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26 - Bequadro

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Duda chegou à galeria mais cedo. Estava com medo, pois tinha que explicar ao dono do local as faltas consecutivas. Ela chegara a pensar que não teria forças para trabalhar, porém algo mudara durante a noite.

Lembrava-se de ter acordado com fome. Sonolenta, fora até a cozinha com uma vaga lembrança de que havia alguma pizza por ali. A fome era um sinal de que a crise estava se dissipando. Ela dera uma mordida na mistura gelada de massa, queijo e tomate, então vira Rick estirado em seu sofá. O peito desnudo, o jeans desabotoado e a boca aberta num ressonar compassado despertara nela outro tipo de fome. Ela soltara a fatia de pizza sobre a pia e o atacara. Simples assim. Ela montara em cima dele e o rendera em toda a sua lascívia.

De onde tinha saído aquela doida?

Era o feitiço dele. O bruxo com o dom de curar através de frequências sonoras tinha atacado novamente com aquele violão melancólico, convertendo sua tristeza em esperança. Ele havia se mostrado tão doce, tão carinhoso e cuidadoso, e não tinha ido embora quando a coisa apertou ou quando ela o expulsou. Ela estava definitivamente enfeitiçada por ele.

E que fossem para o inferno todas as loiras gostosas ladras de beijos. Naquela manhã, Duda marcara Rick como seu, simples assim.

Agora, o Sr. Jorge, proprietário da loja de discos, a aguardava com um semblante sério. Ela estava apreensiva, quase triste por pressupor o fim da conversa.

***

Rick percebeu que estava há tempo demais sob a água do chuveiro quando notou as pontas enrugadas dos dedos. Ainda estava em transe por conta da manhã atípica. Depois daquele arroubo no sofá em que Duda o deixara completamente atordoado e depois fora tomar banho, ele concluiu que a crise tinha passado, então ligou para Alex. Quando ela saiu para trabalhar, ele voltou para a própria casa.

Que doideira tinha sido aquele fim de semana. Ele sentia a alma solta e o corpo exausto, como se um não pertencesse ao outro. Tinha tantas coisas para resolver nessa terça-feira que já se sentia cansado e saudoso, pois não veria mais Duda, infelizmente não haveria tempo hábil para isso.

Já trocado, separou o equipamento com o pensamento nela. Já sabia o que sentia e o que queria, todavia ela seguia trancada, ainda que sempre o surpreendesse ao tomar a iniciativa e começar as coisas nos momentos mais inusitados. Essa relação o assustava muito mais do que queria admitir. Ele se via suspenso, como um balão que flutuava aguardando que ela o puxasse pelo cordão ou simplesmente o soltasse e o deixasse desaparecer, sem escolha.

Talvez ele precisasse de mais iniciativa, talvez não precisasse ter tanto medo de deixar claro o que realmente queria. Com isso em mente, deixou o prédio e enfrentou a manhã chuvosa e engarrafada da terça-feira paulistana.

***

Duda chegou em casa faminta e resolveu requentar os dois pedaços de pizza que sobraram. Estava inquieta com a conversa que tivera com o Sr. Jorge. De qualquer forma, ela não podia abrir mão do trabalho agora, as contas não davam trégua e já tinha passado da hora de tomar uma atitude em relação a melhorar um pouco a própria qualidade de vida, adquirir algum item novo para casa, fazer um curso... Precisava parar de empurrar a vida com a barriga, afinal, já era uma mulher adulta e tinha que deixar de esperar pela próxima tragédia. Enquanto degustava uma fatia de pizza, pegou o celular, fez uma ligação e pôs no viva-voz.

— Alô? Duda? — a voz do outro lado da linha pareceu surpresa.

— E aí, tudo bem? — ela perguntou com a boca cheia.

— Tudo bem... Aconteceu alguma coisa? Você tá bem?

— Precisa acontecer alguma coisa para eu te ligar?

Um silêncio se fez, até que Rick respondeu do outro lado:

— Não... Claro que não. Como foi seu dia?

Ela sorriu. Que gostoso era isso. Nunca teve o hábito de fazer as coisas só por fazer.

— Foi... diferente. Não perdi meu emprego, mas eu tive que fazer um acordo com meu patrão.

— O que ele te propôs?

— Eu posso continuar a trabalhar lá, desde que faça terapia.

Mais um tempo de silêncio, e então ele se manifestou:

— Como você se sente sobre isso?

— Não sei... já passei por isso antes, não deu muito certo das outras vezes.

— Talvez você não estivesse pronta ou não tivesse o apoio necessário.

Ela pensou nisso por um tempo. Era provável que ele estivesse certo. Se ela não passasse tanto tempo sentindo pena de si mesma ou correndo atrás de Alex pelos becos da cidade, teria se concentrado em melhorar. Agora o amigo parecia ter encontrado um rumo na vida, e ela se sentia livre, pela primeira vez, para dar esse passo.

— Pode ser... E o seu dia, como foi?

— Corrido. Ainda tô no estúdio.

— Tô te atrapalhando?

— Não. Tô esperando o técnico conferir as trilhas.

— O que você tá gravando?

— Uma linha de baixo para uma banda de blues.

— Legal! Como você consegue esses trabalhos?

— Eu conheço muita gente nesse meio, quando souberam que eu estava de volta ao país, começaram a entrar em contato.

— Parece tão fácil pra você...

— Posso arrumar algo pra você, se você quiser. — Ela não respondeu. Rick, do outro lado, sabendo que tocara no tema sensível, mudou bruscamente de assunto — passei o dia pensando em você...

Ela sorriu, aliviada pela mudança e aquecida pela sensação causada pelas palavras.

— Eu também. Já tô com saudades.

— Quer que eu passe aí?

Ah, como ela queria...

— Querer eu até quero, mas Júlio me deu a noite de folga, e eu acho melhor aproveitar pra arrumar algumas coisas por aqui. Tenho roupas pra lavar e preciso limpar o apartamento.

— Quer ajuda?

— Não... eu tenho vergonha! — ela respondeu, rindo.

— Eu também lavo roupas.

— Duvido! Aposto que você é daqueles que leva a roupa para essas lavanderias chiques.

— Não exatamente, mas levo até a lavanderia aqui do prédio.

— Ah, sim. Claro que o prédio tem lavanderia...

— Como estão seus dedos? Vai conseguir fazer as coisas de boa?

Ela olhou para os dedos cobertos por band-aids, surpresa por ele perguntar. Ele era sempre tão atencioso...

— Eu vou ficar bem.

Um silêncio constrangedor se prolongou, e ela percebeu que precisava desligar, por mais que quisesse passar a noite conversando com aquela voz grave e rouca de veludo.

— Eu preciso voltar para a gravação... — ele finalmente se pronunciou.

— Beleza. A gente se fala depois.

— Foi muito bom falar com você, minha fada.

— Foi bom falar com você também, meu bruxo.

— Te amo. Tchau.

— Tchau.

Ela ficou olhando para o aparelho, comovida. Mais cedo, ela pensara que ele tivesse dito aquelas palavras porque estava sob o torpor do sexo, mas pelo jeito não.

Ela notou como se sentia tranquila depois de conversar com ele e como essa breve troca de palavras a enchera de ânimo. Renovada, começou a separar as roupas para lavar. Algo novo estava surgindo em seu peito, e ela estava louca para saber onde isso poderia levá-la.

***

Seus truques e confusões se espalham pelos pêlos, boca e cabelo

Peitos e poses e apelos me agarram pelas pernas

Certas mulheres como você me levam sempre onde querem"

(Garotos - Leoni, Capital Inicial)

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