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06

Um mês havia se passado desde o fatídico dia do meu "quase casamento", o mesmo dia que conheci Rafael e Tonta.

Meia hora foi o tempo exato até João aparecer na porta da minha mãe depois que o Rafa me deixou lá.

A cena foi armada e a confusão foi das grandes, mas entre mortos e feridos salvaram-se todos. Decidi então que eu precisava de um tempo sozinha, por isso aproveitei que estava de férias por causa do casamento e fui viajar. Claro que em segredo, para que o João não descobrisse, por isso apenas minha mãe sabia do meu paradeiro e ficou incumbida de dar notícias para os outros.

No dia seguinte, bem cedinho, fui de táxi até a rodoviária, peguei um ônibus para o Aeroporto de Presidente Prudente e de lá parti para o Rio de Janeiro, com destino a Arraial do Cabo.

Durante o último mês eu chorei as pitangas por ter sido enganada, por não ter me casado e por ser uma tola. Mas logo sacudi a poeira e comecei a pensar na minha vida, fiz um levantamento de tudo.

E sabe qual a conclusão? Eu não amava o João, eu amava como ele parecia se encaixar no meu plano perfeito de conto de fadas. Se eu parasse bem para analisar, ele nunca me fez sentir borboletas no estômago, nunca me fez ficar ansiosa ou contando os minutos para estar com ele.

Hoje, posso ver que aconteceu comigo igual àquela música da Marília Mendonça diz "me apaixonei pelo que eu inventei de você". E quando a minha invenção foi por água abaixo, a paixão foi junto.

Eu senti a traição, senti por ele ter fingido me amar. Mas se fosse amor mesmo, eu não estaria tão bem quanto estou hoje.

Nem agora, que acabei de entrar na minha casa, onde passamos bastante tempo juntos nos últimos meses, eu estou sentindo aquele sofrimento que é por perder alguém que ama.

Vim da rodoviária direto para cá. Deixei as malas no quarto e me joguei no sofá, ainda não avisei a família que estou de volta. Só a mamãe sabe.

Fecho os olhos por um instante e Rafael e Tonta vem à minha mente. Os dois foram parte dos meus pensamentos por tempo demais nesse último mês. Falei com o Rafa várias vezes e era como se fôssemos íntimos. Acho que posso dizer que ganhei um amigo, ou melhor, dois, já que Tonta ficou feliz ao ouvir a minha voz nas ligações.

"Amigo, sei. E desde quando se tem sonhos eróticos com amigos?" Zomba minha consciência.

Não posso negar que o Rafael é um homem e tanto e depois que minha ficha caiu para a real, comecei a reparar mais nele. Primeiro na sua foto do perfil do WhatsApp, depois nas fuçadas de leve que dei no seu insta. E então das lembranças do dia em que ele me acolheu. As suas mãos em mim, os seus olhos, sorrisos.

Eu só posso estar louca, mas acho que Rafael é o meu novo crush.

Meus devaneios são interrompidos pelo som da porta sendo aberta. Pulo do sofá assustada e dou de cara com João.

— Então é verdade, você voltou mesmo — ele diz e segue na minha direção.

Dou dois passos para trás e esbarro na outra ponta do sofá.

— O que você está fazendo aqui?

— Luluzinha, vamos conversar — pede. — Eu sei que errei, mas eu te amo e quero o seu perdão — João pede com cara de cachorro que caiu da mudança.

— Não, João, acabou. Você me traiu.

— Luíza, foi um deslize, mas eu juro que nunca mais vai acontecer.

Ele se aproxima e eu dou a volta no sofá, indo em direção a porta. Se precisar eu saio correndo.

— Um deslize? Você só pode estar brincando, não é? Foram cinco, cinco, isso que eu seiberro.Mas não importa mais, acabou.

— Elas não tiveram importância, Luíza. Eu sou homem e você sabe como homens são — justifica.

João dá uma risada que um dia, não sei como, achei atraente. Ele pode ser lindo, mas é só uma casca, por dentro é podre. Como diz minha mãe "por fora bela viola, por dentro pão bolorento."

— Eu pedi para que devolvesse as chaves da minha casa. Por que ainda tem uma cópia? — indago, ignorando a sua tentativa de se justificar.

— Porque nós precisamos conversar, eu não sei viver sem você, meu amor. Me perdoa. Você não me ama mais?

João tenta vir para o meu lado e vou cada vez mais para perto da porta. Era só o que me faltava, ter que sair correndo da minha própria casa.

— Não, João, na verdade eu nunca te amei. Eu achei que estava apaixonada por você, mas foi só uma ilusão.

— Não fala isso, Luluzinha. Nós somos perfeitos um para o outro.

— Não somos. Acabou, João — grito.

Ele dá mais um passo para me alcançar e eu dou outro para trás, então meu corpo bate em algo e dois braços rodeiam a minha cintura. Viro a cabeça para ver quem é e dou de cara com os olhos castanhos do Rafa. Automaticamente um sorriso se espalha pelo meu rosto e o mesmo acontece com o dele.

— Quem é esse, Luíza? — João pergunta e volto a realidade.

Eu mal processo as palavras antes que elas saiam dos meus lábios.

— Esse é o Rafael, meu namorado.

João arregala os olhos e me preparo para o momento em que Rafael vai desmentir e eu vou passar a maior vergonha. Parece que a minha cota de burrices é sempre maior quando ele está por perto.

— Namorado? Como assim?

— João... — começo a dizer, mas sou interrompida pelo Rafa. Suas mãos apertam mais o meu corpo contra o dele e me sinto leve com uma pena.

— Namorar, quando duas pessoas tem uma relação — aproxima-se do meu ouvido e sua voz fica mais grave quando continua —, se beijam, fazem amor.

Um suspiro escapa por entre meus lábios e não consigo me mexer um milimetro sequer. Estou paralisada, mas minha mente está fervilhando com imagens de nós dois nos beijando... fazendo amor.

— Luíza, olha bem para ele. Nunca que esse cara vai ser melhor do que eu — João diz irritado, com o orgulho ferido.

O que ele pensava de mim? Será que ele achou mesmo que eu ia perdoá-lo depois de descobrir que mentiu e me traiu.

— Se você fosse assim tão bom a essa hora vocês estariam casados — Rafael constata com um sorriso. — Não é mesmo, Lu?

Giro a minha cabeça e meus olhos encontram os seus, eles dizem tanto, mas prefiro não prestar atenção nisso.

— Sim — sussurro e então os seus lábios encostam nos meus.

É tão doce e terno, mas o suficiente para agitar uma bateria de escola de samba no meu coração e fazer mil borboletas girarem no meu estômago.

Quando volto a mim, João nos olha incrédulo e irritado.

— Acho que não fui o único que cometi um deslize, não é Luíza. Há quanto tempo está saindo com esse cara? — tenta me ofender.

— Não ouse me denegrir. Eu sempre te respeitei — rebato.

— Para quem dizia me amar, você superou bem rápido, não acha?

— João, certo? — Rafa pergunta, ele me põe para o lado e dá um passo à frente. — Acho que já deu. Você foi um imbecil e não se conforma por ter perdido uma mulher sensacional igual a Luíza, eu entendo, também ficaria puto. Mas tentar rebaixar uma mulher para se fazer de santo, não é legal. Então vaza, ou vou esquecer que temos uma dama presente e te por para fora a pontapés. A Lu já foi bem clara com você.

Rafael fecha os punhos e encara João com um olhar que me daria medo se eu não o conhecesse. Quando João vai rebater, um latido alto chama a nossa atenção. Tonta corre para a frente do dono e começa a latir ferozmente.

— Tudo bem, garotão — Rafa se abaixa e acaricia a cabeça do Tonta —, ele já está de saída — completa com um olhar ameaçador para o meu ex-noivo.

É ridículo, mas me sinto como aquelas mocinhas em que os homens duelam para ver quem vai ficar com ela.

Como quase tudo na minha vida, seria cômico se não fosse trágico.

— Chega, João. Vai embora e esquece que eu existo — peço, entrando entre os dois.

— Eu vou, mas quando perceber o que está perdendo será tarde demais — ameaça, convencido.

— Eu lido com as consequências. Agora fora da minha casa — berro.

João passa por nós e vai finalmente embora.

Solto a respiração e passo as mãos na cabeça. Eu mereço.


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