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6. TODO PASSARINHO UM DIA SAI DO NINHO

Caro Diário,

Passei toda a minha vida ouvindo que ninguém cria seus filhos para si mesmo, mas para o mundo. Minha mãe diria que essa é uma visão equivocada, pois ela sempre será mãe, nunca deixará de se preocupar com os filhos e com a forma como eles lidam com o mundo.

Entretanto, é uma verdade universal que todo filho (é claro, existem exceções) sai debaixo da proteção dos pais quando se torna adulto, passando a viver por conta própria e a tomar as próprias decisões.

Todos nós um dia crescemos e, mesmo que nem todos amadureçamos, precisamos trilhar nosso próprio caminho para descobrir quem somos e do que somos capazes.

Não importa quão bom seja estar perto da família, sentir-se protegido, em algum momento a decisão de sair de casa precisa ser tomada. E dói. É difícil entender que agora é cada um por si, que a mudança é dura, mas que também é necessária.

29/04/24

Fazia pouco mais de uma semana desde que as famílias de Julian e Elise voltaram ao Brasil. Bárbara era a única que continuava em Roma, a convite de Dante, para passar mais um tempo com Bruna depois que ela voltasse da lua-de-mel.

De todos os parentes da nova Sra. Marchetti, o pai, Eduardo, foi o primeiro a deixar Roma, pois apesar de sua filha adorar o irmãozinho de cinco anos, Davi, ela realmente abominava a sua madrasta, ex-estagiária com quem seu pai teve um caso quando ainda era casado com sua mãe.

Os parentes paternos voltaram com Eduardo e os maternos, seus avós, Júlia e Benício, seu tio Júlio e a esposa Carla, e seus primos, Matheus e Mariana, voltaram dois dias depois dos outros.

Elise já havia arrumado suas coisas para viajar, pois começaria seu estágio dali a três dias, e Julian iria com ela. Ambos haviam deixado suas bagagens na mansão Marchetti e voltaram com o básico para Lins, apenas para passar a semana livre que ainda tinham arrumando o resto de suas coisas para partir.

Julian decidiu manter o apartamento que antes fora de Roger para quando ele precisasse voltar ao país. Todas as coisas de hacker ali haviam sido guardadas em um depósito desde a prisão de Kevyn, por isso, ele deu a chave para Cristal ficar lá quando voltasse do estágio que começaria em São Paulo, segundo ela, com a maior arquiteta do país atualmente.

Depois que ela o havia flagrado "brincando de casinha" com sua irmã, ficou constrangida de olhar para ele por algum tempo, mas eles acabaram passando uma borracha no episódio e estavam bem novamente. Desde que ele continuasse vestido, disse ela, não teriam problemas.

Elise e Julian estavam ansiosos por começar suas vidas na Itália, mas também já começavam a sentir falta da familiaridade da cidade onde haviam crescido. Cristal, por sua vez, estava mais do que animada para conhecer a mulher de quem tinha visto algumas das maiores obras e restaurações.

Quem estava inconsolável era Eva, que se queixava de perder suas filhas quase ao mesmo tempo. Uma ia para outra cidade e a outra trocaria de país! Pelo menos ela tinha seu filho mais velho, sua nora, que considerava uma filha também, e sua netinha, que moravam perto dela. E logo seguraria mais um netinho no colo. Isso amenizava sua dor, mas não completamente.

Era difícil perceber que os filhos cresceram e seguiram suas vidas, mas ela algum dia se acostumaria a ter a casa só para si e Carlos. Seria a primeira vez, pois quando foram morar juntos antes de casar, já estavam esperando Aquiles.

Elise terminava de conferir seus documentos e vestiria seu sobretudo quando chegasse ao aeroporto, pois enfrentaria uma viagem de mais de dezoito horas, com conexão em São Paulo, e costumava ser frienta em aviões, especialmente com o ar-condicionado no máximo.

Suas coisas já estavam arrumadas em três malas na sala, e o que não era prioridade seria deixado em seu quarto até que ela tivesse certeza de se estabelecer em Roma, só então seus pais arrumariam em caixas e mandariam para ela.

Deu uma última olhada ao redor do quarto que foi seu desde sempre e sentiu uma dor no peito. Mudanças eram dolorosas, mas necessárias, sabia disso.

Antes, era acostumada a dividir o quarto com Cristal, quando Aquiles ainda morava com eles, depois, quando sua irmã tinha doze anos, seus pais ganhavam bem o suficiente para aumentar a casa, construindo o quarto dela e os dois de hóspedes. Nessa ocasião, Elise precisou se acostumar a dormir sozinha no próprio espaço, e descobriu que era bom, mas precisou passar pela mudança.

O mesmo aconteceria agora, em um nível muito maior, pois ela estava saindo de casa para trabalhar e morar em outro país, longe de sua família e dos lugares a que estava acostumada. Seria difícil, mas ela já havia se preparado para isso.

Apagou a luz e saiu, fechando a porta. Agora era hora de cuidar do futuro, pois embora seu passado fosse ali, seu futuro não seria.

Cerca de uma hora mais tarde, ela e Julian se preparavam para entrar na sala de embarque, despedindo-se de suas famílias chorosas. Wanessa deu um abraço apertado no irmão e o fez prometer que manteria as redes sociais atualizadas para ela saber como estava a vida deles em Roma.

Elise e Cristal ficaram abraçadas de lado por um bom tempo, conversando. Cristal revirava os olhos cada vez que sua irmã falava que ela precisava pensar em ter uma vida amorosa em vez de só estudar e trabalhar. Ela sempre dizia a Elise que elas eram muito diferentes, que ela não se importava muito com essas "coisas do coração", mas a morena suspeitava que ela sentia falta de ter alguém para, pelo menos, beijar.

Pensou em falar que viu a forma como Erick olhava para ela, mas dada a reação da moça ao saber quem era o atraente loiro de olhos verdes, preferiu ficar calada.

Elise abraçou seus pais e os de Julian com carinho. Sabia que seus pais desaprovavam o fato de que eles iriam morar juntos na mansão Marchetti, mesmo que tivessem quartos separados, pois tinham certeza de que eles passariam mais tempo em um só quarto. Carlos resmungava para Wesley sobre a Lis ser moça de família e seu filho precisar casar com ela.

Elise e Julian trocaram um olhar divertido quando ouviram Carlos falar para Cristal algo como: "E você, nem pense em morar com algum rapaz antes de se casar, mocinha. Sua irmã está errada". É claro que a jovem ficou vermelha de mortificação, o que justificou ainda mais o apelido "pimenta".

Quando enfim conseguiram se despedir, tiveram apenas quinze minutos para embarcar. Como resolveram viajar à noite, passaram boa parte da viagem dormindo. O avião, que saiu às oito da noite, chegou em Roma por volta de seis e meia da noite seguinte, por causa do fuso horário, que era quatro horas adiantado com relação ao de São Paulo.

Quando chegaram ao aeroporto, foram recebidos pelo motorista de Dante e conduzidos a um restaurante, onde Bárbara e Dante os aguardavam para jantar, junto com Andreoli e Bruna, que tinham voltado de viagem havia dois dias e receberam o casal com animação, contando sobre os lugares por onde passearam.

Suas coisas foram levadas para a mansão pelo motorista. Algum tempo depois, muito cansados, voltaram para a mansão, o lugar que agora seria seu lar, até que pudessem se estabilizar e ter sua própria casa.

Conversaram por um pouco tempo depois disso, então finalmente se despediram para ir descansar. Não seria difícil se acostumar com o fuso horário na manhã seguinte, pois já passava das dez horas quando se permitiram dormir.

O outro dia foi usado para desfazer as malas e passar o tempo na companhia agradável dos seus amigos e anfitriões.

— Luca estará esperando por você na quarta-feira para começar o estágio, Lis — disse Andreoli, segurando carinhosamente a mão de Bruna. — Era a Lisandra que estava responsável pelos estagiários, mas como está no sétimo mês de gestação, pediu que Luca começasse a trabalhar com os estagiários no lugar dela. — Lançou um olhar para Julian. — Tome cuidado com ele, Elise. Luca é um solteirão convicto de trinta e seis anos, muito sedutor. E ele tem preferência por mulheres morenas de corpo sexy, como você.

Julian rosnou e Andreoli deu de ombros.

— É a constatação de um fato, amigo. Sabe que eu amo minha fadinha maravilhosa, mas Elise é linda e qualquer homem vê isso. Terá de se acostumar com homens tentando flertar com ela e controlar esse ciúme. Sei que você confia nela, além do mais, todos nós sabemos que ela é capaz de deixar inconsciente um homem com quase o dobro de seu peso.

Elise riu.

— Isso é verdade. Cinco anos de treinamento serviram para alguma coisa.

— Não se trata de você saber derrubar um cara. Não gosto da ideia de algum italiano conquistador ficar dando em cima de você. Isso me irrita.

O loiro parecia bem descontente.

— Como eu disse, você vai ter que se acostumar — repetiu Andreoli. — E como acha que me sinto sabendo que minha esposa estará trabalhando em uma empresa cheia de executivos que se acham predadores? Do jeito que ela é linda, algum engraçadinho sempre vai tentar alguma coisa.

Bruna suspirou, revirando os olhos dramaticamente.

— Primeiro eles teriam que não me odiar para poder pensar em mim como mulher. Segundo, eu vou trabalhar diretamente com o Dante, nenhum homem que se prese vai tentar alguma coisa com a nora do patrão. E você sabe que eu aprendi algumas coisas com Elise e Julian nos últimos anos.

— Eu vi — retrucou Andreoli, sorrindo. — Pensei que ela bateria no pobre homem que levou as nossas malas da suíte do hotel para o táxi que nos levou à estação de trem, na volta de Veneza.

— Ele jogou, JOGOU a minha mala Louis Vuitton como se fosse uma caixa de sapatos usados dentro do porta-malas. Nem quero entrar no mérito do quanto tive que implorar para o papai comprar aquela mala quando eu tinha dezessete anos. E ela é tão bem-cuidada que parece nova. Sabe quanto custa uma mala dessas?

Julian fez muxoxo.

— Não mais do que custa esse lugar e as roupas que você está vestindo. Acostume-se, prima. Você é a Sra. Andreoli Marchetti agora, dorme em uma cama de oitenta mil dólares, mora em uma mansão em Roma e trabalhará para ser a sucessora de um dos magnatas italianos mais poderosos. Além do mais, o teu marido é um artista talentoso que terá um patrimônio próprio tão grande quanto o do seu pai. Malas de vinte mil reais não são caras para você.

Bruna fuzilou seu primo com os olhos. Odiava quando falavam do dinheiro e status dos Marchetti. Não era uma caçadora de fortuna.

— Como se eu me importasse com o dinheiro do Andreo. Eu o amaria mesmo se ele fosse um pobre pé-rapado. Aquela mala foi um dos últimos presentes do meu pai antes de ele destruir nossa família por causa daquela...

— Ei. Eu estava brincando, Bruna. Só falei do dinheiro que vocês têm porque sabia que isso te deixaria irritada. — Sorriu.

— Não tem graça. Você é maldoso.

— E você me ama mesmo assim. O bom de morar na mesma casa que você, é que eu tenho quem perturbar quando quiser me divertir.

Bruna suspirou.

— E eu aqui, pensando que depois de adulta e casada, não teria que aturar mais as tuas zoeiras. Você é um idiota, Julian.

— Eu sou, mas alguém ama muito esse idiota aqui.

— Todos aqui nessa sala te amam, seu babaca — disparou Andreoli, rindo. — E pare de se divertir à custa da minha esposa ou eu vou perturbar Elise também.

— Está brincando? — Bruna arregalou os olhos. — Elise é tão atentada quanto ele! Os dois juntos são umas pestes!

Andreoli lançou-lhe um sorriso charmoso.

— Eu não me tornei amigo do Julian por ser comportado, amor. Posso ser um terror para qualquer um.

Elise fez uma careta.

— Estamos parecendo adolescentes, sabiam? Andreoli, querido, você não é páreo para mim quando o assunto é zoeira, então pode esquecer. E não se preocupe com Bruna. Quando ela não aguentar seu primo, pode sempre dar um chute nas bolas dele.

Eles riram da careta que o Julian fez.

— Você não permitiria, não é, minha morena? Ainda quero ter filhos um dia.

— Hum... — Ela fingiu pensar. — Acho que você pode se defender sozinho.

— Posso, mas prefiro quando você faz isso por mim. É sexy.

— Não mais sexy do que você fazendo esse biquinho, meu amor.

— Ah, vão começar — lamentou Bruna, olhando para Andreoli. — Eu tive que lidar com essa melação deles durante seis anos, amore mio. Acho que está na hora de nos preparar para o jantar, não é?

— Claro, cara mia. Vamos nos arrumar para encontrar nossos pais, apesar de estar confuso sobre toda a atenção do meu pai para a minha sogra.

— Como assim? — perguntou Julian.

— Mamãe tem passado muito tempo conversando com Dante — explicou Bruna. — Ela passou uma semana inteira sozinha com ele antes de voltarmos. O Andreo acha que está acontecendo alguma coisa.

— Mas ele ama a minha mãe — respondeu Andreoli.

O olhar de Bruna ficou sério.

— Já falamos sobre isso, amore mio. Sua mãe nunca deixará de ser o grande amor de Dante, mas ela não está mais entre nós. Eles estão sozinhos há muitos anos, não há nada que os impeça de ficarem juntos, se for o que eles querem. — Pegou a mão dele. — Foi você que me ensinou que é possível amar de novo, mesmo depois de perder um amor para sempre, lembra?

— Está certo... — ele suspirou. — Me desculpe, cara mia. Eu só não estou acostumado a ver meu pai olhando para outra mulher com essa admiração toda. É novo para mim. Preciso me acostumar, apenas isso.

— Uau... — disse Elise. — Dante e Bárbara. Quem imaginaria? Eles formam um casal de parar o trânsito. Os dois foram agraciados com beleza e carisma.

— Verdade — opinou Julian. — E quem melhor para curar um coração ferido do que alguém que já sofreu? Olhe pelo lado bom, amico mio. Pelo menos você não terá que se preocupar com madrasta e sogra. Tia Bárbara será o pacote completo.

Andreoli fez uma cara engraçada.

— Eu não tinha pensado nisso. Mas vejo o que tanto encanta meu pai em Bárbara, afinal, eu sou absolutamente encantado pela filha dela.

Ele enlaçou sua esposa pela cintura e a beijou.

— Agora é a nossa vez de fugir — murmurou Julian, rindo quando Andreoli fez um gesto com a mão, mandando-os sair, sem separar seus lábios de Bruna.

Dois dias depois, Elise entrava no Palazzo Massimo, ao lado de Andreoli. Julian foi dar entrada na documentação necessária para fazer uma especialização em Arte Renascentista e depois iria à Galleria Borghese para se candidatar a um estágio remunerado, como Elise.

Andreoli a conduziu a um escritório, onde o amigo de seu pai, e professor, trabalhava. Um homem de meia idade, calvo e com um sorriso alegre os recebeu, dando as boas-vindas à morena e a apresentando ao seu novo supervisor, Luca Donati.

Assim que olhou para ele, Elise soube do que Andreoli estava falando sobre Luca ser um sedutor. Ele era o típico italiano: moreno, alto, forte e com um olhar malicioso. Sua voz macia completava a aparência de mulherengo, assim como o jeito que olhou para ela.

Depois que Luca mostrou a ela o museu e listou seus afazeres, Elise foi apresentada para outros quatro estagiários. Entre eles havia apenas uma mulher. Morena, olhos castanhos, cabelos pretos lisos e uns dez centímetros mais alta que Elise, era uma bela jovem.

Ela se aproximou de Elise, sorrindo, para cumprimentá-la.

— Olá, meu nome é Amber. Você é a Elise, certo?

— Sim — confirmou Elise, surpresa. — É um prazer, Amber. Você fala português, mas tem sotaque. Um sotaque que não é italiano.

— Eu sou americana. Vim de Chicago para estagiar aqui. Na verdade, já estagiei no Museu de Londres e no Museu de História Natural, em Nova Iorque. Estou experimentando para ver onde me encaixo, então seremos colegas de trabalho.

— Você estagiou no Museu de Londres? — Elise arregalou os olhos. — Eu quero muito trabalhar lá um dia.

— Aqui entre nós, foi ótimo. Mas não menospreze o Palazzo ainda. Veja como tudo aqui transpira história.

— É verdade. Você parece bem sociável para uma americana.

Amber deu de ombros.

— Nem tudo o que os filmes mostram é verdade. Eu aprecio conversas sem sentido e abraços de gente que não conheço.

— Então você é estranha.

A americana riu, piscando para Elise.

— Você é bem sincera, não? Acho que seremos boas amigas.

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