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Capítulo 2: A gosma pútrida

"Leonardo, filho meu. Como é bom ter você de novo em casa", era o que ouvia de minha mãe enquanto me abraçava ternamente. Meu pai apenas me observava com uma preservada distância, tentando fazer um papel másculo e desapegado enquanto escapava um pequeno sorriso pelo canto dos lábios, denunciando seu verdadeiro estado de espírito e o orgulho que sentia em seu coração.

Minha irmã mais nova de apenas nove anos dava pequenos saltos no ar e brincava com o cachorro numa espécie de dança desajeitada, "o Leonardo voltou, o Leonardo voltou" repetia diversas vezes num ritmo cadenciado e cativante que trazia ainda mais alegria ao ambiente familiar, podia sentir o cheiro da feijoada que minha mãe deixou cozinhando para comemorar a minha chegada. Não havia dúvidas ou incertezas naquele momento afetuoso, estava finalmente em casa.

Isso pelo menos até acordar e perceber que estava de volta ao meu alojamento na base petrolífera. Lembrava pouca coisa além dos experimentos que havia feito até o momento, minha cabeça doía e pulsava como se estivesse com a pior ressaca da minha vida. Não sabia se apaguei por minutos ou por dias, e ninguém se importava em responder minhas perguntas. Para complicar minha situação, o mesmo médico que estava de plantão quando desmaiei era o que agora estava me tratando, então posso ter apagado por segundos ou dias. Mas no final pouco importa.

Agora acordado, tento refletir sobre o sonho que tive. Eu tinha de fato uma irmã mais nova? Eu estava a completar vinte e três anos, poucos pais esperariam uma margem maior de doze anos para ter outro filho, não que seja impossível. E ao falar deles, notei que não consegui ver seus rostos durante o sonho. Minha cabeça estava sempre abaixada e em seus rostos parecia uma densa neblina que desfocava minha visão, não conseguia lembrar de meus pais, sequer sabia se ambos estavam vivos ou juntos até hoje, e não tenho certeza sequer se gosto de feijoada.

— Senhor Carvalho, decidimos mudar os seus aposentos para algo que traga avanços aos nossos estudos e pesquisa. O seu quarto não será mais este, portanto me acompanhe por gentileza, sim?

Apesar dos termos respeitosos e generosos de sua fala, sua pronúncia e ênfase soavam quase que robóticos, a discrepância do seu linguajar com seu jeito mais se assemelhava a uma máquina que foi programada para tentar mostrar algum tipo de afeto do que uma tentativa honesta de estabelecer uma conexão. Porém ainda não conseguia resistir a uma ordem sequer que era dado pela doutora.

Eu havia sentido melhorias na fisiologia de meu corpo desde o primeiro soro experimental, e havia relatado quase todas as melhorias aos pesquisadores. Porém recentemente senti um aprimoramento de meus sentidos muito maior do que apenas uma visão aguçada, podia sentir novos aromas e gostos que meu antigo paladar nem sonhava em imaginar.

Os odores eram minha única escapatória dos laboratórios e treinos monocromáticos que habitava, então me dediquei com certo interesse a ele. Reparei por exemplo que a doutora principal que conduzia todos os experimentos, usava uma fragrância próxima as flores conhecidas como "dama-da-noite", com um aroma doce e penetrante que a mim lembrava a noite e a morte.

Como não me era permitido saber o nome dela, passei a chamá-la de Dama da Noite, e fiz o mesmo com os outros três doutores que me cuidavam. A mais asseada e organizada usava uma fragrância de lavanda, que logo associei a seu nome. Uma outra, mais simpática, usava um creme fortíssimo a base de frutas. Por fim, o doutor mais descuidado não usava perfume algum, mas podia sentir o cheiro de fritura exalando de seu corpo. Podia senti-lo metros antes de se aproximar.

Ao melhorar meu paladar, Notei no ensopado que me alimentam todos os dias que consistiam basicamente de carnes magras e tubérculos, mas às vezes podia sentir notas diversificadas as vezes picantes, outras mais ácidas, provavelmente porque o cozinheiro não lavou suas mãos enquanto preparava a comida.

Fui instalado num novo quarto que refletia uma enorme quantidade de luz, era menor em comprimento e tinha o som abafado, mas que podia ainda escutar alguma coisa que acontecia pelos corredores próximos. Se algum deles suspeitavam que minha audição melhorava, eu não estava disposto a descobrir.

Como tudo dentro do laboratório, não me explicaram o motivo da mudança, mas estava claro que era me fazer dormir menos ainda. Agora o primeiro médico que via quando acordava, era o mesmo que via antes de ir dormir, após a circulação dos outros dois pesquisadores. Seus aspectos agora pareciam mais cansados, eles estavam completamente exaustos, eu por outro lado estava cada dia mais energético.

Meus testes psicotécnicos no entanto continuavam decaindo. É incrível como tinha reflexos sobre humanos e precisão assustadora na sala de tiros, mas não lembrava o nome da minha família, nem da cidade onde eu cresci. Será que o nome que tenho, é realmente o mesmo? Minhas lembranças dele são apenas da doutora chamando por ele.

Com meus novos poderes auditivos, pude bisbilhotar melhor que tipo de experimentos estavam fazendo pelos corredores, e quanto mais prestava atenção, mais perturbado ficava. Podia jurar que ouvia rugidos e grunhidos animalescos de um dos compartimentos que não se assemelhavam a nenhum animal que conhecia, começava a questionar se os barulhos sequer eram reais.

Porém sem dúvida o mais cruel experimento eram o que faziam com as duas garotas gêmeas. Nascidas com base num experimento que vinha feito por um doutor alemão na cidade de Cândido Godoy, no Rio Grande do Sul, as duas cresceram totalmente afastadas da mãe, sem nenhum contato amoroso ou afetivo com outro ser humano.

Até mesmo sua alimentação era feita por um complexo maquinário automatizado desde seu nascimento. Quando elas entram em contato com algum doutor, eles são proibidos de se comunicar com elas. Tudo como parte para testar o que é inato no desenvolvimento humano.

Não só as duas são criadas sem nenhum apego a outra pessoa, como são usadas para analisar a resposta delas ao sofrimento. Uma desenvolvendo uma total fraqueza e inocência, enquanto a irmã se transformou numa forma animalesca e cruel, cheia de ódio e energia. Havia atacado diversos doutores enquanto ouvia ao longe seus experimentos.

— Senhor Carvalho, quero que preste atenção nas palavras que iremos mostrar nesse cartaz a você. É necessário que fale qual cor as palavras estão, e não o que elas querem dizer. As suas respostas lógicas e de atenção estão cada vez piores, portanto exijo que preste devida atenção. Você terá um limite de vinte erros apenas.

Era pra ser mais um experimento corriqueiro, ela me mostrou uma placa escrito "vermelho" em letras amarelas e eu respondi "amarelo". No começo parecia fácil, mas as placas viravam cada vez mais rápido e eu errei diversas vezes, foi quando percebi algo terrível.

Todas as vezes que errava uma palavra, uma campainha soava em outra sala e um doutor responsável arranca uma unha de uma das garotas. Podia ouvir os lamentos e gritos de sofrimento de cada uma delas quando isso ocorria, o que me colocava ainda mais pressão nas respostas, fazendo com que eu errasse cada vez mais. Transpirava freneticamente e me retorcia de desgosto quando errava.

— Atenção, senhor Carvalho. Você parece não estar focado em sua atividade. Faltam ainda doze tentativas.

Devido minha super audição eu podia sentir cada segundo de tortura que as garotas passavam. Quase me faltava ar pra continuar, mas me esforçava para não dar a entender que sabia o que estava ocorrendo na sala ao lado. Porém irremediavelmente acabei errando todas as vinte vezes. Vinte dedos que agora eram carne vívida e escorriam rios de sangue, duas garotas devastadas pela dor, e um adulto fraco demais para poder fazer qualquer coisa para ajudá-las.

Abaixei minha cabeça enquanto tentava segurar meu próprio o choro. A doutora por sua vez terminou a anotação, se levantou da cadeira e caminhou calmamente até meu lado e sussurrou de forma diabolicamente sorrateira.

— A quanto tempo o senhor desenvolveu super audição, Senhor Carvalho? Não deveria guardar segredos da gente.

Após isso, me colocaram de volta ao meu quarto sem nenhuma tarefa mais a fazer. Fiquei preso por um período indefinido de tempo, sem comer nem me exercitar. Reforçaram o isolamento sonoro do quarto e por isso, não podia ouvir nada que vinha de fora. Como não tinha a menor noção de tempo, mal sabia se fiquei dias ou apenas alguns minutos parado. Mas a sensação é que uma vida toda se passou enquanto ficava sozinho com meus pensamentos.

Sabia que estava sendo punido, sabia que tinham esse poder sobre mim, eles viviam na minha mente. Todos os planos que fazia para me rebelar pareciam não funcionar. Na verdade o próprio ato de pensar machucava minha mente. Tentei me distrair fazendo alguns exercícios, o quarto era pequeno demais para correr, então fiz inúmeras flexões e abdominais. Havia perdido a conta umas quatro vezes na casa dos mil e duzentos.

Estava a ponto de enlouquecer quando a "Dama da Noite" voltou com o doutor que cheirava a fritura. O sorriso diabólico estava mais uma vez estampado em sua face, e logo soube que seria punido pela minha confidência.

— Espero que esse tempo isolado tenha sido importante para que o senhor reflita melhor sobre o lugar onde está, as coisas que fazemos por você, e a quem você deve confiança.

— Por que fizeram aquelas coisas horríveis as crianças?

— O senhor não tem autoridade para questionar os outros experimentos feitos no recinto. Preocupe-se com o seu trabalho que, francamente, está bem abaixo das expectativas que tínhamos criado.

Havia algo na sua fala que me desarmava. Decidi apenas deixar de questionar a doutora e proceder com os experimentos. Fui conduzido a outra sala com duas saídas em cada lado e que aparentava selada. Estava completamente vazia, um gás roxo de aroma doce foi injetado na sala e pude sentir os mesmos sintomas do cogumelo, porém aparentemente mais fraco. Ainda sentia o tempo passar devagar e a descarga de adrenalina percorrer meu corpo, porém não sentia mais o ímpeto de medo de antes, e a visão parecia menos desfocada.

Presenciei a entrada de três figuras que agora, indubitavelmente pareciam humanos, ainda que com um aspecto muito doente. Seus braços ao invés de terem mãos tinham uma espécie de lâmina costurada em seus punhos e se mexiam com uma grande lentidão agravada ainda pelo meu estado de euforia. Tentei dialogar com eles para evitar a agressão mas uma das três figuras havia me acertado com a lâmina. Vi meu sangue escorrer e não pude conter a raiva que tomou minha sanidade.

Quebrei o braço de um destes e o usei como escudo enquanto atacava o segundo. O terceiro aproveitando a minha baixa guarda conseguiu me morder enquanto esfaqueava lentamente minhas pernas. Estranhamente não senti uma só dor durante o ataque, então pude responder com velocidade e violência necessária para subjugar todos. Num ataque constante de adrenalina, parti a cabeça de um dos agressores.

Conforme o efeito da droga foi passando, percebi que as formas dos humanos continuavam as mesmas, sua pele tinha um tom pálido mas com tendões e músculos destacados de tons roxos. Seus olhos eram brancos e vazios sem nenhum sinal de vida. Porém o que mais me perturbou foi a carcaça do monstro que teve seu crânio rompido.

Um líquido viscoso e pútrido, mais espesso que sangue coagulado e fedido como chorume escorria do crânio e nele saltava metade de um cérebro que parecia comido e atrofiado, ligado a ele um terrível parasita aracnídeo que se prendia ao cérebro com suas estranhas patas enquanto se movia como uma lesma sugando os nutrientes do que havia sobrado da carcaça cerebral.

"O que diabos é isso, o que vocês fizeram com ele?" foi o que disse enquanto era rendido e dopado mais uma vez, antes de apagar pude ouvir algo que soou como "a dosagem não foi suficiente, ele está consciente, vamos voltar aos cogumelos" enquanto adormecia uma vez mais. Nenhum pesadelo que eu tiver irá sequer arranhar o trauma que estou vivendo nessa experiência.

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