectadas?

–Senhor Potter, vou explicar como se estivesse explicando a uma criança.--James se sentiu ultrajado.--Usando vocês como exemplo. Severus não está obtendo lembranças da sua vida, senhor Potter, mas você tem recebido lembranças dele com uma certa frequência, o que deixa explícito que o responsável por criar a ligação foi você, mas, para isso ocorrer, você e Severus teriam que ter, ambos, os núcleos mágicos gêmeos.

–É o quê?--James perguntou quando o homem deixou de falar.

Dumbledore suspirou e Severus não ousou se mexer.

–Muitos casais têm um elo mágico, senhores. No caso de vocês é um tanto quanto diferente, porque é unilateral e são lembranças, não sentimentos, como é o comum. Geralmente, costuma-se dizer que, pessoas com os núcleos gêmeos, são o casal perfeito, que geram os filhos perfeitos. Só é engraçado pensar que é o caso de vocês, porque ambos são dois homens, portanto, incapazes de gerar. Então, teoricamente, pensando por um lado mais fantasioso, mas, mesmo assim, com teor acadêmico, o que aconteceu é que o senhor Potter conseguiu criar o elo por pensar demais no senhor, Severus.

–É o quê?--Dessa vez Severus perguntou. James nem se deu ao trabalho de perguntar também.

–Geralmente as pessoas nascem com esse elo, mas é possível, sim, criá-lo, portanto que o outro lado, no caso você, Severus, esteja aberto a isso.

–Mas eu não estou!

–Não aberto no sentido de querer, mas, sim, sem um companheiro, Severus.

James estava ficando com medo, porque, afinal, Severus parecia apto a pegar a varinha e a matá-lo.

–Mas como pensar demais em mim teria criado o elo?--Severus perguntou, virando a cara para fitar a James.--E por que diabos você estava pensando demais em mim?

Pensando bem, James não se lembrava muito bem de pensar demais em Severus antes das lembranças começarem.

–Eu só comecei a pensar demais em você depois que as lembranças começaram...

–Errado.--Dumbledore o interrompeu.--Antes disso começar você já deveria estar pensando muito em Severus.

James ponderou. É claro que, como Auror, ele pensava demais em chances de pegar os comensais. Havia a foto de Severus na parede da seção de aurores e ele costumava olhar muito para ela. E pensar muito também...

–Bem...–James engoliu em seco.--Talvez faça sentido.

–Talvez faça sentido?!--Severus gritou.

Dumbledore colocou a mão no ombro de Severus, como se tentasse acalmá-lo. James não achava que fosse possível.

–Bem, então é isso, acho que chegamos ao quê da questão.

Dumbledore fez que iria se virar e andar em direção à lareira. Desesperado, James o agarrou pela mão.

–O senhor disse que é possível diminuir!

O homem idoso concordou.

–É claro, já ia esquecendo!--Dumbledore olhou de um para o outro.--Vocês não se dão muito bem, não é?

–Como se o senhor não se lembrasse.--Severus falou entredentes, sem fazer outro comentário a respeito.

–Talvez o segredo seja vocês se darem bem. Aposto que a culpa que o senhor Potter sente é o que traz as lembranças.

–E você acha isso possível?--Severus sussurrou, grosso e cruel.

James teve vontade de sair correndo, talvez até se desse ao trabalho de gritar para salvar a própria vida.

–Acho que vocês poderiam tentar.

O homem pegou o pó de flu e acenou antes de ser consumido pelas chamas. James respirou fundo e, só então, permitiu-se olhar para Severus.

–Eu sinto muito.--Engoliu em seco, afastando-se dos olhos mortais que o fitavam.--Não achei que isso fosse possível.

–Porque não deveria ser!--Severus berrou.

James engoliu em seco.

–A sua foto está na seção de aurores desde que eu tinha 19 anos. Eu costumava ficar olhando demais para ela e...

–Cala a maldita boca, Potter!

James se calou, não porque foi mandado, mas porque Snape olhava para o braço esquerdo. A manga estava levantada e a Marca Negra, marcada como se em brasa, parecia se mexer.

–O Lorde das Trevas está me chamando.--Falou, sem ousar olhar para os olhos de James.

Sem dizer mais nada, Severus o deixou sozinho com os próprios pensamentos.

James engoliu em seco. Estava sozinho... De novo. Sozinho e assustado. Sozinho e deprimido. Sozinho e com vontade de gritar tamanho o ódio que sentia de si próprio.

***

Embora soubesse que provavelmente levaria um xingão, havia algo que James sabia fazer muito bem, e era limpar, embora, na maioria das vezes, fosse para baixo do tapete.

De qualquer maneira, James chorava enquanto faxinava o banheiro, sem o uso de magia, é claro. Chorava ao ponto da cabeça doer, mas não importava. Já passava das nove da noite e Severus ainda não havia voltado. James tentava se negar a pensar no homem, mas estava falhando.

Sabia que logo lembraria de alguma coisa e já se preparava mentalmente para quando fosse perder a visão do que estava em sua frente.

–O que pensa que está fazendo?--Severus apareceu na porta do banheiro, obviamente estressado. Não estava machucado dessa vez, ou, pelo menos, não aparentava.

–Lim..pando o ba...nheiro.--James respondeu em meio aos soluços.

Severus, ao invés de rir da situação deplorável de James, preferiu revirar os olhos.

–Sabe de uma coisa, Potter?--Severus soou deprimido.--Não sei o que, diabos, aconteceu para você pensar tanto em mim ao ponto de criar esse elo, e eu odeio saber que você está tendo acesso a lembranças pessoais minhas. Eu não consigo me imaginar tendo uma relação amigável com você, nem sonho em chamá-lo de amigo, mas eu reconheço que é a única chance de diminuir essa bagunça.

–Então você está disposto a tentarmos?--James parou de chorar na hora e arregalou os olhos tamanho entusiasmo. Severus bufou, odiando aquela expressão chorosa.

–Termine de limpar o banheiro, Potter.

James aproximou-se na porta assim que Severus se afastou.

–Talvez você pudesse me chamar de James!

–Nem sonhando!--Severus revirou os olhos.--Está doido?

–É o primeiro passo para uma relação amigável!

–O primeiro passo está sendo limpar o banheiro.

James sorriu, as lágrimas ainda brilhando em suas íris.

–Por favor.

Severus obviamente não gostou do sorriso, porque virou a cara.

–Termine de limpar o banheiro, James.

Potter sabia que, caso ousasse chamar Snape pelo nome, levaria uma azaração, então apenas meneou a cabeça.

De certa forma, havia conseguido uma pequena vitória. 

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