•Capítulo Trinta e Quatro•
Madison dançava loucamente com suas amigas e quando vi, estava sozinho sentado em uma das mesas da balada. Ian, que estava comigo até então, tinha voltado para a pista, mas neguei o pedido de acompanha-lo. Não sei porquê, mas não estava no pique para acompanha-lo. Depois de ficar bons minutos ali, observando minha namorada dançar, decido ir para o lado de fora, devido o calor intenso que estava ali dentro. Quando saio, meu coração para por alguns instantes quando vejo Wendy e Sean se beijando de maneira intensa. Suas mãos passeavam no corpo dela, quase tirando o seu macacão, mas é nesse momento em que ela abre os olhos e me vê, parando imediatamente o ato.
“Owen!”
“Eu... é, desculpa! Não queria atrapalhar!”
“Mas atrapalhou.” Sean diz soltando uma risada sarcástica e coçando a nuca.
“Tá tudo bem. Eu... vou lá pegar uma bebida e ver como os outros estão. Querem alguma coisa?” Faço um não com a cabeça ainda sem graça e o loiro também nega, a fazendo virar as costas e se retirar, nos deixando a sós ali.
“Gosta mesmo de atrapalhar, né Scott?”
“Que eu saiba aqui é público, Parker. E eu vim apenas tomar um ar.” Bufo me debruçando na grade da enorme varanda, mais conhecida como área para fumantes.
“Mas quando entrou não percebeu o quanto estávamos ocupados?”
“Se quer privacidade vão para um motel!” Cuspo essas palavras e desvio meu olhar respirando fundo, tentando manter a calma.
“Tem razão... motel é uma boa ideia! Conhece algum amigo?”
Wendy jamais iria para um motel com ele... ele realmente não a conhece.
“Eu não preciso ir em motéis, Parker. Não tenho nenhum pra te indicar.”
“Não tem nenhum pra me indicar ou não quer que eu foda com sua melhor amiga?” Ele se aproxima com um sorriso cínico no rosto e eu cerro meus pulsos, o encarando seriamente. “Deve ser triste né... o que você não fez em dez anos, eu conseguir fazer em poucos meses.”
“Se eu fosse você, eu parava de falar merda.” Dou um passo em sua direção, o encurralando contra a varanda.
“Merda? Só estou falando a verdade, meu caro. Pensa que eu não vejo o jeito que você olha pra ela? A ideia de cantar uma música que ela conhecia hoje foi muito boa, amigo. Parabéns.” Solto um riso de nervoso e me afasto, antes que eu não consiga me conter e quebre a cara dele.
“Você é louco, Parker.” Falo em tom baixo e ele já estressado, me puxa com força, me fazendo olhar pra ele.
“Sabe que você a perdeu pra sempre, né? Que na visão dela, você não passa de um idiota mentiroso. Só é mais um que a trocou em um piscar de olhos. Sabe disso, não sabe? Ela tem nojo de você, Scott. Só te trata bem, por você ser o namorado da irmã dela, o que eu acho muito irônico pelo jeito que você a olha.”
“É melhor você calar a boca!” Aumento o tom de voz e o empurro om força, fazendo-o cambalear para trás.
Ele não tinha o direto de falar aquelas coisas.
“Senão o que? Vai me bater?” Ele me empurra de volta e no segundo em que vou em sua direção com os pulsos cerrados, deixando a raiva tomar conta de mim, a voz de Wendy ecoa.
“Parem os dois!” Ela grita, parando no meio de nós. “Pelo amor de Deus, se vocês têm algo pra resolver façam isso longe de mim e não no meu aniversário, é a única coisa que eu peço.”
“Não temos nada pra resolver. É só falar pro seu namoradinho ficar de boca fechada e não se meter onde não é chamado.” Caminho de volta para a balada, mas antes de entrar, volto a olhá-los sorrindo cinicamente. “Ah, Sean! Sobre indicações de motéis que você pediu... tem um a três quadras daqui!” Ele revira os olhos e a Wendy o olha indignada.
“Motel?” Questiona e então eu entro, deixando os dois discutindo lá.
“Você está bem? Tá tudo bem?” Mad questiona quando me aproximo e eu engulo seco ao ver seu estado.
“Eu é que pergunto, Madison! Você está péssima! É melhor irmos embora, antes que você entre em coma alcoólico.”
“Não podemos ir sem a Wendy, lembra? Sua surpresa...”
Caramba, eu nem me lembrava disso.
“Tá, eu vou chama-la.” Suspiro e dou meia volta, voltando para o lado de fora e vendo os dois dividindo o mesmo banco e conversando calmamente. “Eu e a Madison estamos indo. Ela tá muito mal. Você vem?”
“Vou. Já está tarde e eu estou muito cansada. Me esperem lá fora, que eu já vou.” Concordo e saio dali, revirando os olhos pela melosidade dos dois.
Quando chegamos em casa, Wendy me ajuda a levar a Madison para a cama e antes mesmo de chegar, ela já estava dormindo.
“Ela bebeu um pouco demais!” A loira afirma soltando uma leve risada e então respira fundo. “Bom... eu vou para o meu quarto.” Consinto com a cabeça e engulo seco ao me lembrar da surpresa que a espera em seu quarto.
Eu precisava ver sua reação, então a sigo pisando leve, mas logo ela dá um grito de felicidade, o que me faz correr até a porta de seu quarto. Um enorme sorriso se forma em meu rosto ao vê-la abraçando o filhote de cachorro que adotei. No pescoço dele, havia uma coleira com um bilhete pendurado, o qual ela lê em voz alta, não notando minha presença ali.
“Nossa amizade começou por conta do Bud, se lembra? Bom... o nome dele também é Bud e espero que ele nos ajude a ter a mesma amizade de antes. Espero que o aceite como um pedido de perdão.” Ela sorri e então se vira, me olhando com os olhos marejados. “Você é impossível, Owen Scott!” A loira caminha até mim e me abraça fortemente e uma lágrima de alívio escorre pelo meu rosto.
“Me desculpa, Wendy. De verdade, me desculpa! Eu fui um verdadeiro idiota, mas eu nunca quis te magoar. Nunca tive essa intenção.” Falo deixando algumas lágrimas escorrerem enquanto a abraço.
“Eu sei que não teve. E tá tudo bem, o amor cega a gente. Só promete nunca mais mentir pra mim.”
“Eu prometo!” Mostro o mindinho em sinal de promessa e ela ri, juntando o dela com o meu.
Passamos quase uma hora ali, brincando com o pequeno Bud, nosso
novo anjo da guarda.
No outro dia quando acordei, olhei para o lado e não vi a Madison, mas logo vejo um post it colado no armário, onde ela avisava que tinha ido almoçar com as gêmeas. Ao sair do quarto, ouço o barulho da campainha e por não ouvir nenhuma movimentação na casa, ando em passos rápidos e abro a porta, vendo o Ian com uma cara nada boa.
“Preciso falar com você e com a Wendy. A coisa é séria!”
“O que aconteceu?”
“A Wendy tá aí?”
“Eu... acho que sim, ela deve estar dormindo.”
“Então vamos acorda-la.” Ele adentra e começa a subir as escadas rapidamente, me deixando muito confuso. Assim que ele abre a porta do seu quarto, a loira pula da cama, cobrindo seus peitos com um lençol. “Meu Deus! Você está nua!”
“O aquecedor estava ligado e eu estava cansada demais pra colocar um pijama. Sem falar que eu estava S-O-Z-I-N-H-A!”
“Ok, desculpa! É que eu preciso falar urgente com vocês!”
“Vocês podem ficar de costas para eu conseguir me trocar antes? Agradeço.” Eu e Ian nos viramos no mesmo instante e eu solto uma leve risada, me lembrando das diversas vezes em que cheguei e Wendy estava dormindo nua. Cada vez ela usa uma desculpa, mas a verdade é que ela gosta de dormir assim e eu não a julgo.
Não, eu nunca a vi pelada. Sempre a respeitei.
“Pronto.” Nos viramos e sentamos na cama, encarando o Ian, que está de olhos fechados aparentemente nervoso.
“Eu percebi uma coisa e... eu não sei o que fazer! Tenho medo e eu acho que estou fodido!”
“Fala logo, Ian! Tá me matando de curiosidade!” Wendy bate de leve em seu braço, o fazendo abrir os olhos e nos encarar seriamente.
“Eu sou gay e estou apaixonado pelo Otis.”
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