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Levar você para casa

✧ Créditos:

Fanfic por: amanddyh
Co-Autor: PurpleGalaxy_Project e TKFlex_Rot
Betagem por: Kim_Kenji
Design: goth_be

As marés do oceano Pacífico estavam calmas e constantes até alguns minutos atrás, quando algo vindo do céu atingiu-as com brutalidade, fazendo as águas ficarem turbulentas pelo impacto.

Algo caiu no oceano e foi afundando aos poucos, até chegar nas profundezas escuras e gélidas.

A água salgada voltou à sua calmaria, mas agora havia algo na escuridão. O que poderia ser aquilo?

E não muito distante daquele acontecimento, havia um tritão com sua belíssima cauda azulada com escamas verde-esmeralda, e cabelos dourados. Seus olhos belíssimos, da cor de lazulitas, hipnotizariam qualquer um que olhasse para aquela profundeza azulada.

Sorte dos que passaram pelas correntezas da vida de Kim TaeHyung que ele não era uma sereia do Canto, caso contrário, todos já estariam em decomposição, tendo como última memória o par de lazulitas brilhantes que os levaram até os seus fins trágicos.

Kim TaeHyung era apenas um tritão bondoso e ingênuo, que gostava de passar horas conversando com os peixes enquanto fugia do palácio e da supervisão rigorosa dos guardas para ir até os lugares mais curiosos que ouvira falar e colecionar objetos intrigantes. Tinha um baú cheio de coisas brilhantes que ele não sabia para o que serviam e não sabia o nome, mas isso não o impedia de adorá-las e guardá-las em um lugar seguro de seu quarto para não os perder ou serem confiscados, caso fossem flagrados por alguém do palácio.

Seu pai era o braço direito do rei dos mares, cresceu no palácio de Atlantara com os outros filhos de sua majestade, foram criados como irmãos e até se trataram assim por um tempo. Conforme os anos foram passando, os príncipes e princesas do palácio foram ficando mais conhecidos do mundo e de quem eram, deixando-os mimados e soberbos. Então, desprezaram TaeHyung por não ser igual a eles. Nunca mais o chamaram de irmão após atingirem a idade de receber suas coroas com pedras preciosas que inflavam seus egos. Passaram a zombar dele por gostar mais dos peixes do que dos outros tritões e sereias, por sempre viver em seu mundo pessoal na sua cabeça criativa e por colecionar conchas.

Não foi uma juventude muito boa que havia presenciado, mas já havia passado. Ele não se sentia tão triste por ser ele mesmo.

Entre a brincadeira de nadar atrás de Menin, um peixe palhaço amigo de TaeHyung, e Cloria, uma cirurgiã-patela, algo brilhou na imensidão do fundo do oceano, chamando sua atenção quando estava a poucos segundos de pegar na cauda de Cloria. O brilho atraiu TaeHyung até lá, notando um objeto pequeno, do tamanho de uma mão em um tom de dourado brilhante. As mãos de TaeHyung foram mais rápidas do que sua cautela. Com o objeto na mão esquerda, virou-o encontrando seu reflexo ali, era um espelho. Riu ao notar como seus cabelos loiros dourados flutuavam na água, deixando suas orelhas de barbatanas parecendo maiores do que ele acreditava que elas eram.

Escutou seu nome sendo chamado várias vezes atrás de si, e logo seus amigos peixes se aproximaram, chamando finalmente sua atenção.

— Olhem — Falou rindo enquanto virava o objeto refletor para os peixes, vendo Menin nadar para trás em reflexo pela surpresa, enquanto Cloria ficara no mesmo lugar, vendo-se no espelho na mão de TaeHyung.

— Mais um para a sua coleção? — Cloria perguntou mesmo sabendo a resposta, sendo retribuída por um sorriso meigo que a peixa gostava de ver o pequeno tritão dar.

— Cloria, você sentiu a água meio estranha? — Menin se aproximou, deixando-os confusos com a pergunta.

— Ela parece normal para mim — TaeHyung deu de ombros para a conversa que não fazia sentido, inconscientemente soltou o espelho de suas mãos quando sua atenção foi fisgada por algumas flores a poucos metros dali, levando-o a nadar para se aproximar e contemplar aquelas belas obras de arte do fundo do mar, adornadas por corais coloridos. As cores rosa, vermelho, azul e amarelo faziam uma composição harmônica. E TaeHyung percebeu que havia algo no meio das flores e dos corais, um pequeno objeto escuro. As flores brancas deixavam aparente o objeto que era escuro demais, mas não chegava a ser um tom de preto, algo mais puxado para um cinza, um pouco escuro, com algumas partes cinza mais prateado, parecia metálico, e continha um cilindro em espiral.

— Vocês sabem o que é isso? — TaeHyung voltou para perto dos peixes que conversavam entre si sobre os movimentos da água e como estava parecendo diferente. Talvez era um sentido de peixe, TaeHyung não entenderia afinal. Segurou o objeto com os dedos polegar e indicador de tão pequeno que era, para uma melhor visualização de seus amigos.

— Não, e pode ser perigoso TaeHyung. Acho melhor não pegar — Tentou avisar Menin.

— São coisas dos humanos TaeHyung. Mesmo que sua coleção seja legal, não é bom você continuar pegando coisas dos humanos. E se eles descobrirem sobre isso? Você vai se envolver em problemas de novo — Foi a vez de Cloria alertar, ambos peixes preocupados com o tritão curioso.

— Mas é tão pequeno… E daí se são coisas dos humanos? Eles nunca descerião aqui para pegá-los de volta. E também e daí se eles descobrirem? Ninguém liga para mim naquele palácio, muito menos para o meu quarto — TaeHyung deu de ombros mais uma vez.

— É sério TaeHyung, deveríamos voltar para o reino. Aqui é afastado demais. E se for perigoso? — Menin nadou para a frente do rosto de TaeHyung, bem próximo para deixar-lhe saber que estava preocupado e falava sério. Costumavam nadar para longe, sendo levados por TaeHyung que os barganhava com brincadeiras que gostavam e palavras motivadoras sobre conhecer coisas novas, mas não podiam se afastar tanto para não ficarem em perigo. O oceano era enorme, cheio de animais perigosos e lugares escuros e assustadores, fatos que às vezes TaeHyung não se recordava quando sua busca pelo desconhecido falava mais alto.

— Eu sei, eu sei… Bom, então vamos… — E a frase morreu nos lábios de TaeHyung para entristecer os peixes que estavam ansiosos para voltar para os arredores do reino aquático.

Ao longe havia um navio naufragado. Os peixes nadaram nervosos atrás do pequeno tritão que nadava ansioso, mais rápido do que os peixes podiam acompanhar quando avistou o tal navio. Chegando no naufrágio, notou a madeira escura envelhecida pelo longo tempo, partes das tábuas de madeiras já fragilizadas pelas águas não estavam no lugar, deixando buracos, um buraco grande o suficiente para TaeHyung passar. Estava escuro, mas seus olhos de tritão o davam visão o suficiente para desbravar.

Os peixes? Ficaram para trás, e TaeHyung foi-se sozinho.

O navio possuía pilastras de madeira reforçadas que ainda mantinha um teto acima de TaeHyung. Algumas vasculhadas pelo lugar debaixo, TaeHyung achou uma abertura para a parte de cima. Havia uma parede ao lado do buraco com algumas tábuas de madeira pregadas a ela, criando um estilo de escada improvisada para que , talvez, a antiga tripulação do navio pudesse descer para a parte de baixo ou subir quando necessitasse.

Nadando pelo lugar o pequeno tritão imaginava como era em terra firme, como os humanos deveriam usar aquelas coisas e o porquê de ter afundado. Notou umas escadas que levavam para uma área mais alta do navia, havia uma roda de leme ali. TaeHyung tocou o objeto percebendo que se movia, e então tocou mais uma vez vendo o objeto girar devagar após TaeHyung dar um impulso com a mão, e depois mais um giro, e depois outro. TaeHyung estava com as duas mãos no leme, brincando de velejar, como se estivesse controlando o navio pelos mares deixando sua criatividade liderar seus movimentos.

Do lado oposto de onde estava, também havia uma área mais elevada, mas TaeHyung percebeu que aquela área possuía um buraco enorme no chão de madeira, e percebeu que alguns pedaços da madeira quebrada estava flutuando pela água próximas àquele buraco, o que o deixou curioso, era óbvio, fazendo-o impulsionar sua belíssima cauda para ir até aquele buraco misterioso pronto para ser explorado.

Olhando para dentro, TaeHyung se surpreendeu ao ver algo estranho. Imaginava encontrar talvez um lugar vazio, sem nada, como o resto de todo o navio que possuía apenas madeira velha e fraca. Havia algo ali, e ele não sabia raciocinar em sua cabeça o que era, pois nunca havia visto algo igual aquilo.

Era em formato oval, mas possuía um cone na parte de cima do objeto. Ele era bem grande. TaeHyung poderia dizer que ele caberia ali dentro. Se aproximando melhor, TaeHyung viu que havia uma parte com vidro, e o resto era feito do que parecia ser de metal, um metal branco levemente arroxeado. Era um objeto bem resistente, pois não havia sequer um arranhão no objeto.

Mesmo receoso, ele tocou o objeto. Nada aconteceu. Então decidiu dar pequenas batidinhas com a mão em punho no objeto, procurando desvendar o que era aquilo. Na parte de baixo e em cima do objeto onde havia um vidro, havia pequenos objetos redondos e na cor preta, igual ao objeto que TaeHyung havia visto mais cedo nas flores. Será que eram iguais? Era aquela a origem de onde tivera vindo aquele objeto que fora parar no meio das flores e dos corais?

Desvendando o objeto com as mãos, TaeHyung tocou em cada lugar daquele imenso objeto. Será que era uma espécie de navio humano também? Mas possuía metal. Será que era um navio de metal igual o navio que ouviu falar a alguns anos que havia afundado no Atlântico norte?

A algum tempo escutou de uns dos amigos de seus “irmãos” que os humanos fizeram um filme sobre aquele navio. Devia ser um navio muito importante para fazerem algo dele, foi o que TaeHyung pensou quando ouviu a conversa dos dois.

Qual era mesmo o nome? Titânio… Titanico…

Foi perdido nos pensamentos que TaeHyung mal percebeu o que estava fazendo direito, no que suas mãos tocavam, ou no que estava batendo, mas sua atenção voltou para o “navio Titânico” quando o vidro desceu e a água adentrou violentamente aquele objeto que não possuía água e sim ar.

Quando a água tomou cada centímetro do interior daquele objeto, TaeHyung se afastou surpreso e assustado quando a água lhe deu visão um corpo com pernas dobradas e mais acima um rosto. Havia mesmo uma pessoa ali dentro, realmente aquele objeto poderia caber uma pessoa. E cabia, tanto que uma pessoa estava lá dentro.

Sua pele não era completamente branca ou levemente azulada como a maioria dos tritões e sereias, e como a cor de pele de TaeHyung. Era um rosa claro, suas orelhas eram pontudas para cima, seu nariz era levemente grande, possuía um maxilar bem marcado, e suas roupas eram completamente pretas e com um zíper acinzentado no meio da roupa. Não era um tritão e imaginava que não era um humano também, suas características não batiam com nada do que TaeHyung havia visto antes na sua vida.

Será que esse ser seria perigoso?

Não tinha água dentro daquela coisa, então essa pessoa não respirava debaixo d'água, então… se ela não estava respirando, então ela estaria AFOGANDO?!

TaeHyung sentiu seu nervosismo aumentar conforme fora raciocinando aos poucos o que estava acontecendo, e se assustando mais ao perceber que se a pessoa não conseguia respirar debaixo d'água, então TaeHyung estava matando aquela pessoa deixando água entrar no seus pulmões e a fazendo se afogar.

Precisava pensar rápido, então… talvez ele respire ar puro como os humanos. Era um bom chute para TaeHyung arriscar. O que deveria fazer afinal? E se aquela criatura estivesse sendo afogada, ela não estava acordando e TaeHyung tinha medo do que poderia acontecer. Tantas dúvidas e tantos medos o deixavam tão perdido, mas precisava fazer alguma coisa, ele parecia um humano, com pernas e corpo magro, e talvez conseguisse respirar apenas oxigênio como os humanos, então… Então TaeHyung deveria levá-lo à superfície e salvar sua vida.

Era isso! Mesmo com medo, TaeHyung tocou levemente a pessoa, não teve nenhuma resposta de volta, e voltou a tocá-la outras três vezes, vendo bolhas saírem de seu nariz e irem para a superfície… Então aquela pessoa estava mesmo afogando. TaeHyung pegou nos braços da pessoa e a puxou para fora, não conseguindo na primeira tentativa pelo nervosismo. Tentou mais uma vez, agora com mais força e coragem, conseguindo tirar a pessoa daquele lugar apertado e vendo seu peso ser diminuído em seus braços pelas leis das águas. Já fora do navio de metal, TaeHyung deixou o corpo flutuar na água, para se ajustar à melhor maneira de poder nadar até a superfície com ele ao seu alcance. Agarrou-se na barriga da pessoa e nadou o mais rápido e forte que podia, nunca havia forçado tanto sua cauda como estava fazendo naquele momento, então se assustou por um segundo pela sensação incômoda que atingiu suas nadadeiras, incômodo que jamais havia sentido antes. Mas não parou. Não podia ser a causa daquela pessoa morrer afogada. Ele não deixaria.

Chegando na superfície, TaeHyung colocou a cabeça para fora da água sentindo seus cabelos grudarem no pescoço e a franja molhada na testa tapando sua visão, obrigando-o a soltar uma mão do corpo do desconhecido para então tirar os fios de seus olhos e deixá-lo enxergar, voltando a segura-lo e colocando a cabeça para fora da água, para poder respirar. Mas, se já havia água em seus pulmões, TaeHyung deveria fazer alguma coisa para tirar. Procurou ao redor vendo apenas o imenso oceano sendo iluminado pelo céu azul claro que começava a deixar o escuro azul da noite estrelada para dar lugar a um céu azul do dia.

Precisava nadar, em qualquer direção, na esperança de achar terra firme para deixar a pessoa que carregava consigo.

Parecia uma eternidade, mas o tritão não havia desistido de nadar e levar a pessoa consigo.  A terra firme finalmente foi avistada, o que motivou TaeHyung a acelerar seu nado, chegando próximo do que parecia ser uma ilha, mas não poderia ir até a areia senão talvez não pudesse voltar por causa da sua cauda. Nadou até chegar em algumas pedras próxima a praia, com boa parte das delas submersas na água. TaeHyung conseguiu empurrar o ser para cima daquela pedra, usando mais força quando parte do corpo do desconhecido já estava fora da água e TaeHyung percebeu que ele era muito mais pesado do que imaginava.

E lá o deixou. Olhando ao redor, flagrou em outras pedras do lado oposto de onde estava uma sereia de pele amarela claro, possuíam conchas roxas tapando seus seios e os cabelos ruivos eram longos e molhados, estavam sendo penteados por  suas mãos. Escutou música, ela estava cantando uma bela canção, mas que fugiu mergulhando na água após seus olhos se encontrarem.

O que poderia fazer para que o desconhecido acordasse?

TaeHyung escutou alguns barulhos debaixo d'água, mergulhando novamente, se deparando com um grupo de peixes anjo-bicolor. Os peixes o encaravam curioso. Dois deles saíram nadando para longe de TaeHyung, assustados.

— Vossa alteza, o que faz aqui tão longe do reino aquático de Tritonia? — Falou um deles.

— Desculpe, não sou do reino da Tritonia e também não sou príncipe. Eu vim de Atlantara.

— Você nadou tanto, aqui é muito longe de Atlantara. O que fez você vir para tão longe?

— Eu… preciso de ajuda… Um humano caiu no fundo do oceano, eu vim para a superfície para salvá-lo, mas talvez ele já tenha se afogado — TaeHyung mentiu em partes, não sabia de fato se o desconhecido era um humano ou não.

— E por que deveríamos nos preocupar com humanos caindo no mar? Eles apenas vêm aqui para nos matar e nos devorar. Você não deveria se preocupar com essa espécie. Volte para o seu reino, pequeno Tritão. Essas águas são desconhecidas e perigosas demais para tritões como você — O tom grosseiro de um deles não o surpreendeu. E também, os peixes possuíam razão em parte. Por que deveria se preocupar com aquela espécie que só trazia desgraça para as águas? Mas, ainda assim, TaeHyung permanecia com os sentimentos iguais. Possuía curiosidade e talvez muita ingenuidade na esperança de que o desconhecido não fosse perigoso. Os peixes nadaram para longe depois do sermão, se afastaram deixando o tritão sozinho com seus conflitos. Voltou para a superfície tendo problemas com seus cabelos novamente, se impulsionando para cima, sentando-se na pedra e admirando o desconhecido de aparência tão incomum e intrigante. Possuía cabelos roxos em um tons tão escuros que quase chegavam a ser preto e o rosto estava mais nítido do que no fundo do mar, a franja molhada estava grudada na testa.

Era vergonhoso admitir para si que o achava levemente atraente.

Será que ele é perigoso? Ele é um humano?

— Bem, bem, bem. O que temos aqui? — TaeHyung se assustou com a voz desconhecida que se pronunciou. Não vinha do desconhecido de pele rosada e desacordado, mas sim de um caranguejo que subia a pedra.

— Quem é você?

— Os peixes bicolores me disseram da sua presença por essas bandas, e eu me perguntava o que fazia aqui. Vim saber a resposta, pequeno tritão.

— Ele estava no fundo do oceano, dentro de um navio de metal que tinha ar dentro, então algo abriu e a água entrou no navio de metal com ar dele. Agora ele está desacordado porque eu afoguei ele — Confidenciou com preocupação. E se ele realmente o tivesse matado?

— Beija ele — O caranguejo falou.

— Perdão?

— Precisa colocar sua boca na dele e assoprar. Para fazê-lo respirar — Explicou, mas não ajudou muito a situação na visão inocente de TaeHyung.

— Como… como assim? Minha boca na… na boca desse desconhecido?

— Não é nem um beijo de verdade, tritão idiota. Nunca viu ninguém se beijando antes para agir tão desesperado assim? Além disso, você está preocupado com essa criatura, mas se quiser deixá-la morrer, a consciência é apenas sua — Então o caranguejo começou a descer a pedra indo em direção à água, afastando-se TaeHyung depois de deixá-lo assustado.

— Espere! Espere, por favor… Eu não quero que ele… ela… morra. O que eu devo fazer?

— Levante a cabeça e aperte o nariz dessa criatura. Assopre ar na boca dela, faça isso algumas vezes até ele voltar. Caso passe alguns minutos e não desperte, estará morto.

— É… obrigado, mas por que você está me ajudando?

— Eu estaria morto pelo rei se me recusasse a prestar auxílio a um príncipe de Tritonia.

— Mas eu não sou um príncipe e não sou de Tritonia, eu sou de Atlantara.

— Oh meu santo Poseidon, você não é um príncipe? Atlantara? O que você está fazendo aqui tão longe das suas águas? Não sabe que o oceano é perigoso, seu insolente?! De qualquer forma, veja isso como uma boa ação, apenas para cumprir a promessa que fiz de fazer uma boa ação por ano, está quitado a Poseidon. Adeus, tritão. Tenha uma boa sorte nessas águas. — E o caranguejo se jogou na água, nadando para o fundo.

— Obrigado — TaeHyung sussurrou para o caranguejo que não estava mais ali. Se aproximou do desconhecido, apertando os olhos rezando para Poseidon ajudá-lo. Então ele fez como o explicado, apertando o nariz do desconhecido e enchendo seus pulmões de ar antes de cobrir a boca do desconhecido com a sua. Abrindo a boca e soprando o ar de seus pulmões para os pulmões alheios, sentindo o peito do desconhecido aumentar.

Repetiu os comandos outras três vezes rezando com todas as forças que o ser acordasse… e finalmente suas preces foram ouvidas. Sentiu o desconhecido se mexer, e então TaeHyung se afastou, mergulhando na água, assistindo debaixo d'água mesmo com a imagem turbulenta pela água  o outro acordando. Quando os sons pararam, ele voltou a colocar seus olhos para fora da água, encarando nitidamente o desconhecido sentado na pedra, olhando ao redor, até os olhos dele encontrarem os seus, assustando-o e fazendo-o voltar para debaixo d'água e se esconder.

— Ei, quem é você? — Escutou a pergunta abafada.

Timidamente voltou a colocar apenas seus olhos para fora da água, encontrando os olhos do desconhecido. Eles eram violetas quase chegando ao preto, lembrando uma noite escura sem estrelas.

— Quem é você? — O estranho repetiu.

— Eu… te trouxe pra superfície. — TaeHyung tirou seu rosto completo debaixo de água, pronunciando as palavras timidamente para o desconhecido poder ouvi-las.

— Você pode me contar o que aconteceu? — O tritão assistiu enquanto o desconhecido olhava ao redor coçando a cabeça e deixando os cabelos úmidos mais bagunçados.

— Primeiro… quem é você? — Foi a vez de TaeHyung perguntar. 

— Eu sou… Jeon JungKook. Onde eu estou?

— Na superfície.

— Não é isso… Que planeta é esse? — A pergunta deixou o tritão mais confuso.

— Ah… a Terra. — E eles se encararam, ambos confusos.

— Pode me explicar o que aconteceu? Eu estou… perdido.

— Você estava em um navio de metal no fundo do oceano, eu… não sei bem o que aconteceu, mas alguma parte daquele navio que você estava dentro abriu, e água entrou, e aí eu vi você lá dentro. Parecia que você não sabia respirar debaixo da água então eu te trouxe para superfície para que você pudesse respirar e não morrer — TaeHyung explicou relembrando os momentos de minutos atrás, suas lembranças envoltas por dúvidas e desespero, mas tudo havia acabado bem.

Ele não estava morto, pelo menos.

— No fundo… Navio de metal? Aquela era minha cápsula espacial — O tal de JungKook explicou para o tritão sem tirar o cenho franzido do rosto.

— Cápsula? O que é isso?

— É um meio de transporte seguro para viajar pela galáxia. Quem é você? Poderia me falar seu nome?

— Só se você prometer que você não é perigoso — TaeHyung voltou a deixar apenas seus olhos e a parte de cima de sua cabeça para fora da água, ainda estava tímido e receoso sob o olhar roxo de JungKook.

— Eu não sou perigoso, eu só gostaria de entender o que está acontecendo — Então, sorriu. E TaeHyung sentiu algo em seu peito, deixando-o assustado por um momento, desviando o olhar daquele sorriso. Criando coragem, TaeHyung se aproximou da pedra que JungKook estava, e fez impulso com sua cauda para fora da água, sentando-se na pedra, com a cauda pendurada ainda tocando a água.

E TaeHyung quase riu pela expressão de assustado que JungKook acabou fazendo ao ver a sua verdadeira forma.

— Wow — A interjeição saiu automática dos lábios de JungKook enquanto admirada a deslumbrante cauda azulada com escamas verdes esmeraldas e reluzentes que TaeHyung possuía no lugar de pernas. Eram até hipnotizantes. No seu mundo, nunca viu nada igual aquilo.

— Eu sou um tritão, meu nome é Kim TaeHyung — Sorriu, gostando de ver a expressão no rosto bonito de JungKook enquanto ele analisava sua cauda.

— Tritão?

— Tipo, um homem com uma cauda  — Sorriu fazendo movimentos ondulatórios com sua cauda, fazendo a água se mover. — E você…

— Bem, eu sou Plutoniano. Meu planeta natal é Plutão, é um planeta bem, bem distante da Terra. Por isso eu fiquei tão surpreso por descobrir onde estou. Estou muito longe de casa — JungKook confidenciou a TaeHyung chamando sua atenção quando ele estava brincando com sua cauda balançando na água apenas para impressionar JungKook. As informações deixaram o tritão chocado, a existência de outros planetas era novidade para o seu conhecimento.

— Como você veio parar aqui? — A pergunta fez JungKook se encolher, o que deixou o coração de TaeHyung triste ao ver o rapaz de Plutão sentado ao seu lado, abraçar seus joelhos. Parecia um assunto sensível demais para compartilhar com qualquer um, mas antes de TaeHyung voltar a atrás e ser compreensível, JungKook decidiu
começar a desabafar…

— Meu planeta natal não é mais visto como um planeta completo pelo universo, acho que escutei em algum lugar que nem os habitantes deste planeta acreditavam que Plutão fosse mais um planeta. Mas bem longe daqui, nos planetas próximos a Plutão, estava acontecendo uma guerra. Eu não soube de tudo o que estava acontecendo, pois eu não poderia saber. Algo de outros habitantes invadindo meu planeta para governá-lo, algo assim. Minha família teve que fugir, muitos plutonianos foram escravizados e mortos pelos habitantes de outros planetas. Poucos tiveram a oportunidade de fugir, foram criadas cápsulas especiais para fugas caso houvesse qualquer problema com o planeta, nas aprendizagens nos ensinavam como usá-las em situações de emergência. Até que a emergência real chegou, minha família deu tudo o que tinham para conseguirem colocar eu e meu irmão nessas cápsulas e nos mandarem para fora do planeta para podermos sobreviver. Só que eu vaguei por tanto tempo, mas por tanto tempo, que comecei a perder o controle de minha cabeça e de meu corpo, principalmente dos ensinamentos de como manusear a cápsula. Eu não lembro mais de nada, apenas que perdi o controle. Para mim, aconteceu um terrível apagão, e eu acordei aqui, com você ao meu lado após ter salvado minha vida, obrigado.

Não tinha mais palavras, nem para o tritão e nem para o plutoniano. Silêncio reinou entre os dois, enquanto digeria a complexa e triste história de JungKook. Uma guerra e ser mandado para longe de sua família e de seu lar, ao desconhecido vaco da Galáxia, era de enlouquecer a sanidade de qualquer pessoa. Agora, longe, muito longe de casa, em um planeta que não conhecia e com seu único meio de transporte confiável fora de alcance, JungKook não tinha mais nada. Bem, não exatamente nada... TaeHyung estava ali, pelo menos.

— Por que você escolheu me salvar, afinal de contas? — Os olhos se encontraram com a pergunta inesperada, e havia resquícios de algo nas bochechas, pequenos rastros arroxeados se destacaram em sua pele rosa claro, pareciam lágrimas e o pensamento fez o coração de TaeHyung se apertar mais uma vez em tristeza por ver a tristeza alheia. Segurou o rosto de JungKook entre suas mãos, passando os dedos molhados nas bochechas para tirar as lágrimas roxas daquele belo rosto, mas a única coisa que resultou fora o rosto alheio mais molhado do que antes.

— Eu estou bem, eu estou bem — JungKook riu envergonhado se afastando do toque e passando o punho fechado nos olhos para tirar os resquícios de tristezas que continha ali em se rosto, não percebendo que não era preciso, seu corpo todo estava encharcado, as lágrimas se misturaram com a água de seu rosto.

— Eu não gostaria de deixar alguém morrer. Eu vi bolhas saindo de seu nariz, você estava respirando a água, e você iria morrer... Você não deveria morrer — Tentou motivação, no final talvez fora apenas uma ação desesperada e inconsciente do seu ser de não desejar lidar com a culpa caso algo acontecesse, já que a causa do afogamento alheio era sua culpa, por tocar em coisas que não devia.

A “cápsula” abrira por sua curiosidade. JungKook quase morreu afogado por culpa da sua curiosidade, e talvez ele não quisesse carregar essa culpa consigo, mesmo não tendo respostas claras para responder, ele sabia que o que estava fazendo era certo.

— O que você sabe? Minha família pode estar morta, meu planeta pode estar sendo destruído, e eu não posso fazer nada para impedir…

— Você não precisa desistir, talvez tenha um jeito de você conseguir voltar para o seu planeta. Como você disse, se passou tanto tempo que você vagou pela galáxia, talvez a situação do seu planeta tenha mudado, talvez sua família ainda esteja viva. Eu só acho que você não deveria desistir. — TaeHyung se embaralhou nas palavras, tentando encontrar esperança para o rapaz cabisbaixo ao seu lado.

— É muito fácil para você falar, eu perdi tudo. Não tem como eu voltar. E se tudo tiver sido destruído? E se meu planeta se transformou em um planeta de dor e sofrimento? São muitas dúvidas, mas eu tenho medo de procurar pelas respostas. Eu acho que não tenho forças para ir atrás delas — E JungKook abraçou ainda mais forte suas pernas, e apoiou a cabeça nos joelhos, deixando a tristeza transbordar de seus olhos.

Enquanto TaeHyung não sabia o que fazer, o que dizer, como ajudar, ele lamentava não poder fazer nada. Era apenas um tritão de água salgada em um planeta minúsculo, comparado a todo o universo.

Puxou JungKook e o abraçou, foi a única que passou pela sua cabeça.

— O que está fazendo? — JungKook perguntou, sentindo os braços de TaeHyung segurarem suas costas, deixando-o confuso com a ação inesperada e desconhecida por si.

— Um abraço — Apertou mais ainda os braços nas costas de JungKook, apertando os olhos ao sentir seu rosto queimar de vergonha por não estar sendo retribuído, mas não iria sair do abraço até JungKook parar de chorar.

— O que? O que é isso?

— Um abraço... — Então TaeHyung se afastou nitidamente, encontrando o rosto confuso de JungKook, que claramente não sabia o que era aquilo. — Quando não sabemos o que dizer ou o que fazer, e vemos alguém precisando de ajuda ou de uma pessoa para ficar ao lado dela quando as coisas estão ruins. Talvez melhore, ou talvez não. Eu não sei o que falar para você se sentir melhor, e eu não sei o que fazer para fazer você se sentir melhor, então eu quero que saiba que não está sozinho neste momento triste, e que eu posso ficar do seu lado.

Sorriu, sendo seguido pelo outro que o encarava fascinado. TaeHyung assistia uma linda Galáxia começar a brilhar nos olhos arroxeados e escuros do outro, a boca levemente boquiaberta pela fascinação que as palavras de TaeHyung causaram em seu ser.

— Meu planeta não possuí ações tão bonitas como essas. Obrigado — JungKook sorriu, olhando para suas mãos e depois para TaeHyung. Os olhos escuros e brilhantes subiram do tronco desnudo de TaeHyung para os olhos, encontrando-os e deixando o rosto de JungKook mais rosado nas bochechas. Ele repetiu aquela ação e TaeHyung só assistiu, vendo os olhos curiosos passarem pelo seu corpo.

Ele quer que eu o abrace de novo?

— Você quer um abraço? — Perguntou, com os braços abertos, sendo respondido por um aceno simples e tímido, os olhos desviados dele por vergonha. Então se abraçaram de novo, e JungKook repetiu a ação de TaeHyung, deslizando suas mãos da cintura do tritão até suas costas, se aconchegando no corpo molhado e gelado, que aos poucos pelo contato foi se esquentando, e deixando-os agradavel.

— Isso é bom — JungKook sussurrou no ouvido de TaeHyung deixando-o levemente arrepiado pela surpresa de ter os lábios de JungKook próximos ao seu ouvido. Parecia que enguias jogavam correntes elétricas de menor intensidade no seu corpo, fazendo-o sentir coisas novas que não eram desagradáveis.

Os dois se afastaram, envergonhados demais pelo contato tão íntimo e rápido. O silêncio reinou naquele local, deixando-os desconfortáveis.

— Você acha mesmo que eu deveria tentar voltar para casa? — JungKook coçou a nuca receoso, levantando a cabeça para as nuvens do céu, imaginando como estaria seu planeta agora. A ideia não parecia tão impossível.

— Você poderia tentar — TaeHyung sorriu, dando-lhe esperanças novamente. — Mas o seu navio de metal está muito longe daqui no fundo do oceano. E eu não tenho forças o suficiente para trazê-lo até aqui, sinto muito.

— Não é um navio de metal, é uma cápsula espacial. Se você me levar até ela, acho que posso arrumar um jeito de deixá-la mais leve para trazermos para a superfície. Só que... você sabe, eu não consigo respirar debaixo d'água.

— Eu conheço uma planta que pode te resolver esse problema — TaeHyung sorriu com a lembrança. — Mas eu conheço elas em Atlantara, e estamos muito longe do meu reino. Eu não sei nem onde estamos direito e muito menos se essas plantas crescem por essas águas.

— Reino? Como assim reino? Você é um príncipe? — Perguntou surpreso. Estava abraçando um príncipe dos mares minutos atrás? Kim TaeHyung era alguém tão importante assim no seu planeta?

— Não fique surpreso ou animado, eu não sou nada de especial. Meu pai é o braço direito do rei de Atlantara, o reino aquático que eu vivo, eu não sou nenhum príncipe. Esses mares são divididos em reinos, e eu sou de Atlantara. Eu nunca me afastei tanto de lá, então eu não sei muitas coisas sobre os outros reinos. E eu nem lembro todos de cabeça ou suas histórias. Soube que estamos próximos de Tritonia, mas eu não faço ideia de onde fica exatamente, mas podemos conversar com os peixes e outros animais marinhos podem nos ajudar com informações.

— Wow, você fala com os animais? Eu nunca ouvi falar de algo assim, parece legal — Sorriu após ouvir as informações de TaeHyung sobre seu mundo.

— Bem, eu vou tentar achar alguma forma de saber onde estamos. Então eu vou tentar colher algumas hidro algas para te fazer respirar debaixo d'água e podermos voltar para Atlantara para resgatar seu navio de metal, e…

— Cápsula espacial — JungKook cruzou os braços com o cenho franzido, obviamente não gostando do apelido que TaeHyung dera para seu meio de transporte. A feição meio brava era até fofa.

— Ok, resgatar sua cápsula espacial. É melhor você nadar até a praia para ficar mais seguro nessa... acho que é uma ilha. Mas, acho que seria melhor você me esperar lá do que ficar apenas nessa pedra. Você sabe nadar?

— Claro que sei! — JungKook respondeu e pelo tom auto na sua voz demonstrava a indignação pela pergunta inofensiva de TaeHyung que não entendera o porquê daquele tom.

Deve ser coisa de plutariano.

JungKook segurou a respiração antes de pular na água, sendo seguido por TaeHyung que mergulhou depois dele. Debaixo d'água, mesmo com a pouca visão que tinha, conseguiu ver a graciosidade que TaeHyung tinha embaixo d'água. Os cabelos dourados esvoaçados na água, e suas escamas esverdeadas sendo iluminadas pelos raios de luz que vinham do sol e atingiam a água, raios esses que batiam nas escamas do tritão fazendo-as brilhar como se fossem mágicas. JungKook quase se afogou novamente contemplando a encantadora aparência do tritão debaixo d'água. Quando sentiu seus pulmões doerem implorando por ar, nadou até a superfície, colocando a cabeça para fora e respirando o ar para os seus pulmões.

Ambos na água, nadaram em direções contrárias. TaeHyung indo para o fundo e JungKook nadando até a areia da praia para se manter seguro, mas antes que se afastasse mais, segurou a respiração mais uma vez antes de mergulhar sua cabeça na água para ter o vislumbre de ver TaeHyung movimentando sua cauda em ondas para impulsioná-lo a se mover mais rápido.

Indo para o fundo, TaeHyung nadava procurando algum peixe ou qualquer que fosse um animal que parecesse inofensivo para pedir-lhe informação. Começou a nadar mais para cima indo na direção contrária a uma área muito mais escura do oceano, escura demais até para sua visão aguçada. Ao longe viu uma luz branca no meio da escuridão, e já sabendo o que era, mudou de direção.

Nadou até encontrar dois golfinhos jogando um peixe baiacu de um lado para o outro com seus bicos. Se aproximando, viu quando ambos deixaram de dar atenção ao peixe baiacu e se afastaram de TaeHyung quando ele parou na frente dos mamíferos aquáticos.

— Com licença, eu queria...

— Sim, vossa alteza.

— Não, não. Eu não sou a Alteza de vocês, eu não sou príncipe. Eu não sou de Tritonia — Explicou.

— Oh, desculpe tritão, é que seus cabelos e cauda nos deixaram confusos — Um deles com a voz mais grave respondeu, e os dois riram após o comentário, comentário esse que deixou TaeHyung confuso. Queria explicações sobre aquilo? Também, mas não era hora, precisava ser mais rápido por JungKook.

— Eu queria saber se vocês sabem onde tem Hidro algas?

— Nos portões do Palácio de Tritonia. Elas são plantadas lá porque o nosso rei as acha bonitas, e meio que... para nenhum tritão ou sereia ousar retirar as plantas, tem guardas por toda parte — Avisou o outro golfinho, esse que possuía uma voz mais grossa do que o primeiro.

Era óbvio para o que essas plantas eram usadas, para fazer seres respirarem debaixo d'água. antigamente era comum que essas algas fossem colhidas sem julgamentos por tritões e sereias para darem aos humanos. Humanos e seres marítimos que se apaixonaram ou criaram uma relação de confiança, os seres marítimos confiavam tanto que os levavam para seus reinos e lares, para conhecerem o fundo do oceano.

Mas, eram humanos...

Até que as plantas ficaram mais raras, pois a maioria delas haviam sido usadas ou destruídas na chamada A Queda Oceânica, uma tragédia que ocorreu em Oceanea, um reino que se encontrava no Oceano Índico há milhões de anos. Quando os seres marítimos, levados pela inocência, confiaram demais em humanos ao ponto de darem lhes suas hidro algas e mostrar-lhes seu mundo, para pouco tempo depois serem massacrados e mortos pelos humanos, tendo seus corpos levados para serem expostos em museus e serem usados como troféus.

Nem todas as plantas haviam sido destruídas, algumas raras ainda estavam em posses dos reinos, como as de Tritonia que ficavam como decoração do Palácio real, mas sempre vigiados por guardas prontos para intervir a qualquer sinal de aproximação, de qualquer ser, às plantas.

— Não haveria outro lugar onde essas plantas crescem?

— Não — Respondeu o golfinho de voz mais grossa. Foi nesse momento que percebeu que seria uma tarefa muito difícil. Um tritão comum contra guardas reais que treinavam para tudo antes mesmo de TaeHyung nascer. Era arriscado demais.

— Não é uma boa ideia você se envolver com humanos, tritão bobinho — Aconselhou o outro.

— É muito importante, eu preciso de uma alga apenas.

— É caso de vida ou morte?

— Na... Sim, sim, é sim. — Óbvio que era mentira.

— Tritonia fica naquela direção. Quando encontrar um coral gigante, nade para a direita e siga reto até encontrar o palácio. Não é muito longe — Então os dois golfinhos voltaram a ir atrás do peixe baiacu que estava se afastando. Mas pelo tamanho pequeno comparado ao dos golfinhos, ele não conseguira ir para muito longe antes de ser encontrado pelos golfinhos novamente.

Pelo JungKook, valerá a pena.

Seguiu as instruções, se certificando de lembrar de onde estava vindo. O oceano era cercado de inúmeras ilhas, e precisava ter certeza que sabia para onde deveria voltar quando pegasse a maldita alga rara. Falhar não era uma opção, mesmo que as consequências o deixassem apavorado.

Se aproximando aos poucos dos muros de pedra azul escuro do majestoso palácio do reino de Tritonia, era possível ver as plantas ornamentadas na areia, decorando os muros. Mas havia guardas, pelo menos uns dez deles que encararam TaeHyung no segundo que eles notaram sua presença. Eles bateram seus tridentes no chão, mas arregalaram os olhos antes de baixarem a cabeça em uma espécie de referência para alguém importante.

— Vossa alteza! — Falaram em uníssono, fazendo TaeHyung automaticamente revirar os olhos por ser chamado de algo que não era na realidade. A vontade de responder sua verdade, calou no fundo da garganta quando uma ideia passou pela sua cabeça. Eles servem aos príncipes daquele reino, então se ele se passasse pelo príncipe, poderia fazer o que quisesse sem ser repreendido ou preso. Se todos confundiam-o com um príncipe, não seria tão errado assim fingir por pelo menos alguns minutinhos para pegar uma alga e ir embora.

Só precisa fingir confiança, confiança, confiança!

Lembrando de como os príncipes do seu reino agiam, TaeHyung forçou um nariz empinado e ultrapassou o arco principal e decorado por vários arabescos em tons de azul claro, azul turquesa e azul escuro, criando desenhos harmônicos e simétricos.

Continuou segurando o nervosismo e mantendo a postura esnobe, fingindo ser da realeza. Aqueles guardas de dentro dos muros gigantes também estavam em reverência para ele. E para sua sorte, também havia algumas algas na parte de dentro, algas iguais as do lado de fora, decorando o muro. Mantendo a farsa, se aproximou do muro e se abaixou, pegando a alga de folhas verdes e linhas azuladas e arroxeadas, mostrando seu diferencial do resto das plantas.

Sentiu os dois guardas próximos se virarem para sua direção, e o tritão parou com nervosismo, com a alga na mão, pronto para puxamá-las e retirá-las do chão.

— Vossa alteza, não deveria pegar essas plantas — Falou o guarda do lado direito de TaeHyung. Ele possuía um bigode engraçado e seu tridente bateu no chão.

— Vossa alteza, sua majestade, o rei, não permite que ninguém toque nessas algas — Falou agora o guarda da esquerda.

Era hora de lembrar de todas as atitudes mesquinhas e esnobes que TaeHyung presenciou seus antigos "irmãos" fazerem quando começaram a crescer. Todos do reino faziam suas vontades, independentemente se eram coisas legais ou não. Talvez se ele agisse igual, poderia enganá-los.

— Quem vocês pensam que são para falar com a alteza de vocês dessa maneira?! Saibam muito bem que sua majestade que me pediu para vim buscá-la para algo muito importante e que vocês não estão permitidos de saber — Aumentou seu tom de voz, fingindo ser alguém de autoridade, coisa que não era. Por fora parecia o Deus dos mares, mas por dentro rezava a Poseidon que o deixassem ir embora. Era uma boa mentira, e ele sequer havia gaguejado para impor respeito e continuar seu papel.

Os guardas não falaram nada quando TaeHyung puxou a alga, e não falaram nada quando ele deu as costas começando a nadar em direção ao arco para sair de dentro dos muros do Palácio. Nenhum deles se opôs, e TaeHyung nadou rápido para sair dali, quanto mais rápido fosse, mais rápido conseguiria fugir antes que descobrissem que era uma mentira.

A alga estava em suas mãos agora.

Nadou o mais rápido que conseguiu para longe de Tritonia, e que Poseidon perdoasse suas mentiras, mas era para uma boa causa.

Nadou seguindo o caminho que decorou mais cedo, percebendo partes das pedras submersas na água, as mesmas pedras que JungKook e TaeHyung compartilharam um abraço tão íntimo mais cedo. Ou melhor, pedras essas que TaeHyung havia encostado a sua boca na de outra pessoa pela primeira vez. O pensamento deixava-o tão vermelho e tímido. Deixou aquilo de lado, nadando para a superfície mais perto da areia, e colocando a cabeça para fora da água, puxando seus cabelos para trás para não atrapalharem sua visão.

Na areia da praia, JungKook estava sentado enquanto fazia algo na areia com um graveto que estava em sua mão. Olhando melhor, TaeHyung percebeu que ele estava parcialmente seco. Estava ventando, então fazia sentido o vento secar suas roupas e seu cabelo que ainda possuíam algumas mechas úmidas. Mas seu cabelo estava esvoaçado pelo vento de um jeito tão bonito.

Na sua vigésima encarada no mar esperando TaeHyung voltar da onde tivesse ido, e no meio de todos os pensamentos sobre seu lar, sobre se aquilo iria dar certo e sobre talvez TaeHyung simplesmente tivesse o abandonado ali naquele lugar desconhecido e ido embora, JungKook finalmente encontrou algo conhecido no mar. TaeHyung estava ali, com os cabelos dourados e molhados jogados para trás e sorrindo para ele. O tritão levantou uma mão, acenando para JungKook, que se levantou da areia e correu até o oceano, nadando até onde TaeHyung estava finalmente vendo seu rosto novamente.

— Você voltou — Jungkook sorriu largo.

— Eu não iria te abandonar. Aqui, come isso... parece meio nojento, mas vai te ajudar — TaeHyung levantou uma planta molhada na frente de JungKook, que a pegou com a mão e sem exitação a colocou na boca, engolindo-a inteira em uma rapidez na esperança de que não focasse tanto no gosto. Era horrível e salgada, uma textura desconfortável na boca e o gosto não sairia do paladar dele tão facilmente. Com certeza jamais esqueceria aquele gosto, infelizmente.

— Ok, e agora?

— Não precisa mais segurar a respiração — TaeHyung sorriu, mergulhando-se novamente, esperando por JungKook repetir a ação também. O rapaz o fez, criando coragem para respirar. Sentia a água entrando em seu corpo, pelo nariz e pela boca, mas aquilo não incomodava. Com certeza era apenas questão de tempo até que se acostumasse com a sensação de respirar debaixo d'água.

— Consegue me ouvir? — TaeHyung perguntou se aproximando de JungKook, a alga possuía algumas propriedades mágicas, mas não sabia exatamente o que ela fazia no organismo.

— Um pouco abafado, mas consigo — JungKook respondeu, sorrindo para tranquilizar a preocupação de TaeHyung que o encarava para ver se havia algo de errado. — Mas o fundo tão escuro.

— Não vamos nadar por água escuras, e eu vou te guiar. Vem — TaeHyung estendeu a mão para JungKook, que arregalou os olhos, hesitante por um momento, encarando a mão estendida de TaeHyung em sua direção. As bochechas começaram a se esquentar ficando em um tom de rosa mais forte do que pele dele e algo parecia estranho demais para TaeHyung, como JungKook estava se comportando apenas com uma mão estendida para ele. E por que ele não pegava logo sua mão? As propriedades mágicas da planta não eram infinitas, então era melhor eles fazerem o que deveriam logo. — O que foi JungKook?

— Nada, nada... É, mostra o caminho — Timidamente eles juntaram as mãos. Era uma conexão grande, pelo menos no planeta de JungKook.

Começou a ser puxado pelo braço por TaeHyung, que os levava de volta para o seu reino, o qual ficava bem longe de onde estavam, sentia em seu coração.

No seu âmago, em partes inexplicáveis de seu ser para qualquer ser não marinho. Todos os seres marinhos possuem uma conexão com os reinos os quais cresceram e vivem, é como se tivesse uma corrente invisível que os ligava até seus lares, para sempre saberem o caminho de volta. Era como um mapa decorado de cor, que todos os seres marinhos que possuíam ligações com seus reinos poderiam seguir as direções da sua conexão de olhos fechados, desde que seguissem aquela força que os puxava de volta.

— Por que ficou tão tímido em me dar a mão? — Começaram a conversar, o caminho até o destino era longo demais, e o silêncio do fundo do mar em seus ouvidos era desconfortável demais o suficiente.

— Ok... É meio embaraçoso dizer isso. Os plutonianos só dão as mãos às pessoas que amam e que possuem conexão.

— Ah, entendi. Abraço não é nada demais, mas dar as mãos já é fora dos limites?

— Ei, você tá brincando com o meu planeta? E você que fala com os animais, peixes e essas coisas? Isso seria maluquice no meu planeta — Os dois riram.

— Esse é o meu mundo, falar com peixes, nadar, nadar e continuar nadando... Continue a nadar, continue a nadar, nadar nadar... — Cantarolou uma música que ouviu um dos príncipes do palácio cantar uma vez quando estava sozinho.

A conversa entre eles se estendeu até chegarem no reino de Atlantara. Trocaram fatos e histórias dos seus planetas, conheceram-se melhor. Conversaram sobre o que gostavam em seus planetas, suas histórias de vida e suas famílias, assunto o qual TaeHyung brilhou os olhos ouvindo as histórias familiares que JungKook vivenciou, e que TaeHyung jamais poderia imaginar que era possível tamanha conexão entre pessoas.

Chegaram até o navio de madeira, indo até a cápsula espacial de JungKook. TaeHyung assistiu enquanto JungKook analisava, então após JungKook se afastar do objeto, TaeHyung viu diante dos seus olhos o objeto que era gigante, ficando do tamanho de sua mão. Aquela cápsula havia se diminuído, virando um disco redondo, 10 vezes menor do que seu tamanho original. Como era possível?

— Mas, o que... o que...

— Tecnologia do meu planeta, desculpa mas eu nem sei como funciona, só sei que é assim — JungKook riu segurando a cápsula compactada em um disco na sua mão, abrindo sua roupa para colocar o objeto redondo dentro de um bolso interno, levantando o zíper depois da ação e fechando sua roupa.

— Agora precisamos saber como te ajudar a chegar até o seu planeta, mas precisamos subir até a superfície.  Na verdade eu não sei nada sobre o mundo fora do oceano... Mas, conheço alguém que pode nos ajudar sem julgamentos, minha tia Élida.

— Por que ela?

— Ela é a pessoa mais sábia e bondosa que eu conheço... bem, e que não me crucificaria por estar trazendo um humano para o reino. Eu sei que você não é um humano da terra, mas ainda assim, eles só vão ver suas pernas e é a única coisa que vão perceber quando ver você... Eu adoraria que tivesse algum jeito de conseguirmos uma cauda temporária para você, mas não dá — TaeHyung começou a nadar para o próximo destino deles, segurando a mão de JungKook ainda para levá-lo consigo, já que não conseguiria nadar tão rápido com suas pernas comparadas a força de sua cauda de tritão.

— Por que ela mora em uma caverna? — Escutou JungKook sussurrar quando eles se chegaram na frente da caverna da tia Élida – ele a considerava uma tia, era a irmã mais velha do rei de Atlantara, não tinham nenhum parentesco de sangue, mas TaeHyung vivia vindo visitá-la em sua caverna exótica cheia de plantas e magia. Mas agora, suas memórias deixavam-o em conflito. A caverna estava escura e parecia sombria demais para a caverna da maravilhosa tia Élida como TaeHyung a considerava quando era mais novo.

— A caverna dela não era assim... Mas eu conheço esses corais aqui perto, era para essa caverna ser cheia de flores e iluminada, mas agora parece tão... morta — TaeHyung se entristeceu ao ver o estado da caverna de sua tia, será que ela estava bem depois de tantos anos?

— Não tem outra alternativa para sabermos mais sobre a superfície?

— Eu também estou com medo , mas agora eu estou preocupado com a minha tia. Eu tenho que saber se ela está bem. Você quer ficar aqui fora?

— Eu não sei se estou seguro em algum lugar longe de você — Os olhos se conectaram, e aquela frase pareceu mais romântica do que JungKook esperava que soaria. Eles coraram e desviaram os olhos.

— Você pode ficar escondido nos corais, eu prometo ser rápido. Ela vai me dar algumas informações e então eu volto l — Sugeriu para JungKook. Sabia que ele estava assustado demais, assim como TaeHyung também estava.

— Tudo bem, eu acho que posso ficar um tempo sozinho… mas volte logo — JungKook nadou para perto dos corais enquanto TaeHyung enfrentava a imensa caverna escura de sua tia.

Seguiu para dentro da caverna escura, seguindo a luz arroxeada que estava no fim da caverna. Músicas soaram quando ele se aproximou, escutou barulhos estranhos de coisas caindo e batendo umas nas outras.

— TaeHyungie? — Escutou aquela voz rouca, era sua tia, só que ainda mais rouca do que se lembrava. Quanto mais se aproximava, a luz arroxeada revelava a aparência de Élida. Um corpo magro e uma cauda muito escura, o rosto com muitas linhas de expressão, alguns dentes faltando na boca e os dedos magros quase esqueléticos. Os olhos esbranquiçados estavam o encarando, mas ele sabia que ela não o estava vendo completamente pela cegueira.

A luz roxa vinha de um caldeirão no meio da caverna, o qual ,com uma colher, sua tia mexia o líquido de dentro. Mas ela reparou na presença de TaeHyung se aproximando, e com seus instintos aguçados, o chamou e sorriu para ele quando o percebeu mais próximo.

— Titia! — TaeHyung sorriu se aproximando da tia amada, abraçando-a como cumprimento, sendo recebido por seus braços magros demais.

— Ah, meu pequeno tritão, como você está? Faz tanto tempo que não vem me visitar.

— Eu sinto muito mesmo, titia Élida. Meu pai não deixou mais eu vir visitar a senhora, eu não sei porquê — Se afastou do abraço, vendo-a fazer um movimento com a mão e logo após alguns peixes escuros trouxeram fracos e despejaram dentro do caldeirão roxo, a única luz do ambiente vinha dali. Era um pouco macabro.

— Titia, o que está fazendo?

— Um pouco de tudo. Algumas poções do amor, outras para crescer corais e flores, e outras coisinhas a mais — A tia Élida sorriu, voltando a mexer o caldeirão.

— Titia, o que houve com a sua caverna?

— A idade chegou, meu querido. Estou fraca e cansada demais para manter a magia da caverna limpa e brilhante. Mas, não é tão ruim. Minha visão está piorando a cada dia, então não me incomodo mais com as aparências. Então, meu sobrinho favorito, diga para a titia porque veio — A face de Élida ficou séria e sua voz ficou mais rouca e profunda, fazendo TaeHyung se arrepiar quando uma leve corrente de medo passou pelo corpo com a inesperada mudança de comportamento da sua tia. — É sobre aquele rapaz lá de cima que você trouxe para o reino?

— Você sabe? — Ele nem sabia porque se espantava, conhecia as magias de sua tia… Ela mexia com poções desde que TaeHyung era um bebê. Ele cresceu vendo-a preparar brinquedos com sua magia que o deixavam fascinado e mais ansioso para voltar a vê-la novamente. Sua caverna parecia um paraíso debaixo d'água e TaeHyung amava aquele lugar quando mais novo, até por algum motivo deixar de visitar sua tia por proibição de seu pai, não sabia o porquê. E agora estava ali, desobedecendo as ordens de seu pai. Mas precisava de ajuda, ajuda de alguém que não o faria se sentir mal por tentar ajudar alguém inocente e diferente da espécie deles, mesmo com o estigma dos humanos na mente dos seres marinhos.

JungKook não é como os outros.

— Como se eu já não soubesse de tudo que acontece nesse mar, meu caro sobrinho — Ela soltou uma risada, e outra corrente de medo passou por TaeHyung que decidiu ignorar a sensação.

— Preciso da sua ajuda...

— Com o humano, entendo...

— Ele não é um humano. Ele precisa voltar para o planeta dele — Confidenciou de maneira vaga. — Só precisamos saber o que devemos fazer.

— Ele é dono da cápsula que caiu no mar ontem tarde da noite? — Élida voltou a mexer o caldeirão.

— Sim, ele veio naquela cápsula espacial ou sei lá o nome.

— E o que você quer, meu querido sobrinho? Ajudá-lo nesta busca para voltar para casa?

— Sim, tia. Mas...

— Mas você precisa de pernas para ajudá-lo. É isso que deseja, meu querido sobrinho?

— Acho que sim. Eu acho que é o jeito de eu ajudá-lo na superfície para ele poder voltar para o planeta natal dele.

— Sim, sim, entendo... — O caldeirão voltou a ser mexido pelos dedos esqueléticos da tia Élida. Uma fumaça roxa subiu do caldeirão deixando TaeHyung confuso olhando para o redemoinho no centro do caldeirão, fascinado. Na frente dos seus olhos, apareceu um frasco tapado por uma rolha, o conteúdo do frasco era um roxo violeta quase preto. Era da cor dos olhos de JungKook.

— Essa poção lhe dará pernas para ajudar seu amado a voltar para casa, meu querido sobrinho — A tia Élida pegou o frasco na mão, oferecendo-o para TaeHyung, que não deu completa atenção para a palavra "amado" que ela usara para se referir a JungKook que o esperava ansioso lá fora.

Era isso, um gole e teria pernas e poderia ajudar JungKook na superfície.

Então, hipnotizado pela luz que emanava do frasco, o líquido lhe lembrava da profundidade do olhar de JungKook, era como se fosse um pacto entre eles.

Abriu o frasco, prestes a beber, algo pulou no seu peito. Um receio, um medo, talvez um sinal, fazendo-o hesitar antes de beber aquele tal líquido misterioso.

— Vamos, meu querido sobrinho. Beba e poderá dar a felicidade de volta para o seu amado. Beba, beba — Sua tia incentivou eufórica, uma euforia que era estranha de ver. Algo dançava por trás daquele sorriso de dentes levemente tortos.

E TaeHyung, confiando em sua tia, bebeu o líquido, sentindo seu peito apertar.

O líquido não tinha sabor de nada, era como se fosse água normal, mas fez seu interior se remexer e começar a arder.

— Ah e só mais uma coisa... — Élida chamou atenção de TaeHyung. — Você terá um dia para fazer esse humano de outro planeta beijar você, se não, você irá virar espuma do mar para sempre.


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