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49. PARA SEMPRE

7 meses depois...

Meu Querido Diário,

Quando penso em todas as coisas ruins que aconteceram na minha vida, percebo que foi em meio às tragédias que vivi os momentos mais memoráveis.

Foi no momento mais confuso que descobri o amor que vinha negando a mim mesma durante anos. Quando o medo me dominava, nos braços dele encontrei consolo e proteção. Enquanto o mundo desabava ao nosso redor, eu me entreguei a ele, e desde então o amei da maneira mais profunda e intensa que consegui, todos os dias.

Ele esteve ao meu lado nos momentos de conflito e segurou minhas mãos quando a felicidade transbordava em meu peito.

As pessoas costumam dizer que tudo passa, até o amor, porém, elas estão erradas.

A atração física passa, a paixão morre, o desejo sexual se extingue, mas o amor verdadeiro é construído, alicerçado com esforço e cooperação mútua. E quando um casal consegue isso, sempre vai lhe bastar ter um ao outro.

Como dizem os livros, é para sempre, ainda que o “para sempre” seja finito, porque nós somos finitos.

Hoje não é um começo, é apenas mais um marco de muitos que virão na nossa história.

27/09/2025

Elise tremia da cabeça aos pés. Estava nervosa, ansiosa, parecia que iria desmaiar a qualquer momento. Cristal segurava um lenço, vez ou outra enxugando as gotículas de suor que brotavam nas têmporas de sua irmã. Menos mal que ela estava usando maquiagem à prova d’água.

— Se acalma, Elise. Todo mundo já está no salão, só temos que esperar a chuva diminuir para entrar, você não quer casar com o vestido todo molhado, não é?

Elise concordou com a cabeça, não conseguia falar, sentia sua garganta seca e nem mesmo o ar-condicionado do carro era suficiente para evitar que sentisse calor.

A chuva estava muito forte, mal dava para ver a frente do salão de festas alugado em Lins para o seu casamento com Julian. Não casariam em uma igreja, pois sua relação era vista como não-lícita no meio evangélico, já que eles moravam juntos sem serem casados, por isso teriam o casamento civil oficiado por um juiz de paz.

Ela já estava a caminho do salão quando a chuva desabou, então as famílias dos noivos, tanto maternas quanto paternas e seus amigos estavam acomodados no espaço lindamente decorado para a festa, assim como o juiz e o noivo, que só não roía as unhas de ansiedade porque seu amigo Andreoli o dizia para ficar tranquilo, que sua noiva estava do lado de fora esperando a chuva passar.

Seu casamento seria em estilo simples, cada noivo com dois casais de padrinhos. Os padrinhos de Elise, obviamente, eram Aquiles e Rebeca, e a Cristal com o Erick. Os de Julian eram Bruna e Andreoli, e seus primos Mariana e Matheus.

Em dado momento, Bruna veio pelo centro do salão chamando os pais dos noivos, os padrinhos e o noivo para se reunirem na entrada. A voz marcante de Nicole foi ouvida por todos, anunciando que o casamento iria começar. Ela contou a história de como o casal se conheceu ainda na infância, desde o dia em que Elise nasceu e Julian tinha dois aninhos de idade.

Conforme contava a história, Nicole chamou a mãe da noiva e o pai do noivo, Eva e Wesley entraram de braços dados, ambos com expressões orgulhosas por seus filhos. Depois deles entraram os padrinhos. Aquiles usava um terno azul que combinava com o vestido de sua esposa Rebeca, Mariana e Matheus usavam prateado e cinza, Cristal trajava um vestido verde e Bruna um vestido cor-de-vinho que evidenciava sua barriga aos seis meses de gestação. Andreoli e Erick estavam elegantes como sempre em seus ternos escuros.

Então foi a vez do noivo e sua mãe, Julieta. Ela vestia um conjunto longo azul-claro que contrastava com o terno azul-marinho de seu filho. Essa era uma das raras vezes em que o cabelo de Julian estava bem penteado e preso, o que foi motivo de piada de sua mãe para fazê-lo relaxar, pois estava tão tenso que não conseguia sorrir.

A música mudou e todos reconheceram os acordes da mesma canção que ele cantou para Elise no dia em que a pediu em namoro: Perfect, de Ed Sheeran, mas agora tocava a versão instrumental, com piano, violinos, violoncelo, flauta transversal, violão e percussão.

Logo entrou Ruth, a filha de seis anos de Aquiles, carregando uma cestinha com as alianças. Atrás dela, Elise apareceu de braço dado com Carlos. Ela usava um vestido perolado, todo enfeitado com pérolas e mangas transparentes de renda. A parte de cima era de renda bordada, forrada no busto e a saia rodada era de cetim com enfeites em renda e lindos bordados com mini-pérolas.

Julian não conseguia desviar o olhar dela. Seus olhos castanhos estavam iluminados, destacados por uma sombra brilhosa, os lábios carnudos pintados de bronze e os cabelos receberam um coque elegante que destacava seus cachos agora com luzes, enfeitados por pérolas prateadas. Ela parecia uma princesa, tão linda!

Elise queria correr para chegar logo até Julian, mas sabia que iria cair sem o apoio do seu pai, pois o vestido era pesado e seu salto de doze centímetros não a ajudaria. Ela amava tanto aquele homem! Os olhos verde-escuros dele pareciam brilhar ao fitá-la. O peito dela subia e descia rapidamente, ansiosa.

— Calma, meu amor — seu pai murmurou. — Nós já vamos chegar, calma.

Quando chegaram ao altar, Carlos beijou a testa da filha e colocou a mão dela sobre a do Julian.

O juiz de paz começou um discurso sobre amor e compromisso, a união de duas pessoas e a importância de consolidar esse relacionamento diante da sociedade, que a partir daquele momento os dois seriam um casal perante a lei civil e um monte de outras coisas que os noivos não ouviram muito bem porque estavam presos no olhar um do outro.

Cada um escreveu seus próprios votos para antes da troca de aliança. Julian estava tão nervoso que sua mão tremia segurando um papel escrito na frente e no verso. Ele pegou o microfone e começou a ler:

— “Não consigo lembrar qual foi o exato momento em que me apaixonei por você. Poderia dizer que foi quando você chegou da maternidade e minha mãe foi visitar a Dona Eva comigo no colo e disse: ‘Olha, filho, que bebê mais linda!’, mas a verdade é que você tinha cara de joelho, como todo bebê recém-nascido, então eu estaria mentindo”.

Ouviu-se o burburinho de risadas por todo o salão e Elise ficou vermelha de vergonha. Julian continuou:

— “Também poderia dizer que foi quando você caiu do balanço no parquinho aos cinco anos e eu, como um bom cavalheiro de sete, beijei teu joelho machucado e cheio de areia, porém, lembro da mamãe reclamando sobre eu ter pegado vermes e ela não saber como, então acho que também não foi dessa vez.”

Novamente o barulho de risadas, dessa vez mais alto.

— "Poderia ser quando você andava com o cabelo armado por aí, resmungando que queria ter o cabelo liso da Bruna, mas quer saber um segredo? Eu sempre gostei desses cachos rebeldes, é inesquecível quando você acorda”.

Dessa vez, Elise não resistiu e cobriu o rosto com as mãos enquanto os convidados gargalhavam. Julian pigarreou e prosseguiu:

— “Talvez eu tenha me apaixonado quando nós fomos ao borboletário e você ficou tão fissurada por borboletas que começou a usar tudo com esse insetinho alado, ou talvez tenha sido quando você ameaçou ‘baixar o sarrafo' em uns garotos idiotas da escola por me chamarem de boneco de Olinda, mesmo eles tendo o dobro do teu tamanho. Baixinha brava é como chamam, né?”

O sorriso que brincava no canto dos lábios de Julian sumiu e sua expressão ficou séria.

— “Sabe, eu particularmente acho que pode ter acontecido quando você sorriu pra mim daquele jeito tão meigo enquanto dançávamos a valsa na tua festa de quinze anos. Você não sabia, mas teu sorriso iluminava por onde você passava. Contudo, talvez o sorriso não bastasse para ganhar meu coração. Talvez eu tenha ficado perdido de amores quando você me olhou na roda-gigante semanas depois, empolgada porque o céu estava muito estrelado, e eu percebi que o brilho das estrelas perdia para o brilho dos teus belos olhos castanhos.”

Julian dobrou o papel e o colocou no bolso, depois acariciou o rosto de Elise.

— Realmente não lembro em que momento eu soube que te amava, mas sei que não consigo parar de admirar a forma como você nos encara como se com um olhar pudesse descobrir nossos segredos mais profundos. Admiro como você é doce e carinhosa, e ao mesmo tempo tão forte que ninguém ousa te enfrentar.

Ele encostou sua testa na dela. A plateia estava tão silenciosa agora que mal se ouvia a respiração deles.

— Amo como você mexe no cabelo quando está com raiva ou tira um fio imaginário da roupa quando fica envergonhada, apenas para ter algo que fazer. Amo como você faz um biquinho fofo quando está chateada e derreto te vendo ficar encantada por um cachorrinho que abana a calda perto de você.

Ele ergueu a cabeça e admirou os olhos marejados da sua noiva.

— Se eu tivesse que escolher um único momento em que me apaixonei, escolheria cada dia um diferente, porque nenhum defeito teu é capaz de me fazer deixar de amar o som da tua voz, o sabor dos teus lábios e o toque das tuas mãos. Eu amo você mais do que consigo definir em palavras, Elise. Não sei quando nem por que, apenas amo, e quero passar a minha vida com você, nos momentos bons ou nos ruins, enquanto nós vivermos.

Os convidados aplaudiram e os noivos riram ao ouvirem um audível “Esse é o meu garoto!” vindo do Sr. Benício Brandão, avô materno do Julian.

Elise pegou o microfone e fungou antes de começar a falar:

— Bom, depois de tudo isso, eu duvido que vou conseguir ser tão romântica, mas pelo menos vou tentar.

Ela pegou o papel que Cristal mandou pela pequena Ruth e abriu.

— “Um dia, depois de um término ruim, minha mãe falou que se eu quisesse ser feliz com alguém que compreendesse minhas manias e maluquices e que me respeitasse acima de tudo, deveria namorar com o meu melhor amigo. Na época, eu não sabia, mas ela já via que nossos corações estavam destinados. Passaram-se anos até que eu entendesse que ela tinha razão, que por mais que eu negasse a mim mesma o que sentia, era você que eu procurava quando queria muito contar uma novidade. Eram os teus braços que eu desejava quando precisava de consolo. Era a tua voz que me acalmava nos momentos ruins. Você é aquele com quem eu posso contar sempre, a quem eu confio minha vida e meu amor.”

Elise soluçou, tentando segurar as lágrimas.

— “Você estava lá quando eu passei pelo inferno, dividiu minhas dores e culpas, enxugou minhas lágrimas. Você me ensinou a me superar, a ser forte, a ir além do que jamais fui. Quando estamos juntos, sinto que posso enfrentar qualquer coisa, somos mais fortes quando nossos dedos estão entrelaçados.”

Ela segurou a mão de Julian, que beijou-lhe os dedos antes de entrelaçá-los aos dele.

— “Quero dividir minhas alegrias com você, receber teu abraço alentador quando estiver triste e brincar para aliviar o estresse de cada dia. Quero continuar sendo a tua melhor amiga, a tua amante, a tua amada, a família para a qual você desejará voltar todos os dias. E eu prometo estar com você para sempre, mesmo que o nosso ‘para sempre’ seja limitado. Amo você, meu gigante.”

Julian ficou emocionado e ia beijar a noiva antes do tempo, mas ouviu a voz de Ruth, dizendo:

— As alianças, tio!

Eles riram e prosseguiram com a troca de alianças. A pedido dos dois, o juiz não fez a pergunta clássica sobre se havia alguém contra o casamento, ele apenas falou:

— Vocês agora são marido e mulher. Podem se beijar.

Julian não precisou ouvir uma segunda vez, tomou os lábios de Elise em um beijo doce que traduzia a emoção daquele momento.

Eles poderiam dizer que sentiram que estavam sozinhos naquele momento, que se sentiram em um mundo particular, mas a verdade é que sabiam que o salão estava cheio de pessoas observando-os, eles só não se importavam com isso. O momento era especial, único, só isso importava.

Minutos depois, quando os noivos e as testemunhas assinaram os papéis do casamento, a mesma versão instrumental de Perfect tocou e Julian levou Elise para a primeira dança.

O resto da noite foi como em qualquer casamento comum: o brinde, o jantar, o casal cortando o bolo e o buquê de rosas naturais, que foi pego por uma das primas de Elise.

No final da festa, quando os noivos estavam prontos para viajar, Bruna e Andreoli os chamaram em particular. Como eles iriam passar duas semanas passeando nas Terras Altas da Escócia antes de voltar a Roma, Andreoli, Bruna, Dante e Bárbara levariam os presentes de casamento do Brasil para a mansão Marchetti e os deixariam guardados.

— Vocês receberam um presente de casamento inusitado, para dizer o mínimo — anunciou Andreoli.

— Alícia Fiorentino mandou para mim uma carta falando que eu deveria entregar a vocês esse envelope hoje — completou Bruna, estendendo um envelope com selo de Roma. — Também tem uma pasta cheia de documentos confidenciais que só vocês dois terão legalmente acesso a partir de agora. Ela disse que está tudo explicado na carta. Como vocês vão viajar, achamos melhor deixar os documentos lá no cofre da mansão até voltarem.

Julian e Elise se entreolharam. Em um acordo tácito, Elise abriu o envelope e leu em voz alta, em italiano:

— “Olá, casal, estou escrevendo para parabenizá-los pela data especial. Este é o meu presente de casamento para vocês. Eu poderia ter mandado antes, mas era melhor que estivessem casados para assumir esse compromisso.

“Como sabem, estou presa, por isso a justiça confiscou os bens que estavam em meu nome, contudo, eles não podem colocar as mãos em patrimônios de herança. Acontece que minha irmã colocou no nome de nossa mãe todos os bens mais valiosos, dos quais agora sou herdeira, e há uma coleção de obras de artes avaliada com um valor de mercado exorbitante.

“Por meio dos documentos presentes na pasta, eu estou doando essa coleção a vocês. Motivos? Não me vale de nada na prisão, o resto da herança será o suficiente para ter uma vida confortável quando sair daqui e não conheço duas pessoas mais apaixonadas por arte e capazes de administrar esse patrimônio do que um artista/empresário e uma museóloga especializada em restauração de obras de arte.

“Vocês dois almejam ser curadores, eu estou dando a oportunidade de administrarem seu próprio museu de arte contemporânea. Pensem nisso como a forma que eu encontrei de pedir perdão pelo meu papel na separação de vocês e nas armações da minha irmã. Desejo sorte e uma vida longa ao casal. Que o amor sempre vença.

“Arrependida, Alícia”.

Elise arregalou os olhos. As expressões dos outros exprimiam os mesmos sentimentos dela. Surpresa, alegria, medo. Ela nem sabia bem o que sentir ao ler essa carta.

Julian e ela, recém-casados, seriam donos de um museu? Eles estavam em choque. Mal podiam acreditar nisso.

Graças à ajuda de Dante Marchetti e ao fato de ambos serem empregados em Roma, Elise e Julian estavam em processo para se tornarem cidadãos italianos. Quando o processo fosse concluído e aprovado, eles não dependeriam mais de vistos no passaporte para viver no país, o que seria perfeito se eles fossem donos de um museu italiano.

Porém, não teriam muito tempo para refletir sobre o assunto no momento, pois precisavam ir para o aeroporto.

Eva bateu na porta para chamá-los.

— Está na hora das despedidas, o Aquiles vai levar vocês no aeroporto, depressa! — Ela olhou para Elise com expressão chorosa. — Ah, minha neném, vou sentir tanta saudade...

— Eu também vou, mamãe.

— Eu te amo, minha filha. Façam boa viagem.

Menos de meia hora depois, eles estavam no carro de Aquiles indo para o aeroporto. Despediram-se de seus familiares e Cristal tentou muito não chorar, mas falhou miseravelmente. Todas as vezes era doloroso se despedir da sua irmã.

Ao chegarem no aeroporto, Aquiles ajudou a tirar a bagagem do carro e deu um abraço apertado em sua irmã.

— Eu já deveria estar acostumado a me despedir da minha irmãzinha, mas parece que a cada vez dói mais. Eu te amo, Lis.

— Ah, Quil, eu sempre vou sentir falta desse abraço de urso, seu brutamontes. Te amo, irmãozão.

Ele beijou a testa da irmã e abraçou seu cunhado.

— Cuida bem da minha maninha.

— Eu sempre cuido — Julian respondeu.

Mais tarde, quando já estavam no avião, Elise apoiou a cabeça no peito de Julian.

— Pronto para viver novas histórias comigo, meu marido?

— Pra você, estou sempre pronto, minha esposa.

Eles trocaram um beijo lento, cheio de amor.

Aquela era só mais uma fase do “para sempre”.

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