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18 - Appassionato


Atenção. O trecho a seguir contém descrição de cenas de sexo. Se o conteúdo te constrange ou incomoda de alguma maneira, sinta-se à vontade para pular ao capítulo posterior. A leitura ou não do presente capítulo não interfere na compreensão da história.

***

Appassionato(ital.): significa "apaixonado" em italiano e é usado para indicar que a música deve ser tocada com grande emoção e fervor.


Duda sentiu o peito inflar e quase explodir com o toque da boca quente sobre a sua. Rick a puxava contra si, estreitando o contato e aprofundando ainda mais o beijo como se quisesse que ambos ocupassem o mesmo espaço. A língua avançou, faminta, e o contato da barba macia em seu rosto a fez soltar um gemido ansioso.

Rendida, foi se inclinando sobre o sofá enquanto as mãos quentes em sua nuca eram como cera líquida escorrendo e distribuindo calor até a base do seu ventre. Sua pele era como gelatina, trêmula e sensível a cada toque. No peito, um coração ensandecido fazia ribombar o sangue em seus ouvidos, ensurdecendo-a para todo o resto.

Ele abandonou os lábios e usou a língua para criar uma trilha úmida que ia da orelha até a base do seu pescoço. Era como se ele estivesse degustando uma iguaria, como se precisasse criar uma memória gustativa de cada pedaço da pele translúcida. Ela fechou os olhos e se entregou, estremecendo cada vez que ele a tocava com a ponta da língua e ansiando o momento em que a boca ardente alcançaria outros lugares.

À medida que ele capturava sua reação, os toques ficavam mais enérgicos e o desejo se tornava mais evidente. Segurando-a pela cintura, puxou seu cropped pela cabeça, sem culpa e com pressa. Ela arfou quando ele tocou um dos seios por cima da renda e quase implorou para que ele arrancasse tudo de uma vez, pois sentia que, se demorasse muito, algo muito ruim poderia acontecer para privá-la desse momento.

Ela não sobreviveria se isso acontecesse agora.

Ele removeu a própria camiseta pela cabeça com um único gesto e deixou à mostra, além da corrente e do cordão que pendiam travessamente em sua direção, várias outras tatuagens que lhe escureciam o torso. Ela sentiu o ventre contrair enquanto acompanhava a trilha de pelos que desciam do umbigo até a braguilha e, ansiosa, espalmou o abdômen chapado. Sua boca secou quando sua mão escorregou pela leve camada de umidade do corpo firme e másculo. Quando aplicou pressão sobre os gomos do abdômen e deslizou os dedos em direção ao fecho da calça jeans que ele usava, arrancou um gemido e teve os pulsos capturados pelas mãos tórridas.

Enquanto a continha num aperto leve, Rick se deleitou na pele cremosa, na boca convidativa e nos cabelos espalhados como fogo em torno do rosto rosado; a visão causou uma pontada em seu coração. Impaciente, aproximou o rosto do dela. Os lábios respiravam o hálito um do outro enquanto os olhos se conectavam de forma profunda e ardente. Prata e ouro se misturavam, e quando a pupila dourada se dilatou como a de um felino, ela arfou.

— Você sabe o que eu quero agora, não sabe? — ele fez a pergunta com uma voz arenosa, inclinando levemente a cabeça como quem buscava na mente algum resquício de autocontrole caso ela mudasse de ideia.

— O que tá esperando? — ela retrucou, ousada.

Ele a puxou pela mão e a conduziu escada acima até o mezanino, onde uma cama king size ocupava a maior parte do espaço. Ela ainda não tinha acessado aquela área do flat e se ver no espaço privado e íntimo dele a fez ter uma consciência muito mais forte do que estava prestes a acontecer. Sentiu o coração bater ainda mais rápido, como se isso fosse possível. A sensação chegava a doer.

Rick a empurrou em direção à cama fazendo-a se sentar na borda, então apoiou o joelho no colchão ao lado do quadril arredondado e capturou novamente os lábios de maneira quase rude, inclinando-a sobre os travesseiros. Ela arfou e o envolveu com os braços, pressionando os seios cobertos de renda contra o seu peito nu. Ele finalmente alcançou o fecho do sutiã, libertou os seios e afundou o rosto entre as mamas, aspirando o aroma de pêssegos e mulher que ela exalava.

— Duda... você é deliciosa...

Ele se afastou por um instante e contornou o corpo sinuoso com as mãos. Com a ponta dos dedos, fez o caminho a partir da clavícula, desceu pelo busto, acariciou o bico dos seios e trilhou pelo ventre delicado até o fecho da calça, então abriu o zíper.

— Você é tão perfeita...

De uma vez, ele puxou a peça junto com a calcinha, mas se esqueceu que ela ainda estava de tênis. Ela riu quando ele se atrapalhou tentando tirar tudo de uma vez, e isso o fez rir também.

— Tá com pressa? — ela brincou.

— Mas que droga! — Rindo, ele puxou a calça com tênis e tudo, jogou aos pés da cama e finalmente pôde vê-la completamente nua. Devorou com os olhos os seios perfeitos, redondos e fartos, a cintura fina e delicada, a curva luxuriosa do quadril e as pernas torneadas. Ela era toda suavidade e sensualidade, algodão e fogo, como se esses dois elementos pudessem coexistir. Um poço de lava líquida se abriu em seu ventre, queimando-o e aquecendo-o das partes baixas até o peito, trazendo de volta o aperto na garganta. Ele respirou fundo para acalmar a emoção.

— Você é tão linda...

Ele removeu o restante das próprias roupas e Duda sentiu o corpo todo respondendo à visão da carne dourada totalmente nua, os braços fortes e tatuados, o peitoral definido, as pernas musculosas cobertas de pelos e a generosa virilidade apontando despudoradamente em sua direção.

Ele se deixou inspecionar por um instante, então finalmente escalou o corpo feminino e se deitou sobre ela e no meio dela, e quando o fez, ela puxou o elástico que prendia os cabelos escuros, soltando-os e deslizando os fios grossos e macios por entre os dedos. A sedosidade e o aroma a surpreenderam, um toque tão cobiçado em todas as vezes em que estiveram próximos ou quando ela os via soltos no palco. Deliciada, fechou as mãos e aplicou pressão ao couro cabeludo puxando a cabeça para si, então lhe lambeu os lábios depois o empurrou em direção ao busto.

Ele colou os lábios num dos seios de bicos rosados e circundou a auréola com a língua, fazendo-a ofegar, depois fechou a boca e sugou o bico, a pele, o vão entre os peitos e desceu com a língua numa trilha incandescente até o umbigo, brincando com o piercing por muito mais tempo do que ela gostaria. Ela arqueou o corpo e empurrou a cabeça dele com força mais para baixo, abrindo as pernas na expectativa de recebê-lo.

— Calma, minha fada. Eu tô quase lá... — ele murmurou com a voz maliciosa sem separar os lábios da pele delicada que, ao sentir o hálito quente na virilha, implorou com resmungos sem sentido.

— Caramba, Rick... Só vem!

Rindo, ele a tocou com a língua e percebeu o próprio corpo pulsar quase sem controle quando a sentiu na essência. Ele circulou a língua pela fenda, afundou e sugou o néctar feminino como o segundo prato da refeição, degustando e memorizando o aroma, o calor, a textura e o som que ela emitia enquanto atingia o primeiro orgasmo. Ela prendeu sua cabeça entre as coxas por alguns segundos e então soltou o corpo, amolecida pelo espasmo de prazer.

Ele se esticou sobre ela e pegou um preservativo na gaveta do criado mudo. Ela o segurou pelo pulso e se inclinou, empurrando-o para trás.

— Ainda não, bruxinho...

Ele achou o apelido curioso e pensou em perguntar o que significava; porém, quando ela o abocanhou intimamente, ele não pensou em mais nada. Com um gemido alto, ele agarrou um punhado dos cabelos vermelhos enquanto a outra mão acompanhava o movimento da cabeça que subia e descia sobre si. A lava líquida começou a borbulhar com maior ferocidade. Ele sentiu a pressão na virilha espiralar pelo ventre, bater no peito e voltar com tudo lá para baixo onde trabalhavam os lábios dela, a ansiedade pungente, crescente...

— Espera... Duda... Espera! — Ele se retirou dela rapidamente.

Não queria parar agora. Não mesmo! Ele queria o prato principal, e queria comer pra caralho! Ansioso, colocou o preservativo e a deitou no colchão, posicionando o falo entre as pernas torneadas e lânguidas, torturando-a com a expectativa e aproveitando o momento para controlar o fluxo de sangue que o açoitava abaixo da cintura.

Ele espalmou as duas mãos delicadas acima da cabeça e contra o colchão, entrelaçou os dedos e segurou firmemente enquanto se afogava nas íris, agora azuladas. Ela respirava com dificuldade. Ele respirava rápido demais.

— O que você quer? — Ele lambeu os lábios dela, que estremeceu quando sentiu o próprio aroma na barba macia.

— Eu quero que você me foda... muito! — ela sussurrou, então ele a penetrou numa lentidão torturante.

Ela quase gritou de prazer. Ele gemeu e enterrou a cabeça no ombro dela, tentando a todo custo controlar ânsia para ir mais devagar. Não queria agir conforme a força do desejo que sentia pois, se assim fosse, ele já estaria estocando com toda a energia, mordendo a pele alva e apertando-a contra o colchão de modo desvairado. Ele precisava se lembrar de que não era um animal, por mais que se sentisse um agora.

De fato, ele não queria machucá-la. Já tinha notado que a pele delicada ficava avermelhada só de segurá-la com mais força. Num rápido olhar, pôde vislumbrar as cicatrizes espalhadas pelo corpo esguio e alvo, e ele não queria ser o próximo a feri-la. Ele queria que ela se esquecesse de tudo o que sofrera e que sentisse a doçura que nunca sentira, a suavidade que sempre precisara e o amor que sempre merecera.

Amor... Ele imaginou, por um pouco de tempo, que talvez fosse isso o que apertava seu peito, magoava sua garganta e ameaçava molhar seus olhos. Contudo, não queria pensar demais, apenas controlar e sentir, então começou a se mover cadenciadamente, absorvendo cada gemido que ela dava enquanto o sentia dentro de si. As unhas cravadas em seu pescoço o puxavam pelos cabelos a ponto de fazer o couro cabeludo doer, mas ele não se importou, continuou investindo cada vez mais rápido.

Uma leve camada de suor cobria os corpos e os ventres se colavam a cada vaivém, até que ele não pôde mais suportar, não conseguiu mais controlar e se rendeu dentro dela, levando-a consigo numa explosão branca e morna de prazer.

Eles permanecem abraçados, ele sobre e dentro dela, ela sob e em torno dele, ambos arfantes e suados aguardando até que as batidas dos corações voltassem ao normal.

Ela sentiu que ele derramara sobre ela um elixir curativo; ele sentiu que ela o capturara numa gaiola inquebrável, então assumiu, enfim, que estava completamente apaixonado por ela. A lágrima teimosa que se rebelara o dia todo em seu interior finalmente escapou e se alojou na curva do seu nariz.

Duda fechou os olhos pois não podia o encarar ainda. Queria sustentar o sonho por mais alguns instantes antes que tudo evaporasse. O corpo lânguido de prazer ainda vibrava em alguns pontos. Ela poderia fazer tudo outra vez, e de novo, e de um jeito diferente, então passou a língua no pescoço dele e sentiu o sabor salgado da pele suada. Ele gemeu e sussurrou em seu ouvido:

— Sobremesa?

***

E depois que tudo acabar,

você sobreviverá

Talvez no fundo do mar,

ou quem sabe até no ar

Transmutada em música..."

(Pra Alegrar Coração de Moça - Ivan Lins, Salgado Maranhão)


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