Quiser não é o mesmo que precisar
James quase caiu para trás quando sentiu os lábios de Severus. A sensação o pegou desprevenido, enviando ondas de excitação por todo o seu corpo. Nem em um milhão de anos imaginou que Snape pudesse beijá-lo.
Talvez estivesse sonhando.
Fechou os olhos, concentrando-se na sensação quando Severus pediu passagem com a língua. James não negou. Agarrou o pescoço alheio e aprofundou o beijo até onde podia.
Quente... Muito quente.
Borboletas provocavam o intestino de James. Estava bom, malditamente bom.
Quando Severus se afastou, James odiou que tivesse chegado ao final.
Fitou Snape por tempo o suficiente para se sentir ansioso, incapaz de pensar em qualquer outra coisa senão no beijo.
–Eu não sabia que você gostava de homens.--Foi o que escapou dos lábios de James, porque ele estava verdadeiramente confuso e Severus o olhava como se quisesse devorá-lo.
–Eu também não sabia que você gostava de homens até vê-lo chorando na minha frente e ouvi-lo gemer o meu nome ontem à noite.
James riu, ponderando se deveria se aproximar novamente.
–Duche, mas homens héteros também choram e eu não sabia que eu sentia atração por caras até ontem.
–Vai na terapia, por acaso? Não está nem um pouco assustado pela descoberta recente.
James não sabia o motivo para não estar surtando, mas era bom não estar em total desespero. As últimas semanas estavam sendo cheias demais. Loucura atrás de loucura.
–Ultimamente estão acontecendo coisas demais, acho que meu cérebro já se acostumou.
Severus não desviou o olhar nem por um instante. James deveria estar vermelho até as orelhas, mas ele não se importava. No fundo, queria que Snape visse o efeito que causava nele.
–James.--Severus não parecia certo se deveria falar, um tanto quanto acanhado.--Em que posição eu estava no seu sonho?
–Estava embaixo.--James quase sussurrou, tímido como nunca antes havia sido.
–Eu era o passivo?--Severus perguntou.
–Era.
James engoliu em seco quando Snape lambeu os lábios, riu e olhou para o chão.
–Eu não acredito que eu vou sugerir isso.--Severus sussurrou para ninguém em específico e em seguida o olhou.--Quer transar, James?
Os olhos de James se arregalaram e seu pênis se contraiu dentro da calça. Aquele não era um simples pedido. Custou toda a sanidade de James manter a cabeça no lugar.
–Eu nunca fiz com um ca...
Severus o interrompeu:
–Se sonhou, então você tem uma ideia de como é.
James lambeu os lábios, se sentindo insano. Era loucura, não acreditava que iria mesmo deitar com um homem, ainda mais com Severus.
–Eu quero.
Severus sorriu.
–Tudo bem... Vá para o meu quarto.
Severus andou em direção ao banheiro, deixando um James confuso para trás.
–O que você vai fazer?
Severus deu uma risadinha sem graça. James quase teve certeza de vê-lo corar antes de adentrar o banheiro. Snape havia se batido no batente da porta, tão nervoso quanto James.
–Vou tomar um banho, James. Se ajeita aí.
Quando a porta do banheiro se fechou, engoliu em seco.
Tudo bem... Não era difícil. Ele transaria com Severus Snape. James poderia cair morto no chão naquele exato momento.
Andou até o quarto e adentrou o recinto com um certo desespero. Era um espaço um pouquinho maior do que o quarto em que James havia sido colocado, mas menos cheio de objetos. O quarto de James tinha dois roupeiros velhos, uma cama, uma escrivaninha e algumas caixas rodando o espaço. O quarto de Severus era organizado e estranhamente minimalista.
Sentou-se na cama. Era de casal, mas parecia estranhamente pequena.
James não sabia o motivo para estar se sentindo tão tímido. Ficou sentado na cama até escutar o chuveiro desligar, aí se levantou e andou de um lado para o outro no recinto, sentindo as pernas tremulas. Estava com o rosto queimando, o intestino inundado de borboletas, a boca seca de nervosismo e a pele pinicando.
Quando a porta do quarto se abriu, James prendeu o ar. Severus adentrava o quarto com a toalha pendurada na cintura. Aquela maldita cicatriz que Potter causara em Snape quando eram adolescentes era uma linha branca em meio ao peito do homem. O ferimento recente não possuía mais pontos e parecia muito bem cicatrizado, apesar de, a dois dias atrás, ter provocado uma dor estrondosa em Severus. Esse era o bom de ser bruxo, a magia ajudava a cicatrizar rápido.
Severus o olhou de sobrancelhas arqueadas e sorriso ladino.
–Ainda vestido?
James sentiu o coração saltar quando Severus removeu a toalha de cima da virilha. Não estava crendo que realmente aconteceria, ele realmente se deitaria com Severus. Ele realmente meteria o pau dentro de um homem. Ele meteria o pau em um homem apenas algumas horas após ter descoberto que sentia tesão por um cara.
Respirando fundo, James retirou as roupas. Sentia que estava sendo comido com os olhos e sabia que estava tremendo como se estivesse apresentando um trabalho em frente a uma sala cheia de adolescentes idiotas. Felizmente, não acabou com a cabeça presa na camiseta ou caiu quando retirou as calças.
Severus o esperava sentado à beira da cama. Quando James terminou de remover a cueca, Snape deu batidinhas na cama, como quem chamava um cachorro.
–Não precisa ficar tão nervoso, James.--Falou, embora ele próprio estivesse corado.
–Imagino que já tenha feito antes.--James comentou, aproximando-se com cautela.
–Uma vez.
–Quem?
James levou a mão à coxa de Severus, sem pensar direito no que fazia.
–Avery.--Severus respondeu baixinho.
James não pôde evitar o ímpeto de arregalar os olhos, tamanha a surpresa.
–O Avery?! O mesmo que me levou até Você sabe quem?
–Não fique tão surpreso,--Severus deu de ombros--eu me arrependi instantaneamente. O cara gosta de um cu e finge amar uma buceta.
James soltou uma risada estrondosa.
–É cômico, mas quem sou eu para julgá-lo?
Severus revirou os olhos.
–Exatamente.
James pensou se deveria tomar a iniciativa e ser aquele que começava o show, já que Severus parecia esperar por uma movimentação sua. Ainda estava com a mão sobre a coxa dele e massageava a área com um certo carinho. Snape parecia estar gostando.
Bem... James não esperou que Severus começasse, porque senão ficariam naquela troca de olhares e carinho na coxa por horas. Se aproximou e o beijou, somente para ser derrubado na cama e montado por um Snape afoito, que agarrou o pescoço alheio e continuou o beijando com desejo.
James levou as mãos às costas de Severus e a massageou, incapaz de ser tão afoito quanto Snape, que pareceu relaxar com o toque, o beijando com uma luxúria lenta, mas quente o suficiente para provocar o pau de James.
Aproveitando que Severus parecia relaxado, James o empurrou para que ele ficasse embaixo de si e desceu os beijos para o pescoço que tanto olhara pela manhã, desejoso de tocá-lo. Snape soltou um gemido sonoro e deitou a cabeça no travesseiro.
–Vou adicionar isso às coisas que eu nunca pensei que fossem acontecer.--Severus comentou, mas James não lhe deu ouvidos.
Desceu as mãos pelo corpo de Snape enquanto deixava chupões em seu pescoço, acabando por agarrar ambas as bambas alheias e deixar um tapa na bamba direita. O homem saltou, assustado pela força.
--Caralho, Potter! Avisa antes.
James se sentia muito duro, alguns beijos e já tinha certeza de que desejava embalar Severus em seu pênis com uma certa urgência.
Desceu os chupões até o peito leitoso, deparando-se com a cicatriz. Havia várias cicatrizes. Pontinhos brancos, arranhões grandes, marcas de cigarro. James beijou cada uma delas, cada cicatriz e marquinha minúscula.
–O que você está fazendo?--Severus perguntou com a voz rouca.
–Beijando as suas cicatrizes.--James respondeu.--Eu sou o responsável por algumas.
James o olhou. Severus apoiava-se nos cotovelos, olhando-o com uma certa melancolia.
–Já está na hora de deixar o passado para trás, não acha?
James não concordava, mas voltou ao trabalho. Beijou cada uma daquelas cicatrizes, deixando chupões pela pele hidratada, aproveitando para marcar Severus com chupões. Sentia o pau saltar a cada olhada que dava para as marcas vermelhas em meio a pele branca.
Severus estava duro como pedra quando, enfim, James chegou à virilha. A ideia que passou pela mente de Potter pareceu assustadora, mas, movido da coragem Grifinória, James pegou o pênis na mão enquanto olhava diretamente nos olhos alheios e colocou a cabecinha na boca. Deu uma chupada que nem sabia se estava certa e Severus gemeu alto.
Ponto para James.
Era bom, ele pensou, descendo a boca cada vez mais fundo para adquirir algum conhecimento. Quando Severus o tocou na garganta, James se engasgou e teve que se afastar, respirando com dificuldade e com um riso entalado na garganta dolorida.
Sem tempo para recuperar o fôlego, Severus o puxou para cima dele novamente e o beijou.
–Coloca.--Pediu e James engoliu em seco ao senti-lo tocar em seu pênis, o bombeando devagar.
–Pode ser de costas?--James se viu perguntando, tão vermelho quanto a bandeira da Grifinória.
–No seu sonho eu estava de quatro, não estava?
James meneou a cabeça, incapaz de falar. Severus, por incrível que pareça, o obedeceu e James sentiu uma ansiedade avassaladora quando o viu aberto e sem pelos. Imaginava que Severus havia demorado mais de trinta minutos no banheiro por esse motivo.
James se posicionou atrás e massageou a área.
Porra, iria mesmo fazer isso.
–Já me preparei no banheiro, James.--Severus disse, em uma tentativa desesperada de fazer James tomar alguma iniciativa.
Potter pegou em seu pênis e o guiou até o buraco que parecia piscar de ansiedade. Segurando-se nas bambas alheias, James o colocou para dentro com cuidado. Para cada centímetro que preenchia o buraco, era um gemido novo entalado na garganta de James.
Sentiu uma sensação deliciosa perpassar por todo o seu corpo quando entrou tudo. Severus gemeu e James não soube se era por sentir dor ou prazer.
Agarrando-se à cintura de Severus, James se moveu. Primeiro devagar, depois mais rápido, até, sem nem saber o que havia feito, atingir um ponto dentro de Severus que o fez soltar um grito.
–O que foi?--Perguntou, parando de se mover.
–Continua! Só tenta acertar de novo.--Pediu Severus e James obedeceu.
Lembrando do sonho e não sabendo se levaria um soco por fazê-lo, James abraçou as costas de Snape e aumentou a velocidade, sacudindo a cama e fazendo-a bater contra a parede.
Agarrou o cabelo alheio, o enrolando no braço. Severus fez que iria abrir a boca e reclamar, mas isso não impediu James de transformar, pelo menos, uma pequena parte do sonho em realidade. Segurando o cabelo alheio, James aumentou a velocidade até escutar os gritos de puro prazer de Severus. A bunda do homem parecia engolir seu pênis com gula e o som de sexo transformava o quarto em uma espécie de motel.
Quando deu por si, estava gozando dentro do buraco guloso e Severus melava o lençol.
Caiu deitado ao lado de Snape, ofegante e com as pupilas dilatadas.
–Eita!--James começou a rir.--Isso foi uou!
Severus virou-se de barriga para cima, soltando um gemido de dor. James o olhou, preocupado.
–Tudo bem?
–Sinceramente, James.--Severus fechou os olhos e bocejou.-- Depois dessa, a minha bunda vai ficar assada por dias.
James não soube se Severus brincava ou não. Aproximou-se dele e jogou o braço por cima do tronco marcado por seus chupões. Snape abriu os olhos e perguntou:
–O que está fazendo?
–Te abraçando.
–Por quê?
James deu de ombros, sorrindo.
–Eu gosto de você.
–Ah, eu também gosto de você.--Severus pareceu lutar para as palavras deixarem seus lábios.--Como o adulto que é, porque eu ainda desejo jogar um Avada Kedavra na sua versão da adolescência.
Corra e não pare nunca James da adolescência.
–Só acho que você não entendeu o que eu quis dizer com o gosto de você.--James falou, ainda rindo pela resposta anterior de Snape.
James levantou a cabeça do peito de Severus e o fitou. O homem o olhava de cenho franzido.
–O que quer dizer com isso?
James temeu que o que tinha a dizer não fosse o suficiente.
–Eu não sei ao certo,--James abaixou o rosto para não ver a fisionomia do outro--mas eu gosto de você, sinto que eu sempre gostei.
–Acho que eu estou entendendo onde você quer chegar.--Severus pareceu engolir em seco, as palavras soando um tanto quanto cansadas.--Tem a ver com o elo?
–Acho que eu criei o elo porque eu já gostava de você antes de criá-lo.
–James...--Severus respondeu com os olhos voltados para o teto-- Eu não acho que você já gostava de mim antes de criar esse elo. Para dizer a verdade, já é assustador o suficiente você dizer que poderia gostar de mim mesmo antes de tudo isso acontecer.--Ele apontou para os seus corpos nus.--Você me odiava e eu o odiova também.
–Beleza...–James suspirou.--Esquecendo esse negócio de elo, há alguma chance de você querer algo comigo?
–Não acha que está indo rápido demais?--Severus riu seco.--Acabamos de ser avisados que o Lorde das Trevas está morto, nos beijamos, transamos. É informação demais para um dia.
James olhou para o peito de Severus, onde a cicatriz que causara nele repousaria até a morte.
–Eu poderia mostrar para você o que é amar?--Se viu perguntando.
–Você acha que eu não sei amar, James?
James voltou a olhar para os olhos de Snape, que havia desviado a atenção do teto.
–Pelo contrário.
Se fitaram, cada qual com algum medo escondido.
Severus se deu por vencido antes que James começasse a chorar.
–Podemos começar no início?--Perguntou.
–Como assim?--James se sentou, somente para deitar novamente, dessa vez próximo demais ao rosto de Severus.
O homem fechou os olhos, sentindo-se estranho e nervoso com a aproximação alheia.
–Uma relação amigável.
–Quer ser o meu amigo?--James perguntou, rindo.
–Pelo menos por agora.--Severus deu de ombros.--Temos que nos conhecer bem, não acha?
–O que significa que há chance de termos um relacionamento?
Severus não se deu ao trabalho de falar, apenas meneou a cabeça, como quem diz que James é burro.
–Amizade colorida?--Potter perguntou, provocando uma crise de risos em Snape.
–Justo, eu gostei de hoje.
–É um sim, então?
–Sim, James, é um sim.
James puxou Severus para perto e o beijou no cenho, provocando uma vermelhidão por todo o rosto de Snape.
–Posso ficar por mais alguns dias aqui na sua casa?
Severus não se moveu quando respondeu:
–Pode ficar aqui pelo tempo que quiser, James.
Quiser não é precisar.
James gostou.
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