•Capítulo Trinta e Nove•
Acordo atordoada, com uma forte dor de cabeça. Quando percebo aonde estou, chegando a conclusão que não estou com o Owen, me levanto instantaneamente do sofá onde eu estava dormindo.
“Mad?” Any questiona. “Que pulo foi esse? Se assustou?”
Só então minha mente volta para a realidade.
“Eu... por alguns segundos esqueci que tinha vindo dormir aqui.” Forço um sorriso e me levanto.
“Aliás... obrigada por isso! Dar PTnão é fácil e cuidar de alguém dando pt sozinha também não.” Rio de leve.
“Imagina, meninas. Eu sempre vou ajudar vocês! Bom, eu vou pedir um Uber e já vou indo. Minha bateria acabou e eu não sei como o Owen está e nem nada.”
“Vai lá, gata! Eu até te daria uma carona, mas minha ressaca me impede!”
“Sem problemas!” Sorrio e lhe beijo a testa. “Até mais, sua louca!”
Assim que abro a porta da casa do Owen, vejo Wendy arrumando a sala e caminho até ela.
“Ei, e aí irmã? Deu tudo certo ontem a noite?” Ela engole seco e desvia o olhar, continuando com a limpeza.
“Eu tive que expulsar todos. Na verdade Sean expulsou. Estavam todos tão bêbados que fiquei com medo que algo acontecesse.”
“O Owen não estava bem?”
“Aquela droga que vocês usaram, mais todas as bebidas obviamente não lhe fizeram bem.” Mordo os lábios ao perceber o seu olhar me repreendendo. “Qual é, Madison? LSD? Pra que isso?”
“Eu sei lá! Pensei que pudesse ser divertido!” Suspiro, fazendo-a suspirar também. “Você o ajudou a dormir?” A loira faz um sim com a cabeça. “Bom, eu vou lá acordar ele. Obrigada por tudo, sis!”
“Madison!” Ela me chama, me fazendo encará-la novamente. Parecia que ela tinha algo muito importante para dizer. “Eu não vou poder terminar de limpar aqui, preciso ir pra casa, tomar um banho e ir pro Sunset.”
“Mas hoje é domingo.”
“Cantaremos em um aniversário infantil!” Ela força um sorriso e se vira rapidamente. “Diz tchau pro Owen! Até depois!”
“Até!” Estranho a forma rápida com que ela saiu, mas dou de ombros indo acordá-lo. Quando o vejo, ele está só de cueca na cama, dormindo no décimo quinto sono. Começo a acariciar seu corpo e em questão de segundos, ele abre os olhos lentamente. Aparentemente muito confuso. “Bom dia, gatão.”
“Caramba...”
“O que foi?”
“Eu demorei para reconhecer onde estou e até mesmo pra lembrar meu nome!” Rimos simultaneamente.
“Ficou tão mal assim ontem?”
“Eu juro pra você que a única coisa que me lembro, foi de você colocando aquele papel na minha boca!”
“Tá brincando, né?”
“Não estou!” Ele ri. “Não me lembro de absolutamente nada. O que aconteceu?”
“Bom... eu tive que ir embora, pois as gêmeas estavam péssimas e sem condições de dirigir, mas como eu também não estava bem, dormi lá e nem vi. Cheguei agora aqui.”
“E como que eu vim parar aqui? Diz por favor que minha casa tá inteira... minha mãe me mata se não estiver.”
“Wendy cuidou de você depois que eu saí. Ela deve ter passado a noite aqui, pois acabou de ir embora. E fica tranquilo, o Sean te fez o favor de expulsar todo mundo quando percebeu que iam começar a extrapolar.”
“Wendy dormiu aqui com o Sean?”
“Não, acho que não. Bom, pelo menos agora ela estava sozinha.” Ele suspira aliviado, me fazendo revirar os olhos e levantar. “Tem algum remédio pra dor de cabeça? A minha está completamente fodida!”
“Tem naquela gaveta ali da frente.” Ele aponta e eu caminho até ela.
Quando abro, sinto um nó se formar em minha garganta ao ver um remédio tarja preta e não penso duas vezes antes de pegá-lo na mão e me virar para o Owen. “Que porra é essa, Owen?” Ele bufa, coçando a nuca sem falar uma palavra. “Anda, fala!”
“É um remédio pra ansiedade.”
“Você tem ansiedade? Desde quando?”
“Comecei a ficar estranho algumas semanas atrás e no meio dessa semana fui até a psicóloga e ela me receitou isso, mas fica tranquila, o remédio já está me ajudando.”
“E você não me contou? Por que diabos não me contou?” Grito, indignada pela falta de sinceridade e confiança.
“Eu não queria te preocupar, bebê. Aliás não deve ser nada demais, só tomar o remédio que passa.”
“Independente. Eu sou sua namorada, você não pode esconder as coisas de mim.”
“Tudo bem, me desculpa.” Ele suspira encarando o chão e eu me sento ao seu lado.
“Por que está assim? Aconteceu algo que eu não saiba?”
“A psicóloga falou que ansiedade não precisa necessariamente ter um motivo... então não sei te dizer, mas se souber, prometo que te falo, ok?” Abro um leve sorriso e concordo com a cabeça o abraçando.
“Eu te amo, não quero te ver mal.”
“Eu também te amo, linda!” Selo nossos lábios, sentindo toda a raiva ir embora.
“Agora se arruma... tenho uma surpresa pra você!”
“Pra mim? Uau! O que devo vestir?”
“Roupa de frio!”
“Isso é óbvio, né? Está congelando lá fora, ontem eu vi um monte de pinguins entrando na minha casa.”
“Eu realmente não sei como a Wendy conseguiu vir de vestido, sério!”
“Precisa estar nevando e com graus negativos para ela sentir frio, Madison! Você sabe disso! O famoso coração de gelo!” Ele ri, me fazendo rir também.
“Eu amo o frio, de verdade. Isso só me lembra que o Natal está chegando! Meu feriado preferido!”
“Esse ano passou voando!”
“Nossa, nem me fale!” Sorrio. “Eu vou pra casa trocar de roupa, se arruma e me busca lá, ok?”
“Sim, senhora.” O moreno brinca, me fazendo rir.
Eu vestia uma calça leging preta e um enorme casaco de pelo preto, o qual eu amava e estava morrendo de saudades de usar. Eu corri tanto para tomar um banho e me arrumar, que nem vi se tinha alguém em casa, mas foi o tempo exato de eu descer as escadas e o Owen buzinar.
Como ele não podia saber para onde estávamos indo, coloco o endereço no Waze e escuto as coordenadas com o fone de ouvido, passando apenas as informações necessárias para ele. O moreno estava curioso e me perguntou mais de cinco vezes para onde estávamos indo, mas é obvio que eu não falei.
Depois de quase três horas no carro, a estrada estava coberta por neves. Nunca entendi porque em uma cidade tão perto da nossa, começa a nevar antes. Mas a questão é que havia neve para toda parte.
“Aonde estamos, Madison?”
“Estaciona o carro e vem comigo!” Ele faz exatamente isso e quando descemos do carro, entrelaçamos os nossos dedos. “Preparado para se divertir horrores?”
“Claro que estou!” Ele afirma animado e então caminhamos.
Nós subimos em um teleférico e em alguns minutos, estávamos no topo da montanha. Haviam muitas pessoas lá e apenas uma lojinha de madeira.
“Vem!” O puxo para dentro da loja. “Senhor Parker? Sou a Madison, conversei com você pelo telefone.”
“Ah sim, olá Madison!” O senhor, com bastante dificuldade para andar, nos entrega uma enorme sacola. Eu já tinha reservado e deixado tudo pago.
“O que é isso amor?” Ele sorri se aproximando da sacola.
“Você tem trauma do mar, por isso não consegue mais surfar, mas da neve você não tem trauma, né?” Ele tira a prancha da sacola e me olha sorridente.
“Snowboarding? Caramba, Madison! Isso foi caríssimo!”
“Foi mesmo. Então trate de fazer bom proveito, moçinho. Agora vem, vamos andar!”
“Mas e você?”
“Eu vou alugar um pra mim. Coloca seu capacete, joelheira e tudo, hein? Não quero ver ninguém saindo daqui e indo pro hospital!”
Ele sorri e rapidamente começa a se arrumar. Ele estava muito animado. Admito que meu medo passou, a partir do momento em que comecei a descer a montanha menor. Diferente dele, eu desci sentada, não tive coragem de ficar em pé, mas mesmo assim, adrenalina não faltou. Depois de algumas descidas, ele já estava muito bom. Afirmou que era mais fácil do que surfar e eu não duvidei. Aliás, não tem ondas.
Passamos a tarde toda lá nos divertindo e dando muita risada. No caminho de volta para casa, eu não sentia mais as minhas pernas, mas mesmo assim, sugeri que fossemos ao Sunset, pois todos tinham marcado de se encontrar lá para jantar e tomar umas cervejas. Eu não queria nem ver bebida na minha frente, estava indo pela janta mesmo. A comida de lá é maravilhosa.
“Muito obrigado, Mad. O dia foi incrível! De verdade. Eu me apaixonei por isso, esse inverno eu já tenho um hobbie.”
“Só toma cuidado, tá bom? Não vá em lugares perigosos!”
“Pode deixar, linda!” Ele estaciona o carro e sela nossos lábios me fazendo sorrir. “Vamos? Estou faminto!”
“Nem me fale! Também estou!”
Assim que entramos, todos se levantam para nos cumprimentar, menos a Wendy, que finge não nos ver ali. Ela estava sentado na ponta da mesa e nós fomos obrigados a sentar do lado contrário, por serem os únicos lugares da mesa.
Depois de vários comentários sobre a festa, Owen me olha confuso. “É impressão minha ou a Wendy está ignorando a gente?”
“Pois é! Não nos olhou desde a hora que chegou e estranho porque também não está falando muito com o Sean.”
“Será que aconteceu alguma coisa?”
“Não sei, mas espero que não seja nada.”
Eu esperava isso, mas algo me dizia que algo a magoou ontem a noite, mais especificamente, o Owen, pois hoje de manhã ela saiu correndo da casa dele. Porém, não adiantava eu perguntar, pois sei que ela jamais me contaria, então prefiro deixar quieto.
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