A morte
A artista na qual eu tive a ideia e tudo mais ( literalmente, pq eu bati o olho na foto e pensei no plot XD) é da de xiaoann( não me lembro se foi no insta ou no tt que vi a foto)
[...]
─ Vocês têm certeza que é isso que querem? Minha máquina nem ao menos foi testada corretamente, não sei ao certo o que pode ocorrer. A morte dele afetou a todos nós, mas... e se tudo der errado? Eu não quero estragar tudo ─ disse segurando o choro. ─ Vocês estão colocando tudo em minhas costas! Sem contar que abrir uma fenda para uma outra dimensão e trazê-lo para essa pode trazer grandes consequências! O que as pessoas daquela dimensão vão fazer ao ver que Izuku Midoriya sumiu? Estão se esquecendo que ele pode ter outra vida com outras pessoas, é algo arriscado! Vamos roubar um Izuku por mero capricho?
─ Hatsume... ─ alguém fala com um tom de choro.
─ POUCO ME IMPORTA! ACHA QUE SE O MESMO OCORRESE NA DIEMENSÃO DELES E TIVESEM A CHANCE DE TRAZE-LO DE VOLTA... MESMO QUE DE OUTRA DIMENSÃO ELES NÃO FARIAM? ─ Bakugou se aproximou da garota irritado, seus olhos estavam vermelhos. Entre todos ele tinha sido o que mais chorara na lapide, até hoje ele chorara. ─ Acha que aguento ficar mais um dia sem o Deku?
─ Hatsume, vamos arcar com as consequências ─ Shoto falou se manifestando, seus olhos estavam vermelhos também. ─ Concordo com Bakugou, eles não pensariam duas vezes ao fazer o mesmo.
─ Vocês não estão entendendo! Não é igual os filmes, não vou ter certeza de quem vou trazer! Posso trazer um Izuku em um local onde ele é a droga de um gato! Vocês entenderam agora? Minha máquina não está funcionando direito e pra falar a verdade eu nem sei ao certo se conseguiria manipulá-la corretamente para ficar navegando em dimensões ─ disse passando a mão nos cabelos rosados. ─ Eu... eu também sinto a falta dele, mas eu tenho que pensar no bem-estar da nossa dimensão também! E se os corpos mudarem? E se de repente o nosso Deku vai parar no lugar do outro, imagina a expressão das pessoas de encontrar um rapaz morto no lugar do verdadeiro.
─ EU NÃO LIGO! SÓ TRAZ ELE DE VOLTA ─ Bakugou novamente grita apertando os punhos.
[...]
Depois de 5 anos formados, uma fatalidade aconteceu. All For One fora solto da prisão e com isso o portador do One For All precisou novamente travar uma batalha com ele, só que dessa vez foi uma definitiva pois ele havia matado o vilão ─ não havia como detê-lo ─ o problema que ao utilizar todos os golpes que possuía do One For All, seu corpo fora completamente destruído, ele não teria como continuar a ser um herói devido a isso, além do fato que sua condição física e de saúde tinham caído drasticamente. Com isso ele notou que tinha cumprido seu propósito, pra falar a verdade talvez a capacidade de passar adiante o poder nem funcionasse mais, afinal ele tinha conseguido finalmente acabar com o maior vilão de todos ─ em partes já havia outros, mas não como esse ─ temendo um futuro onde um sucessor do vilão retornasse passou adiante seu poder em pensar duas vezes. Kota tinha sido escolhido para ser o novo portador, fazia um tempo que ele já vinha treinando o garoto e achava que um dia ele seria merecedor de tal poder e naquele momento fora sua melhor escolha.
Izuku Midoriya suportou muito pouco, seu corpo lhe implorava por um descanso definitivo. O que fez com que ele tomasse a decisão mais difícil da vida, pediu por uma eutanásia, a notícia que o herói tinha feito tal pedido se espalhou pelo mundo as pessoas ficaram desesperadas de perde o novo símbolo da paz sem contar que pensaram o quanto ele devia estar sofrendo para pedir tal coisa. Os médicos e advogados fizeram uma vistoria geral, ele não podia pedir a medicação sem estar em condições completamente insuportáveis pela vida. Seus amigos e sua mãe tinham ficado furiosos e desolados, mas Deku sofria a cada segundo e não aguentava mais tudo aquilo.
O problema era que Katsuki Bakugou estava junto quando o parceiro entregou uma gota de sangue ─ e aquilo deixou o parceiro alarmado pois sabia o significado ─ para que Kota tomasse e ficou dia após dia ao lado do rapaz de mexas verdes. E quando soube da decisão ficara frustrado e irritado, como se o relacionamento deles não significasse nada, pois não tinha conversado sobre o assunto muito menos comentado sobre uma solução tão desesperadora. Entretendo Izuku mostrou o quanto sofria, amava o rapaz explosivo só que não conseguiria suportar toda aquela dor, pelo menos não mais.
O dia do enterro tinha parado a cidade, fora um dia de luto. Nem mesmo os vilões tentaram algo pois tinham medo que algum herói ─ irritado pelo acontecimento ─ fossem obrigados a sair de um velório para resolver e tinham noção que isso poderia causar até mesmo uma morte ─ ainda mais sendo Bakugou ─ então fora um diz de completa paz. Um dia ensolarado, sem muitas nuvens onde Izuku fora velado com um sorriso no rosto.
Katsuki e sua sogra tinham ficado desolados, Mitsuki junto com os amigos de seu filho tiveram que fazer um trabalho redobrado para impedir que aqueles dois cometessem alguma louca. Todos estavam sofrendo, é claro, mas não conseguiam imaginar como a mãe do garoto e como o parceiro deviam estar se sentindo. Aquela sensação de imponência e inutilidade assombrava suas almas que chegava a machucar.
Entre toda sua depressão, o garoto explosivo se recordou de algo que na hora não tinha prestado atenção, mas que agora poderia mudar tudo.
''Kacchan! Você não vai acreditar, Hatsume quer fazer uma máquina temporal pra ela conseguir ficar abrindo fendas para outras dimensões! Isso não é incrível?''
Katsuki quase caiu quando notou o que aquilo significava. Ele não era idiota, sabia muito bem que dimensão era o mesmo que dizer multiverso e com isso inúmeras versões da terra existiriam. Parecia coisa de quadrinho, mas para quem possuía poderes aquilo era bem possível. Então tudo que precisavam fazer era de alguma forma trazer Deku de volta, contou seu plano para todos os amigos que por incrível que pareça ─ até mesmo ele ficou surpreso ─ aceitaram e foram rapidamente atrás de Hatsume.
[...]
─ Não sabemos o que vai acontecer até tentarmos! ─ Uraraka fala gritando.
─ Então, quando eu realizar todo o protocolo e de alguma forma trazer um Izuku pra cá, um de vocês vai olhar a cova dele? Vai ver se o corpo continua no devido local? ─ comentou irritada olhando para todos que encaravam o chão.
─ Eu olho ─ Bakugou falou surpreendendo a todos, até mesmo Hatsume que não esperava aquilo. ─ Eu não me importo, eu só quero que traga Izuku pra cá.
─ Quero que entendam que quando eu utilizar a máquina... na qual devo lembrá-los DE NOVO! Que ela ainda não está pronta e não sei ao certo que dimensão eu vou acabar ''retirando '' o Deku! EU NÃO SEI DE NADA, TA LEGAL? Eu nem testei isso com coisas pequenas, quanto mais uma pessoa inteira! ─ disse puxando os cabelos, ela era muito inteligente isso todos sabiam, mas ela não podia simplesmente arriscar a vida do amigo. Se fosse por qualquer outra coisa ela o faria, não se importaria de explodi uma coisa ali e aqui ─ igual ela fazia na escola ─ só que no momento era a vida de um ser humano em jogo.
─ Confiamos em você, tenho certeza de que vai conseguir ─ Kirishima fala tentando deixar ela mais calma.
─ Eu... vou tentar ─ disse vendo o sorriso animado de todos, que estavam para comemorar. Só que ela levanta a mão. ─ Mas antes de tudo, precisamos resolver alguns problemas... o que o governo acha disso tudo? Não posso fazer algo que depois isso vá influenciar negativamente minha e a de vocês. Outro fator muito importante é qual Deku vai vim, é de TOTAL responsabilidade de vocês! Após testar a máquina, tentarei ajustá-la e começarei a fazer novos testes... caso algo ocorra.
─ Eu já falei com todo mundo, eles acham bom trazer o herói número um de volta ─ Kota mesmo tendo um treinamento muito longo com Izuku e com sigo mesmo ainda não estava pronto para ser o número 1º .O garoto tinha ficado devastado com a partida de Deku, mas faria de tudo para continuar o legado.
─ Eu só não falo que seria melhor uma máquina do tempo, pois isso com certeza ia ferrar tudo! ─ massageou a testa. De fato, aquilo seria pior, pois impedir que Izuku morresse seria o mesmo de não o deixar lutar o que ocorreria a morte de milhares ─ ou centenas ─ mortes. ─ Tentarei ver no que posso fazer o quanto antes até lá vocês... ─ antes que pudesse termina todos os aparelhos de comunicação dos heróis a sua frente começaram a tocar pedindo por ajuda, aparentemente todos estavam sendo chamado em vários locais diferentes, aparentemente a liga estava começando a dar as caras novamente, o que deixou todos com mais raiva. Seria questão de poucos dias, ou até mesmo horas para que Tomura aparecesse.
─ Faça o que tem que fazer, vamos dar um fim nessa liga idiota ─ Katsuki rosnou deixando a garota sozinha na sala que apenas bufou.
─ Eu espero que eu esteja fazendo a coisa correta... eu realmente sinto muito ─ disse Hatsume limpando uma lagrima, não queria fazer aquele tipo de coisa com o amigo, era quase trazê-lo da morte só que com uma personalidade diferente. Só que ninguém entendia que o Deku que chegaria naquela dimensão não seria o Deku deles e sim um completamente diferente. Todos iam sair machucados, ainda mais ela que faria todo o processo. ─ Eu realmente sinto muito. Eu espero que a dimensão que você vive as pessoas não sofram com sua partida.
[...]
A luta estava extensa, o doutor ainda estava vivo ─ o que fabricava os Nomus ─ o que dificultava ainda a vida dos heróis a grande diferença era que eles não possuíam mais inúmeras individualidades como antigamente ─ já quem era responsável por isso havia morrido ─ só que ainda assim era complicado lutar com tantos e lidar com inúmeros vilões. Ter monstros enormes com uma massa grande de carne e com um poder único já era complicado demais de se lidar, ainda mais em grande quantidade.
E devido ao abalo emocional os heróis ainda não estavam em seu melhor momento ─ mesmo já ter passado um tempo desde a morte do rapaz ─ acabavam agindo de forma incorreta esquecendo todo o profissionalismo que tinham adquirido ao longo dos anos. Não conseguiam lutar com aqueles vilões sem sentirem ódio e culpá-los pela morte de Izuku o que atrapalha na grande batalha ─ todos que estavam lá estavam cometendo o mesmo erro ─ parecia que os vilões podiam ganhar a qualquer momento, até aquele momento.
Foi tudo muito rápido, Tomura estava jogando no chão sangrando no lado dos heróis que encaravam aquilo com um olhar de dúvida. O rapaz tinha sido simplesmente arremessado? Havia algum traidor entre os vilões e eles não estavam sabendo dessa informação? Notaram o olhar de choque e medo que os vilões possuíam seguiram o olhar vendo uma figura na qual não devia estar ali.
O rapaz usava uma máscara na qual lembrava muito uma de gás, na região do nariz até o queixo parecia muito similar a máscara de Deku. Do lado na região das bochechas onde deveria sair o compartimento de oxigênio, eram um tipo de esfera com um aro esverdeado ─ lembrava uma rodinha ou até mesmo um prego grande ─ em suas orelhas possuía o mesmo tipo de aparelho que se localizava nas bochechas a diferença que não extam saindo da máscara. Os cabelos esverdeados e a as pequenas sardas que ainda conseguiam ser vistas mesmo com aquela máscara. Os olhos esverdeados que pareciam estar alheios a toda a situação, não se importando de estar descalço em cima de um vilão usando um moletom e uma camisa que marcava seus músculos. E logo ele andou até Tomura.
[...]
─ Interessante ─ disse olhando para os lados notando que não estava mais em casa e sim em um tipo de laboratório ─ especificamente em um tipo de máquina ─ notou um olhar de uma garota em si e a boca aberta. Coçou os cabelos arrepiados sem entender muito o que se passava. Não era bobo e tinha uma leve impressão que ele não estava mais em sua casa, podia até mesmo cogitar não estar mais em seu mundo. Izuku já tinha visto muitos filmes de ficção antigos e sabia das histórias de multiverso e como podia haver sua versão em outra dimensão. Logo acabou achando que seu quadro se encaixava nisso. ─ Por qual motivo me trouxe aqui?
─ Izuku Midoriya, certo? ─ perguntou aflita. ─ Sou Mei.... Mei Hatsume.
─ Sou eu ─ respondeu vendo a garota ficar de joelhos e começar a chorar. Curioso com aquilo ele saiu da máquina e se dirigiu a ela se agachando para ficar mais próximo.
─ Eu achei que não ia conseguir ─ disse enxugando as lagrimas e encarando os olhos esverdeados ─ ignorando a máscara peculiar ─ abriu um sorriso pequeno encarando o rapaz a sua frente. ─ Bem-vindo a essa dimensão.
─ Então minhas suspeitas estavam certas, mas a pergunta é... por qual motivo estou aqui? ─ ficou novamente em pé e começou a olhar em volta. ─ Existe duas possibilidades ─ a encarou e fez um sinal de 2 com os dedos. ─ O meu eu nessa dimensão morreu em uma missão onde só eu posso finaliza-la ou precisam de mim devido ao meu código genético para desvendar algo que não fora concluído.
─ Saudades... ─ respondeu abraçando o corpo. Vendo o olhar de ódio sendo direcionado a si.
─ Vocês... simplesmente me tiraram da minha dimensão por saudade? Não pensando nas consequências que isso poderia gerar?! ─ respondeu e pergunto furioso tendo a voz abafada por conta de sua máscara. ─ E se eu estivesse em uma luta perigosa? Ou até mesmo fazendo algo que era em prol da humanidade? Ou quem sabe um vilão que está disposto a destruir essa dimensão de merda! Qual a doença de vocês a ponto de arriscar tudo e pior ainda, retirar Izuku Midoriya do local que ele pertence.
─ Por favor, tente entender que...
─ CALA A BOCA! ─ gritou, sua voz ficou grave e animalesca devido a máscara fazendo com que tudo ficasse ainda mais assustador. ─ Vocês me enojam, dizer que tudo isso foi por conta de saudade? Ele está morto e tenho certeza que ele seria contra esse tipo de atitude. Imagino que ele deva ser um herói, estou certo?
─ Era o número 1º ─ disse vendo a expressão de surpresa do outro.
─ Um bando de heróis que não pensou duas vezes ao fazer tal ato. O que aconteceu com Izuku dessa dimensão com a minha chegada? Minha presença muda algo aqui? Vocês pensaram nisso pelo menos, a população estava tão carente de um herói por acaso? Como sempre heróis, mas que palavra mais patética para os definir fico surpreso pela sociedade adorá-los... por isso nunca gostei deles, um bando de mauricinhos que só se importam com a mídia e consigo mesmo, se dizem justiceiros, mas nunca ajudam aqueles que realmente precisam ─ disse com raiva apertando os punhos. ─ Por isso sou eu que faço a limpeza, minha própria justiça... eu sou o herói daqueles que mais precisam de ajuda, sou o herói na qual a sociedade precisa. O juiz e que dá a última sentença... a morte. Gosto de expô-los ao mundo, mostrar o quão nojento e corruptos eles são... matá-los ao vivo é tão maravilhoso que chego a ficar excitado só de imaginar.
Foi naquele momento que Hatsume tinha notado algo ─ terrível ─ era o que ela mais temia... o Izuku na qual estava na sua dimensão atual era um vilão. E precisava mudar a visão do garoto nessa dimensão.
─ Aqui é diferente, quando você virou um herói tudo mudou... eu não sei se onde você veio os heróis são iguais aqui, com poderes e tudo mais ou apenas policiais. Só que onde vivemos as coisas são diferentes, você era o homem mais forte que esse mundo já viu, além de ter mais 6 individualidades! Você era incrível e fazia tudo com um grande sorriso no rosto que conseguia encher o coração de todas as pessoas ─ disse começando a chorar. ─ Izuku foi... foi tão bom pra todo mundo, parecia que tudo estava na maior paz o crime cada vez mais diminuía e com isso ele começou a focar em outro tipo de crime. Heróis corruptos, políticos e até mesmo policiais um a um ele revelou seus segredos e os prendeu. A quantidade de heróis era menor pois tinham medo das novas ''regras'' tudo parecia melhor, tínhamos heróis de verdade agora.
─ Então aqui ele conseguiu ser um verdadeiro herói da justiça, não tendo que chegar no mesmo nível do meu que é matar ─ respondeu com tedio.
─ Sim! As vizinhanças mais pobres conseguiam viver sem medo de um possível assalto ou morte. Foram tantos feitos heroicos!
─ Se ele era tão forte, tão heroico, como ele conseguiu morrer? ─ perguntou curioso.
─ Existia um vilão, ele tinha sido a causa de todo o caos, inclusive foi ele que deu origem ao poder que Deku possuía, ah, esse é o nome de herói dele antes que você pergunte. Ele possuía tantas individualidades e ainda conseguia roubá-las e criar criaturas horrendas que podiam possuir mais de uma individualidade, ninguém conseguia vencê-lo parecia impossível. Os portadores de One For All foram deixando seus legados e quando chegou a vez dele, a ligação era tão forte que ele conseguiu até mesmo usar os poderes de cada antecessor... ele precisou usá-los todos para vencê-lo...
─ O corpo não suportou e ele acabou tendo algum tipo de problema ─ viu a garota concordar chorando, Hatsume não parava de chorar, seus olhos ficariam inchados.
─ Ele ficou tão mal... ele sentia dores horrível ─ dizia começando a soluçar até receber o abraço do rapaz na qual sentia tanta saudade, o que resultou em um choro mais tenso. ─ A cada dia que passava ele desejava a morte, foi tão difícil deixá-lo ir... foi horrível a sensação, céus ele era tudo! O sol tinha ido embora com a partida dele, as coisas pareciam ter mudado depois como se todos que estavam escondidos pelo medo do herói número 1º voltassem. Inclusive a liga... que era composta por uma pessoa que fora treinada por aquele maldito!
─ Entendo, pelo jeito o mal ainda existe mesmo sem a presença de Deku e do vilão mais forte de todos ─ viu a garota abraçá-lo com mais força e concordar com a cabeça. Não era tão insensível a ponto de ignorar aquela tristeza, sentiu que precisava abraçá-la.
─ Eu sei que parece idiota ter trazido você de volta por saudade, mas você era tudo... você era casado, tinha ótimos amigos que conviviam direto com você... ─ se afastou do corpo sorrindo para o rapaz. ─ Pra você pode parecer idiota, mas só de encará-lo, consigo sentir um calor no peito novamente.
─ Você não me conhece, não sabe se sou tão bom... ainda mais pelas minhas palavras pode supor que sou um vilão facilmente.
─ Sei que não importa a dimensão, você sempre vai fazer algo que acha correto ─ apertou o punho na região do coração. ─ Pode parecer idiota, mas é o que eu acho. Se você fosse um vilão, sei que teria motivos para tal não imagino você sendo um por opção. Não sei qual sua relação com Mei Hatsume ─ encarou os olhos esverdeados. ─ Mas eu adoraria conhece-lo melhor, isso é claro, se você me permitir. Não quero forçá-lo a nada, eu não sei como os demais vão reagir se vão querer urgentemente ter um laço novamente, mas eu não quero isso... se você não querer seu meu amigo eu vou entender.
─ É uma pessoa bem diferente sra. Mei─ falou vendo o brilho no olhar, afinal ele tinha usado o primeiro nome. ─ Agradeço por isso, achei que iria forçar algum tipo de laço comigo devido a tudo isso, mas fico feliz em ver que mesmo depois de tudo você ainda consegue ser uma pessoa justa. Então eu vou lhe contar minha história.
─ E eu vou adorar contar tudo sobre a nossa dimensão ─ abriu um sorriso pequeno logo puxando pela mão o rapaz para que pudessem ir até um lugar. Notou que ele estava descalço e cogitou que ele devia estar em casa. Tinha muita coisa a ser dita e explicada, além do fato dela estar muito curiosa sobretudo. Imaginar que no local onde o amigo morava cheio de heróis corruptos era algo horrível a ponto de deixar o rapaz tão desesperado por justiça daquela forma.
[...]
─ Você... foi rápido... demais ─ Hatsume passava pelos heróis vendo os olhares de choque. Apenas os alunos da U-A estavam ali o que era mais fácil para explicar depois, notou o novo amigo em cima de Tomura e gemeu não gostando do rumo de tudo aquilo. Ah, se não tivesse contanto tudo talvez as coisas não teriam acabado daquele jeito. ─ A gente... converso... sobre isso ─ estava ofegante, mesmo usando um de seus equipamentos para chegar mais rápido, precisou correr para pegar tudo e ir o mais rápido possível até o local. Odiou a TV por estar transmitindo isso, mas agradecia aos céus que ninguém conseguiria identificar Izuku.
─ Eu não fiz nada de mais ─ falou com sua voz rouca se agachando ficando ainda em cima de Tomura que resmungava baixo, mostrando que estava vivo diante de tudo aquilo. ─ Oh, mas como você é forte.
─ Seu merda, quem é você? ─ Tomura virou o rosto cheio de sangue para encarar um rapaz na qual nunca tinha visto na vida. Mesmo parecendo aquele homem nunca seria Deku, pois este estava morto.
─ Oe, Oe... Hatsume você falou que ele me conhecia ─ olhou feio para a garota que ficou indignada com aquilo.
─ Ele não conhece VOCÊ! Ele conhece o DEKU! ─ Notou os olhares de choque de todos, fazendo com que todos notassem e comprovassem ─ principalmente os amigos que tinham pedido isso ─ era Izuku ali na frente de todos.
─ Oh, verdade..., mas sabe fiquei sabendo de algo legal aqui ─ falou animado, aumentando sua respiração enquanto pegava os dois braços de Tomura e voltava a ficar em pé, notou que ele tentava o tocar ou até mesmo desintegrar tudo em volta de si. Só que aquilo não era o bastante, pelo menos não para si. ─ Um passarinho me contou que você desintegrou dois braços de um cara aí.
─ Não... não faça isso ─ Hatsume começou a empurrar as pessoas para ficar mais próxima de Izuku, era incrível como tudo tinha parado só para focar naqueles três. Talvez a informação de que Izuku Midoriya se encontrava no local, vivo, era surreal demais para todos. Os heróis, principalmente Bakugou, estavam ainda mais chocados.
─ Mas eu não vou mata-lo... olho por olho ─ começou a rir com aquilo apertando com força os pulsos do rapaz enquanto puxava. ─ Dente por dente ─ um tipo de energia negra começou a surgir nos braços de Midoriya pareciam manchas em uma superfície liquida. Elas logos foram até os braços de Tomura chegando próxima a região do ombro e então... eles foram arrancados.
Izuku soltou os braços cortados, o sangue começou a sair. O grito alto de Tomura foi escutado junto com a risada rouca do rapaz que parecia se divertir com tudo aquilo. Shoto pareceu acordar ─ Mei tinha empurrado e gritando para ajudar ─ e queimou a região, deixando um cheiro horrível no ar.
─ Maravilhoso... maravilhoso ─ falou animado como se estivesse gostando de toda aquela cena. ─ Não sabe o quão feliz eu fico em vê-lo assim... sofrendo ─ disse ofegante, como se realmente estivesse ficando excitado com aquilo. ─ Não fique assim, gracinha... eu não o matei ─ encarou Mei que apertava os punhos, notou as pessoas a sua volta e sabia quem era cada uma delas já que a inventora tinha lhe dito, só que para si nenhuma delas era real. Apenas pessoas na qual não tinham sentido para si, não eram de seu universo logo não se importava com nenhuma delas, não teria o mesmo laço muito menos perderia tempo em aceita-los. ─ Não sei o motivo dessa cara feia, você sabia muito bem que eu faria algo do gênero... bem, eu confesso que exagerei arrancando os braços dele, mas juro que foi um erro técnico.
─ Mas..., mas ─ Bakugou piscava os olhos, aquele era seu marido? Não, ele nunca faria algo assim com ninguém... quem Mei havia trazido, quem era aquele homem?
[...]
A situação estava mais tensa do que o desejado. Fora complicado explicar a situação de Tomura, alegaram que tinha um traidor na liga para os braços terem sido arrancados aquilo foi o único jeito de esconder Izuku. Depois de toda a bagunça, eles foram rapidamente se encontrar em um local protegido para ter uma conversa decente com o jovem misterioso. Por sorte as pessoas que se encontravam no ambiente eram todas que haviam pedido para trazer Midoriya de volta, então não fora uma total surpresa vê-lo novamente ─ foi sim ─ agora todos estavam em silencio, enquanto o rapaz parecia alheio a tudo e fazia trancinhas no cabelo de Hatsume que estava envergonhada com aquilo ─ ela estava no colo dele ─ e ver o olhar irritado de Katsuki sobre si, piorava tudo.
─ Vão ficar me encarando até quando? ─ falou sério, sem deixar de fazer as tranças na qual estavam ficando perfeitas, em sua opinião. ─ Já aviso de antemão... não sou e não vou ser o Deku de vocês, ele está morto e acho bom vocês aceitarem isso de uma vez! Mei me explicou os motivos e qual era o envolvimento dele na vida de vocês e já aviso, isso não me importa.
─ Você... aceitaria conhecer a gente pelo menos? ─ Uraraka perdeu apertando a calça com força.
─ Oh, como se fossemos completos desconhecidos pra começar do zero? ─ perguntou colocando a mão em sua máscara. Vendo a garota concordar com a cabeça. ─ Isso é uma boa ideia, não tenho nada contra ela. Só que bem... é complicado algumas coisas ─ soltou o ar fazendo um barulho alto pela máscara.
─ Quanto tempo? ─ Mei perguntou o encarando, notando que ele parecia um tanto abatido. Desde o momento que tinham conversado, se passara um dia, tinham virado a noite conversando sobre as duas dimensões e saber de toda a verdade tinha sido mais um tiro em seu peito.
─ Bem, se eu não começar a ter uma hemorragia interna, eu diria 48h até eu morrer ─ disse dando uma risada curta e vendo o olhar de choque de todos. Pode até ver alguns terem indícios de começar a chorar. ─ Vou explicar, antes que comecem a perguntar.
─ Posso ajuda também, talvez fique até um tanto mais plausível caso eu conte algumas partes ─ Hatsume ofereceu logo saindo do colo de Midoriya, estava ficando desconfortável já pela aura assassina que recebia.
─ Houve uma grande explosão, havia em média 25 mil pessoas próximas a essa explosão. Ninguém soube ao certo o motivo... bem, era o que a mídia queria passar. Só que uma usina química tinha entrado em contanto com a rede elétrica, fazendo uma explosão em massa, muitas pessoas foram completamente desintegradas que estavam próximas a algum aparelho elétrico. Já as demais...
─ Izuku veio de um mundo sem individualidades! Quando ele falar o termo herói, vai se policiais ─ Mei falou para que ninguém ficasse confuso.
─ Os poucos que sobraram começaram a ter indícios de loucura e certos ''poderes'' ─ fez aspas com os dedos. ─ Isso gerou muita bagunça, não era mais um local seguro viver um mundo onde pessoas contaminadas existiam. E a mídia fazia com que tudo fosse culpa nossa, como se aquela empresa MALDITA não fosse responsável não atacávamos por desejar e sim por algo dentro de nós. Existia algo em toda aquela toxina, ou seja, lá o que foi consumido. Perdíamos o controle de nossos atos e mente, precisávamos de ajuda só que apenas fomos mortos e massacrados.
─ Era como os Nomus, sem controle e podiam até mesmo obedecer a uma ordem superior. Só que nesse caso era a loucura pelas toxinas que estavam acopladas em seus cérebros que fazia com que perdessem o controle ─ Hatsume voltou a intervir, era mais fácil explicar citando coisas de seu mundo.
─ Os heróis na qual diziam nos proteger, zombavam dos mais fracos... zombavam de todos aqueles que estavam escondidos procurando por uma cura. Aqueles que moravam mais próximo da região atacada tinham sido esquecidos pelo governo, não havia mais lei e proteção... tudo era mentira, enquanto sofríamos a mídia mostrava o quanto merecíamos tudo aquilo! Não queríamos ser monstros, foram eles que nos forçaram a isso! E como se tudo já não estivesse pior alguns de nós eram capturados e usados como cobaias.
─ Acho que o melhor jeito é falar da criação dos Nomus, pois é bem parecido... pessoas sendo capturadas tendo suas individualidades roubadas e usadas como ferramentas. Só que no caso dele era bem mais diferente e cruel... nem o Over... ─ quando ia tentar terminar a frase o olhar mortal de Izuku fez com que ela se calasse e tremesse diante daquela presença esmagadora.
─ Sofríamos todos os dias naquele lugar, os famosos heróis tinham a cara de pau de nos visitar e pedir para que fossemos soltos em algum local... assim eles podiam salvar a população. Eu estava farto disso, farto de ver todo aquele sofrimento e injustiça ─ apertou o punho a ponto de sua unha cortar a pele. ─ Eu consegui fugir, matei cada cientista idiota que estava cuidando de mim, inclusive mais dois heróis... consegui salvar os poucos que estavam presos comigo e jurei a mim mesmo que vingaria cada um que teve uma morte desnecessária.
─ Como a população conseguiu se cegar tanto? Ninguém tinha compaixão, ou simplesmente parentes nessa região a ponto de tratá-los feito monstros? ─ Shoto falou irritado com aquilo.
─ A mídia é algo muito forte, fácil de manipular as pessoas... principalmente se eles forjam cenas e batalhas para ficar tudo mais real ─ Momo disse tristemente vendo todos concordarem.
─ Infelizmente a loucura era algo inevitável, todos nós sabíamos.... e nenhum queria virar um louco muito menos um monstro, não queríamos machucar ninguém inocente ─ disse fazendo uma expressão cansada e triste. ─ Nós matamos... cada um que sucumbia era morto por alguém do grupo, até que eu ficasse sozinho. Na última vez 5 tinham entrado no estágio final da loucura... eu matei cada um deles. Mesmo usando a máscara, que serve para conter a loucura... isso aqui ─ mostrou os locais na qual pareciam esferas. ─ injetam remédio no meu rosto e pegam uma quantidade considerável de oxigênio para deixá-lo mais potente. Cada um de nós tinha algo parecido no rosto, quanto mais próximo da loucura..., mas a máscara ficava sobre o rosto.
─ Você está sofrendo. Gero ─ Asui falou encarando o rapaz que baixou a cabeça.
─ Depois de matar todos meus companheiros eu percebi que não tinha mais motivos para lutar, já tinha passado a mensagem a todos os jovens que ficariam em nosso lugar... sucessores por uma causa justa. Já que infelizmente nossa loucura era passada de pai para filho.
─ Mas podemos resolver, existe uma garota que pode fazer isso! Ela pode reverter tudo, pode fazer com que sua loucura suma e você volte a ser uma pessoa comum! ─ Bakugou se levantou desesperado, não podia ver aquilo novamente, mesmo não sendo seu marido ainda assim era Izuku. E pior, ele estava aceitando já a morte e a desejando.
─ Mei chegou a comentar da garota, uma tal de Eri ─ comentou se levantando e encarando Bakugou. ─ É impossível, meu corpo já não suporta mais...
─ Isso explica então você ter feito aquilo com Tomura ─ Mina falou se lembrando da cena macabra. ─ Você já estava perdendo a consciência de seus atos.
─ Ah, aquilo... eu realmente queria fazer ─ Coçou os cabelos.
─ Eu escutei o que você falou... como se estivesse se vingando ou algo do gênero. Ou até mesmo devolvendo na mesma moeda, mas você arrancou os braços, ele arrancou os braços de alguém na qual você conhecia na outra dimensão? ─ Jiro pergunta curioso, podia ter sido uma cena perturbadora, mas estava curioso sobre o motivo.
─ Pode contar, não acho que vá influenciar muito contar... você sabe sobre tudo daqui, até mesmo suas relações ─ Hatsume falou olhando principalmente Katsuki. ─ Contar a verdade não vai atrapalhar nada. Ainda mais pelo tempo curto que você tem. Eu vou terminar o projeto, assim você pode morrer sem sentir dor nenhuma ─ se levantou mordendo o lábio querendo não chorar novamente por conta daquilo, agora seria sua vez de fazer tal sacrifico. ─ Ele não pode ir ao médico pedir uma eutanásia já que ele indiretamente não existe aqui. Então estou projetando um aparelho que vai perfurar um ponto específico do cérebro para que ele entre em coma... assim posso perfurar o coração sem que ele sinta nenhum tipo de dor.
─ NÃO PODEMOS ACEITAR ISSO! TEM QUE TER UM JEITO ─ Denki grita irritado.
─ Vocês não podem decidir por mim, eu não pertenço a esse mundo e eu já tinha aceitado meu fim... tinha comprado um remédio para injetar em meu corpo para causar uma morte, não sabia ao certo se iria sofrer no processo, mas não tinha nada a perder. Quando vocês chegarem em um momento da vida que tem que matar seu marido e sua filha, por conta da loucura vocês vão poder decidir. Não lembro a última vez que dormi ─ comentou, as drogas o ajudavam a ficar acordado, claro que ele conseguia dormir só que ele já não conseguia mais devido aos pesadelos. ─ Saber que ele está vivo aqui, assim como minha filha já me deixa muito feliz ─ ele sorria, mesmo que ninguém pudesse ver. ─ Não sei ao certo se vou para o mesmo local que os dois, já que eu matei muitas pessoas enquanto ele era apenas um médico que conseguiu conter a loucura de muita gente, inclusive foi ele que inventou a droga que era capaz disso, e minha adorável filha que adotei junto ao meu parceiro.
─ Tomura... ele deve ter feito algo com seu marido aqui desse lado. E por conta da raiva de ver seu parceiro ferido por ele... acabou se vingando ─ Shoto ligou os pontos encarando o ex-amigo que acabou concordando. ─ Mas eu não entendo, você tirou algo na qual ele tinha feito com seu parceiro... quem Tomura arrancou os braços?
Kirishima, Asui e Uraraka ficaram com uma expressão completamente assustada e desacreditada. Eles sabiam quem era a tal pessoa na qual Tomura tinha tirado os braços, tinham sido avisados depois por seus mentores o que havia acontecido com ele durante o caminho para a prisão, o jeito que ele tinha sido atacado e perdido os dois braços por conta do vilão. Os três encaravam Midoriya e por mera coincidência acabaram falando o mesmo nome ao mesmo tempo.
─ Overhaul.
─ O cara que era o líder da Yazuka? ─ Momo disse surpresa.
─ Esse cara não foi o responsável de fazer aquela droga que tirou a individualidade do Mirio na época? E ainda deixa geral loucão por ficar usando um tipo de droga que deixava a individualidade mais forte ─ Sero comentou também surpreso.
─ Sem contar que ele ainda manteve Eri presa e fez experimentos nela! ─ Iida disse irritado com aquilo, só podia ser brincadeira de mal gosto saber que o amigo era casado aquele maldito.
─ Há há há ─ Izuku riu ao escutar tudo aquilo. ─ Vejo que ele ainda é um médico brilhante. As drogas na qual vocês tentam comentam no meu mundo eram as únicas capazes de atrasar a loucura. Eri, minha pequena, tinha nascido de pais já no estágio final da loucura... ela tinha nascido perfeita foi por livre e espontânea vontade que ela decidiu se voluntariar para os experimentos, tudo para que pudéssemos achar uma cura. Tínhamos ganhado anos de vida a mais por ela, só que infelizmente a loucura também a atingiu como a todos, algo na qual nem eu nem meu parceiro achamos que poderia acontecer e no mesmo momento que ela tinha entrado na loucura ele também tinha... eles estavam com pouquíssima consciência de seus atos e suas últimas palavras foram suplicas para que eu os matasse.
Todos ficaram quietos, Midoriya saiu do local fazendo com que inúmeras conversas entre os presentes se iniciassem ─ sem contar o choro ─ Bakugou fora atrás do rapaz na qual amava e percebeu que ele parecia esperar por sua chegada. Ele estava calmo no meio do corredor o encarando e sem ao menos dizer uma palavra, Izuku puxou Katsuki para um abraço e fez um leve carinho nos cabelos loiros.
─ Eu sinto muito, sei como se sente... sei muito bem ─ sentiu os braços fortes do outro o apertarem. ─ Ele devia ter amado muito você, não, ele ainda deve amar muito você.
─ Você não pode simplesmente morrer! Disse que era uma boa ideia nos conhecer melhor... conhecer do zero ─ começou a chorar encarando os olhos esverdeados, que lembravam muito de seu amado. ─ A gente podia... a gente.
─ Tanto eu quanto você nunca vamos de deixar de amar nossos parceiros, Overhaul nem ao menos existe no meu mundo... o nome dele é apenas Kai Chisaki. Mesmo que me conhecesse eu nunca seria o mesmo homem na qual um dia você se apaixonou. Posso não ter meus últimos momentos com o homem na qual eu amei ─ disse dando uma risada sofrida. ─ Muito menos com minha filha, pois sei que ela ficaria confusa com tudo isso e talvez até devastada de presenciar minha morte.
─ Por favor... não vá ─ disse apertando com mais força a roupa do garoto.
─ Kacchan ─ disse fazendo com que Katsuki abrisse os olhos chocados e o encarasse, podia não ser a mesma voz de seu amado, mas a expressão calma e gentil pareciam estar naquele rosto. ─ Está tudo bem.
Midoriya não tinha motivo nenhum para ser gentil com aquele rapaz, na qual em sua dimensão ele nem ao menos tinha entrado em contato em sua vida. Só que ao saber por Mei tudo o que aquele homem tinha passado por conta de Deku achou que seria bom ficar próximo dele para que ele se recordasse do amado na qual tinha partido. Ele desejaria o mesmo para si, mas como não podia faria por alguém.
Nessas últimas horas de vida, todos ficaram perto do rapaz o conhecendo melhor como se fossem a primeira vez que tinham se encontrado na vida. Aquilo tinha sido um jeito de dizer adeus ─ para sempre ─ pois notaram que não era bom ficar trazendo pessoas de outras dimensões, afinal não tinham ideia de como seria a próxima vez... se já tinham trazido um Deku preste a morrer o que aconteceria na próxima? Sem contar que Midoriya abriu os olhos de todos em relação a isso, fazendo com que todos aceitassem a perda do amigo e vivessem levando o mesmo em seus corações. Katsuki ficou abraçado ao corpo grande, recebendo carinho. Não queria conhecer aquele homem, queria apenas sentir o calor e o carinho que um dia já recebeu. Ele também tinha aceitado tudo aquilo, sabia que não poderia encontrar mais Izuku, pelo menos não naquele momento.
O último pedido do rapaz fora morrer cremado ─ a ponto de nem sobrar cinzas ─ tinha medo de que sua doença de alguma forma passasse para aquele mundo, o que acabaria gerando um caos ainda maior. Então pela segunda vez, eles viram Izuku Midoriya partir, mas agora eles estavam prontos para seguir. Pois sabiam que o amigo estava olhando por eles seja lá onde estivesse e caso tivesse outra oportunidade de viver ao lado do garoto no novamente, eles a teriam. Katsuki tinha certeza de que seu amado o esperaria mesmo que demorasse.
Então Izuku dormiu, em um sono profundo e acolhedor onde ele conseguiu rever sua família. Finalmente estava em paz.
Naquele dia, mais uma vez. Izuku Midoriya estava morto... e dessa vez era para sempre.
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