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𝟬𝟭. LIVROS ESPECI-MÁGICOS E ANIMAIS A SOLTA.

ACORDANDO DO SUBMUNDO DOS SEUS SONHOS, Delta pois a mão na cabeça em sinal de que as pontadas de uma dor de cabeça tremenda ainda lhe incomodava. Ouvindo murmúrios ainda não identificados do seu lado, ela soltou um palavrão de alto e bom som enquanto se sentava lentamente na cama. Alguns segundos depois de piscar os olhos algumas vezes e abrir, percebeu que estava em seu quarto e que seus amigos falavam um pouco mais alto que o normal e aparentemente comentando sobre o acontecido.

─ Se vocês não pararem de gritar, eu juro que jogo um feitiço em vocês e faço ficarem mudo para sempre. ─ A voz rouca e mal humorada da menina reverberou pelo quarto, fazendo com que Cedrico e Robin parassem de falar e escutassem. Draco que tentou continuar falando foi parado por Robin antes que piorasse as coisas. ─ Agora, sem parecer que alguém morreu, vocês podem me contar que droga aconteceu?

─ O Draco encontrou você no chão quando estava indo para o quarto dele buscar algo e te levou até o seu quarto. ─ Explicou Robin sentada na ponta da cama de Delta. ─ Ele nos chamou e deixou a gente entrar... Sem precisar da senha.

─ Eu costumo cuidar dos meus... ─ Pensou. ─ Você é da sonserina e não é desleal, isso basta. ─ Malfoy disse encostado na cabeceira do quarto, encarando a mesma com um rosto neutro. ─ Mesmo que ainda ache que sou bem melhor do que você.

Não havia mentira, sarcasmo ou qualquer outra coisa de contrariedade nele, era apenas o jeito dele de falar que mesmo com todas as discussões dos dois, prezava pela lealdade merecida que de certa forma, Delta havia conquistado dentro daquele coração excêntrico.

─ Valeu, Malfoy. ─ Delta deu um sorriso agradecido para o garoto, que com certeza ficou surpreso com ela agradecendo algo a ele. ─ Você não deveria ficar surpreso, pois é isso que acontece quando você faz a coisa certa e pensa nos seus amigos. ─ Comentou enfatizando a última palavra. ─ Vou pensar duas vezes antes de rodar você até ficar tonto e te jogar para longe igual os gnomos.

─ E você vai continuar escolhendo me rodar.

─ Exatamente!

Draco revirou os olhos, fingindo não se importar com o comentário e a enfatização sobre a palavra "amigo".

─ Eu fiquei preocupado com você! ─ Cedrico se agachou na frente de Delta para analisar como ela estava. ─ Você está bem? ─ Perguntou. O castanho passou o dedo pelo pequeno corte na testa dela de uma maneira carinhosa e atenciosa.

─ Estou bem, só confusa e com raiva de quem fez essa merda.

─ Tem certeza? ─ Perguntou novamente, preocupado. ─ Eu posso ajudar em algo!

Delta bagunçou os cabelos devidamente arrumados que ele costumava ter, apenas por implicância como de costume e lhe deu um peteleco como resposta.

─ Entendi. ─ Diggory sorriu, entendo o recado ao perder as contas de quantas vezes ela fez aquilo com ele. ─ Mas, você não se lembra de nada?

─ A última coisa que me lembro foi de que vim pegar o livro pra mostrar as coisas para vocês e... ─ Uma vaga memória do acontecido faz arquear a sobrancelha. ─ Eu entrei no quarto, vi um... Bem, não sei dizer o que era, mas depois que sai correndo, alguém me jogou um feitiço e eu desmaiei.

Ao se tocar sobre o que falava, Delta se levantou rapidamente e procurou a sua varinha. Ela a pegou em cima da cabeceira de cama e jogou um feitiço para revelar o livro que ela guardava escondido e invisível por dentro de um buraco na parede do dormitório. Fazia isso por precaução, já que tinha medo de outras pessoas acabarem pegando algo tão valioso para ela. O feitiço poderia até funcionar caso o livro estivesse ali, mas ele não estava.

Se controlando para não quebrar a cara de alguém naquele momento, ela respirou fundo, contou alguns números que geralmente a ajudavam a controlar sua raiva e esvaziou a mente de qualquer outro assunto para raciocinar e descobrir o que havia acontecido com seu livro.

─ Alguém pegou o meu livro. ─ Disse Delta, causando uma feição de surpresa no rosto dos amigos. Nem mesmo eles sabiam onde o livro estava. ─ Não que eu me importe com regras, mas não vou deixar que algum idiota faça isso e caia nas mãos erradas.

─ Não foi eu. ─ Malfoy se defendeu logo, imaginando que alguém o acusaria. ─ Para caso você pergunte.

─ Ninguém achou isso. ─ Robin retrucou. ─ Vamos precisar de você também para encontrá-lo. ─ Sorriu amigavelmente para ele.

─ Todo mundo sempre coloca a culpa em mim, mas eu não fico surpreso ou faço drama para fingir que me importo.

─ Não começa com o "show do draco". ─ Delta revirou os olhos. ─ Aproveita que eu estou ocupada em querer quebrar outra pessoa ao invés de você e ajuda.

─ Não somos todo mundo. Demos um voto de confiança a você, porque sabemos que você é um garoto legal. ─ Disse Robin. ─ Mesmo com todos os prós e principalmente os contras. ─ Brincou sorrindo para ele.

─ Acho que isso pode ajudar a encontrar o livro.

Cedrico pegou um papel que estava próximo do buraco onde o livro ficava escondido, mostrando para seus amigos enquanto tentava decifrar.

─ "Tudo que é rigorosamente proibido, é ligeiramente permitido para aqueles que sabem usar as suas artimanhas para encontrar o caminho de casa". ─ Diggory citou o que estava escrito no papel, arqueando a sobrancelha, confuso. ─ Interessante.

─ Está falando da floresta proibida. ─ A Deshayes indagou, descobrindo o que aquele enigma queria dizer. ─ O "caminho de casa" é como dizer que para chegar até lá, precisamos passar pelo proibido. Como uma encruzilhada. Pois o nosso caminho de casa, ou seja, o livro está depois da floresta. ─ Explicou. ─ É para lá que precisamos ir.

─ Como você sabe se é realmente para onde temos que ir? ─ Malfoy contestou. ─ Ele pode estar apenas nos enganando.

─ Ele? ─ Diggory arqueou uma sobrancelha. ─ E como você sabe que é ele?

─ Foi um palpite. ─ Respondeu. Draco revirou os olhos quando olhou para a cara do garoto, imaginando que ele estava desconfiando que o platinado poderia ter algo haver com isso. ─ Mas não ficaria surpreso se achasse que fui eu. Talvez sua máscara de bonzinho e senhor perfeição tenha acabado. ─ Comentou sarcasticamente. ─ Uma pena.

─ Ninguém está duvidando de você, Draco. ─ Robin disse calma. ─ Não é, Cedrico?

─ Eu não tenho uma máscara de bonzinho e não sou o "senhor perfeição". ─ Diggory disse com uma voz firme. Raramente ele falava daquela forma ou brigava com alguém, até por ser pacífico e um ótimo ouvinte. Mas, algo havia mudado naquela situação. ─ Só perguntei, porque sabemos que você nem sempre quis estar desse lado. Estou mentindo? ─ Citou se lembrando de vastas memórias. ─ Só estou perguntando.

Não que Cedrico Diggory fosse o sinônimo da perfeição ─ por mais que chegasse perto disso ─ mas por muitos naquele colégio, ele era. O castanho não tinha um tipo de ego que se achava melhor que os outros ou muito menos que queria ser idolatrado, só que eram postas tantas expectativas de que ele não errava em nada, que qualquer coisinha parecia não ser ele falando. As pessoas costumavam esquecer de que ele era, no mundo mundano, apenas um garoto adolescente.

Como todas as pessoas ele sentia diversos sentimentos e alguns não de seu feitio ─ como por exemplo parecer desconfiar de Malfoy antes mesmo de investigar ─ eram presentes de vez em quando. Mas, por dentro, todos sabiam que a empatia, trabalho duro, paciência, lealdade e o jogo limpo eram muitas de suas virtudes inclusivas. Assim como o amor.

"Não crie uma bolha sobre as pessoas, quando elas podem ser muito mais do que isso.", era algo que Delta costumava falar.

─ Já chega vocês dois! ─ Delta se intrometeu no meio do pequeno atrito. ─ Não estamos desconfiando de você, Malfoy. Não enche minha paciência! ─ Disse olhando nos seus olhos, mostrando firmeza no que falava. ─ Pede logo desculpa a ele, Cedrico. Assim você não se martiriza o resto dos anos por ter feito isso pela primeira vez na sua vida e eu fico em paz sem seu drama de arrependido.

─ E omo você sabe se eu quero pedir desculpas? ─ Cedrico encarou ela como se a desafiasse, mas desistiu sabendo que ela estava certa e que a culpa o consumiria segundos depois. ─ Me desculpa, Draco. ─ Olhou para ele. ─ Confio em você. Somos amigos.

─ Ok, agora que sabemos que eu sempre estive certo, vamos ao plano. ─ Malfoy deu um sorrisinho, fazendo com que os outros não pudessem deixar de soltar um pequeno sorriso em conjunto e revirarem os olhos.

─ Você está me pedindo para socar o seu nariz, de novo.

─ Que tal irmos amanhã depois das aulas? ─ Sugeriu Robin. ─ Nós nos dividimos e nos encontramos lá para que ninguém desconfie.

─ Ótima ideia, Robby. ─ Delta sorriu para a amiga. ─ Então, amanhã começamos a busca.

NO OUTRO DIA, Delta e Cedrico estavam assistindo a aula de D.C.A.T, mais conhecida como Defesa Contra as Artes das Trevas. Enquanto o castanho fazia várias anotações como de costume, Delta ouvia atentamente sobre as três maldições imperdoáveis do mundo bruxo, Cruciatus, Imperius, e principalmente a Avada Kedavra. Na última vez que precisou enfrentar o Lorde das Trevas, ela se deparou com ele utilizando Cruciatus e Imperius. Mas, com a ajuda de seus amigos e de Dumbledore, conseguiram salvar Hogwarts e alguns dos bruxos que estavam sob o controle do mal.

Avada Kedavra parecia tão interessante, quanto muito perigosa. Porém, como a Deshayes era uma garota extremamente curiosa e que adorava se meter em confusões, a utilização daquela magia perigosa e proibida, parecia estar cada vez mais perto.

Diggory parou alguns minutos no meio da aula para observar a cara pensativa e curiosa de Delta. Para alguns poderia até parecer estranho o gosto do popularmente charmoso e famoso Cedrico, mas ele amava olhar para aqueles olhos brilhantes e cheios de energia que ela conseguia demonstrar.

─ No que você está pensando? ─ Ele perguntou.

─ Será que se usarmos todas as três maldições contra o Voldemort, conseguimos nos livrar dele? ─ Perguntou, recebendo encarada de basicamente todos os seus amigos de classe.

Tão popular quanto Cedrico, ela era conhecida por muitas coisas, mas com certeza a mais pertinente delas era a audácia que a menina tinha para falar algumas coisas que até os bruxos mais poderosos não tinham coragem para falar. Falar o nome do Lord Voldemort era uma delas. Enquanto 99% das pessoas tinham receio só de pensar no que poderia vir a acarretar ao falar seu nome, Delta falava com tanto fervor, que apenas como seus pensamentos profundos e listados de "como matar um bruxo do mal que não tem nariz", poderia ser capaz de matá-lo com o poder da mente.

─ Talvez. ─ Disse pensativo. ─ Mas você precisa dizer "Você-Sabe-Quem" ao invés do nome de Você-Sabe-Quem. ─ Sussurrou mais próximo dela, olhando para os alunos que voltavam a prestar atenção na aula depois de ouvir o nome citado.

─ Eu sei as consequências de dizer o nome daquele pestilento, é só que eu simplesmente não consigo não falar o nome dele. ─ Disse sem parecer estar muito preocupada. Ela realmente não estava. ─ Não é sempre proposital, é só que... ─ Delta batucava os dedos na bancada, tentando encontrar uma resposta para aquilo, mas nada vinha. ─ Enfim, não entendo, às vezes sai. ─ Deu de ombros. ─ Falando ou não ele vai tentar fazer algo, que diferença faz?

Raramente o nome de Lord Voldemort era proferido. Apenas os membros da Ordem da Fênix eram corajosos o suficiente para pronunciar o seu nome, com o objetivo de combater Voldemort. Sabendo que o próprio bruxo das trevas havia colocado uma maldição no seu nome, para que toda vez que ele fosse pronunciado, os Comensais da Morte fossem alertados e perseguissem quem falou, falar aquele nome era extremamente perigoso.

─ Você é maluca. ─ Cedrico pôs sua mão levemente em cima da de Delta e lhe fez um breve carinho. ─ Sabemos que você sempre foi assim e esse é um dos motivos pelo qual você acaba trazendo um pouco de caos para cá. ─ Sorriu, sempre inacreditável na quantidade de coisas em que ela se metia e os levava juntos. ─ Podemos falar com o professor Lupin ou com o diretor Dumbledore, que tal? ─ Sugeriu. ─ Eles adoram você e podem ajudar.

─ Eles tem pena de mim, Digg. É diferente. ─ Comentou, não aparentando ligar muito para isso também. ─ Da garota órfã que acha que pode salvar o mundo e se mete em todas as confusões possíveis. Blá blá blá.. ─ Riu ao lembrar das vezes que seus professores sentiram pena ao saber da sua história. ─ Eles são coração mole, dã!

Ela não gostava muito dessa parte. Odiava que as pessoas sentissem pena dela. Era decadente demais para Delta Deshayes, que as pessoas olhassem para ela como se fosse uma coitadinha. Por isso, para manter a sua reputação, nunca mostrava-se enfraquecida. Como dizia ela mesma "se importe com o que as pessoas acham ou pensam de você, e se você se tornará prisioneiro delas".

─ Claro que não! ─ Disse balançando a cabeça negativamente. Falou um pouco alto demais. ─ Eles gostam de você, porque veem que tem potencial. Só acham que precisa de uma ajudinha para ser mais... responsável. ─ Soltou uma risada ao falar a última palavra. ─ E não é novidade que você ache o mesmo de você.

─ Ok, é verdade que eu sou bem melhor do que você no quadribol, aula de feitiços, poções... ─ Delta foi citando uma por uma as coisas, como de costume para irritar o garoto. ─ Você é péssimo! ─ Disse como se parecesse uma nova descoberta. ─ Pelas barbas de Merlin, você é muito ruim!

─ Ok, ok, você se empolgou demais, mocinha.

Delta e Cedrico soltaram uma baixa gargalhada gostosa. Remus Lupin, o professor de Defesa Contra a Arte das Trevas olhava para os dois de relance enquanto seus alunos liam o que ele havia mandado. Já havia percebido de certo modo que os dois cochichavam sobre algo e aparentemente sobre ele. Lupin até poderia utilizar de magia para ouvir o que tanto os dois conversavam, mas sua educação prezava em seus limites, e aqueles eram que o mesmo não escutaria a conversa dos dois sem permissão, esperando até o fim da aula para perguntar sobre aquilo.

Pelo menos não com eles dois, rs.

Ao fim da aula, os amigos se levantaram da bancada, pegaram seus livros e foram em direção ao próprio professor, que já esperava os dois encostado na mesa de madeira antiquada da sala.

─ Professor Lupin, precisamos falar algo com o senhor. ─ Delta se aproximou mais dele com um sorriso no rosto. Era um dos seus professores favoritos. ─ Eu e o...

Delta foi interrompida.

─ É só para avisar ao senhor que ela ainda não se meteu em nenhuma detenção. ─ Sorriu como se estivesse orgulhoso daquilo. ─ Então pode ficar tranquilo.

─ Jura que me interrompeu por isso, caramba?

─ Olha a boca.

─ Isso porque eu ainda não mandei você ir...

─ Isso é uma ótima notícia, senhorita Deshayes! ─ Remus disse como se Cedrico estivesse falando sério com ele, apartando o começo da discussão. ─ O seu recorde é de dois dias sem se meter em nenhuma confusão. Esse é um grande avanço! ─ Soltou uma breve risada fofa.

─ Hahaha. Vocês estão tão engraçados hoje!

─ Sempre. ─ Afirmou como se tivesse a maior certeza do mundo. ─ Mas enfim, parecia que você queria me falar algo sério. Conte-me mais!

Delta com a ajuda de Cedrico contaram sobre tudo que sabiam sobre aquele assunto, deixando que o sumiço do livro ou de seu desmaio não piorasse a situação ou acabasse alarmando algo no qual eles ainda não sabiam. Diggory queria contar, mas o olhar ameaçador da Deshayes o fazia saber que era melhor ele por enquanto confiar nela para isso.

─ Então isso acontece desde a primeira vez que esteve aqui? Não depois de Quem-Nós-Sabemos os confrontou pela primeira vez? ─ Os dois o confirmaram. Lupin passou a mão pelo queixo, procurando algo que explicasse, mas não achou nada. ─ Bom, preciso falar com o diretor Dumbledore. Até lá, não se metam em nenhuma confusão.

─ Irei tentar. ─ Comentou Delta.

─ Tentar? ─ Perguntaram Remus e Cedrico uníssono.

Ela bufou.

─ Ok, faço esse esforço... ─ Torceu o nariz em negação. Era uma mania que a mesma tinha sempre que não concordava com algo. ─ Vocês às vezes esquecem que dá para ser responsável e divertido também!

─ Bem, é melhor não arriscar. ─ O professor sorriu e balançou a cabeça em negação, como se pensasse o quão a aluna era agitada. ─ Mas, para você não sair daqui totalmente decepcionada, eu trouxe algo para você. Lembre-me de você nas férias assim que vi esse livro. ─ Remus pegou o livro em cima da bancada marrom e estendeu para ela. ─ Um amigo muito especial me deu esse livro quando estudamos juntos, e acho que está na hora de repassá-lo. ─ A entregou com um sorriso no rosto. ─ É perfeito para senhorita.

─ Mas seu amigo não irá ficar chateado? ─ Perguntou ela. ─ Deve ser muito especial.

─ É sim, muito especial. ─ Suspirou. ─ Mas, se ele estivesse aqui, entenderia o porquê estou fazendo isso. ─ Comentou. Dava-se para notar a feição pensativa de Remus, como se caçasse aquela lembrança. ─ Vocês se dariam muito bem por sinal. ─ Ele pôs a mão sob o ombro da garota, com um sorriso gentil no rosto. ─ Enfim, ele agora é seu! Cuide com carinho.

Delta agradeceu ao professor, feliz com aquele ato inesperado dele. Por mais que soubessem do carinho e jeito bondoso de ser do homem, foi surpreendente e até bom receber aquele tipo de afeto. Delta nunca teve ninguém além de Robin em seu orfanato, era sua única família e mesmo assim as duas pareciam valer por mais de mil familiares.

O orfanato onde as duas moraram por anos não teria sido algo que as pessoas imaginariam para crianças já abandonadas, onde a sobrevivência prevalecia em meio a regras rígidas e muitas vezes injustas. E, por mais ruim que parecesse, as duas tiveram uma a outra e nunca perderam esse fio de esperança ─ Robin muito mais do que Delta. Enfim, foi uma infância de muitos baixos, e os altos de sua adolescência em Hogwarts estavam lhe fornecendo memórias inesquecíveis. Por mais simples que pudessem ser.

─ Ah, senhorita Deshayes! ─ Remus os chamou novamente, fazendo com que os dois se virassem na hora. ─ Aquelas aulas particulares que eu comentei que daria para você, estão de pé.

─ Sério? ─ Perguntou animada.

─ É claro que sim! ─ Confirmou. ─ Amanhã antes de sua primeira aula que combinar o horário que iremos começar as lições. Que serão todos os dias. ─ Disse com o mesmo sorriso no rosto ao notar a reação dela. ─ Como eu sei que está pronta e tenho uma leve desconfiança de que possa utilizá-lo mais rápido do que imagino. ─ Lupin tinha um mau pressentimento. ─ Quando lhe ensinei Expecto Patronum, a senhorita aprendeu muito rápido. Um talento nate!

Em um movimento inesperado, Delta foi até Remus e lhe deu um abraço apertado e agradecido. Cedrico não costumava ver ela fazer tanto aquilo se não fosse com Robin, e sim que era mais de falar e agradecer verbalmente. Porém, de um tempo para cá, seus amigos e novas experiências durante esses três anos passados a fizeram mudar um pouco isso. Sua forma única e emocionante de agir sempre foi um destaque, mas agora eram novas experiências sentimentais.

─ Ai esquentadinha, nós vamos ou não... ─ Malfoy entrou de volta na sala, e arqueou a sobrancelha ao ver Remus e Delta abraçados. ─ Porquê você tá abraçando ele? ─ Perguntou confuso. ─ Isso é esquisito.

─ Vai a merda.

─ Senhor Malfoy, acho melhor o senhor saber usar as palavras melhor, não acha? ─ Lupin cruzou os braços para o garoto, que o olhava com desdém. Não estava sendo grosseiro, apenas o alertando. Evitando mandá-lo ir para aquele canto que vocês bem sabem. ─ Ela estava apenas me agradecendo pelas aulas particulares que irei dar a ela. Deveria fazer o mesmo.

─ Está dizendo que eu sou ruim em algo por acaso? ─ Draco estreitou os olhos para ele, falando firme e como se estivesse abismado com o que ele havia falado. ─ Porque é exatamente isso que está parecendo!

─ Não, estou apenas lhe orientando, pois sabe como o seu pai é. ─ Remus cruzou os braços olhando fixamente para o mais novo. Não estava com muita paciência para as ladainhas de Malfoy. ─ São apenas orientações. Saiba que nem sempre as coisas serão assim, senhor Malfoy.

─ Não pedi sua opinião. ─ Retrucou o platinado.

─ Deixa de ser insuportável! ─ Disse Delta.

─ Então você está de detenção. ─ Remus sorriu de orelha a orelha. Definitivamente, senti-me mais leve ao fazer aquilo. Ele não acataria o desrespeito. Nenhum de seus alunos, ao não ser uma parte da Sonserina que ainda costumava ouvir Draco, o desrespeitava. ─ Gostou? ─ ─ Bom, querida, espero que goste do livro. ─ Ele sorriu para ela.

─ Obrigado novamente, professor.

─ Vamos logo, temos aula! ─ Draco pôs a mão no braço da garota e a puxou em direção a saída da sala.

Remus e Cedrico se olharam vendo aquela cena, pois os dois sabiam que em uma raridade, Draco teria a chamado pelo nome e a queria abertamente por perto na aula.

─ Cuide dela... E dele. ─ Alertou Diggory. ─ Pelo que parece, ele gosta da companhia dela.

─ Pode deixar professor, obrigado.

Lupin estava tão curioso quanto Cedrico pra saber o que diabos Malfoy queria tanto com Delta, pois para eles, normal não poderia ser aquela parceira.

Indo em direção às masmorras para ter aula de poções com o professor Snape, Draco parecia estar mais calmo do que quando entrou afobado na sala de feitiços. Deshayes olhou para ele com confusão, querendo saber o porquê tanto dele querer que eles fossem para a aula de poções juntos.

─ Bom, você vai me contar porque me arrastou até aqui como se fossemos melhores amigas, daquelas que comem sorvete e trançam os cabelos umas das outras? ─ Perguntou tentando acompanhar os passos rápidos do garoto. ─ Você nunca quer assistir aulas, fazer trabalhos ou qualquer outra coisa que signifique fazer algo certo.

─ Por nada.

─ Como é?

─ Eu já disse, por n-a-d-a! ─ Disse de forma grosseira.

Delta o parou no meio do corredor para que conversassem melhor.

─ Me conta logo que merda você está aprontando, ou eu quebro de novo o seu nariz! ─ O empurrou contra a parede, brava com o tom que ele havia se dirigido a ela. ─ Você me arrasta daquela forma por nada então? ─ Perguntou. ─ Você acha que eu sou idiota por acaso?

─ Eu só quis ir pra aula com você, algum problema? ─ Perguntou fechando os olhos ao achar que Delta daria outro soco na cara dele. ─ Vai sempre ameaçar me matar?

Todas as vezes que Delta ficava brava com ele e fazia menção a dar outro soco na cara dele, ou até mesmo fazer algum feitiço com sua varinha, o garoto que pregava pelas e irritava qualquer um que ele odiasse, parecia ter um medo extremo. Se existiam duas pessoas que ele se cagava de medo em Hogwarts, eram Delta Deshayes e Hermione Granger.

─ Você não gosta de ir às aulas e só anda com as baratas tontas do Blásio e Goyle, então está mentindo! ─ Falou no mesmo tom que ele. ─ Não sou burra.

─ Porquê diabos estamos brigando só porque eu quis vir pra aula com você?

─ Porquê você não quer me dizer a verdade!

─ Hmmm, o Draco quis vir pra aula com a Delta! ─ Um dos membros da sonserina e melhor amigo de Draco, Blásio Zabini, passou sorrindo junto a alguns amigos.

─ Vão para o inferno! ─Delta e Draco disseram uníssono.

A Deshayes encarou o platinado por alguns segundos e se afastou mais um pouco dele. Aquela briga estranha e sem sentido teria começado como algo simples de querer ir para um aula um com o outro, algo inesperado, mas que ao ver de quem conhecia os dois, parecia algo muito bom.

─ O que vocês dois estão fazendo? ─ Snape apareceu na porta da sala ao escutar um burburinho que citava o nome dos dois. ─ Sabem que esse tipo de comportamento é inadmissível!

─ Mas nós não...

Severus interrompeu a garota.

─ Não me interessa. Não quero saber dessa pouca vergonha! ─ Falou firme e sério olhando no fundo dos olhos deles. ─ Passem agora os dois para dentro da sala, ou receberão as devidas consequências.

DEPOIS DO FIM DAS AULAS, Delta e Draco estavam passando o tempo na sua sala comunal até dar a hora dos alunos irem dormir e eles poderem sair escondidos. Robin e Cedrico que também estavam na sua sala comunal, pelo contrário dos dois sonserinos, eles se encontravam nervosos e com medo de quem alguém os pegasse no flagra. Não que fosse sua primeira vez a fazer algo parecido, já que Delta acabava fazendo com que os dois se meteram nessa com ela.

Deshayes ou ver que todos estavam indo dormir, olhou para Malfoy que a encarava do outro lado da sala, esperando o sinal para que os dois pudessem ir. Assim que todos saíram da sala, ela e Draco giraram a varinha e disseram Disillusionment Charm na mesma hora, os tornando praticamente um camaleão e quase invisíveis aos olhos dos outros.

Já próximos à floresta proibida, os dois sonserinos encontraram seus amigos lufanos, agasalhados e com olhos atentos para qualquer barulho que acontecesse. Era inegável que eles estavam com medo, assim como Draco que engoliu seco quando olhou mais de perto o que eles iriam enfrentar.

A floresta proibida, também conhecida apenas como "a floresta", ou "floresta negra" por alguns ─ um termo racista ─ é proibida para os alunos devido aos animais e criaturas perigosas para os estudantes, sendo permitida entrar apenas acompanhado de um professor nas aulas de Trato das Criaturas Mágicas. Caso o aluno fosse pego dentro da floresta, ficaria em detenção ou então dependendo do tempo que fique lá poderá ser declarado desaparecido ou morto.

─ Temos mesmo que entrar? ─ Perguntou Draco.

─ Por acaso está com medo, barata tonta? ─ Delta riu.

─ Devo concordar com o Draco. ─ Robin olhou para ela com uma feição preocupada. ─ Já é perigoso de manhã, quanto mais à noite.

─ Porque não falamos com um dos professores e dizemos o que aconteceu? ─ Aconselhou Diggory, nervoso. ─ Não sabemos quem está por trás disso. Pode ser o próprio Você-Sabe-Quem.

─ Não quero obrigar nenhum de vocês a irem. Vocês podem ficar aqui e me esperar. ─ Delta disse sincera. Entendia se eles não quisessem ir e nem os obrigaria a isso. ─ Mas eu preciso desse livro. É a única lembrança que eu tenho além do meu colar.

─ Não pode ir sozinha! ─ Robin negou. ─ É muito perigoso.

─ Se achar um lobisomem, mata ele e trás a cabeça para mim? ─ Pediu Draco, mostrando nenhum interesse em fazer o mesmo que Robin ou Cedrico faziam.

─ Da próxima vez eu trago o Fred e o George ao invés de você, seu molenga.

Draco e Filch acreditavam fielmente que os lobisomens viviam ali, mas que para Delta e seus amigos era difícil de acreditar, pois na maior parte do tempo os lobisomens vivem como seres humanos normais. O platinado se sentiu ofendido com o que para ele era desacato ao comparar com alguém da grifinória.

─ Eu vou com você então. ─ Disse Cedrico.

Delta pegou sua varinha que ficava presa dentro de sua bota preta e a manteve em mão, enquanto tomava a frente e entrava pela floresta. Cedrico respirou fundo e a seguiu logo mais, assim como Robin e por fim, lutando contra entrar na floresta só pra te ajudar, Malfoy.

Úmida, densa, escura e ameaçadora, era possível entender porquê a floresta tinha os sobrenomes de "proibida". Suas árvores são grandes e antigas, com troncos musgosos, retorcidos, largos ou compridos. As copas densas bloqueiam a luz do sol ou da lua, tanto que em certos lugares é impossível enxergar algo. Apesar do silêncio e perigoso, o barulho da água do riacho que pode guiar que está perdido e os passos das criaturas, acabam com qualquer calmaria e a paranóia toma conta de sua mente.

─ Porquê veio? ─ Perguntou Delta a Cedrico. ─ Você estava se cagando de medo.

─ "Quando nos importamos com alguém, damos conselhos para que ela não se perca". ─ Citou as palavras de Remus Lupin. ─ Não que eu não acredite em você conseguiria, mas achei melhor verificar eu mesmo.

─ Ou seja, você não consegue desgrudar de mim, chiclete. ─ Ela soltou uma risada.

─ Válido também. ─ Lhe deu uma piscadela. ─ Agora, eu tenho uma pergunta... ─ Ele a olhou atentamente para saber qual seria sua resposta. ─ Eu fiquei sabendo que alguém jogou os fogos filibusteiro no caldeirão do Goyle e bem no meio da aula do Snape. Bom, você estava....

Delta o interrompeu.

─ É óbvio que fui eu. ─ Disse como se fosse algo óbvio e normal de se fazer. ─ Bom, eu precisava pegar algo no armário partícula do Snape e os gêmeos ajudaram. ─ A risada baixa e animada da garota mostrava o quão era divertido para ela fazer aquilo. ─ Foi hilário como ele ficou atordoado e com raiva, e eu nem peguei detenção, já que ele não fazia idéia de quem tinha sido.

─ Você não acha que deveria maneirar nisso? ─ Aconselhou a amiga. ─ Sabe, se não você vai acabar sendo expulsa.

─ Não precisa se preocupar, Digg, eu tenho tudo sob controle.

Delta lhe devolveu a piscada e seguiu em silêncio pelo resto do caminho até chegar no rio. Um barulho de passos fez com que os quatro pararam bem na beirada do rio e observassem ao redor para tentar ver quem era que estava ali, mas nada além daquele barulho parecia ser real. O resto parecia ser tudo imaginação de suas cabeças, que aos poucos deixava a paranoia de que a qualquer momento algo iria aparecer e os atacar.

Uma batida forte veio do outro lado do leito do riacho, o que consequentemente fez com que os quatro amigos tirassem suas varinhas e apontassem naquela direção. Quanto mais os segundos passavam, aquele barulho se aproximava, trazendo medo, receio e curiosidade tudo ao mesmo tempo.

─ O que fazemos caso se aproxime? ─ Perguntou Malfoy assustado, falando um pouco alto. ─ Qual feitiço usamos?

─ Primeiro você fala baixo, idiota. ─ Sussurrou Delta, com raiva. ─ Ai você vê o que é e depois pensa no feitiço. ─ Revirou os olhos. ─ Sua cabeça por acaso é de vento?

─ Que tal vocês dois deixarem para brigar depois? ─ Robin deu um mini sorriso de alerta, como se pedisse educadamente aos dois que calassem a boca.

─ Talvez alguém tenha nos seguido. ─ Sussurrou de volta para Delta. ─ Dementadores, comensais da morte.... ─ Imaginou. ─ Você falou o nome de Você-Sabe-Quem de novo, talvez eles estavam esperando uma oportunidade para vir atrás de nós.

─ Ou talvez aquele bilhete tenha sido uma armadilha. ─ Robin cogitou.

─ Não foi. ─ Delta afirmou com muita certeza.

─ Se for um hipogrifo, eu quero a cabeça dele. ─ Disse Draco.

Delta puxou Draco pelo colarinho de sua blusa preta e o balançou como um aviso.

─ Faz isso pra ver se eu não enterro você vivo!

─ Como você sabe? ─ Perguntou Cedrico, fazendo com que a Deshayes soltasse o platinado no chão.

─ Sirius Black.

Delta pegou o livro que Remus Lupin havia lhe dado de presente e comparou a letra das anotações de Sirius, com a mesma letra do bilhete. Nenhum deles teria conhecido aquele homem em carne e osso, apenas ouviram histórias do porquê ele havia parado na prisão. Pelo contrário de muitos, pelas histórias que lhe contavam sobre ele, Deshayes não parecia estar muito convincente de que o Black realmente teria feito tal mal para seus melhores amigos, ou até mesmo ficar do lado das trevas.

❾¾ · distant past : ✉ ¸

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