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A vingança

   O fim era certo. Quanto mais os dias se passavam, menos humana Dirce se tornava. Sua cobiça pela felicidade alheia era tamanha que ela fugiu de casa para não fazer mal a seus pais. Por onde passava deixava um rastro de tristeza e escuridão. Zeto aparecia as vezes, mas nunca ficava. Estava claro o que ela significava, era apenas uma peça no tabuleiro.
  Zeto disse que sua hora chegaria, mas ela não aguentava mais. Se ele não se apressasse, logo não haveria mais humanidade nela (se é que um dia houve), e aí nada mais poderia ser feito. As palavras daquele homem estranho se cumpririam. Ela seria pura inveja caminhando sobre a terra, e não demoraria muito até que ele viesse matá-la. De qualquer forma, morrer era melhor do que não sentir nada.

   E como prometido, Zeto retornou. Disse que havia chegado o momento, mas que eles só teriam uma chance para fazer dar certo. Então, de mãos dadas eles foram para o castelo acima das nuvens.

  Após a viagem desconfortável, eles chegaram à montanha, mas não estavam no castelo, parecia mais uma caverna. Foram recebidos por uma mulher baixa, de pele esverdeada, cabelos pretos trançados; usava um vestido preto com mangas largas, e seus olhos eram de um verde neon amedrontador. Depois de trocarem cochichos, Zeto explicou seu plano de vingança. A mulher, uma bruxa poderosa, reverteria o feitiço realizado há dezesseis anos, fazendo com que a inveja crescente em Dirce retornasse para sua antiga dona, e assim, seria fácil esperar que a sua própria soberba a matasse. O efeito colateral desse plano é que, por haver pouca humanidade em Dirce, ela talvez não resistisse. Mas a garota já tinha percebido que, qualquer que fosse a trama, seu fim estava traçado. Pelo menos assim ela devolveria a maldade que fizeram com ela.

   Tudo estava pronto. Dirce não se alimentava bem há dias, apenas o bastante para sobreviver, e em poucos dias tudo aquilo acabaria. Ela pensou em todo mal que fez, todos os maridos que seduziu, todos os casamentos que destruiu, e sofreu ao perceber que não se arrependia de nada, e que até sentia falta de cobiçar o que não lhe pertencia. Esse desejo lhe fez cobiçar uma última coisa. E essa, ela cobiçaria sem medo - até porque quase não havia mais humanidade em si, ela era a inveja em pessoa.

   O dia chegou, e ela foi levada com a bruxa para o castelo. Lá em cima era silencioso, pacífico, mas já não importava, Dirce não sentia nada além da cobiça. Seus olhos estavam vermelhos como o veludo que a enrolou na noite em que foi abandonada. Ela estava pronta. Sabia que nada daria errado, afinal, conquistar para si o que era de outro era sua função na vida.

   Quando Zeto capturou a verdadeira Dirce, e a levou para junto da bruxa para começarem o feitiço, o homem apareceu, e finalmente Dirce soube seu nome.

  - Lito, Lito... chegou tarde. Logo logo sua esposa voltará a ser vazia como antes, corrompida pela inveja. A inveja que a fez matar minha mãe, também a matará. - disse Zeto, cheio de ódio. 
  - Não faça isso, Zeto. - seu olhar era de súplica - Dirce Ulric, se ainda há algum resquício de humanidade em você, eu imploro que não faça isso. - ele se voltou para Dirce esperando uma resposta.

   Naquele momento Dirce pensou em tudo que tinha acontecido em sua vida. Tinha sido abandonada duas vezes, e isso só havia retardado o dia de sua morte. Ela entendeu, naquele momento, que o que ela mais invejava nas pessoas era a chance de viver, a chance de ter um futuro, e de sonhar com ele. Ela sabia que tinha sido marcada pra morrer, e que por mais que fugisse dali, jamais teria uma vida. Seria como um parasita que se alimenta de outras vidas, e depende disso para viver.

   Aquele foi o minuto mais longo de sua vida.

   Bem no momento em que o feitiço começava a ser feito, Dirce foi mais rápida. Ela pegou o punhal da mão de Zeto e o entregou a Lito. Suas últimas palavras foram:

  - Pelas suas mãos isso começou, e pelas suas mãos deve terminar.

Ao ver que Lito não conseguiria sozinho, ela segurou suas mãos, e pressionou o punhal contra o próprio coração. Uma última lágrima caiu, e ela sentiu paz. 

   Zeto e a bruxa foram julgados e condenados à prisão nas masmorras do castelo. Dirce, a esposa de Lito viveu para sempre livre de sua inveja.

Há um ditado que diz que a inveja mata. Nesse caso, ele foi mais verdadeiro do que nunca!

Fim.

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