17| Porque ainda tenho muito o que dizer
As estrelas brilhavam:
Algumas, no céu,
Outras, numa terra bem distante,
Outras não sabiam se eram estrelas
E nem como se brilhava.
Mas a noite escura,
Com poucas estrelas cintilantes,
À volta da fogueira,
Deu brilho ao ofuscado,
Vida às vidas apagadas.
Diante de fogueiras assim,
Construiu-se uma nova vida,
Uma nova forma de se contar as histórias...
Foi nessas fogueiras que o paradigma mudou,
Foi esse o início das novas Karinganas.
Dizem as más línguas que
"Quem conta um conto aumenta um ponto",
Pois, então, eu quero que muitos contem a história que aqui lhes conto
Que deem brilho à minha existência
Sem zoeira e nem chilique
Quero que cada caminho por onde andei
Recorde as memórias que lá deixei.
Quero que o mundo lembre-se de minhas raízes,
De quando eu dançava moçambique nas festas do divino,
De quando eu aprendi a fazer cachaça
Das narrativas vindas do além-mar que tanto têm me embalado
Dos mundos vindos do Novo Mundo e que tanto têm me emocionado
Quero que em cada canto a nossa gente seja ouvida,
Quero que a nossa voz seja aplaudida.
E, lembrem-se,
Não é sobre mim,
É sobre quem eu sou realmente:
Um pedaço de vários mundos irmãos
Sou o diverso mestiço
Um uno num todo, pois...
Aqui, nesta povoação brasiafricana
O povo já não é mais o mesmo:
Somos mais, muito mais
Temos mais voz, confiança e diversidade
Somos mais, muito mais
Amigos do povo, da justiça e da liberdade.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro