25. where do we go? tell me my fortune, give me your hope
Durante toda a noite, Leo Hawkins jurou que podia ouvir o som dos seus próprios pensamentos reverberando em suas têmporas e impedindo-o de relaxar.
Quando ele finalmente parou de fingir que dormia — perto das oito da manhã, depois de ter deixado Nina escapar dos seus braços —, desejou ter levantado mais cedo. Estava sozinho no quarto, mas os lençóis bagunçados entregavam que alguém havia passado por ali.
Tudo o resto de Nina havia sumido. A bolsa de academia que ela costumava usar para levar suas coisas, seu tênis, a jaqueta que ficava apoiada na cadeira. Tudo tinha ido embora, recolhido com pressa. Parecia que um furacão tinha passado por aquele quarto, levantando poeira e carregando tudo o que havia em sua frente. Leo demorou até encontrar um post-it colorido perdido na bagunça com uma caligrafia difícil de entender preso na sua porta.
"Acho que devemos conversar. Desculpe, Leo."
Suspirou fundo, discando o número dela no celular ainda com o papel nas mãos. Não sabia o que aquilo significava e tentar ler as entrelinhas estava acabando com sua sanidade. Tentou cinco vezes até perceber que a caixa postal ia ser seu único destino e mandar uma mensagem perguntando onde ela estava antes de se arrastar para o banho.
Quando desceu para o primeiro andar, só Remi estava na cozinha. Concentrado, olhando algo na tela do seu celular enquanto segurava a frigideira com a outra mão. Leo precisou se aproximar para ver que metade de tudo o que eles tinham na geladeira estava em cima da bancada.
— O que você está tentando fazer? — perguntou ao se aproximar, enchendo um copo de água na geladeira antes de olhar por cima do ombro do amigo. — Tik tok?
— O título é 'uma receita fácil, nutritiva e gostosa de café da manhã' — Remi explicou, mostrando o visor para Leo. — Mas me perdi no segundo passo. Pode ser nutritiva e gostosa, mas fácil certamente não é.
Leo jogou a cabeça para trás para dar risada, guardando o pensamento para si de que qualquer coisa que Remi tentasse fazer na cozinha iria parecer difícil apenas pelo fato de que ele mal sabia fritar um ovo. Resolveu ajudá-lo, parando bem ao seu lado enquanto esperava o vídeo recomeçar.
— Onde está sua namorada? — Remi perguntou, levando o olhar para Leo. — Ainda dormindo?
— Saiu antes que eu acordasse — respondeu, suspirando ao dar de ombros. — Estou preocupado com ela, cara. O irmão dela me falou um monte de coisa ontem e agora estou repensando todos os movimentos dela nos últimos meses. Minha cabeça está fodida, Remi.
Vince ficou em silêncio, fingindo estar prestando atenção na receita por mais que mal soubesse o que estava passando na tela. Fizera uma promessa silenciosa a Nina que daria um tempo para ela contar a verdade para Leo, mas ela não parecia ansiosa para ser honesta. A areia da ampulheta estava chegando ao fim. Leo precisava saber a verdade.
— O que ele te disse?
— Ele falou sobre uma... overdose — Leo murmurou, fraquejando a voz na última palavra. Ainda era difícil acreditar que Nina tinha passado por isso. — Adderall. Um ex-namorado de merda. E ele disse que ela parece estar bem, mas eu não tenho certeza disso, Remi. Eu acho que está acontecendo de novo.
Leo não era idiota. Não tinha uma gota de maldade em seu corpo, mas não era um idiota. Foi só ouvir a história de Lukas e ter um tempo para pensar que as coisas começaram a fazer sentido na cabeça dele. Nina não estava dormindo, mas era dona de uma energia que a permitia passar o dia inteiro como se estivesse ligada na tomada. A tremedeira era constante. Ela estava mais magra também e recusava quase tudo que a ofereciam. Às vezes — e essas ainda não eram tão corriqueiras — perdia a cabeça por mínimas coisas. O Google ajudou Leo a entender que todos esses eram efeitos colaterais do uso de anfetaminas.
— Eu acho que está — Remi foi sincero, levando os olhos claros até o amigo. — Não acho que ela esteja em um bom lugar agora, Leo.
Hawkins assentiu, sentindo o peso das palavras do melhor amigo atingi-lo. Apoiou os dois braços na pia da cozinha, fechando os olhos ao balançar a cabeça em negação. A culpa pesava nos seus ombros. Se não estivesse tão focado em si mesmo nos últimos dias, teria percebido antes.
— Nina sabe que você descobriu?
— Acho que desconfia — respondeu, levando o olhar até Remi. — Ontem à noite ela estava estranha e quando eu levantei hoje... Ela já tinha ido. Levou todas as coisas.
— Onde ela está agora? — Remi questionou, colocando uma mão no ombro do amigo. — Não é sua culpa, Leo. Ela não queria que você descobrisse. Eu acho que a garotinha que ela tem dentro dela está muito assustada com tudo e o medo não costuma ser combustível para algo bom.
— Não faço a mínima ideia — respondeu, passando uma das mãos pelos cabelos, sentindo o coração apertar. Alguma coisa estava fora do eixo. Podia sentir. — Merda, vou ligar para a garota que divide quarto com ela para ver se...
Leo parou de falar assim que um barulho de notificação chegou no celular de Remi, fazendo com que os dois levassem o olhar até a tela. Uma mensagem de Claire — ele ainda tinha seu contato salvo — estampava a tela. O conteúdo dela fez ambos se olharem assim que tomaram consciência das palavras.
"Acabei de ouvir que há uma confusão nos dormitórios. Nina está envolvida. Tentei falar com o Leo mas ele não atende o telefone. Vá até lá, leve ele com você."
"Estou fora da cidade, mas me mantenha informada."
"Pelo amor de Deus. Dê um jeito nisso".
Levariam oito minutos em um dia normal para chegarem no campus da casa dos meninos, mas Remi fez todo o trajeto em quatro. Furou tantos sinais e recebera tantas buzinas que apostava que ia acumular vários pontos na sua carteira depois daquela manhã. Não que ele — ou Leo — estivesse pensando nisso naquele momento.
Cruzaram as portas do dormitório feminino com pressa, ignorando os chamados de "vocês não podem estar aqui" de uma das responsáveis pelo lugar. Eles estavam se formando, que punição podiam ganhar com isso?
Seguiram os gritos, empurrando as pessoas que estavam na sua frente assim que chegaram no terceiro andar. Quarto seis. A porta estava aberta e dezenas de pessoas se acumulavam para saber exatamente o que estava acontecendo e de onde estavam vindo os gritos. Ninguém ousava entrar no meio da confusão.
— Você perdeu a porra da sua noção — Sara gritava, no canto do quarto. Parecia ter sido interrompida no meio da sua rotina matinal, com o cabelo preso em um coque e os pés descalços. — Eu não falei nada a ninguém!
— Você é uma mentirosa de merda — Nina retrucou, dando mais um passo em sua direção. Tremia da cabeça aos pés. Seus olhos, vermelhos, pareciam querer sair das suas órbitas. As mãos, fechadas em punhos, pareciam prontas para uma luta. — Eu disse para você não se meter na minha vida.
A alemã pegou a primeira coisa que viu — um despertador que estava em cima da escrivaninha — e arremessou na parede, estremecendo com o som alto que seu choque fez, se despedaçando no chão. Não pensou. Na verdade, não pensou em absolutamente nada o que estava fazendo, desde o momento que levantou da cama.
— Eu não me meti! — Sara gritou de volta, colocando as mãos em cima dos ouvidos. — Olhe a cena que você está causando!
A raiva fervia no sangue de Nina. Não conseguia fazer conexão lógica entre seus pensamentos e por um segundo inteiro só queria que sua cabeça ficasse em silêncio. Ela só queria que tudo parasse. Nina só queria fechar os olhos e não sentir absolutamente nada.
Foi no momento que seus joelhos cederam que ela percebeu que alguém segurava sua cintura. A sua frente, Remi, parado entre ela e a caloura para apartar uma briga que não existia, praguejando algo que não conseguia entender para Sara. Atrás dela — e ela sabia pelo toque, antes mesmo de virar seu rosto —, Leo, falando o nome dela tantas vezes que Nina achou que ficaria tonta.
— Leve ela para fora, Leo — Remi ordenou, olhando por cima do ombro. — Pegue meu carro, leve ela para casa.
Tentou lutar contra ele, mas desistiu quando percebeu que era muito mais fraca que o jogador e que Hawkins já a carregava pelos corredores. Sabia que todo mundo estava olhando para ela, se esgueirando pelas portas dos quartos para entender o que exatamente estava acontecendo, mas não conseguia enxergar quase nada ao seu redor. Sua visão era uma mistura de vermelho e lágrimas que a impediam de ver um palmo à sua frente.
Sentiu quando Leo a colocou no banco de trás do carro, mas apenas fechou os olhos, desejando que tudo parasse. A dor de cabeça, a sensação de que havia um turbilhão de pensamentos presos dentro da sua mente, o desespero que parecia tomar conta do seu pequeno coração.
Quando notou, já estava no quarto conhecido, aninhada no colo de Leo como uma criança pequena. Não queria abrir os olhos. Não queria encará-lo. Não queria sentir as milhões de coisas que chegavam em sua cabeça por segundo.
— Respire — Leo implorou, sentando na ponta da cama com o corpo dela ainda em seu colo. — Pelo amor de Deus, Nina, respire.
Era difícil. A respiração da alemã estava completamente descompassada, seu corpo inteiro tremia e as lágrimas escorriam sem parar pelo canto dos seus olhos. Ela estava envergonhada, escondendo o rosto com as mãos, fugindo dos olhos castanhos de Leo e das mãos dele que tentavam fazê-la olhar em sua direção.
— Pare com isso — pediu baixinho, segurando um pulso dela. — Pare de fugir de mim, meu amor. Eu estou aqui por você.
As palavras de carinho, ao contrário do que Leo achava, só apertavam mais o coração de Nina. Uma voz na cabeça dela — alta e ensurdecedora — gritava que ela não merecia alguém como ele. Repetia, diversas vezes, que ele não deveria estar ali. A bagagem dela era pesada demais para alguém como Leo Hawkins ter que carregar no seu lugar. Nina deveria estar sozinha, exatamente como estava naquela noite em que cruzou todos seus limites.
— Me deixe, Leo — ela gritou de volta para ele, lutando contra os braços do jogador que tentavam contê-la. — Me deixe sozinha.
— Eu não vou a lugar nenhum — Leo sussurrava, em um contraste claro aos gritos que ressoavam por todo o corredor da alemã. Os soluços altos, a voz cansada, as fungadas de quem parecia ter o pulmão pisoteado naquele momento. — Você não vai me afastar agora, Nina. Você não vai me deixar de fora.
Ela lutou contra ele até onde pode, mas os braços de Leo venceram a pouca força da alemã quando conseguiu contê-la em um abraço apertado. Sem jeito, apertados no canto da cama recém feita, enquanto Nina fazia o máximo para se desvencilhar do corpo de Leo, até que ela percebesse que não havia jeito. Era uma luta perdida. Estava imersa nele. No cheiro dele, na pele dele, no toque dele.
Leo Hawkins estava em todo lugar. Nos seus braços, na sua cabeça, no seu coração. Ele tinha tomado para si aquele espaço que por tempo Nina achou que nunca seria habitado. Era seu para cuidar.
Relaxou os músculos, usando os braços — agora — para abraçar o pescoço de Leo o mais forte que podia. Ela precisava dele naquele momento. Precisava da única coisa que a prendia em Silvermount que sentia que não era de mentira. Não as notas, que ela só conseguia depois de noites sob efeito de Adderall. Não o clube de patinação ou a monitoria. Não o diploma perfeito, que nunca verdadeiramente pertenceria a ela.
Leo. Leo era a sua única coisa real.
— Você tem um problema, meu amor — ele falou baixinho, acariciando os cabelos dela com uma das mãos. — O quão ruim é?
Demorou um tempo até que Nina tomasse coragem para respondê-lo. Colocar aquelas palavras em voz alta seria sua grande queda. O momento que ela finalmente ia parar de fingir que tinha controle sobre tudo ao seu redor. Não tinha controle sobre os medicamentos que tomava ou sobre a prova de diplomacia que faria ao final do ano. Não tinha controle nenhum sobre a vida, ou as adversidades dela que ia encontrar pelo caminho. Não tinha controle nem dos próprios sentimentos, que se tornavam libertos ao primeiro sinal de raiva. A cena no dormitório era só a gota d'água de um copo que há muito tempo já derramava.
— Não posso ficar sem os comprimidos, Leo — assumiu, fungando. Era grata por não estar olhando para os olhos dele nesse momento, com medo do que veria nas íris escuras de Leo. — Eu estou usando uma dose muito alta para me manter acordada.
— O que acontece se você fica sem?
— Você não entende, Leo... Eu não consigo ficar sem. Não por conta própria, ao menos — respondeu baixinho, apertando os olhos para mantê-los fechados. — Sara falou a você?
Mantinha os olhos fechados, desejando que tudo fosse apenas um pesadelo. Beliscava seu antebraço sem nenhum cuidado, esperando acordar no momento seguinte. Acordar nos braços de Leo, se revirar na cama para agraciar sua visão com o semblante sonolento dele e cumprimentá-lo com um beijo nos lábios inchados.
"Eu tive um sonho muito ruim", ela diria. Uma ruga de curiosidade se formaria entre as sobrancelhas de Leo. Ele passaria as mãos pela cintura dela e beijaria seu pescoço e seu maxilar antes de sussurrar em seu ouvido.
"Que bom que não era real".
— Seu irmão — Leo respondeu, surpreendendo Nina com a resposta. Ela abriu os olhos, afastando-se minimamente do abraço para fitar o rosto de Hawkins. Não era um pesadelo. — Ele achou que eu sabia e me falou um pouco sobre seu passado. Eu só juntei as peças.
Enquanto a segurava com uma mão em seu colo, Leo usou a outra para colocar uma mecha dos cabelos loiros de Nina atrás da orelha. Seus olhos estavam vermelhos do choro silencioso e a ponta do nariz inchada, como alguém que não parecia preparada para parar de chorar ainda.
— É assim que você se sentia quando... Quando você precisou ficar internada no ano passado? — perguntou de uma vez, mas morria de medo da resposta. Ao contrário do que Nina pensava, não era nenhum sentimento de mágoa que estava nos olhos de Leo.
Estava preocupado. A culpa que carregava nas costas estava amassando todos os seus ossos, enquanto ele se perguntava como não tinha percebido antes. Por muito tempo, achou que sua namorada era a mulher maravilha por se envolver em tantas coisas e dar conta de tudo.
Ainda era, aos seus olhos, a mulher maravilha. Mas era feita de carne e osso. Não era forte como parecia ser para quem olhava de fora, muito menos revestida de vibranium. Não tinha quebrado porque era fraca, mas porque tinha se dado mais do que podia aguentar.
E tinha carregado os próprios problemas de Leo junto a ela, jurando que estava bem.
Nina assentiu, sentindo outra lágrima escorrer pelo seu rosto. Tinha um problema. Isso já sabia há algum tempo. Mas agora — depois que percebera o que fizera no dormitório — assumia que não conseguia resolvê-lo sozinha. Não conseguiria parar com os remédios por conta própria. A abstinência seria dilacerante. As primeiras semanas eram as piores e as provas de final de semestre seriam logo depois delas.
— Então você sabe o que precisa fazer... — soprou em direção a namorada, engolindo em seco.
Hawkins passou os polegares por baixo dos olhos claros de Nina, tentando se livrar de metade das lágrimas que molhavam seu rosto, fungando para conter as próprias. Nunca tinham falado diretamente sobre sentimentos, mas seu coração gritava o quanto gostava da alemã naquele momento. A dor que ele sentia se comparava ao dia da viagem de Boston, quando descobriu a peça que a vida tinha pregado nele. Agora, porém, ao invés de se afundar em um buraco de autopiedade como fizera nos primeiros dias, queria encontrar uma solução. Queria resolver o problema de Nina, tomar a dor dela para si. Queria prometer que tudo ficaria bem, segurar a mão dela e garantir que ela nunca ficaria sozinha. Queria dizer que a amava e repetir isso até que as palavras entrassem em sua cabeça.
Porque ele a amava. E como amava.
Leo a amava nas noites que dormiam juntos e naquelas que desejava que ela estivesse ao seu lado. Leo a amava enquanto ela explicava algum assunto que gostava muito, com um brilho nos olhos enquanto parava para perguntar se ele estava acompanhando. Leo amava suas birras, a forma que Nina mexia o nariz quando estava irritada e o caminho que fazia com a ponta dos seus dedos pelo corpo dele. Leo amava a risada, a doçura e até mesmo a carcaça que ela usava para caminhar pelos corredores da Silvermount.
Não tinha dúvidas que amaria, também, a parte que não era perfeita. Amaria seus defeitos da mesma forma que grandes poetas faziam com suas musas. Amaria todos seus paralelos, todas as suas particularidades. Leo a amaria nas noites mais escuras e nos dias mais brilhantes.
Ele só desejou ter mais tempo. Desejou que o tempo parasse naquele dia. Naquele último e único dia que ele teria em sua presença. Daquele que, até segundos antes, não era para ser o último.
— Nós precisamos ligar para o seu irmão — Leo falou de uma vez, assistindo Nina assentir devagar. — Vou dizer a ele que você vai voltar com ele para Dortmund amanhã.
Nina sentiu como se alguém apertasse seu coração com as mãos ao encarar Leo. Os olhos castanhos estavam tristes e tudo o que ela queria era vê-los brilhar mais uma vez. Uma última vez, se tivesse chance.
— Mas hoje você fica comigo — continuou, apertando a mão dela com a sua. — Hoje, eu quero estar ao seu lado. Porque eu não estou indo a lugar nenhum, meu amor. Eu estou aqui por você e ainda estarei aqui por você mesmo se você estiver do outro lado do mundo.
Aquelas palavras mudaram absolutamente tudo ao chegar aos ouvidos de Nina. Não era da boca para fora, sabia disso. Podia ver, na profundidade escura que eram os olhos marejados de Hawkins que cada palavra sua vinha diretamente do seu coração.
A cena do ano passado não se repetiria em Silvermount. Agora Nina tinha certeza disso. Não só porque ela agora entendia que tinha um problema e que não podia consertá-lo, como também porque Leo nunca a deixaria com uma pilha de medicamentos em um banheiro sozinha.
Ele era tudo o que seu ex-namorado nunca tentara ser.
E Nina o amava. Não só por isso, mas a concepção desse fator fez seu coração latejar.
Ficaram em silêncio.
Em silêncio por todas as partidas de hóquei de Leo não iria disputar e que Nina não iria estar na arquibancada. Por todos os pontos que ele não ia fazer e sorrir em sua direção enquanto o time inteiro patinava para abraçá-lo.
Ficaram em silêncio por todos os encontros que não teriam. Por todas as receitas que Leo não faria só para agradá-la. Por todas as tardes que não iam terminar patinando juntos na pista de patinação de Silvermount.
Se mantiveram em silêncio por todos os presentes que não trocariam. Pelas fotos que não tirariam. Pelas noites em claro que não estariam juntos, olhando para as estrelas luminosas do quarto de Leo de volta a Boston. Pelas conversas ao pé do ouvido que não teriam. Pelas risadas escandalosas que não iam ter que esconder da Sra. Wes no meio da aula de Econ121.
Se soubesse que teriam tanto pouco tempo, Nina teria beijado Leo na primeira oportunidade. Na primeira troca de olhares, no meio da aula da Sra. Wes. Teria vestido a camisa com o nome dele no primeiro jogo e fugido para seu quarto na primeira noite. Teria dormido na sua presença na primeira festa e acordado com seu corpo grudado no dele na primeira manhã.
Agora tudo o que conseguia pensar era em todo o tempo perdido. Em todos os beijos que não tinha dado, em todos os pensamentos que não tinha compartilhado. Em todas as vezes que lutou contra aquele sentimento forte que a levava de volta para ele.
Ainda estava ali. A gravidade que girava ao redor dele, trazendo Nina para seu centro. Impedindo-a de fugir, correr ou se esconder. Nunca fora suficientemente forte para se livrar das amarras invisíveis que a prenderam de volta à Leo Hawkins. Entendia isso agora. Só desejava ter entendido mais cedo.
Talvez Nina estaria de volta, um dia. Ou eles se encontrariam de novo, em outra vida.
Mas nessa, a única coisa que Leo e Nina tinham era um dia. Aquele último dia.
Sei que vocês devem estar me xingando agora e já peço desculpas por todos os corações partidos!!!! Mas eu não conseguia ver um desfecho diferente para essa situação. A Nina precisa de ajuda e precisa estar em um lugar seguro para isso, ela teria que deixar Silvermount em algum momento. Ainda temos três capítulos para acontecer e já posso dizer que teremos um avanço no tempo em cada um deles entãaaao vamos manter os dedos cruzados.
Peço desculpas pela demora. Já falei uma vez que finalizar uma história é difícil para mim e esse capítulo teve um peso muito emocional (eu acho complicadíssimo de escrever capítulos assim). Espero que vocês tenham gostado ❤ e preciso agradecer mais uma vez pelo carinho que estou recebendo por Dirty Laundry. Nós estamos crescendo e isso tudo é graças ao comentários, votos e visualizações de vocês. Acompanho todos, ok? Me perdoem se não os respondo há um tempo, mas prometo fazer isso em breve. Estou me organizando para o começo do semestre e minha rotina está uma loucura.
Até a próxima e vocês sabem onde me encontrar ❤
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