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24 - Soberba é uma coisa muito feia

Quando entrei no apartamento, as luzes estavam apagadas. Os livros estavam de volta no lugar, e eu respirei aliviado quando achei que estava sozinho. Coloquei a chave na fechadura, dei a volta no sofá e quase tropecei num par de pernas.

Devo ter feito algum barulho com o susto que levei. Acho que soltei algum palavrão, não tenho certeza, mas minha atitude o fez abrir os olhos. Ele estava estirado no chão, provavelmente tinha dormido. Perguntei-me por que ele não tinha ido embora, e por que caralhos estava dormindo no chão.

Olhei para ele, que não se movia e parecia numa névoa de confusão. A minha própria poeira já tinha baixado dentro de mim, eu estava bem mais calmo então não consegui chegar com os dois pés no peito perguntado o que ele fazia no meu piso. Tudo o que ele havia compartilhado era foda demais, ninguém merecia ser escorraçado depois de acontecimentos assim. Estendi minha mão para ele e o ajudei a se colocar de pé.

— Por que você ainda está aqui? — precisei perguntar. Não foi como se eu estivesse com raiva por ele ter ficado. Foi como se eu precisasse ouvir o motivo de ele permanecer. 

Eu queria saber a razão. Eu queria ser a razão.

— Você quer que eu vá embora?

Olhei nos olhos cor de grafite, senti o calor da proximidade, o seu cheiro e... não deu. Não tinha como ficar de boa. Eu tentei, juro, mas o cara despertava tudo em mim. Ele me deixava cego e estúpido, e eu sempre pensava que era a última vez que eu o veria e que precisava aproveitar a chance. Resignado, passei os braços por sua cintura e o puxei de encontro a mim com força. Ele gemeu quando sentiu minha ereção de encontro à virilha, e suspirou quando minha boca capturou a sua.

Foi um beijo diferente. Não suave, porque eu não sabia ser suave, mas foi algo novo. Foi lento, exploratório, melancólico e curativo. Foi um roçar de almas, uma troca de essências. Foi uma entrega e uma promessa.

Eu o tomei pela mão e o levei até o quarto. A cama ainda estava desalinhada e não me preocupei com isso. Tirei suas roupas de modo lento, beijando cada parte de pele que ia sendo desnudada. Quando terminei, removi as minhas próprias. Deitei-me no colchão e estendi o braço para ele, que se deitou ao meu lado.

— Não sei o que isso significa, nem onde vai dar — finalmente respondi —, mas não quero que você vá embora. 

Ele me puxou contra si e me beijou. Seu corpo se colou ao meu e senti toda a sua pele roçar a minha. Ele enfiou uma perna entre as minhas coxas, e senti seu pau duro contra minha perna. Ele segurou meu pênis e bombeou, e eu arfei em resposta.

— Você me alucinou desde o primeiro momento, Diego — sua voz soou rouca, bruta, como se isso o irritasse. — Você me fez falar o que não devia, fazer o que não devia... eu fiquei puto quando você disse que ia cortar o canal, me expulsar da sua vida assim... eu ainda tô meio puto com isso.

Não me importei. Eu definitivamente não liguei para o que ele estava falando. Eu queria mudar o seu humor de qualquer jeito, então subi em cima dele e sentei em seu colo. Ele gemeu alto.

— Desculpe se sou irresistível. — Sorri. Ele derreteu, como esperado, e eu urrei por dentro. Num movimento rápido, ele puxou meu quadril em direção ao rosto..

— Soberba é uma coisa muito feia, Diego — e colocou meu pau na boca. 

Soltei uma série de palavrões com a brutalidade da chupada e com seus dedos invadindo minhas pregas. Ele sugou, lambeu, bateu meu pau contra a boca e ficou fazendo isso até me obrigar a gozar na sua cara. 

Eu não tive opção, muito menos controle. Fiquei constrangido pela rapidez da explosão, mas ele não pareceu se importar enquanto lambia todo o meu sêmen.

Eu tinha minhas mãos fixas no encosto da cama. Notei que meus dedos estavam doloridos de tanto apertar a madeira. Ele escorregou mais para baixo, abriu mais as minhas pernas e enfiou a língua entre minhas nádegas. Senti a barba massagear a base do meu glúteo e comecei a me mover enquanto ele me fodia com a língua.

Puta merda. Negócio bom da porra! Eu não podia ficar parado. Eu já tinha gozado, mas era como se não tivesse. Soltei a madeira, girei 180 graus e caí de boca no seu pau. Ele puxou minha bunda de volta e enfiou a língua no meu orifício com mais força. Eu acho que gritei porque ele riu. Vinguei-me mordiscando de leve sua glande. Foi a vez dele de gritar um palavrão.

— Vá com calma aí embaixo, Diego! Ainda quero comer teu rabo!

Caralho! Gostava quando ele falava sacanagem! Chupei com mais força e apertei suas bolas. Se ele pudesse levitar, o teria feito porque tenho certeza de que ele se descolou do colchão. Num movimento só ele puxou o pau da minha boca e se sentou na cama. Em um segundo eu estava de novo de frente para ele, levitando sobre sua ereção.

— Você não sabe brincar!

Eu dei uma gargalhada e ele me mordeu no pescoço. Arfei e puxei o cabelo do topo da sua cabeça. Os fios longos vieram para frente e cobriram seus olhos.

— Você também não!

Ele lambeu a veia pulsante do meu pescoço até o ombro, desceu com a língua até meu mamilo e chupou. Quando gemi, ele me deu um tapa na bunda. Soltei um palavrão e ele riu, depois mandou girando:

— Não tenho camisinha nem lubrificante. Não tenho nenhuma doença e você não corre o risco de engravidar. Tá a fim de parar de brincadeira e foder igual gente grande?

Quase me engasguei. Ele nem perguntou se eu estava limpo ou se tinha alguma doença. Bem... eu era o virgem que ele filou o "cabaço", certo?

— Só vem — murmurei.

Bom, ele tinha feito um ótimo trabalho com os dedos e com a língua um pouco antes. Vi ele cuspir na mão e molhar o pau. Senti o meu acordar de novo e começar a inchar. Ele posicionou o falo na minha entrada e olhou para mim.

— Você controla.

Entendi. Eu ia me meter nele. Ok. Separei minhas pernas, prendi o ar e comecei a descer. Senti a fisgada de dor, soltei o ar, esperei e continuei. Mais rápido do que eu esperava, senti suas bolas na minha bunda. Fiquei surpreso em como pareceu fácil dessa vez. Fiquei ainda mais surpreso por parecer muito mais quente e macio.

Ele gemeu e me puxou para um beijo. Porra! Meu pau pulsou de novo e eu me lembrei de que era bem incomum eu ter duas ereções na mesma noite, tão perto uma da outra. 

Enquanto ele sugava minha língua, segurou minha cintura e me moveu. Senti o pau sair e entrar de novo. Puta que pariu! A sensação de ter só a sua pele escorregando dentro de mim me fez bugar total.

— Tudo bem? — ele perguntou.

Eu só acenei com a cabeça. Minha capacidade de comunicação tinha ido parar em algum universo paralelo. Ele se moveu e empurrou o pau para cima. Vi galáxias.

— Nunca comi um cuzinho tão gostoso, Diego. Tão apertado e tão quente! Quero você cavalgando em mim. Vai, seu puto! Mexe essas pernas!

Eu obedeci. Fixei meus joelhos, segurei seus ombros e comecei a me mexer para frente e para traz. Foi foda! Foi tudo! Eu estava no controle dessa vez. Eu ouvia o som de pele contra pele como se estivéssemos nos aplaudindo. Ouvia os ruídos guturais que ele fazia e isso me impulsionava a ir mais rápido e com mais força.

— Caralho, Diego... vá com calma... assim eu vou goz...aar.

Dessa vez eu não obedeci. Eu estava na porra do controle! Eu ia foder ele com tudo! Peguei meu pau e comecei a me massagear no mesmo ritmo dos quadris. Senti minhas pernas queimarem e fiquei grato por ser rato de academia.

De repente, senti que perdi o ritmo. Notei que ele ficou descompassado debaixo de mim e parou de cooperar. Sentei-me nele com mais força e percebi quando ele se soltou e se abandonou. Senti o calor no meu âmago e o som rasgado que saiu de sua garganta e, segundos depois, lavei aquele tanquinho de deus dele com a minha porra.

Cara. Sonhei com isso desde que vi esse tanquinho.

Espalhei o sêmen com a mão, inclinei-me e melei minha barriga na sua.

— Achei que gozar era o propósito disso tudo.

Ele sorriu e me beijou. Senti sua mão na minha nuca, massageando meu cabelo. Era uma carícia, meio bruta, mas uma carícia.

— Acho difícil de acreditar que você nunca tinha feito isso antes — ele murmurou olhando para mim.

Levantei-me e dei um gemido quando o senti saindo de dentro de mim. O seu sêmen escorreu pela minha coxa quando me deitei ao seu lado.

— Também acho difícil de acreditar que eu nunca tinha feito isso antes.

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