Exército romano
O exército romano era formado por escalas de comando e, em seu tempo, foi a força armada mais organizada e treinada que o mundo pode conhecer. Além de possuírem máquinas de guerra que nenhum povo ousou ter, até depois de passado alguns séculos da época deste grande império, seus equipamentos eram muito avançados em relação aos novos dominadores que surgiram ainda depois de sua queda.
Esta ausência causou um atraso na engenharia bélica, arquitetônica e de máquinas linha de produção, isso mesmo, “Linha de Produção”, que segundo alguns pesquisadores de Arqueologia, que acharam muitas invenções movida a base de energia hidráulica, tantas coisas que levaria outro livro para detalhá-las nos mínimos detalhes. Que faziam o trabalho manual de muitos homens. Isto foi uma grande perda de informações tecnológica, que se extinguiu no continente Europeu, após sua destruição por invasões bárbaras, depois de tudo que esses homens da península itálica fizera em seu tempo, sobrando poucos registros detalhados.
Deste jeito, não havia chance para seus adversários, onde os Césares resolviam conquistar, dificilmente este local escapava de seu domínio. Muitos povos bárbaros poderosos caíram diante a glória de Roma.
Na época da história relatada, o mundo vivia em uma paz aparente. Ninguém mais desafiava o poderio de Roma abertamente e as poucas rebeliões eram esmagadas com violência e sem clemência.
O mar Mediterrâneo foi palco de constantes batalhas marítimas épicas, muitas que o mundo jamais conheceu. Algumas comandadas por homens livres que não se curvavam ao poder do Império. Desafiavam corajosamente a hegemonia bélica do país cortado pelo rio Tibre. Eram como fumaça e só perdiam, quando a suas forças cresciam de tal forma que achavam que poderiam vencer a marinha romana abertamente.
Nossa história passa em parte no mar, mas não o começo. Este inicia com a eleição de Lucius, homem de pouca moral que sobe ao posto de Centurião-chefe, depois de uma disputa pela vaga com o grande legionário Dirceu. Vaga que só por meio da política foi conquistada, com o apoio do general Caius Mardônius.
Com isso, o comando do antigo Centurião-chefe Publius chegava ao fim, depois de anos seguidos de guerra. Amigo e admirador de Dirceu, que de uma forma corajosa levava aquele destacamento a todas as vitórias possíveis nas regiões periféricas da Grécia, também da Capadócia e Cilícia. Hoje parte da República da Turquia. Local de muitas revoltas e tentativas de invasões naquele tempo, mas devido a intensa ação das forças romanas, o levante estava chegando ao fim e uma nova ordem surgiria, poucos vilarejos ainda abrigavam insurgentes e logo a paz reinaria.
O Imperador Titus Cesar Vespasiano Augustus que foi peça fundamental nesta história, que começou com Nero ainda na cadeira de maior importância de Roma, que naquele tempo pensava em modificar todo o governo local e um dos primeiros passos começava com trocas das lideranças de suas legiões, até o governo principal.
Depois deste desvairado governo de Nero, que durante nossa história, foi um dos Césares envolvido na trama, que nos anos seguintes após a sua morte, Roma viveu um momento conturbado em disputas pela cadeira do Império, vencida pelo lendário General Vespasiano e, seguida ao seu filho Tito, personagens que modificaram a vida do oriente médio.
Destruindo pátrias milenares e modificando as fronteiras do mundo noutra época, traços feitos por aqueles Imperadores por volta do ano 70 dc, que duraram até meados do século vinte. Iniciado depois a destruição de Jerusalém e do seu sagrado templo, devolvido ao povo Judeu seu antigo território de Israel em 1948, que estava na posse do Real Império Britânico. Resolução que foi decidida pela ONU, com o voto de minerva de um brasileiro chamado Oswaldo Aranha, após a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Contudo, esta história da destruição desta cidade ficará para frente e, se passará na narrativa da vida de nosso heróico Dirceu.
Sendo assim, durante uma investida a um vilarejo pequeno, próximo a cidade de Icônio, começa a história de Dirceu. Espiões de Roma identificaram um grande ajuntamento de rebeldes e o General Caius Mardônius movimentou o seu Centurião-chefe imediato para a localidade. Ele comandava mais seis Centuriões, cada centúria com oitenta legionários. Publius que ainda estava no comando, reuniu seus homens e foi para a cercania relatada.
Caminharam por muitos dias, naquela região que era um pouco desértica, mas com o preparo da tropa não foi difícil chegar ao ponto marcado em seu mapa. Depois de subirem montes escarpados, planícies secas e passarem por muitas cidades, eis que chegaram. Não optaram pela estrada, pois queriam acabar com aquela revolta o mais breve possível, e o caminho principal os entregaria, dispersando a reunião inimiga.
Cercaram a pequena vila e Dirceu foi escalado para sondar o inimigo de perto. Era acostumado a fazer este tipo de serviço e só os mais corajosos eram indicados para tal façanha. Por ser um homem vigoroso, leal e com um bom senso de justiça, conquistou a confiança de seu Centurião-Chefe Publios e de toda a tropa, que o reverenciava. Mas o ódio de Lucius cada dia aumentava e este tramava em secreto sua morte.
Ele pôs uma capa surrada cobrindo a farda romana e foi como um mendigo através das poucas ruas da pequena vila, que não tinha mais de trezentos habitantes. Sentou ao pé de uma árvore próxima ao poço principal daquele reduto de camponeses, e de lá viu toda a movimentação. Estava sendo também analisado por um espia inimigo, que sentou ao seu lado após já algum tempo que se fixava sorrateiro ali ao lado dele e palestrou com o centurião. Dirceu não deu muita oportunidade para uma conversa e aquele homem saiu, mas antes falou com uma voz altiva e corajosa demais, para um simples mendigo. - Interessante... seu calçado... para um pobre mendigo... roubou de quem? Disse com olhar melindroso e bem analítico.
- De um soldado morto, não sou ladrão e me deixa em paz. Respondeu Dirceu, pouco percebendo até certo ponto, pois sua visão estava na cidade.
- Tudo bem, vou arrumar comida para a gente, espere.
Dirceu não sabe o porquê, mas confiou naquele homem. A princípio ia fugir, achando que fora descoberto, mas era corajoso e colocou uma faca por baixo de sua capa esfarrapada, esperou no mesmo local que estava e do mesmo jeito ficou, sentado e relaxado na sombra ressequida da mesma árvore.
Não demorou muito para que ele voltasse, não somente com comida, como também um pouco de vinho.
- Somos um povo pobre, mas aprendemos com alguns homens Judeus, discípulos do Galileu Jesus, que passaram por estas bandas algum tempo atrás, que devemos amar ao próximo.
O Centurião se surpreendeu com aquelas palavras, já tinha ouvido falar do tal Jesus, o Cristo da Judéia e seus discípulos, que ressuscitava os mortos e pregavam uma mensagem de amor e renuncia aos prazeres do mundo. Todavia era soldado e não pensava muito naquelas besteiras, era assim como concluía o fato.
- Eu não tenho tempo para isso.
Com um salto rápido, pôs-se de pé e colocou sua faca na garganta daquele homem.
- O que quer comigo?
- Nada, sei que não é da região e queria saber quem é você, não recebemos muitos estrangeiros aqui.
- Então... agora que já sabe, me deixa em paz!
Largou o homem, que o observava depois nos mínimos detalhes. Viu sua estatura física e sua faca, que era bela e ornada. Fruto de um saque a uma cidade destruída pela legião romana. Dirceu também não perdeu nenhum ponto importante e reparou um olhar sagaz e astuto naquele pobre homem a ver por fora. Arrependeu-se de tê-lo soltado, entretanto como era destemido e não se acovardava a nenhuma situação, pois não temia a morte.
- Acho que ainda vamos nos ver novamente. Falou isso, por agora perceber que estava lhe dando com um soldado rebelde.
- Sim, também sinto isso, mas saiba que a cidade esta vazia. Todos já partiram com a aproximação dos romanos.
- O que quer dizer com isso?
- Nada, só para avisar. Uma sandália poderia ser roubada de um moribundo, mas uma faca como esta não, somente um soldado teria coragem para empunhá-la, pois seu antigo dono já estaria morto por aquele que o tirou.
- Palavras sábias. Dirceu se pôs em posição de combate, gingando seu corpo de um lado para o outro manuseando sua faca. - Pode até gritar e dar o sinal, mas estará morto.
- Não vou lutar, teremos outra oportunidade. Mas retire seus homens daqui, estamos muito longe já. Virou-se e correu para uma rua próxima.
Dirceu olhou para onde ele foi e teve que tomar uma decisão rápida. Perseguiria aquele rebelde, ou fugiria e daria o alarme aos seus amigos. Pensou nos seus homens, poderia ser uma armadilha e saiu correndo na direção o mais direto possível. Não dava para esperar, já tinha sido descoberto.
Chegando lá, encontrou somente Lucius com uma carta do General Caius Mardônius. Os homens destacados e cabisbaixos ao lado e outros desanimados e visivelmente chateados.
- O que está acontecendo?
- Nada. Respondeu Lucius.
- Como nada, onde está Publios?
- Foi descansar, seu tempo acabou e agora chegou a minha hora.
- Tudo bem, mas queria dizer que não há soldados na cidade.
- Não viemos aqui pelos soldados, sabemos que fugiram. Viemos destruir esta vila de rebeldes.
Dirceu gritou com ele. - Está louco, não vou matar mulheres, crianças e velhos.
- Soldado, comporte-se ou vou ter que te prender.
- Não, eu não vou!
Quando Lucius ordenou que o prendesse, Dirceu puxou sua espada e com um movimento rápido atacou o novo Centurião-Chefe, que foi alvejado na perna pela passagem rápida da lâmina por cima daquele membro, já que não esperava aquele golpe rápido. Caiu do cavalo com seu atacante o puxando e desfaleceu no chão com o impacto de sua cabeça em uma pedra. Os homens ficaram confusos e não sabiam bem o que fazer, mas um grupo pequeno que era partidário de Lucius tentou o matar. Dirceu viu que teria poucos minutos, apesar de a tropa ser fiel a ele, o juramento a Roma era maior que tudo e não pensou muito, montando no cavalo de seu inimigo fugiu para a cidade.
Chegando lá no vilarejo, não continuou sua fuga e gritou a todos que fugisse. Alguns acreditaram e partiram, contudo a maior parte vendo ele com trajes da legião romana, não acreditaram em suas palavras. Talvez se tivesse tentado evadir, não seria pego com tanta facilidade.
Um grupo a cavalo entrou na cidade e muitos atrás a pé. Estes montados logo alcançaram o fugitivo e o prenderam, depois de terem acertado com uma lança. Não mortal, pois Lucius o queria vivo.
Olhou para a cidade enquanto que amarrado pelas mãos era puxado por um cavalo. Viu a matança, o povo correndo e a covardia das ordens Lucius sendo cumpridas. Um ódio subiu para cabeça, sua perna sangrando com o ferimento, parecendo que naquele momento não sentia dor, pelos passos forte como caminhava. Logo viu seu verdugo no alto do monte, cabeça enfaixada e perna também cuidada com curativos. Foi aproximando e somente pensava como iria matá-lo, ao chegar até o Centurião no alto de seu cavalo, pediu a um de seus soldados que o surrasse.
Apanhou seguidamente, até que desfaleceu. Acordou de madrugada e viu o acampamento armado, percebeu que tinha chegado mais outras centúrias e escutava de um soldado, que logo iriam atacar outra vila. Um de seus antigos amigos pediu que se aproximasse dele e foi concedido a permissão. Acompanhado por um dos partidários de Lucius o homem desabafou, quando muitos escutaram toda a conversa.
- Enlouqueceu Chefe?
- Tudo bem.
- Não está tudo bem, será morto por traição, talvez amanhã, na frente de todos. O soldado calou-se e balançou a cabeça em negativa.
- Deixem ele! É um covarde! Falou outro soldado.
- Não! Não é covarde! Lutei com este homem muitas batalhas e sei que não foi normal o que aconteceu. Foi bruxaria, ele vai se recuperar logo, dêem um tempo para ele, vai voltar atrás. Falou seu amigo perplexo com a atitude incomum do centurião.
- Não foi bruxaria. Gritou Dirceu. - Não sou covarde, só não mataria crianças inocentes.
- Mas senhor, foi uma ordem direta de nosso general.
- Não está vendo que é um traidor? Deixa ele sozinho, amanhã acabaremos com ele. Falou o guarda de seu cárcere.
O soldado amigo se afastou triste, muitos que ficaram a ouvir a conversa e também eram antigos aliados de Dirceu, se decepcionaram com aquelas palavras e logo foi abandonado por todos seus partidários.
Na manhã do dia seguinte, grande parte dos soldados partiu do acampamento. Informações de grande atividade rebelde no norte, fez com que rumassem depressa para tal localidade. Ficou apenas os homens de Lucius e ele logo resolveu que mataria seu inimigo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro