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Produtos de limpeza mágicos deveriam possuir algum rótulo


James acordou com batidas na porta do quarto e levantou-se desnorteado. As batidas eram fortes e, aparentemente, nervosas. Que horas eram, afinal? Ainda estava escuro. Abriu a porta e deu de cara com Severus, que ainda estava de pijama e visivelmente cansado.

–O que foi?--Perguntou, um tanto quanto assustado.

Snape não poderia estar mais estressado quando perguntou:

–Que produto você usou para limpar o banheiro?

–O que eu encontrei na lavanderia...

–Então você usou o líquido que estava dentro do recipiente roxo?

James meneou a cabeça, só então notando que haviam bolhas aos pés de Severus.

–O que é que tem naquele recipiente?--Perguntou, engolindo em seco.--Fala que eu não amaldiçoei a casa!

–Você não amaldiçoou a casa, Po...James. Você apenas usou sabão demais. Aquele produto é mágico.

–Eu nunca vi um sabão mágico.--James olhou para o chão, onde as bolhas se acumulavam.--Como que funciona?

–Quanto sabão você usou?

–Bastante...

Severus levou as mãos ao rosto e o esfregou, como se tentasse manter o controle para não atacar a James.

–Uma tampa é o suficiente para fazer o trabalho, Potter...

–James.

–Quê?

–Você me chamou de Potter.

Severus pareceu ao ponto de socá-lo, mas se acalmou.

–Vou tentar fazer com que as bolhas desapareçam com um feitiço, mas, se não der certo, você irá me ajudar a sumir com elas.

James concordou. Conseguia errar até tentando acertar. Tinha uma mira para se meter em problema, uma mira incrível.

–Perdão, Severus...

Snape andou por cima das bolhas até o banheiro e apontou a varinha para o recinto, mas nada aconteceu.

–Potter.--Severus suspirou.--Vá pegar dois baldes na lavanderia.

Embora não soubesse como baldes poderiam ajudar a lidar com toda aquela espuma, James fez o que Severus pediu. Quando voltou, havia ainda mais espuma.

–Que horas são?--Perguntou a Severus, que bocejou.

–Duas e pouco da madrugada.

James havia terminado de limpar o banheiro às dez e pouco. Pelo visto, a sua burrice não possuía um limite propriamente dito.

–Sinto muito, mas como os baldes irão nos ajudar?

Severus deu de ombros.

–Uma hora a espuma deixará de ser produzida. Acredito que você não queira que eu jogue água no banheiro inteiro, nem sei se funcionaria agora que eu já tentei sumir com as bolhas utilizando de outro feitiço.

–Nenhum feitiço é capaz de tirar toda essa espuma, é sério?--James sentiu-se preguiçoso.

–Nesta quantidade, não. Depois que tirarmos a maior parte, talvez um simples feitiço seja o suficiente para limpá-lo.

Era bom notar que Severus estava conversando consigo de maneira cordial, embora o assunto fosse o estado lastimável do banheiro que James havia lotado de espuma.

James pegou um dos baldes e estendeu o outro para Severus. Juntos, embora aparentando um cansaço lastimável, começaram a fazer o trabalho.

–A gente leva a espuma lá para fora?--Perguntou, mas Severus já levava o balde dele em direção à porta.

Trabalharam por cerca de uma hora e meia, até os dois estarem exaustos e o banheiro limpo. Acabaram sentados com as costas apoiadas na parede, um ao lado do outro.

–Nós trabalhamos bem em equipe, hein!--James brincou, recebendo em troca um revirar de olhos.

–Por incrível que pareça.--Severus foi sarcástico.--Pode voltar para a cama.

James sentiu um certo desânimo. Não queria que o episódio terminasse com cada um indo para um canto.

–Nós poderíamos conversar por um tempo...

–Sobre o quê?--Severus suspirou.--Não temos gostos em comum.

–Podemos conversar sobre a nossa richa...

Coisa errada a dizer, Severus quase se levantou e sumiu de vista.

–Sobre a nossa richa?! O que temos para conversar sobre a sua adolescência de ouro e a minha adolescência traumática?

James engoliu em seco, temendo que dissesse algo muito errado e Severus o acertasse com a azaração/maldição que James vinha temendo, ou apenas voltasse atrás com a aceitação da possível amizade.

–Acredito que, para nos darmos bem, precisamos conversar sobre como tudo aconteceu.--James deu de ombros.--É um bom começo.

–Então comece.--Severus falou entredentes.

–Bem... Sinto que você vai sair correndo se eu disser alguma coisa.--James engoliu em seco. Severus não negou.--Mas... Bem, aquele último dia dos NOMs no quinto ano, quando a sua amizade com a Lily acabou, eu...

–O que você planeja que eu diga?--Snape não se levantou, mas o olhou com uma certa mágoa.--Não há o que esclarecer, tenho absoluta certeza que nós dois sabemos exatamente o que cada uma daquelas atitudes suas significou, assim como as minhas.

James concordou.

–Eu posso te perguntar, então, sobre como você se tornou comensal?

Severus pareceu travar, mas não demorou muito para ele soltar uma risada áspera.

–Não é óbvio?

–Para você tudo é óbvio, mas para mim não é.--James suspirou.--Não irei julgá-lo.

–O meu único amigo verdadeiro era Lucius e ele vivia fazendo propaganda sobre os ideais do Lorde das Trevas. Eu tinha um monte de talentos e curiosidades, opiniões que me custaram a Lily antes mesmo de você provocar o nosso rompimento. Na primeira oportunidade que apareceu, eu pulei dentro.

James meneou a cabeça.

–E por que você começou a trabalhar para a Ordem da Fênix?

Severus não parecia desejoso de responder, mas, mesmo assim, respondeu:

–Dos 19 aos 20 anos eu relevei os ataques a vilarejos trouxas, dizendo a mim mesmo que era apenas uma mancha escura no meio dos ideias do Lorde das Trevas e que os comensais eram mesquinhos o suficiente para gostarem de torturarem gratuitamente. Aí, aos 20 anos, eu vi a cena mais lastimável da minha vida e ofereci o meu trabalho a Dumbledore.

James sabia que não deveria perguntar, mas nada o impediu de proferir aquela pergunta:

–Qual cena?

Severus revirou os olhos.

–Prometi a mim mesmo que nunca mais falaria sobre isso.

James não insistiu.

–Quer me fazer perguntas também?

Ele viu o momento em que a curiosidade perpassou pelos olhos de Severus. O homem tentou esconder, mas nada o impediu de manter a fagulha nos olhos.

–Por que o seu relacionamento com a Lily acabou?

Aquela pergunta doeu.

–Você não leu os Profetas Diários daquela época?

–Creio não acreditar na Imprensa. Ela gosta de mentir.

Era verdade.

Porque havia forçado Severus a responder às suas perguntas, James não fugiu da dele.

–Nós tínhamos um relacionamento conturbado desde o sétimo ano. Lily acabou engravidando e todo mundo presumiu que estávamos felizes e logo nos casaríamos. Eu fiquei super feliz em saber que eu seria pai e estava disposto a ser um super pai. No segundo mês de gestação Lily acordou com o lençol cheio de sangue. Ao invés de ficar em casa e consolá-la, fui para o bar e bebi até clarear o dia...–James suspirou, sentindo que choraria a qualquer instante.--Eu não posso dizer que perdi ela, porque eu nunca a tive verdadeiramente.

O rosto de Severus não se mexeu um milímetro sequer.

–Toda aquela luta para nada...–O ex sonserino sussurrou e James o olhou de sobrancelha arqueada.

–O quê?

–Você tentou conquistar ela por anos e no final das contas não foi o suficiente. Deve doer.

Doía para caramba, mas Severus não parecia estar falando aquilo por mal. Não tinha tom de alfinetada, quase como se ele estivesse tentando consolar a James, mesmo não utilizando das palavras corretas.

–Na época eu pensei que morreria...

–Coração partido?

–Eu nem sei o que foi aquilo, mas eu aprendi a conviver com a dor da perda. Pode parecer estranho, mas até hoje eu me sinto super mal e um impostor no dia dos pais.

–Bem...–Severus deu de ombros.--Você tinha aceitado que teria um filho e, mesmo por pouco tempo, você foi um pai. É plausível você ficar triste no dia dos pais.

Era cômico está sendo consolado por Severus Snape.

–Parando para pensar agora...–James achou a ideia hilária, mas não pôde deixar de falá-la.--Talvez eu tenha começado a pensar tanto em você ao ponto de criar esse elo estranho, porque me senti culpado por tê-lo importunado por todos aqueles anos para, no final da caminhada, nem obter o prêmio propriamente dito.

Por incrível que pareça, Severus começou a rir.

–Eu não acho que fosse apenas pela Lily que você me importunava, Po... James.

James sorriu pelo uso de seu nome. Severus estava se esforçando.

–Acha que havia outro motivo?--Perguntou.

–Claro, você sabia que eu lia sobre a Arte das Trevas e estava metido com as pessoas erradas.

–É verdade.--James deu de ombros.--Mas não justifica eu ter sido um trasgo. Você era complicado de lidar, mas, conhecendo as suas raízes, por causa das lembranças, eu entendo que sempre foi autodefesa. Você sempre esteve em alerta.

James sentiu quando Severus tremeu e se culpou por ter causado isso nele. Não era o seu plano falar demais, mas havia deixado a mente andar solta e a boca livre.

–É cabível dizer que fomos adolescentes idiotas.--A voz de Severus foi como um sonho para James. Não estava esperando que o homem falasse depois daquilo.--Acho que todo mundo é idiota na adolescência.

–De certa forma, sim,--James sentiu os olhos arderem-- mas... Bem... Não é todo mundo que é idiota como eu fui. Quer dizer... Para mim esse argumento não cola, nem para Sirius. Uma coisa é rir de quem está sofrendo o bullying, outra diferente é fazê-lo. Ainda tem aqueles raros que riem, mas ajudam. E há aqueles que não riem e também ajudam. Então... Não, não é todo mundo que é idiota na adolescência, Severus.

Havia chamado o ex-sonserino pelo nome. Temia a reação do homem, mas Severus nem pareceu se importar ou sequer notar.

–Engraçado que, depois de tantos anos, eu possa estar com medo de estar caindo em uma de suas pegadinhas.--Snape divagou.--É cômico para cacete.

–Como assim?--James partiu a falar, assustado.

–Estou com medo de confiar em você, em tudo o que está dizendo.

–Eu literalmente estou confinado na sua casa, tenho 25 anos e depois de tudo o que me aconteceu nos últimos anos, a última coisa que eu quero é pregar uma peça em você, cara.--James desabafou, embora seu plano fosse apenas dizer que estava confinado com Snape.

–Eu sei disso.--Severus riu melancolicamente.--Mas, como você disse, eu estou sempre em alerta. Alguns traumas são para a vida inteira, James.

Dessa vez o seu nome havia saído com facilidade da boca alheia, James quase o abraçou.

–E eu odeio saber que eu faço parte desse seu trauma, Severus.

De novo, o uso do nome não pareceu ter importância para Snape.

James se viu fitando o rosto de Severus, olhando diretamente para a lateral da cabeça dele. O cabelo de Severus era perfeitamente hidratado.

–Severus.--James chamou a atenção de Snape de volta e Severus arqueou uma sobrancelha. Não parecia irritado, apenas cansado.

–Fala.

–Não me bate, mas, em Hogwarts, seu cabelo oleoso... Ele era daquele jeito porque você não tinha dinheiro ou...

–Desleixo.--Severus o interrompeu.--Mas a verdade completa é que o meu cabelo até hoje é muito oleoso e eu preciso de um cronograma capilar para ele ficar bom. Em Hogwarts eu era viciado em poções e, bem, era o meu porto seguro, vivia com a cara dentro de uma quando não estava lendo sobre os assuntos errados ou mexendo com coisas erradas. Eu preciso lavá-lo todo o dia e, em Hogwarts, apesar de tê-lo lavado todo o dia, não usava shampoo e tinha vergonha de pedir emprestado. Deu no que deu... Eu preferia guardar os trocados que eu ganhava em troca de uma tarefa feita ou, raras vezes, dinheiro dado pela minha mãe, para comprar outras coisas que considerava mais importantes.

James sentiu-se mal, de novo. Havia dado o apelido de Seboso para Severus. Sabia o que aquele porto seguro dito significava. Hogwarts fora terrível para aquele homem, muito longe de ser uma espécie de lar.

–Eu sinto muitíssimo...–James sentiu uma lágrima deslizar por sua bochecha, mas se negou a soluçar.--Eu sinto muitíssimo por todas as cicatrizes que eu Sirius fizemos em você. Eu sinto muitíssimo por ter transformado Hogwarts em um pesadelo para você, porque eu sei que você deveria estar doido para adentrar aqueles portões e encontrar um lar.

–Potter...–Severus notou que ele estava chorando.--É bom saber que você está arrependido, mas vamos ser francos, nós dois temos 25 anos e tudo o que menos queremos é reviver a adolescência.

–É que você nunca teve um lar verdadeiro, Severus!--James soluçou assim que as palavras deixaram a sua boca.

–Eu gosto bastante dessa casa.--Contrariou Snape.

–Mas você vive sozinho aqui! Não tem vizinho por perto, só livros!

Severus soltou uma risada baixa.

–Eu gosto da companhia dos meus livros, James.

James.

Ele deixou de soluçar na hora que escutou o seu nome ser proferido novamente. Gostava de como ele soava assim que deixava os lábios alheios.

–Não é o suficiente...–Potter sussurrou.--Não deseja construir uma família?

–Construir uma família com o mundo neste estado?--Severus soou sarcástico.--Nunca esteve nos meus planos.

–Nunca?

–Talvez já tenha sonhado acordado na adolescência, mas depois não considerei mais viável. Tem que ser muito besta para querer filhos com o Lorde das Trevas matando a torto e a direito.

James tinha que concordar com Severus. Não era um mundo seguro para se ter uma criança. Se, por algum milagre, tivesse tido aquele bebê com a Lily, não conseguia imaginar os perigos que a criança poderia correr com ele sendo membro da Ordem da Fênix e auror.

–Você está certo.--Proferiu.

Severus bocejou e James fez o mesmo.

–Que horas são?--Perguntou ao ex-sonserino, que olhou para o relógio de pulso.

–Quase cinco da manhã.

–Quer ir para a cama?

–Quero.

James olhou para o rosto alheio e sorriu, embora não tenha sido correspondido.

–Tem algum jogo de tabuleiro?

Severus virou o rosto e fitou a James. Sem saber o motivo, sentiu-se corar. Estavam próximos e isso era bom.

–Por quê?--Severus perguntou.

–Podemos jogar depois que acordarmos.

Severus pareceu pensar por um tempo.

–Tenho Snap Explosivo.

James achou graça.

–Parece apropriado.

Severus não riu de volta, mas, tampouco, se irritou.

O homem colocou-se em pé e estendeu a mão para o ex-grifinório, que a aceitou. Quando pegou a mão alheia, um calafrio passou pela espinha de James. Uma sensação estranhamente doce.

–Boa noite, James.--Proferiu Snape, que já virava as costas em direção ao quarto quando James respondeu:

–Boa noite, Severus. 

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