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43. O INFERNO PESSOAL DA CRISTAL

Gatilho emocional. Este capítulo contém cena de aborto. Apesar de ser abordado de uma forma razoável, se você tem sensibilidade ao assunto, recomendo que pule para o próximo capítulo.

A canção da mídia se chama Demons. Quem puder parar para ouvir e ler a tradução, eu agradeço, pois é a canção que escolhi para representar a nossa querida Cristal.

Cinco anos e meio antes...

Sua irmã partiu para procurar por Kevyn. Cristal estava morrendo de medo, não só por ela, mas pelo que iria fazer. O aniversário de seu pai estava chegando, e pelas suas contas já estava com três meses e meio de gestação. Se não interrompesse logo, seria tarde demais.

A noite chegou, era um dia depois do aniversário do seu pai, um sábado.

Tinha se preparado para isso. Sabia que poderia nunca ter filhos depois disso, sabia que poderia morrer, mas não queria ter um filho do homem que tentou matar sua irmã e tinha tanto sangue nas mãos. Ela tinha lido matérias sobre como fazer, e visto vídeos na Deep Web. Precisava fazer.

Ela esperou todos dormirem, inclusive Nicole, que estava dormindo na sua casa aquela noite. Eram três horas da manhã.

Fazia doze horas que estava tomando sistematicamente remédio que ela sabia que podia ser abortivo. Era uma dose a cada três horas. Àquele horário já havia esterilizado uma tesoura longa de metal, calçado luvas roubadas de seu irmão e preparado panos e mais panos mornos para estancar o sangramento que viria.

Uma calcinha com um absorvente noturno de alta absorção estava preparada sobre a bancada da pia. Tinha analgésicos, antitérmicos e antibióticos roubados de seus pais ali também e a banheira estava preparada com água morna e sal.

Ela se trancou no banheiro e respirou fundo. Sabia que podia dar muito errado, que ela poderia ter uma hemorragia, mas tinha que tentar. Era melhor morrer do que ter a vergonha de deixar alguém saber que carregava um filho do estrangulador.

Respirou profundamente, repetidas vezes.

O relógio marcou três e meia, era agora ou nunca.

Ajeitou-se na banheira e abriu as pernas. Colocou um pano na boca e o mordeu para conter o grito.

Pegou a tesoura afiada e aproximou-a de si, puxando curtas respirações.

Ela respirou e fez o que precisava.

Seus olhos se arregalaram e lágrimas abundantes molharam sua face. Seus gritos foram abafados pelo pano em sua boca.

Nunca sentira tanta dor na vida.

Sentia suas entranhas jorrarem sangue, a água mais manchada a cada instante.

Mas a dor era horrível demais para suportar. Ela não aguentou e desmaiou pelo choque.

Acordou meio minuto depois, em pânico.

— Nick... — sussurrou. — Nick, socorro.

Ela se forçou a sair da banheira e deu alguns passos até a porta, deixando um rastro de sangue no chão. Abriu a porta e olhou para a sua cama, onde Nicole dormia esparramada.

— Nick... Nicole, me ajuda.

Ela tirou as luvas e pegou um enfeite de borracha do armário ao lado da porta para jogar na ruiva, que acordou confusa, olhando para os lados.

— Ai, isso dói, Nick! Dói tanto! — Cristal chorou, desesperada.

Nicole pulou da cama, assustada com a dor na voz de sua amiga. Levou um segundo para notar o sangue escorrendo pelas pernas dela e correu para ampará-la antes que caísse.

— O que você fez, Cristal?

— Eu precisava, Nick! — Ela soluçou.

— Você fez a maior besteira, Cris!

Ela arregalou os olhos ao ver sangue na banheira e no chão.

— Pelo amor de Deus! Você enlouqueceu? Senta aqui!

Puxou Cristal com delicadeza em direção à privada e pegou alguns panos, dando-os nas mãos de Cristal, que chorava sem parar.

— Pressiona isso para conter o sangramento.

Pegou a calcinha com o absorvente e a entregou para Cristal.

— Segura, vou limpar tuas pernas e te ajudar a vestir, depois tenho que limpar o banheiro — ela falava calmamente, mas sua vontade era de vomitar por causa do sangue, chorar pela loucura que sua amiga fez e ligar para pedir uma ambulância.

Calçou um par de luvas que tinha por ali, umedeceu um dos panos na torneira da pia e limpou as pernas da Cristal, depois ajudou-a a tirar os panos sujos e vestir a calcinha. Limpou o sangue do chão e tirou o tampo do ralo da banheira enquanto a morena se vestia, mal conseguindo se manter em pé.

— Você precisa ir ao hospital, perdeu muito sangue e continua perdendo.

A cacheada balançou a cabeça negativamente.

— Não, eles vão descobrir.

— Dane-se! Você pode ter uma infecção, pode morrer, Cristal!

— Eu não quero ir pro hospital, não posso. Por favor, Nick. Promete que não vai contar. Promete que vai guardar meu segredo. Ninguém deve saber, nunca. Por favor! — ela implorava, desesperada.

— Não posso prometer isso. Se você morrer, eu serei culpada por omissão.

— Eu não vou morrer, por favor, Nick!

Nicole suspirou.

— Se você se recuperar totalmente, eu não vou contar, prometo. Mas se algo acontecer, se eu ver que você pode não resistir, vou fazer qualquer coisa para te salvar, Cristal. Pelo bem da nossa amizade, eu prometo.

Nesse momento elas ouviram o som do ralo da banheira secando. Ambas olharam por reflexo e ali estava um pedaço de algo disforme, muito pequeno, porém o suficiente para elas reconhecerem de fotos de suas aulas de biologia.

Nicole cobriu a boca com a mão enquanto Cristal encarava o pequeno feto. Ela deu um longo soluço, seu corpo tremendo, e finalmente compreendeu.

— O que eu fiz? — Chorou. — Ele... eu matei ele, Nick. Matei meu filho. Eu sou uma assassina. — Ela soluçou, aflita. — Sou uma assassina, assassina...

— Shh... — Nick amparou Cristal por um tempo, afagando seus ombros. — Já passou, Cris. Não há mais nada a fazer, somente seguir em frente.

Ambas choraram, abraçadas, então Nicole ajudou Cristal a voltar para o quarto e se deitar, depois foi terminar de limpar e desinfetar o banheiro. Os panos sujos, as luvas, a tesoura e o feto foram colocados em dois sacos de lixo, um dentro do outro, que elas teriam que dar um jeito de queimar depois. Era horrível isso, contudo, não havia mais nada que ela pudesse fazer, o estrago já estava feito.

Nicole tomou um banho e voltou para o quarto. Cristal estava pálida e gemia de dor.

A ruiva apertou os lábios em uma linha fina. Tinha dormido ali na última noite porque conhecia sua amiga, queria impedi-la de fazer algo de que se arrependeria pelo resto da vida e falhou, Cristal mutilou a si mesma e isso doía em Nicole, porque a amava como a uma irmã.

Sabia do risco à vida de Cristal. Perguntara "despretensiosamente" à amiga obstetra de sua mãe sobre as consequências de um aborto, alegando que era para um trabalho da escola. Ela explicou que mesmo depois que o feto é abortado, ainda fica a placenta e os restos da gestação no útero, e se não for retirado pode haver infecção e outras complicações, como hemorragia e consequentemente morte. E se a autora do aborto se recuperar de tudo isso, ainda pode ficar estéril.

Já era cinco da manhã quando Nicole terminou de limpar tudo e, quando foi verificar Cristal, percebeu que ela estava tremendo, seu corpo começava a ficar quente demais. Isso era um péssimo sinal.

Foi aí que ela teve a ideia de convencer os pais de Cristal a permitirem que ela fosse para a chácara de sua família para ficar um pouco longe do ambiente de medo que todos viviam. Às seis, quando Eva levantou para preparar o desjejum, Nicole desceu para ajudá-la e disse que a menstruação da Cristal baixou aquela noite e que ela amanhecera reclamando de cólicas fortes e febre.

Eva foi verificar sua filha e não estranhou vê-la pálida e gemendo de dor, pois as mulheres de sua família realmente tinham problemas com cólicas fortíssimas, febre e fluxos sanguíneos fortes, que as deixavam pálidas e fracas nos primeiros dias da menstruação.

Tendo convencido os pais de sua amiga, ela ligou para sua mãe, sabendo que a mulher era tão desligada da vida da filha que não se importaria de ela ir com Cristal para a chácara da família acompanhadas apenas pelo motorista e uma empregada.

Juntas, elas esconderam todos os remédios que tinham nas malas, entre as roupas, assim como a sacola de lixo que levaram para queimar na chácara, e partiram naquela mesma manhã. Nicole havia pegado, com o consentimento de sua mãe avoada um montante de trinta mil reais, com a desculpa de querer gastar tudo no shopping quando voltasse da chácara. Nessas horas ser deixada livre para fazer o que quisesse era bom.

Cristal lhe contou que pedira dinheiro antes por ter informações de um site de usuários duvidosos, sobre uma parteira que fazia abortos com ervas e um remédio ilegal que expelia os restos da gravidez do corpo. Nicole mandou o motorista levá-la a um endereço que ficava uma quadra distante do endereço da mulher, e induziu sua empregada a seduzir o motorista enquanto ia ao local com Cristal, no caminho para a chácara.

Chegaram a um lugar da periferia e perguntaram a um grupo de moleques jogando bola na rua se conheciam a tal parteira. Um deles as levou a uma casa que parecia a maior e mais luxuosa daquele bairro e as garotas tocaram a campainha.

Foram recebidas por uma senhora risonha que devia ter em torno de seus sessenta anos. Ela as conduziu para dentro da casa e o sorriso aberto logo se desfez.

— Se estão aqui pelos meus serviços extras, já adianto que custa vinte mil em espécie para fazer o aborto e dar os remédios que vão evitar a infecção.

Cristal pigarreou, desconfortável.

— Na verdade, eu já fiz o... — Engoliu em seco. — Já retirei o...

— O aborto foi feito em casa com uma tesoura, precisamos da curetagem.

A mulher mais velha xingou a meia voz.

— Menina idiota! Sabe como são maiores os riscos de infecção quanto mais demora pra tirar os restos aí de dentro? São cinco mil a mais pelo trabalho maior da curetagem e pelos remédios, totaliza vinte e cinco mil. Vocês têm tudo isso?

Nicole assentiu, amedrontada.

— Sim, eu trouxe.

— Então passa pra cá e vão para o primeiro quarto à direita. A de cabelo escuro tira a calcinha e levanta o vestido, e me espera na maca, vou buscar meus materiais de trabalho.

Cerca de meia hora mais tarde, depois dos gritos pavorosos de dor que Cristal emitia, as duas garotas, em prantos, saíram dali com o procedimento realizado e os remédios para conter a provável infecção por dez dias.

— Esqueçam que estiveram aqui, vocês nunca me viram na vida! — a mulher falou, fechando o portão atrás delas.

Quando voltaram ao carro, encontraram-no sozinho trancado, e alguns minutos depois o motorista e a empregada saíam do meio do mato que tinha ali, a mulher limpando a boca e sorrindo. Foi um momento estranho, mas entraram no carro e prosseguiram viagem, fingindo que nada havia acontecido, nem com as garotas, nem com os adultos.

Os próximos cinco dias foram o próprio inferno para Cristal. Como previsto, a ferida infeccionou e ela sentia dores horríveis. Não comia, mal conseguia beber água para continuar viva. Chorava dia e noite, tanto pela dor quanto pela consciência do que tinha feito.

Nicole esteve ao seu lado, cuidando dela, chorando silenciosamente pelo medo de perder sua amiga e pensando em quão longe haviam chegado para guardar esse segredo.

Mais alguns dias passaram. Cristal parecia estar melhorando aos poucos, no entanto, quando pensavam que tudo ficaria bem, ela voltava a ter febre e sentir dores excruciantes a ponto de perder a consciência ou delirar.

Ao final de dez dias, quando os remédios que receberam acabaram, Nicole começou a dar os antibióticos que Cristal roubou de seus pais, e assim seguiram, temerosas, até que ao fim de quinze dias a garota começou a melhorar realmente. Já não sentia tanta dor e conseguia comer algo mais sólido que as sopas batidas em liquidificador que Nicole a fazia beber pelo menos uma vez por dia, desde o sexto dia de convalescença da cacheada.

Dois dias depois de sua melhora sofrida, as garotas voltaram para casa. Eva insistia em saber por que Cristal estava com a aparência tão abatida e ficava enclausurada em seu quarto, mas a garota apenas repetia que estava preocupada com Elise e que tinha pegado uma gripe muito forte na chácara, por isso parecia doente.

Sofrendo com a ausência de Elise e sem saber se ela estava segura, seus pais aceitaram as desculpas da caçula para estar tão mal, mas Eva insistiu em cuidar de sua filha, fazendo-a tomar sopa, suco de beterraba e frutas naturais, além de fazer vitaminas todas as manhãs e lhe dar complementos vitamínicos.

Era por isso que ela parecia tão saudável quando seu irmão aparecia com a namorada para visitá-los. Aliás, por causa do recente namoro do filho mais velho, uma notícia tão boa para a família no momento que estavam vivendo, Cristal conseguiu se recuperar sem alarmar a todos, que estavam distraídos o bastante com a felicidade do filho e a preocupação com a filha do meio.

O tempo passou e Cristal enterrou aquilo no fundo de sua mente, mas nunca conseguiu se perdoar pelo que fez e isso refletiu na forma como via a si mesma e como se relacionava com as outras pessoas, especialmente com o sexo oposto.

Isso a tornou a mulher que ela era quando tudo veio à tona novamente.

Atualmente

Cristal abriu os olhos lentamente, sua cabeça girava e os ouvidos zumbiam. Não fazia ideia de onde estava, mas sabia que estava sob o domínio de Kevyn, essa era a única certeza que tinha em meio à névoa de sua mente confusa bombardeada com lembranças.

Olhou ao redor, porém tudo estava escuro. Sentiu o movimento sob seu corpo.

Era um carro, podia sentir a passagem do automóvel em ruas pavimentadas. Ouviu um som abafado ao seu lado e finalmente percebeu que estava vendada e amordaçada, por isso tudo estava escuro, e parecia que mais alguém estava como ela, pois a pessoa ao seu lado fazia barulhos abafados com a boca e se agitava no banco, como se tentasse se soltar.

Um arrepio de pavor percorreu seu corpo ao pensar em quem seria a outra pessoa. Sua mãe? Sua irmã? Estava assustada.

E ficou pior ainda ao ouvir a voz fria de Kevyn.

— Recomendo que vocês fiquem calminhos e sem fazer gracinhas. O lugar onde estamos indo é altamente guardado e dessa vez a polícia não terá pessoal o bastante para me pegar.

Cristal piscou quando a venda foi retirada de seus olhos.

Kevyn estava no banco da frente, virado para ela.

— Cristal. Você está linda, o tempo fez maravilhas para você.

Ela tentou falar, mas sua boca continuava amordaçada. Olhou para o lado e arregalou os olhos ao perceber que quem se remexia tanto era o Erick.

Kevyn notou seu olhar apavorado e deu um sorriso sarcástico.

— Temos muitas contas a acertar, querida. Mas, por hora, teremos uma festa de reencontro. Sejam bem-vindos ao último lugar do mundo que verão em vida.

O carro parou em frente a uma mansão branca e as portas foram abertas. Cristal foi puxada para fora por um brutamontes e Erick, ainda vendado, foi puxado por outro. A venda dos olhos do Erick foi tirada e ambos se olharam, temerosos.

A mansão ficava em uma colina, acessada por uma estrada estreita por onde era impossível chegar sem que os dezenas de seguranças ao redor da mansão vissem.

— Sejam bem-vindos a Roma.

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