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(XVII) Uma nova fase


(POV JIMIN)

🐇🐤

Eai, meus consagrados, cheguei com um capítulo que vocês não sabem, mas acho que vão gostar.

Aliás, vocês já foram visitar o perfil da @xxliswa (Gennifer)? Garotes, lá é o paraíso com fics tão perfeitas apenas porque foram escritas por ela (sou suspeita porque ela é minha ficwriter fav e Disputa Acirrada só se tornou real porque ela entrou de cabeça nessa comigo haha).

Aproveitando o momento soft, que tal indicar a nossa filha para o coleguinha de vocês??? Ajuda muito na divulgação da fic irrá

Sem mais enrolação, boa leitura.

...

- Como é que é? - Taehyung urrou, e eu voltei a enfiar meu rosto contra o travesseiro fofinho, a fim de abafar o meu grito histérico.

O Kim e eu poderíamos facilmente estrelar uma nova versão de "Garotas Malvadas", somos patricinhas e temos crise de faniquito igual. Perfeito.

- Você! - Apontei o dedo em haste bem no meio da cara de marmota dele. - Pare de se fazer de sonso, eu sei que foi armação sua, seu palerma!

- Então a culpa de você ter trepado com o Jeon por livre e espontânea vontade agora é minha? - Se fez de ofendido.

- Epa, trepado não! Feito sexo é menos obsceno. - Ele riu em desdém. - E foi sua culpa sim! Você que me entregou aquela camisinha criando desculpa de que estava com vergonha do Hoseok.

- Mas, amigo, eu não te obriguei a usar não. Te regenera. - Foi debochado em retaliação.

Será que se eu enfiar a mão no focinho dele vou acabar sendo preso por maltrato aos animais?

- Você é muito sujo. Nunca vou te perdoar. - Abracei o travesseiro contra o meu peito, me fingindo de indefeso. - Você me aliciou a perder a minha pureza. Isso é crime, tá?

- Meu anjo, vamos parar de encenar novela mexicana do SBT, e começar a falar do que é importante aqui? - Taehyung quase me empurrou da minha própria cama com os pés de prancha dele, e eu o devolvi um soco no ombro, e ele rebateu. Ficamos nisso até ele aumentar a força, e eu parar antes que começasse a chorar como um fracotinho. - Doeu?

- Claro que doeu! Você é malvado!

- Para de manha, eu estou falando da sua primeira vez, seu mongol. - Eu parei e me encolhi, voltando a relembrar pela milésima vez aquele fatídico dia.

Já fez dois dias, e eu ainda recordava daquela sensação boa de me sentir preenchido e satisfeito pela primeira vez. Era tão incrível que eu ainda sentia o arrepio se alastrar por toda a minha coluna e deixar todas as minhas células em combustão, me fazendo pegar fogo porque eu só queria ter aquilo novamente e de novo, quase que constantemente. Era um desejo infindável, e eu não sabia se estava tudo bem por ser justamente por Jeongguk, quando não havia mais motivo para continuar.

Namjoon parecia carta fora do baralho agora e era assustador perceber isso.

- Foi horrível - decretei, contradizendo tudo que sentia, diante a cara cheia de expectativas do moreno. Ele franziu o cenho, se ajeitando melhor contra a cabeceira.

Eu não sabia o que estava fazendo. Na verdade, não, não foi horrível, e sim uma das melhores sensações que senti mesmo que no começo houvesse a dor. Porém, tudo estava tão confuso ultimamente. Eu havia transado com Jeongguk por livre e espontânea vontade, porque sim, eu quis isso, mas estava tão assustado diante de todas as possibilidades que parecia ser melhor negar.

Estava tudo embaralhado na minha mente. Me sentia perdido.

- Jimin, deixa eu te perguntar uma coisa, - O mais alto se ajeitou na minha cama, com uma cara séria que me fez temer o que viria a seguir - isso, por um acaso, é orgulho?

O franzir de cenho foi o mais viável aquela hora. Orgulho não era uma palavra desconhecida no meu vocabulário, todo mundo já fez uso dela alguma vez. Ninguém está isento de ser orgulhoso em algum momento da vida. Só não entendi o porquê Taehyung estava me acusando de ser orgulhoso aquela hora.

- Orgulho?

- Sim, orgulho. - Afirmou, como se eu fosse algum tipo de criança do fundamental que não sabia o significado de tal palavra. - Você tantas vezes negou o Jeongguk, debochou sobre a possibilidade de gostar dele, que o único problema que se encaixa na sua insistência de fechar os olhos para realidade é o orgulho. Orgulho de não aceitar que nem tudo sai do modo que a gente quer, que você pode, sim, estar gostando dele. - A suas palavras soaram tão firmes e exatas, que eu me senti a própria Flayslane recebendo o sermão da ícone Rafa na temporada 20 do BBB.

Pela primeira vez na vida, eu ouvi meu melhor amigo discursar igual o líder do BTS discursou na ONU. Aquilo me chocou porque a) O Kim não usa esse tom de seriedade para muitas coisas a não ser falar sobre os cãozinhos do seu abrigo e, b) por ele me acusar de estar sendo orgulhoso sobre o meu rolo com Jeongguk com a maior certeza disso brilhando nas íris.

O meu engolir em seco ficou preso na garganta, pois o bolo que se formou lá foi maior.

Certo, no começo eu admito que não quis ceder as todas as investidas de Jeongguk porque eu jurei que nunca iria me envolver com ele, e pagar com a língua não era a melhor opção, mas, depois de um tempo, tudo se tornou maior do que o orgulho.

E ouvir meu melhor amigo me acusar assim, de graça, doeu mais do que o previsto.

- Ou você não quer gostar dele porque Jeongguk é pobre?

Ali foi a gota d'água.

- Puta que pariu, Kim Taehyung. - Eu me sentei no colchão fulo da vida, o fuzilando com os olhos como se pudesse o cortar em milhões de pedacinhos porque, sim, aquilo me deixou ressentido que só o caramba. - Você já me viu sendo soberbo alguma vez na vida por um motivo como esse? Já me viu diminuindo alguém pela classe social? - Minha voz saiu potente, como muitas vezes nunca aconteceu. Ele piscou, surpreendido pelo meu tom de voz. - Eu não me importo se Jeongguk trabalha num posto de gasolina e carrega seus irmãos para cima e para baixo porque os pais são ocupados com a lavanderia! Se quer saber, isso faz dele muito melhor do que qualquer bostinha lá da Saint que se acha por ter nascido em berço de ouro! - Bufei. O arregalar de olhos dele foi instantâneo. Uma raiva crescente subia dentro de mim. - Eu estou me sentindo um merda por saber que você me vê dessa forma, Tae.

- Me desculpa, eu não queria te acusar de ser uma pessoa desse tipo. - Choramingou, se aproximando mais de mim rapidamente. - Eu sei que quando você se diz que é a Beyoncé no salto quinze e sai por aí com as suas falas egocêntricas é só uma forma de defesa por tudo que já ouviu da Jennie e do seu pai um dia, eu sei... - A voz dele soou com tanto arrependimento, que eu quase o abracei e me desculpei por ter me alterado. Taehyung era apenas um bebê. Ele ainda era o único que sabia tudo sobre mim. - Não me entenda mal, Chim, é só que o seu modo de agir para com ele me confunde tanto...

Um suspirou cansado me escapou. Eu queria explodir. Talvez eu fosse mesmo, só pelo jeito que a minha cabeça doía com os pensamentos que me martelava a mente. Quando me dei conta, falar tudo o que eu vinha sentindo era a única coisa gritante em meu peito, embora eu tentasse negar todas as verdades arduamente.

- Eu-eu... - Taehyung sabia tudo sobre mim, era íntimo meu, mas parece que ultimamente eu não vinha prestando atenção que falar um pouco sobre mim me ajudaria a desembaraçar esse amontoado de sentimentos aqui dentro. - eu sinto receio, Tae. - Minha cabeça fora puxada para baixo contra minha vontade por uma força inexistente. Eu nunca me senti assim antes. - É tudo tão estranho, sabe? - Eu não estava sendo claro, mas quando meu melhor amigo apertou minha mão com a sua e me fez olhar em seus olhos, o incentivo que eu precisava de pôr tudo para fora veio em dobro. - Ele me fez o odiar por anos, então, como se não houvesse toda uma confusão e convergência envolto de nós dois, aquele garoto idiota me faz sentir como se eu estivesse me afogando de cabeça num mar de sentimentos avulsos e que por muito tempo eu acreditei sentir exclusivamente por Namjoon. - Então, eu estava lá, contestando o que eu neguei por semanas.

Estava falando sobre Jeongguk e sobre tudo aquilo que me fazia fraco mesmo quando jurei que me manteria forte em me desvincular de todas as mudanças que estavam se sucedendo em meu íntimo.

Minha garganta doía como o inferno, como se eu estivesse à beira de uma crise existencial, mas o sorrisinho de Tae estava de volta, e eu sabia muito bem o que significa.

Não acreditava que estava dizendo os meus pensamentos em voz alta para alguém além de mim. Era ridículo.

- Jimin... - Ele sorriu mais. Eu sabia, Taehyung finalmente estava ganhando a confirmação que queria, de graça.

- Não, eu tô realmente querendo dizer, Tae... - Meus olhos lacrimejaram. Eu era realmente um chorão. Não era saudável chorar tanto em um curto espaço de tempo. Mas, se eu já estava na lama, deveria me sujar por completo quando continuei: - Eu transei com ele, e isso é tão alarmante porque eu jurei por anos como um tolo que só iria me dar para o Namjoon, mas aí eu me entreguei para o cara que todo dia apontava cada mínimo detalhe que odiava em mim e que riu quando afirmou que eu sentia ciúmes dele. E deixa eu te lembrar quando ele me beijou e jogou na minha cara que estava me usando. - Ri nasalado. - Então, ele chega dizendo que desistiu do Namjoon e me pede para que eu fique com ele. Como você acha que eu me senti diante isso tudo? Tem certeza que todas as vezes que neguei algo sério entre nós dois foi só orgulho em dar o braço a torcer ou porque não queria me envolver com um bolsista?

- Ai meu deus, Jimin... eu realmente não queria ter te apontado mal daquela forma. - Ele me puxou para si, tão ressentido que eu pude ver que ele também estava quase chorando. - Ultimamente a gente anda tão envolvido nisso de andar com outras pessoas que nossa amizade se tornou algo distante. - Sim, nossa amizade não era a mesma de antes como eu estava acostumado. Mas, isso faz parte, não é? - Não era como antes que só tínhamos um ao outro para falar sobre tudo. Desde que comecei a namorar com o Hobi, eu me tornei distante e não percebi como você realmente se sentia diante tudo o que estava rolando.

- Você só estava vivendo a sua vida, Taehyung, não fica se desculpando por isso. - Sorri, mesmo que também enxugasse as lágrimas que escorriam sem permissão. - Eu me sinto melhor por finalmente dar um pouco de vazão ao que eu venho sentido, obrigado. Você sabe como me sinto idiota por falar sobre assuntos que mexem demais comigo.

- Você só está sendo inseguro demais, Jimin. - O moreno me sorriu mais uma vez, reconfortante, com o tom manso que me fazia se sentir compreendido, o que, de fato, eu era naquele momento. - Jeongguk foi um idiota completo, mas isso não quer dizer que os sentimentos deles não tenham mudado, assim como os seus mudaram.

- Eu só tenho medo de estar sendo idiota, sabe? De deixar que ele saiba que mexe comigo e acabar me magoando. - Murmurei. Aquelas palavras tinham um peso enorme, mesmo que previamente eu já tenha me acostumado com elas. - Ele é o meu primeiro em tudo, e nem mesmo o meu amorzinho patético por Namjoon fez o que ele faz.

- Você não tem culpa por tentar se privar das pessoas, por agir como se nada pudesse te abalar e sair do seu controle, mas nem todo mundo é a Jennie ou seu pai, Jimin. - Quando o moreno beijou minha testa, eu senti que tudo estava okay, que eu não precisava sentir como se o meu mundo fosse desmoronar por finalmente confessar o que eu tinha medo. - Jeongguk é difícil, mas essa também é a primeira vez dele, e ele parece disposto a aprender sobre o amor com você.

Amor.

Aquela palavra soava tão banal quando associada ao nome de Namjoon, que eu finalmente podia ver que o Kim era apenas uma pessoa inacessível por quem eu nutria amor. Tipo o amor singelo e ingênuo de fã para o seu ídolo. Em contrapartida que a palavra "amor" soava arrebatadora quando relacionada a Jeongguk.

- Desde quando você fala tão sabiamente assim? O cabeça de vento não é mais cabeça de vento, olha... - Ri, o empurrando no ombro quando a falta de jeito me tomou ao me dar conta de que eu realmente estava me permitindo falar sobre o Jeongguk sem usar deboche e estar na defensiva.

O Kim gargalhou.

- Desde que eu também já passei por isso e me senti inseguro com o Hoseok. Mas tudo deu certo no final, não deu? Por que não daria certo com você? - Eu dei de ombros, recuperando o meu jeito indiferente que não existia realmente. - Aposta no improvável, Chim. Você sabe que quer Jeongguk, e todas as portas estão abertas pra você, só basta você tomar a sua decisão.

- Eu não sei se tô com essa moral toda com ele agora, Tae... - Dei de ombros, com um tom melancólico que não queria aplicar a essa situação.

- O que você está querendo dizer? - Ele franziu as sobrancelhas desenhadas, curioso.

- Eu terminei o nosso trato depois que transamos...

Tive medo de que ele fosse me bater, mas a minha surpresa foi sentir o seu carinho em meus cabelos.

- Olha, você pode ver isso pelo lado bom. - Ele deu de ombros. - Agora vocês podem começar tudo de novo, não como um trato bobo para ter o Namjoon.

Eu realmente queria aquilo?

- Você está certo, Tae. - É, talvez eu realmente queria aquilo.

Admitir doía menos, não era? E por que eu ainda sentia como se estivesse pisando em um terreno desconhecido.

- Isso quer dizer que você vai se reconciliar com o Jeongguk?

- Você tem certeza de que ele gosta de mim? - Eu rebati com outra pergunta. Eu precisava ter uma segurança de que não estava me aventurando nessa sozinho.

- Hobi acha que ele tá gamado em você há algum tempo... - revelou, como quem não quer nada, fingindo que seus dedos grandes o bastante para fazer exame de próstata eram mais interessantes do que o assunto.

Então o pernalonga não estava me zoando?

- Gamado?

- A gíria dos héteros para dizer que tá apaixonadinho em alguma mina. O hétero é Jeongguk, e a mina é você.

- Por que ele acha isso? - Sim, eu estava jogando o verde para colher o maduro.

- Jimin?? - Fez uma cara de "What the fuck" - Ele foi com uma conversa estranha pro mozão no dia do baile falando sobre paixão à primeira mamada, e eu não quero que você me confirme que ele te chupou, sua cara de assustado já diz tudo. - Tive que virar a cara para o outro lado para não evidenciar ainda mais a minha provável expressão de sonso. - Hobi tem certeza que ele tá apaixonado, até porque a gente vê isso na cara dele sem fazer esforço. Porém, só você pode confirmar com ele. - Deu pausa a sua análise pra rir. - Pois, você sabe, vocês se beijam, vocês se chupam, vocês trepam... Ele tá amarradão na sua sentada! Olha, dá até pra fazer um funk!

- Eu não sentei nele... - Adicionei aquele comentário rápidão ali só por costume de ter que falar sempre algo.

- Não ligo. Agora, só quero saber se vai continuar negando que não gostou da sua primeira vez com ele.

- Taehyung, pelo o amor de Deus, eu fui arrombado! Você deveria saber que dói, caramba - Até eu mesmo gargalhei com aquele assunto, e ele me acompanhou, cúmplice. - Mas, até que deu pro gasto. Foi gostosinho.

As vozinhas na minha cabeça riam de mim, me dizendo que eu era uma piada. Jeongguk tinha feito tão bem que eu jurava que não teria mais forças nas pernas pelo resto da noite. E olha que ele também era virgem.

- Jimin, meu deus. - Ele gritou histérico. - Me conta mais.

Céus, não acreditava que estava finalmente falando com Taehyung sobre aquilo depois de não ser mais um virjão.

- Pare de agir assim. Tudo que eu fiz você já deve ter feito também.

- Tudo bem, não precisa contar. - Fez uma careta que não fazia o serviço de deixá-lo feio. - Mas...- fiquei confuso quando o mais alto saltou da cama, indo diretamente na última gaveta da cômoda ao lado da minha cama, sorrindo quando achou o que queria. Eu sabia o que tinha dentro da caixinha rosa decorada com coraçõezinhos. - Você se lembra disso?

Eu o fitei, incrédulo.

- Para a minha defesa eu era um pré adolescente de poucos neurônios, eu não sabia o que estava fazendo! - Fui rápido em rebater à medida que ele se aproximava com um sorriso de bandido safado.

Eu era ridículo.

As cartas que eu escrevia e nunca entregava para o Namjoon era o marco da expressão "o passado me condena". Incrível que há meses atrás esse fato nunca me envergonhou, mas lembrar disso agora me fazia sentir como um idiota.

- Sim, você era. - Ele concordou, e eu quis o bater assim que ele sentou sobre minha cama novamente e pôs a caixa delicada entre nós.

- Ei, não era pra você concordar! - Grunhi, embora não tivesse me sentido ofendido realmente.

- Você era, sim, idiota. Se apegou tanto a essa paixonite platônica que começou a tratar o Namjoon como o único homem do universo.

- Você não está em posição de me zoar, Taehyung.

- Eu não estou te zoando, eu só quero ter a certeza que você vai fazer a coisa certa de agora em diante. - Aquela versão cheia de sabedoria de Taehyung estava me assustando. Jubileu estava muito estranho. - Se você quiser ficar com Jeongguk, é bom começar se livrando disso.

Então, enquanto eu fitava a caixinha com os meus desejos mais ingênuos de um pré adolescente descobrindo o que era crushar e associando isso a amar, tudo pareceu se tornar fácil. Os novos sentimentos não pareciam bichos de sete cabeças.

Ter me apaixonado por Jeongguk não foi a pior coisa que me aconteceu.

(...)

- Meu olho não é maior do que a barriga, Kim Taehyung!

- Lindo como o meu nome completo sai por sua boca cheia de bolo mastigado. - Piscou uns dos olhos do outro lado da mesa, me fazendo tapar a boca automaticamente.

Todos viraram para me olhar.

Kim Taehyung era um filho da mãe mesmo. Eu nunca iria me perdoar por ter me permitido aceitar vir até ali. Porque, sentado àquela mesa, eu me perguntava constantemente em pensamentos como eu tinha chegado naquela situação em relação ao Pernalonga.

Será que ele tinha me enfeitiçado? Ele só poderia ter me drogado... Era a única resposta para tamanha loucura. E eu não me importava por saber que acusar alguém de drogar outra pessoa pudesse ser algo grave demais, visto que sentir meu coração estupidamente acelerado por estar em sua presença era inexplicável demais para se entender.

Mas eu resolvi me manter são na medida do possível e nos limites de que todos naquela mesa me permitiam ficar. Eu tinha acesso de raiva muito facilmente, e talvez por isso que todos aqueles palermas amassem tirar uma com a minha cara.

Por isso, resolvi fechar a cara e ignorar aquele garoto de dentes grandes do outro lado da mesa. Ele não mais iria conseguir arrancar a minha estabilidade nível monge. Quando percebi, já tinha acabado minha terceira fatia de bolo, enquanto o restante do pessoal à mesa não havia saído do primeiro.

Taehyung era maligno, jurou que queria uma tarde apenas para nós dois e deu nisso.

Só foi chegar aqui e encontrei a coligação dos bobocas, entre eles, claro, Jeongguk. Não adiantava o evitar por uma fucking semana. Até depois do fim do colegial, - embora ainda restava a viagem e a colação de grau logo a frente como sinônimo de tortura na minha vida -, tinha que conviver com ele porque eu possuía Kim Taehyung como amigo e, como já disse, Kim Taehyung é traíra.

Ainda mais depois que descobriu que eu gostava sim do Jeon. Desde então ele vem criando situações para que eu me assumisse para o pernalonga.

Mas, não era porque eu havia admitido que estava sentindo algo por ele que eu teria a coragem de chegar e falar assim na cara dele, ainda mais depois que eu o pedi para se afastar.

Não adiantava acabar o combinado com Jeongguk, eu deveria saber. Agora ele estava inserido no meu círculo de "amigos", me torturando com o fato de que eu não consegui parar de pensar nele durante todos esses dias que não vi a sua cara.

- Vou interferir logo aqui porque sei que Park Jimin quando abre a boca fala mais do que tudo... - Sim, Eunwoo estava ali, e não do meu lado, simbólica e literalmente. Ele já foi para a lista do meu Death Note desde que descobri que ele anda de complô com o Kim.

Lancei uma careta em direção do Cha diante o seu comentário anterior.

Ninguém é confiável nessa budega.

- Vocês estão animados para a viagem dos formandos? - Jisoo questionou, ajudando Eunwoo a evitar que as minhas provocações e de Taehyung se estendessem.

Embora fingisse prestar atenção na Kim, eu podia perceber que o Jeon me mandava olhadelas insistentemente do outro lado, tentando disfarçar inutilmente.

E, involuntariamente, eu me senti ansioso.

- Quem não, garota? - Jackson se enturmou, como sempre. Ele marcava ponto em todo rolê, ele. - A gente vai acampar lá, se preparem. Não esqueçam a camisinha.

- Eu sou puro demais para estar entre vocês... - comentei entre um suspiro.

Todos acabaram rindo, como se eu tivesse contado uma piada.

- Belloved??? Deus está precisando colocar a mão na tua cabeça e dizer "Filho, pare!" - Tae negava com a cabeça. Ele estava empenhado em me tirar do sério hoje. - Tu não é nenhum santo. Jeongguk quem o diga.

Claro, precisavam envolver o nome do coelho na conversa, e eu nunca senti uma vontade tão grande de cavar um buraco e desaparecer dali de vez.

- Diz aí, Jeongguk parceiro. - Lisa fez uma cara safada, que eu sabia que ela estava se fingindo de sonsa. Yoongi estava igual.

Ai meu santo G-dragon.

- Vocês podem parar de querer fazer da minha vida pessoal, pública? - Raspei o prato, antes de encarar puto cada um ao redor da mesa, que prediam o riso divertido.

Eu era o bobo da corte ali no meio, com certeza.

- Gente, deixem eles... - Namjoon, (aquele que honrava seu compromisso sério e afirmava com orgulho não ir para a viagem dos formandos, tudo para apoiar o seu Seoklindão que teria um campeonato de natação ainda aquele mês), se pronunciou com uma seriedade que não me pareceu ser verdadeira aquela hora.

Era estranho perceber que todos os meus planos foram por água abaixo e o que eu consegui foi entrar numa bagunça de sentimentos junto a concepção que Jeongguk havia se tornado a pessoa que mais tinha poder sobre mim, seguindo o contrário do que eu planejei. Olhar para a cara de Namjoon era como tomar um tiro, pois a pessoa que estava ao lado dele com as suas mãos entrelaçadas era o Kim Gentileza Seokjin, e não eu.

E, depois de tudo o que rolou até aqui, eu sinto que nada aconteceu por acaso.

Kim Namjoon não possuía muitos significados sobre a minha vida como antes e não me doía chegar a essa conclusão.

Não. O capitão não era mais tão importante, e eu aceitava isso agora.

- Estamos de boa... mas todos sabemos que é excitante acompanhar essa novela mexicana de perto. Espero estar presente no dia do casamento do casal-fim-de-festa. - Lá estava Jackson novamente, e eu sentia que a vida deles girava em torno de mim e Jeongguk, não era possível.

Uma nova onda de risos se sucedeu, alguns comentando que também queriam receber o convite. Eu estava fazendo o máximo para ignorar toda aquela algazarra, até que meus olhos se encontraram rapidamente com os do Jeon, me dando conta de que ele também estava sem jeito.

- Com certeza a lua de mel vai rolar lá no armário da escola também - Yeri adicionou, e aquilo foi a deixa para me fazer querer sumir da face da terra.

E todos continuariam a zoar, se Jeongguk não tivesse se levantado bruscamente da cadeira e sem mais nenhuma palavra saído rapidamente pela porta da lanchonete, deixando que um silêncio mórbido se instalasse no local.

- Okay, vocês passaram dos limites... - Foi Hoseok que comentou, mas eu não dei total atenção quando apenas segui caminho contrário ao do Jeon e rumei até o sanitário.

(...)

- Eu estou tão orgulhosa de você, bebê. - Sorri quando a minha mãe beijou a minha testa com total carinho pela milésima vez.

Estávamos ali, ambos sentados diante o notebook depois de eu ter enviado minha carta de admissão para três faculdades, todas para o curso de artes. Eu estava confiante, mas confesso que ainda sentia aquela típica ansiedade no estômago. Eu queria muito investir naquele sonho e estava disposto a enfrentar meus receios para isso. Dane-se se meu pai me apoiava ou não, a opinião dele não era mais tão importante.

Eu precisava conquistar o que eu queria.

- Estou tão feliz que você voltou a pintar e está realmente querendo investir nisso. - Voltou a falar, com um brilho no olhar maior do que quando fala em exercício físico e dieta.

- Eu também estou, mãe. - Eu não conseguia conter o sorriso gigante na cara.

- Isso também tem haver com aquele garoto que você anda pintando? - O risinho cúmplice mal disfarçado estava lá, no rosto bonito e bem cuidado.

- Do que a senhora está falando?

- Ah, bebê, não se finja de bobo. A mãe sabe quando o coraçãozinho do filho está apaixonado.

Ah, não. Só poderia ser karma, fala sério, universo.

- Mãe, para de neura. Eu só fiz um quadro aleatório para testar se ainda estou com prática na pintura após dois anos sem mexer os pauzinhos. - Fiz graça.

Não iria admitir nem a pau aquele tipo de coisa a minha mãe. Aí já seria perder a dignidade.

- Okay... - Quando achei que o assunto havia sido encerrado, ela riu. - Mas é muita coincidência você pintar justamente o rosto dele.

- Mãe, para. Meu Deus, impossível viver nesse mundo - resmunguei, ouvindo os risinhos que ela soltava.

- Não vou falar mais sobre isso...- Ela levantou as mãos para o alto, embora o ar risonho ainda estivesse presente em seu rosto. - Assunto encerrado.

- Eu acho bom, muito bom.

- Certo, mas me diz... pensou sobre a festa de despedida da Jennie que eu te falei? - ela questionou com cautela, pois sabia que aquele assunto não era um dos quais eu gostava de discutir sobre.

Desde que Seulgi teve a ideia de fazer uma festa de despedida para Jennie, que eu andava preso entre negar e deixar minha mãe chateada, ou aceitar e engolir o fato de que ela jogou na minha cara que me odiava.

Sim, ela poderia fazer uma despedida para a filha dela sem envolver o meu nome no meio, mas Seulgi tinha essa mania de fingir para si mesma que seus filhos se amavam e tinham um bom relacionamento, quando estava longe disso. Por isso, a amada queria que eu chamasse Taehyung e todo mundo que eu pudesse, pois Seulgi julgava que a Park precisava viver um pouco como a jovem que era, dessa forma o circo deveria ser formado para que a garota tivesse uma imagem que todos sentiriam a sua falta, quando a própria sabia que nós não a surportávamos.

Mais fácil seria pagar Taehyung, só assim ele viria até a despedida de Jennie sem matá-la depois.

E realmente foi difícil para convencê-lo a estar presente no dia. Mas, depois que o Kim aceitou e jurou não cometer um crime, a tragédia deu o ar das graças quando a despedida de Jennie virou a tag #sextou e tinha a trupe toda entrando pela minha porta e fazendo churrasco na piscina.

E, pasmem, Jeongguk tinha vindo. Sim, ele tinha vindo e, nossa, como eu quis odiar o fato de ele ter a cara de pau o bastante para vir assim na minha casa, mas o pior foi que eu não consegui.

Merda, na verdade, eu estava odiando o fato de que eu sentia ainda mais forte que o acontecimento no armário não poderia ser o nosso último contato.

(...)

A festa já estava rolando há algumas horas, e eu ainda estava esperando o momento certo para atacar Kim Taehyung e o esfolar sem levantar suspeitas. Estava fulo com aquele tanto de gente fazendo da minha casa um puteiro barato, afinal, tinha gente se pegando em cada metro quadrado para onde eu olhasse.

Me sentia protagonizando aqueles filmes americanos que só mostrava gente se comendo nas festas e falando depravações a cada segundo.

E eu estava mais irado por saber que, no final disso tudo, minha mãe me meteria uma surra pela bagunça presente em sua casa e eu faria questão de fazer Tae sofrer junto por ter sido o grande organizador desse desastre. Embora, no fundo, reconhecesse que aquela algazarra toda era a sua condição para estar dividindo o mesmo espaço com Park Jennie, pois sabia que a garota não suportava aqueles tipos de festas e "depravações".

Aqueles dois não se bicavam desde que se viram pela primeira vez.

Mas, às vezes, nem tudo é perdido. E a minha diversão se fazia ao ver Jennie isolada num canto da casa com a cara tão vermelha de raiva que parecia que iria explodir a qualquer momento. E não que eu fosse sádico, mas era realmente divertido saber que ela iria embora com uma dor de cabeça que duraria pelos próximos dias por conta do batidão que Jackson colocou para tocar.

Porém, um acontecimento me chamou a atenção, e dessa vez eu que havia ficado mais vermelho que tomate maduro, pronto para explodir. Lá estava o chapa de roedor em cima do Namjoon, o tocando com as mãos na beira da piscina enquanto era só sorrisos para o capitão, ambos sem camisa, em altos papos.

Meu sangue ferveu, embora eu tentasse manter a sensatez já que sabia que aquilo pouco me dizia a respeito. Mas eu não poderia ignorar o fato de que eu me sentia tão sufocado ao ver aquela cena.

O bolo que se formou em minha garganta ao ver Jeongguk correr para servir uma bebida ao Kim ardeu em minha garganta, e ainda sem manter a sensatez no lugar, rumei até lá assim que o Jeon entregou o copo de plástico ao mais alto, que o sorriu largo. Jin se divertia do outro lado, nadando rápido como o nadador profissional que era e surpreendendo a todos, certamente alheio a aquela interação ou, tampouco e por não fazer parte do seu feitio, sem nenhum ciúmes por seu namorado.

Eu não sabia o que estava fazendo, e quando meus pés me levaram até o limite, diante dos dois, Namjoon notou a minha presença e ergueu a cabeça, sorrindo com direito as covinhas charmosas que possuía, mas que não me causava o mesmo efeito que antes. Jeongguk, em contrapartida, me encarou com a confusão transmitida no olhar.

- Ei, Jimin, não vai beber um pouco?

A voz bonita de Namjoon foi direcionada a mim e, pela primeira vez, eu não fiz grande caso por isso. Meu olhar estava direcionado unicamente ao Jeon, e lá se perdurou o bastante para que o Kim desistisse de esperar uma resposta vinda de mim.

- Quero falar com você.

Foi as minhas palavras depois de tempos, porém direcionadas a Jeongguk, que franziu o cenho, abriu a boca provavelmente para falar algo, porém a fechando logo em seguida. Por fim, assentiu, um tanto relutante.

- O que você quer? - Foi o que ele questionou assim que eu fechei a porta do meu quarto, abafando o barulho ensurdecedor que vinha lá de fora.

Ele me olhava incisivo, e naquela altura do campeonato eu estava perdido. Não sabia o que eu queria falar e se, na verdade, tinha alguma coisa para falar, mas sabia que sim quando a cena na piscina me martirizava junto a conversa que eu tive com Taehyung uma semana atrás.

Talvez aquela fosse realmente a minha hora de consertar as coisas entre nós.

Eu só não sabia se estava sendo babaca demais por me sentir atacado pelo o que vi. Nós tínhamos chegado aquele ponto por culpa minha, afinal.

- O que eu quero? Sério isso, Jeon Jeongguk? - Ali só dei voz ao que meu coração gritava, sem dar vez a razão.

- Sim, Jimin! O que você quer?! Eu ainda não leio mentes - rebateu, parecendo irritado.

Não imaginava que terminar o combinado com ele e tentado evitá-lo incluía que ele se tornasse completamente indiferente a mim. Irredutivelmente, aquilo me machucava. Era comum que ele me tratasse mal antes, mas agora eu só queria que ele voltasse com os apelidinhos bobos que eu sabia ser apenas provocação, pois eu fazia aquilo com o mesmo propósito consigo.

- Você afirmou que estava pouco se fodendo para o Namjoon... - Ri nasalado, descrente. - Mas parece que isso só foi mais um jeito de você brincar comigo, né?

- Ainda não entendi onde você quer chegar. - Ele levou as mãos a cintura, me deixando a ponto de explodir, ainda que acreditasse que sem razão.

Eu não tinha razão ou direito de cobrar explicações, mas eu estava sufocado demais porque eu queria pôr todas as cartas na mesa, porém, ainda mais do que antes, sentia receio.

- Não se finja de sonso. Eu te vi se jogando para cima dele! Não sente vergonha? Agora ele tem o Jin. - Eu não tinha moral nenhuma para acusá-lo daquilo, mas era mais forte que eu.

- Ah, pare com esse seu faniquito! Eu estava apenas sendo gentil com ele, merda. Não querer mais ficar com ele significa que eu não posso ser gentil?

- Aquela é a sua forma de ser gentil agora?

- Só me diz que isso não é ciúmes, Jimin... - Meu coração falhou uma batida quando ele me questionou aquilo de uma forma tediosa, baixando a "adrenalina" de repente quando o clima entre nós dois parecia inflamado.

Eu me recusava a admitir tão facilmente que o motivo era esse, me entregar dessa forma a ele.

- Ciúmes?

- Eu não sei, me diga você, porra! Pois, pelo o que eu me lembre, foi você que terminou tudo entre nós e eu respeitei a sua decisão!

Não acreditava que a gente estava tendo uma DR quando juramos não ter mais nada - mesmo que nunca tivéssemos tido algo realmente. Ah, era tudo confuso demais para ser explicado.

- Sim, eu terminei! - Estufei o peito, fingindo orgulho de algo que eu sabia não ter, e ele negou com a cabeça, como se achasse graça da minha postura.

Eu estava sendo o Jimin na defensiva novamente, e eu me odiava tanto por isso.

- Então pare de querer meter o bedelho na minha vida pois cobrar ciúmes não faz parecer que você quer distância de mim...- Ele enfiou o dedo indicador contra o meu peito, se aproximando de mim repentinamente. O ar pareceu rarefeito, me deixando ofegante. - Sinceramente, eu estou fazendo de tudo para voltar a ser como era antes disso tudo, como você pediu na nossa última vez. Aproveite também a viagem para não ver a minha cara nos próximos dias. Deve ser difícil para você compartilhar os seus amigos e ter que estar próximo de mim em todos os rolês, né?

- O que você está dizendo? Você não vai para Jeju? - indaguei, sentindo um misto de desânimo e confusão.

- Isso. - Deu de ombros, em contrapartida que eu analisava detalhadamente o seu rosto a fim de encontrar algo que denunciasse que ele mentia, porém ele se encontrava sem expressão, impassível.

- O qu- olha, eu não quero que você deixe de se divertir por minha conta, tá? - suspirei, engolindo a saliva junto com o meu medo exorbitante de ser sincero, me afastando subitamente porque ficar tão perto dele me fazia suar. - Não ter mais um contrato bobo com você não quer dizer que você deve se privar das coisas por causa de mim.

Sim, eu conseguia ser sensato quando queria... Bom, às vezes.

- Você jura? E o que eu faço quando não sou filhinho de papai como vocês e tenho despesas para pagar junto com os meus pais? Sabe, eu não nasci na porra de um berço de ouro e não ligo pra essas frescuras de viagens.

- Você na defensiva é um porre pior do que quando está tentando me provocar. - Soltei um risinho, embora a situação não fosse muito propícia para isso.

Eu falei aquilo com uma mão na consciência porque ninguém nunca seria pior do que eu.

- Eu não estou na defensiva. - Cruzou os braços, como um bebezinho gigante. Pelas barbas do profeta, não dá para me manter sã assim.

- Eu me inscrevi para o curso de artes em quatro universidades, acredita? - Sorri amarelo, mudando totalmente o percurso da conversa, e ele fez careta.

- Você é bipolar? Dá para a gente voltar a discutir para que eu possa te xingar e você querer me bater? - Ele me seguiu até a escrivaninha, e eu soltei um risinho.

- A gente nem precisa discutir para que você me xingue, pernalonga. - Talvez eu estivesse com saudades até mesmo de chamá-lo por aquele apelido medonho. - E eu não me importo que você não tenha dinheiro para a viagem. - Me virei em sua direção, me encostando contra a escrivaninha assim que ele ficou a centímetros de distância do meu corpo.

- Ah vai se foder, porrinha.

Eu acabei gargalhando, negando com a cabeça. Aquele nariz de batata era uma gracinha.

- Eu não me importo mesmo porque sou eu quem vou pagar as suas despesas com a escola. - Dei de ombros, como se falasse de algo tão banal quanto cálculos matemáticos, quando na verdade estava me contorcendo todinho por dentro.

O Jimin de meses atrás estava querendo sair e me dar uns cascudos, com certeza.

- Nem fodendo que eu-

- Ah, cala a boca e me escuta, seu falso coelho maromba de academia. - Fui firme, o fazendo sentar na minha cama enquanto eu me mantive de pé entre as suas pernas, o vendo calado de prontidão, com os olhos de jabuticabas fixados sobre mim. Eu já estava com raiva por ele me fazer tomar partido de algo que me deixaria em surto pelo resto do mês. - Eu vou sim pagar a sua passagem porque eu quero, ué. Não que eu deva algo a você, mas eu sinto que deveria mostrar a minha gentileza, da qual eu tenho muita, depois que você deixou o posto de gasolina para me ouvir naquela noite. Isso foi importante para porra. - Puxei minha franja para trás, entre um suspiro. Era difícil para mim, mano.

- Eu amo-odeio quando você xinga...

Interrompeu o início do meu monólogo, e eu fiz uma careta confusa, antes de resolver ignorá-lo pelo bem da minha sanidade.

- Continuando... Tá, foi difícil aguentar o seu cecê horrível incendiar o meu templo sagrado, mas talvez eu não teria voltado a ser a única azeitona da empada e ligado o foda-se para os recalcados novamente se você não tivesse aqui comigo. Com recalcados eu digo Park Jennie, você sabe. - Meu Deus, eu queria me matar - Então, depois de gastar toda a minha saliva nesse discurso vergonhoso, é bom que você pare de contestar e vá arrumar logo as suas malas. - Apontei para a porta, depois de atropelar as palavras e comer outras, quase sem fôlego, e o filho da mãe irritante piscou os olhos redondos enquanto me fitava de uma forma que eu não deveria ter achado fofo.

Merda, eu não deveria.

Mas, depois disso, Taehyung iria ter orgulho de mim, não iria?

- E por que eu deveria me sentir comovido com esse discurso? - Ele arqueou as sobrancelhas levemente grossas, quando eu sabia que aquela seria mais uma tentativa de me provocar.

Acho que estávamos voltando ao normal de novo.

Em contrapartida, eu umedeci os lábios e fiz cara de tédio. Jeongguk me cansava.

- É pegar ou largar, querido. - Dei de ombros. Eu andava muito bom em fingir indiferença na medida do possível, embora que, depois que eu comecei a dividir o mesmo espaço com Jeongguk, isso vem se tornando raro. Se tornou difícil camuflar o que eu sentia quando o assunto era Jeon Jeongguk.

- Fique sabendo que eu não sou fácil assim, smurffet... - Ele analisou as próprias unhas, como se não estivesse interessado na minha proposta. Eu quase o meti uma chinelada na cara por ser tão abusado. Eu não iria oferecê-lo uma viagem para Jeju com tudo pago com o meu dinheiro (bom, com o dinheiro da minha mãe, mas isso não importava) para ele negar assim. Eu o fitei com a maior expressão de tédio, então ele fingiu jogar o cabelo para trás dos ombros e completou: - Então é bom você deixar tudo nos trinques para essa viagem.

Acabou sorrindo, e eu o odiei por ser tão idiota. Como castigo por ter sido tão palhaço, eu o arremessei uma almofadada na cara.

- Safado idiota - xinguei, ouvindo-o gargalhar à medida que segurava meu travesseiro contra o peito.

E aquilo me doeu, pois o som da risada dele era tão bonitinha, (ao mesmo tempo que parecia igual a das irmãs Wilson, do filme "As branquelas"), que eu tive um derrame por estar me atentando a algo tão mínimo quanto aquilo. Desde quando eu reparava nos detalhes de Jeon Jeongguk? Desde quando eu havia tomado uma atitude como aquela por medo de sentir saudades dele?

Eu não acreditava que estava permitindo que essa história se tornasse um clichê romântico, pessoal.

⚪Continua»»»

Capítulo grande, bem delícia com o Jimin assumindo para vocês que gosta sim do mozinho e era só insegurança da parte dele, o que, particularmente, não é sem razão.

É isso, espero que tenham gostado e deixem amor para nós nos comentários e uma estrelinha✨

Até quarta 💛

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