Capítulo 70
Aaron
"Sebastian," meu pai chama. "Não se esqueça, esse final de semana."
Olho para ele, que senta no sofá da sala e calça seus sapatos, pronto para ficar fora de casa a negócios por três dias.
"O que tem esse final de semana?" Pergunto, dando uma mordida no sanduíche que acabei de preparar na cozinha.
"Jantar com os Lush," ele responde, ainda ajeitando seus sapatos. "Não te disse antes?"
"Não, não disse. Mas nem me surpreendo mais, esses jantares nunca são marcados com antecedência."
"Você que pensa," ele ri. "Já temos a agenda dos encontros do resto do ano."
Me aproximo dele e fico em pé ao seu lado. Do resto do ano?
"Do ano? É sério?"
"Sim, porque? Não gosta deles?"
"Claro que gosto, é que, mesmo que somos vizinhos e que vocês fazem negócios juntos, nos encontramos tantas vezes por mês que seria mais fácil começarmos a morar juntos."
Meu pai olha para mim de lado, me analisando.
Não sei porque disse isso, já que eu namoro com a filha dos nossos vizinhos e realmente gosto de ir para lá. Mas é que quando se fala assim, quando vamos para lá, tudo que se fala é sobre negócios, e era eu que queria dar um motivo para nos vermos com frequência, queria que nossas famílias se encontrassem como uma verdadeira grande família. E quando estamos lá, quando conversamos, é como se o nosso namoro fosse parte do contrato, mesmo que eles ainda não saibam sobre mim e a Jess.
"O que foi? O que te incomoda quando vamos para lá?" Pergunta.
"Nada... você sabe."
"Sebastian, você sabe que é na casa deles que resolvemos os problemas e planejamos o que vai acontecer em seguida. E por mais que não seja o lugar ideal para isso, é no final de semana que ambas as nossas famílias têm tempo, então você não tem outra alternativa a não ser ir comigo. Além do mais, você ainda tem muito a aprender como liderar uma empresa, deveria estar animado com isso, nada deveria atrapalhar isso essa parte do seu futuro."
"Nada está me atrapalhando, eu só fiz um comentário," explico.
Meu pai não pareceu muito convencido com o que eu disse. Ele olha para mim e faz que não com a cabeça, e já imagino o que passou por ela.
"Achei que o problema que vocês tinham já estavam resolvidos, Sebastian," diz meu pai, ficando em pé e colocando suas mãos na sua cintura enquanto olha para mim impacientemente.
Ele sabe de muita coisa que aconteceu no passado, e sabe que a minha relação e da Jess nunca foi muito boa, ou era. Mas com certeza não deve ter ideia do que está acontecendo agora.
"Não tenho problemas com ela, pai," digo, colocando o sanduíche de lado e limpando minha boca. "Na verdade nunca estivemos melhor. Somos, é... amig... estamos bem."
"É mesmo? Porque quando fala assim, parece que não suporta aquela menina. Olha... sei que vocês tiveram muitos desentendimentos entre vocês antes de você ir morar com a sua, sua mãe," ele limpa a garganta. "Mas ela é uma moça exemplar e de bom coração. Eu achava que vocês já tinham se acertado, porque nos jantares passados estavam conversando tanto, mas aparentemente não..."
"Já disse que não tem nada de errado comigo e com ela, pai, é sobre outra coisa. Mas tudo bem, está tudo bem, você já me explicou o que eu queria saber, agora... deve estar na hora de ir pra escola, devo estar atrasado."
Me viro para ir para o meu quarto escovar os dentes para ir para a escola, mas meu pai me chama:
"Ei, Sebastian. Não vai nem dar um abraço no seu pai? Só nos vemos daqui três dias."
"Claro que vou."
Dou meia volta e vou até ele. Damos um abraço rápido e um pouco estranho, estranho demais para duas pessoas que tiveram apenas uma simples conversa.
"Fique bem," falo, então me viro e começo a subir as escadas.
"Só se você ficar," ele retribui.
Olho para ele de lado e escapo um sorriso. Por mais que seja apenas nós dois aqui, morando nesta enorme casa, parece que não precisamos de mais ninguém, mesmo que minha mãe ainda faça muita falta.
Mesmo quando brigamos, meu pai continua sendo a única pessoa de família que tenho aqui, não poderia ficar bravo com ele, e não quero. Não há motivo para isso.
Depois de terminar de me arrumar, pego minha mochila e ligo o carro. Agora virou rotina ir com a Jess para a escola. Vamos todos os dias sem falta, e acho que este está sendo o melhor hábito que estou cultivando até agora.
Quando saio com o carro da garagem, consigo ver o olhar dela de irritada, que olha no relógio percebendo o quanto está atrasada. É estranho como alguém tão popular consegue ser tão nerd ao mesmo tempo. As vezes acho que a Jess estava fingido ser outro pessoa por todo este tempo, acho que aquilo apenas aconteceu com ela e ela acabou se adaptando com sua popularidade, e acho que aquilo a deixou infeliz.
"Por que demorou tanto?" Pergunta ela, entrando no carro, com seu humor de sempre.
"Tive uma conversa rápida como meu pai antes de sair de casa," respondo, a cumprimentando com um selinho.
"Rápida?" Ela me olha de lado, mas seu rosto continua pacífico.
Sei que ela não gosta de chegar atrasada, mas sei que ela também é muito compreensiva.
"O que foi? Você também não é totalmente certinha em questão de horário," me defendo, me lembrando das vezes que ela não foi totalmente correta com seus compromissos.
"É, mas... estou mudando," ela responde rápido.
"Você não precisa mudar, agora pode voltar a ser você mesma."
Jess olha para mim surpresa. Ela me lança um sorriso cansado e sincero, como se eu tivesse acabado de conforta-la e colocado um coxão embaixo de suas costas cansadas por carregar tanto peso nos últimos anos.
"Acho que você é um anjo," ela diz, passando a mão no meu rosto e no canto dos meus olhos.
Continuo olhando para estrada, com um sorriso.
"Então não me deixe te levar para o céu agora, o anjo aqui precisa enxergar os dirigir, se não vai ser obrigado a começar a bater as assas para a direção vertical," brinco. Tiro uma mão do volante rapidamente e pego a mão dela, dando um beijo barulhento na palma de sua mão.
Quando a solto, ela se ajeita no banco observa a rodovia junto comigo.
"Jess?" A chamo, depois de um tempo.
"O que foi?"
"Você sabe sobre este final de semana, né?! Que eu vou jantar na sua casa."
"Sim, sim. Fiquei sabendo ontem à noite, por quê?"
"Você quer contar a eles?" Falo diretamente, praticamente sem respirar.
Ela me olha sem dizer nada. Seus olhos caminham pelo meu rosto inseguro e sua indecisão se concretiza no seu.
"Sobre nós?" Pergunta.
"Sim, porque? Não acha que é uma boa ideia?"
"Não, quer dizer, sim, eu acho que é uma ideia maravilhosa. É que... achei que você não estava pronto para isso, estou apenas... surpresa."
Minha respiração começa a se acelerar um pouco. Até este momento eu não havia percebido que eu estava pronto para isso, mas aparentemente estou tão pronto que não precisei nem pensar a respeito.
"Eu estou pronto. Quer dizer, nós teríamos que contar alguma hora, não é? Porque não este final de semana?"
"Tudo bem, vamos contar. Sei que também estou pronta."
Sua voz sai alegre, totalmente alegre, o que também me deixa feliz. Não consigo ver seu rosto direito, mas sei que está sorrindo.
"Ah, estou tão animada!" Diz ela, se mexendo com eletricidade no banco, como se estivesse sentada em formigas.
Não digo nada, apenas compartilho o sentimento que estamos sentindo no meu olhar. O que quero fazer agora é agarra-la e abraça-la com força, despejar nela toda a empolgação que estou sentindo em mim, mas por enquanto apenas me concentro em chegar na escola com segurança.
É isto, agora as coisas iriam ficar realmente oficiais. Agora não era apenas um bando de adolescentes que saberiam sobre nós, agora eram as nossas próprias famílias, agora iríamos ser Aaron e Jess. Quer dizer, neste caso, Sebastian e Jess.
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Meus bebês 😍😍
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Um beijão e até a próxima 💕
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