17 • Our Fault
Os dois permaneceram enroscados nos braços um do outro por um bom tempo. Todos os anos de rivalidade, todas as brigas foram dissolvidas nos lábios um do outro.
- Eu não acredito que você fez tudo aquilo por medo de me perder. Isso quase te torna um psicopata sabia?
- Em minha defesa, eu não tinha uma boa experiência em me aproximar de você, esse era o único jeito. E você não fica muito atrás, Senhor Diaz-Lawrence, você foi tão idiota quanto eu e só se tocou do motivo agora.
A audição de Robby se desligou na hora em que escutou o nome que Miguel o chamará.
- Você acha mesmo que isso vai se tornar real? Quero dizer, nós, os três, tudo isso?
Miguel passou a mão em uma carícia por todo o rosto do loiro, desde a testa até seus lábios.
- Se isso aqui pode acontecer, então eu não duvido de mais nada.
Robby não conseguiu evitar o rubor que tomava seu rosto.
- Não pensei que Robert Lawrence seria do tipo que fica tímido com essas coisas.
O morenk ria da cara de irritado que Robby fazia, mas ele não conseguia evitar rir ainda mais.
Lawrence tentou se afastar do moreno mas Miguel o puxou e o abraçou por trás.
- Você não tem idéia de quantas vezes eu quis fazer isso, te abraçar, principalmente quando você faz essa cara de bravo que é a coisa mais fofa do mundo. Hey não me bate. É sério, eu quis tanto estar no lugar do Payne e Nicholas, sentar do seu lado e simplesmente te ouvir falar, torcer por você quando você estivesse jogando, fazer essas coisas bestas, mas então veio o Richerberg e eu senti que meu peito iria explodir de tanta dor que eu sentia toda vez que eu via você sorrir pra ele.
- Dramático.
- Estou falando sério, e quando eu ouvi a conversa de vocês, antes que pergunte, eu estava estudando e vocês que chegaram falando alto sem ver se estavam a sós, enfim, quando eu escutei ele terminando com você, eu senti um ódio mortal por ele, e quando te vi chorar aquela noite, eu quis tanto te abraçar como agora, mas era provável que você me lançasse um Crucio na mesma hora.
Robby pensou em tudo o que aconteceu e em como se sentiu grato por ter sido Miguel naquela noite e não um de seus amigos.
Um pensamento então passou por sua mente e ele sorriu, ele imaginou qual seria a reação de seus amigos se o vissem agora, provavelmente Shawn iria gritar e apontaria a varinha para Miguel.
- O que está pensando?
- Em como Shawn iria te azarar se nos visse agora.
Diaz começou a rir, realmente seria uma coisa engraçado.
- Meus amigos provavelmente iriam agradecer a Merlin, Eli não aguentava mais me escutar falando de você durante a noite e Sam já me falou tantas vezes para criar vergonha na cara e ir falar ao menos um "oi" sem te ofender no meio do caminho, tenho certeza de que agora ela estaria pulando de alegria, ou algo próximo disso.
- Espera, seus amigos sabiam?
Robby estava espantado com isso, ele não imaginava Miguel contando sobre seus sentimentos para ninguém, principalmente se ele estivesse envolvido.
- Bom, Sam descobriu no terceiro ano, Blaise descobriu um pouco antes, acho que foi depois de um jogo da Grifinória contra a Corvinal, ele já desconfiava pela quantidade de vezes que seu nome era mencionado no dormitório, mas aquele dia eu fiquei extremamente feliz depois que vocês ganharam e não consegui disfarçar por muito tempo.
lado de Miguel que ele não conhecia, mas ele estava disposto a conhecer.
- Espera aí, por falar em dormitório, cadê a Lily? Ela não disse que iria voltar antes do jantar, já deve ser bem tarde agora.
Robby tinha razão, ela estava mesmo atrasada, o pior é eles não tinham como sair, o feitiço que a pequena bruxa usou só podia ser desfeito por ela mesma.
- Você acha que aconteceu alguma coisa? Ela não esqueceria a gente aqui, não é?
- Claro que não, Lawrence, ela... Ela deve ter ido comer primeiro, logo logo ela aparece.
Miguel não acreditava em suas próprias palavras, ele também estava ficando preocupado.
Tempo demais se passou, Robby já não aguentava mais andar de um lado para o outro e Miguel já havia tentado todos os feitiços possíveis, mas de nada adiantou.
- Como é que uma bruxinha de 11 anos consegue ser tão poderosa? Está certo que os pais podem ter influência, mas isso aqui é surreal
- Diaz, olha.
De onde eles estavam já se podia ver algumas luzes do castelo sendo apagadas, já estava na hora do toque de recolher.
- Alguma coisa aconteceu, isso não é possível.
Após um longo tempo a garotinha apareceu na escada desfazendo o feitiço.
- Onde você estava, Lily?
A mais nova estava desesperada, sua respiração estava falhando.
- O Alex, ele está na enfermaria, eu não sei o que aconteceu, ele... Por favor venham logo.
Não existia nada que os fizesse ficar ali. Sem perceber, Miguel pegou na mão de Robbg e correu com ele até a Ala Hospitalar.
Estavam apenas a madame Ali e o Professor Silver em volta da cama de um Alex desacordado e extremamente branco.
- Vocês dois não podem ficar aqui.
- O que? Mas por quê não? - Miguel praticamente gritou com Ali.
- Cadê o Ryan, Vovô?
- Está com os seus pais, eles vieram assim que eu avisei que seu irmão não estava bem.
Agora fazia sentido, eles não podiam correr o risco de encontrarem suas versões do futuro.
Antes que eles saíssem da sala, passos foram ouvidos e a voz chorosa de Ryan pode ser ouvida.
Silver rapidamente apontou para uma outra maca que estava com as cortinas fechadas, os dois correram pra lá e se mantiveram em silêncio.
Eles chegaram a tempo de ouvirem uma voz grave dizer.
- Ele nunca teve nada do tipo, se tem a possibilidade de ele ter sido azarado ou pior, amaldiçoado, eu preciso saber, e eu não vou resolver isso como Medibruxo, e sim como pai.
- Não se esqueça que eu também sou pai dele, e eu vou cuidar do nosso filho, mas você pode ter certeza, se tiver dedo de alguém nisso, eu faço questão de te ajudar a cuidar do indivíduo.
Os olhos dos dois se arregalaram na hora, aqueles ali do outro lado da cortina, eram eles?
- Alguém pode me dizer o que aconteceu com meu filho?
- Papai - Lily disse com voz de choro. - Ele estava sentindo muita dor no peito esses dias, mas agora de tarde ele simplesmente caiu no chão dizendo que estava doendo muito, eu não sei o que aconteceu, eu tentei ajudar mas eu não conseguia. Ele começou a tremer e desmaiou, papai eu não consegui ajudar.
A voz desesperada e o choro da pequena partiu o coração de Robby e Diaz que estavam escondidos.
- Meu pequeno Lírio, vem aqui, não precisa chorar, nós vamos cuidar do seu irmão. Eu prometo.
A voz de Robby não era ouvida, provavelmente ele estava examinando o corpo de Alex a procura de algum sinal de azaração.
Um momento de silêncio entre os dois e então a voz apreensiva de um Diaz mais velho foi ouvida.
- Vocês dois, vão para os dormitórios, amanhã vocês vem ver o irmão de vocês.
- Mas Pai...
- Sem 'mas', Ry, vocês precisam descansar também, nós vamos cuidar do Alex, agora escutem o pai de vocês e vão para o dormitório.
Pouco tempo depois escutaram a porta batendo, Ryan e Lily saíram da sala.
- Você trouxe a poção diagnóstica? Quero ter certeza da minha suspeita antes de começar a torturar metade do mundo bruxo.
- Primeiro, brincadeira completamente sem graça, Robert. Segundo, eu estou com ela aqui, agora saia de cima do meu filho, você está muito estressado para examiná-lo.
Mesmo com a situação tensa, Robby sorriu com o jeito que eles conversavam, talvez eles não mudassem tanto quanto as pessoas diziam.
- Por sorte os sinais vitais estão bons, mas as articulações dele estão rígidas o que pode indicar azaração, para ter certeza das minhas suspeitas eu dei a poção diagnóstica, o que significa que nós temos 6 horas para ter certeza de que alguém tentou amaldiçoar ele. Eu juro que se eu descobrir quem fez isso com meu filho, eu vou..
- Nada fora do normal chegou aos nossos ouvidos, Senhores Diaz-Lawrence, mas podem ter certeza que amanhã pela manhã vocês vão ser informados sobre o resultado.
Diaz revirou os olhos ao ouvir as palavras de Kreese, ele nitidamente não estava dando importância a saúde de Alex.
Robby estava atento ao que ouvia até que um pensamento passou por sua mente e ele sentiu terror tomar conta de seu corpo.
Cerca de 10 minutos depois todos, com exceção de Madame Ali, saíram da sala.
- Vocês podem passar a noite aqui hoje, é mais seguro do que correr o risco de serem pegos pelos corredores.
Assim que ela saiu, Robby se sentou na beira da cama de Alex e a expressão de medo não deixava sua face.
- O que foi? O que você está pensando?
- Você acha que tem alguma coisa haver com o fato de nós estarmos aqui a muito tempo? Se nossas versões do passado sumirem, eles não vão existir. Ou talvez seja pelo que acabou de acontecer? Não sei, talvez alguma coisa tenha dado errado e ele está pagando por isso.
Miguel foi até o loiro e o abraçou.
- Não sei, ainda não sei o que aconteceu com ele, mas eu te prometo que nada de mal vai acontecer nem com ele nem com nenhum dos nossos filhos, ou futuros filhos se preferir.
O loiro não tinha forças para sorrir, aquele sentimento de medo estava se tornando cada vez mais presente dentro de si.
Miguel queria tranquilizar o loiro dizendo aquelas palavras mas ele também estava pensando aquelas coisas, será que isso aconteceu por culpa deles?
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