Delmon sente que o desfecho será
Imponderável, ja nao se culpa mais
Pelos miseráveis dias passados.Nem a recente morte da dama noturna
O faz sentir mais humano.

O apito intolerável do trem
Se faz ecoar por todas as veias
Da sua tumultuada estutura sensorial .Eis a hora, tudo se confunde, o cargueiro para, monstro percorrendo distâncias. Trazendo vida aos mortos.Nenhuma expressão no rosto comove, lágrima alguma rasga da superfície ocular. Abre-se a porta do veículo ruidoso, surge altiva a imagem de uma mulher.

Milhões de imagens, multidões de memórias. ..emoções pertubadoras
Levam-no de volta aos seus seis anos de vida ,quando ainda convivia no seio de uma família.Familia esta agora desfigurada.

_que composto trágico o destino as vezes nos traz.

O Abraço lhe comprime, o deixando sem ar, aquele cheiro suave e maternal envolve o pequeno universo ao derredor, causando assim um espécie de sucção da matéria gravitacional .Como se aquele reencontro os preservasse em uma bolha de energia sensorial,  fazendo-os  levitar brevemente.
Pessoas correm em direção ao beco, o garoto se afasta com sua madre observando que um estranho lhe mira os olhos.

O caminho de volta e longo, buracos feitos pela erosão das chuvas torrenciais de janeiro os deixam mais atentos. Duas mãos se encontram se amparam, alguns velhos conhecidos os comprimentam, Selmitre esboça um breve sorriso enquato Delmon apenas meneia levemente a cabeça.

Em fim chegam a velha casa, ambos parecem exitar, ninguém os espera tudo está vazio...empurram a carcomida porta de cedro e entram.

Embora a casa não estivesse sendo habitada, uma senhora a mantinha sempre arrumada e limpa, a saber; uma tia de Delmon  era quem cuidava da casa, e o garoto morava com ela em sua residência na rua da estação  número 333. Sua tia e sua mãe eram idênticas,  apesar  de uma ser mais velha que a outra,

Se chamava Selma aquele anjo em pessoa,, pois por ter um bom coração,  cuidou do garoto desde a tragédia familiar que lhes sobreveio. E um dos motivos por não está presente na velha estação com o garoto para receber sua irmã,  era pelo fato dela ter sofrido um acidente na véspera daquela noite.

Selmitre percorre toda a casa, vão por vão, como se estivesse a reviver uma decada inteira passada ali.Delmon se acomoda em sua cadeira preferida..Já são quase duas da manhã exaustos adormecem sobre a cama de Nogueira.Nenhum sonho esta noite apenas pequenos temores povoam o inconsciente do garoto.
   
Há quem diga que crianças deveriam sonhar apenas sonhos lúdicos e inocentes, mas nesse caso, o nosso ator não possui nenhuma familiaridade com cenários pacificadores e puros.