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35. FESTA NO RIACHO

Querido Diário,

Dizem que a pior dor que existe é a do coração.

Nesse momento, sinto como se meu coração tivesse sido arrancado do peito. Estou flutuando fora de mim.

Eu não sinto a dor, simplesmente não sinto mais meu coração. Talvez porque ele foi entregue nas mãos dele e esmagado por entre seus dedos.

19/07/24

Elise se viu em meio a uma rotina muito ocupada. Trabalhava da manhã à noite na última semana de estágio, fazendo questão de entrar antes do horário e sair depois do expediente para manter a mente ocupada.

Precisava disso, ou enlouqueceria de tristeza.

Para não ter folga depois do fim do estágio, ela procurou um emprego de verão, assim, começaria a trabalhar como assistente de um colecionador que costumava fazer leilões de obras de arte caríssimas e precisava de um especialista em restauração para ter certeza de que as obras leiloadas estivessem em perfeito estado.

Julian, por sua vez, mergulhou em seu estúdio, praticamente morando dentro dele, sempre pintando telas e mais telas que não permitia que ninguém visse.

Depois que Elise partiu aquele dia, Julian se viu sem chão. Sua primeira atitude foi ligar para Mário, contando o que Perla fez e recomendando que o homem internasse sua filha em uma clínica ou, pelo menos, a obrigasse a fazer terapia, pois não queria mais passar por uma situação tão delicada quanto a de ter a garota ameaçando se matar por não ser amada por ele.

A segunda atitude foi procurar os colegas de Elise para tentar convencê-los de que não teve qualquer tipo de relação com Perla Santino e assim conseguir o endereço de Amber para ir procurar Elise, sabendo que a norte-americana jamais falaria para ele como encontrá-la.

Para sua surpresa, entre os três colegas de Elise e Amber, o italiano moreno que lhe deu um soco foi o que se mostrou mais propenso a ajudá-lo, enquanto o britânico o olhava desconfiado e o italiano loiro nem quis ouvir o que ele tinha a dizer. Na verdade, o mais sério do grupo parecia não gostar nem um pouco da ideia dele se reaproximar de sua noiva.

Cerca de quatro dias tinham passado quando finalmente Paolo e Timothy cederam à insistência de Julian, dando a ele o endereço da colega. Ele não perdeu tempo e foi procurá-la, apenas para ser recebido por uma Amber muito irritada dizendo que Elise se recusava a vê-lo e que ele deveria tomar vergonha na cara por ter a audácia de aparecer ali depois de tudo o que fizera à sua amiga.

Ferido, Julian se afundou ainda mais em sua própria dor.

De ambos os lados havia lágrimas, dor e saudade, mas Elise estava tão magoada e Julian tão ferido que passavam seus dias mergulhados no trabalho e suas noites afogados em lembranças.

Perla Santino teve um surto psicótico após o episódio na mansão Marchetti e foi levada por seu pai para uma cidade distante de Roma, a fim de se recuperar em uma clínica psiquiátrica.

Julian, livre da preocupação com a garota, começou a produzir pinturas cada vez mais profundas e com uma incrível carga emocional, por isso também chamou a atenção da comunidade artística, especialmente para as telas que mostravam Elise.

O muro que Perla depredou recebeu algumas demãos de tinta branca antes de estar pronto para ser pintado novamente, porém Julian não trabalhou nele, apenas escreveu o nome de Elise e uma frase de amor que tinham compartilhado muitas vezes.

Enquanto isso, Elise se arrumava para sair do Palazzo Massimo e começar a trabalhar com Andrea Zanini, o colecionador independente que precisava de um restaurador. Para se despedir dela, seus colegas de trabalho resolveram fazer uma festa durante o fim de semana, realizada no sítio da família de Luigi.

A morena foi para a festa conduzida pelo próprio Luigi, que fez questão de levá-la junto com Amber até o sítio no sábado pela manhã, seguido por Timothy e Paolo em outro carro.

Todos foram recebidos por um casal sorridente. O pai de Luigi era moreno e encorpado, enquanto a mãe era uma loira roliça, de quem, todos perceberam imediatamente, Luigi herdara os traços.

Quando estavam acomodados no píer próximo ao riacho, com uma churrasqueira, espreguiçadeiras e bebidas em uma caixa de isopor, um garoto moreno e franzino, de uns doze anos, apareceu do outro lado da margem carregando uma cesta cheia de frutas silvestres.

O garoto imediatamente correu para perto de Luigi quando viu os visitantes.

— Pessoal, esse é o meu primo, Alessandro. Ele mora com meus pais. É um pouco tímido, mas não se deixem enganar, depois que se solta é capaz de fazer muitas travessuras.

O pequeno Alessandro acenou com a cabeça para o grupo barulhento. Quando seus olhos se fixaram na morena de olhos tristes, sua boca ficou entreaberta e ele disse:

— Você é linda!

Luigi pigarreou e Elise olhou para o menino, surpresa.

— Obrigada, Alessandro. Eu me chamo Elise. Você também é uma gracinha.

O menino corou de prazer, sua pele assumindo um tom arroxeado meio cômico.

— Obrigado. — E correu para perto dos pais de Luigi.

Elise ficou observando o garoto mostrar as frutas colhidas para sua tia e sorrir a cada vez que a mulher elogiava suas escolhas de frutas maduras e bonitas.

Passou muito tempo calada, apenas observando as atividades ao seu redor.

Paolo havia tirado a camisa e enrolado as pernas de sua calça jeans, e agora segurava uma vara de pesca, recebendo dicas do Sr. Pio sobre a melhor forma de conseguir bons peixes, enquanto Timothy, só de bermuda, perseguia Amber, tentando jogá-la dentro do riacho.

Luigi estava na churrasqueira, virando a carne, frango e linguiças na grelha, ao mesmo tempo em que sua mãe arrumava uma grande mesa com tigelas de vidro cheias de arroz, salada, legumes assados e um tipo de farofa com azeitonas pretas e ovos.

Alessandro recebera a tarefa de lavar as frutas e tirar o caule dos morangos, o que ele fazia utilizando um canudo de metal que tirava a parte do meio da fruta junto com o caule. Vez ou outra o garoto olhava para a tia, depois para seu primo, e comia um morango. Fazia isso quando achava que ninguém estava vendo.

Elise estava deitada em uma espreguiçadeira, vestindo um biquíni amarelo que se destacava na pele bronzeada, parecendo menor do que realmente era por causa de seu quadril largo e pernas grossas. Apesar dos seios terem um tamanho médio se comparados aos de Cristal, que eram bem grandes, eles também pareciam maiores por causa da cintura bem marcada da jovem. Seu corpo era o que chamavam de "violão" ou de "pera", chamava muita atenção.

Ela usava óculos escuros, por isso podia observar todo mundo sem que eles percebessem, e pegou alguns olhares de Luigi em sua direção. Olhares que só podiam ser descritos como famintos.

Incomodada com isso, ela se levantou e caminhou até a beira do píer para pular no riacho. Mergulhou nas águas límpidas, depois emergiu, dando vigorosas braçadas. Ela nadou e nadou, como se assim pudesse esquecer o pesadelo que sua vida se tornara nas últimas semanas.

Quando se cansou, deslizou até o meio do riacho, onde um grande tronco estava fixado sob a água, de uma margem à outra. Sentou-se ali e fechou os olhos para ouvir os barulhos da natureza e as conversas animadas dos colegas no píer. Ouviu Amber gritar e o barulho de algo caindo na água. Abriu os olhos para ver Timothy e Amber emergirem quase ao mesmo tempo e riu das palhaçadas do britânico.

Não percebeu que mais alguém tinha pulado na água, por isso deu um grito quando Luigi apareceu bem ao seu lado. O italiano arregalou os olhos ao ver que ela tinha uma expressão de pavor e respirava fortemente.

— Oh, me desculpe, cara mia (querida). — Ele parecia estar tentando não rir.

— Nossa, Luigi! Que susto!

— Sinto muito. Achei que você pudesse me ver vindo sob a água.

— Dá pra ver, mas eu estava olhando para Timothy e Amber, por isso não vi você.

O rapaz se sentou ao lado dela no tronco. Olhou-a de lado, depois virou o rosto em direção ao píer, corando furiosamente. Ela abriu a boca para perguntar por que ele estava envergonhado, foi então que percebeu que, apesar de estar submersa até abaixo dos ombros, a água limpa dava a ele uma visão privilegiada de seus seios.

— Me desculpe — ele disse de novo.

— Tudo bem... Acho que vou voltar para o píer, o almoço está quase pronto, certo?

Ele a encarou novamente, agora nos olhos, com uma expressão séria.

— Te incomoda estar perto de mim, Elise?

Ela sentiu a boca abrir, surpresa por ele ser tão direto.

— Não... é só que...

— O quê? Você ficava tranquila perto de mim e agora parece que algo mudou.

Ela suspirou.

— É que eu já percebi a forma como você olha pra mim, Luigi.

— Oh... — Ele observou os peixes que passeavam próximo da superfície. Depois de algum tempo de um silêncio constrangedor, ele continuou: — É tão óbvio assim? Quer dizer, eu sempre te respeitei, mantive a devida distância e nunca falei nada que te deixasse embaraçada, porque eu sei que você não é o tipo de mulher com quem se brinca e que costuma ser fiel.

— Eu agradeço por isso, e até me sinto lisonjeada pela tua admiração, mas são pequenos gestos, como a forma de me olhar e os leves toques que você começou a praticar no último mês. Eu tive um relacionamento de muitos anos e, apesar de tudo que aconteceu, ainda é estranho para mim ter outro homem tão próximo e interessado.

— Bem, não deveria ser estranho. Você é uma mulher linda, muito inteligente e admirável. Pensei que estava acostumada a ser admirada por outros homens.

Ela pigarreou, desconfortável.

— Na verdade, eu nunca prestei atenção no interesse dos outros homens, mas você é meu colega, convivemos juntos praticamente todos os dias, então saber que você está interessado é estranho para mim.

Ele ponderou o que ela dizia.

— Considerando que você não está mais noiva e que nós não seremos mais colegas de trabalho, será que um dia eu teria alguma chance com você?

— Luigi...

— Não estou falando agora, Elise. Quando o teu coração sarar, quando essa tristeza toda passar, você consideraria me deixar chegar perto?

Ela olhou bem para o italiano. Ele tinha vinte e seis anos, a mesma formação acadêmica que ela, era extremamente responsável, levava seu trabalho a sério e sempre dava o melhor de si. Era um homem digno, oriundo de uma família humilde e que se esforçou muito para retribuir todo o trabalho que seus pais tiveram para que ele tivesse estudos e uma profissão. Era amoroso com sua família, isso ficou bem claro naquele dia.

Além de todas as qualidades características, havia também as físicas. Ele tinha pouco menos de 1,80 m de altura, cabelos lisos e loiros, e uma pele bronzeada que ficava facilmente ruborizada. Seus olhos eram como chocolate derretido, o nariz era aquilino e os lábios grossos pareciam macios.

Elise nunca havia reparado em como ele era atraente. Seu corpo era magro, porém com músculos bem definidos, cheio de pelos loiros por toda parte. Nunca seria tão musculoso quanto Julian, que era um lutador, mas definitivamente era bonito.

Pensar em Julian trouxe a ela uma onda de dor que a deixou tonta. Mal notou quando seu corpo se desequilibrou na correnteza e deslizou do tronco cheio de limo. Luigi a segurou pelo pulso e a puxou para ele.

— Essa correnteza engana. O riacho é muito comprido e mais fundo do que parece, precisa tomar cuidado, bella (linda).

Elise ficou consciente de que estava seminua, com seu corpo colado ao torso firme de Luigi, tentando se equilibrar no tronco submerso. Ela notou que a respiração dele ficou mais forte e sentiu que ficava excitado sob a água. Os olhos escuros se fixaram na boca feminina e ele começou a aproximar o rosto do dela, obviamente desejoso de provar seus lábios.

Um movimento por trás do ombro de Luigi chamou a atenção de Elise. Durou só um segundo, mas foi o suficiente. Ela mal teve tempo de se empurrar para trás e mergulhar quando Alessandro, rindo diabolicamente, jogou uma cobra morta em cima de Luigi.

Emergindo a uma distância de dois metros dele, Elise viu Luigi soltar um grito indignado enquanto Alessandro gargalhava descontroladamente. O mais velho se lançou em direção do garoto, porém este era muito rápido na água. Em pouco tempo, os outros rapazes estavam na água, e o que começou como uma perseguição, acabou se tornando uma brincadeira de pega-pega à qual as moças renunciaram.

Pouco tempo depois, o grupo barulhento se reuniu ao redor da mesa, os garotos ainda molhados e as garotas usando cangas enroladas em seus corpos. A refeição estava deliciosa e ficou ainda melhor com a conversa divertida. Quando todos terminaram de comer, a mãe de Luigi anunciou que havia preparado uma sobremesa italiana típica.

— Isso se chama cassata siciliana. Aprendi quando era adolescente lá na minha terra, a Sicília. Vamos, provem! Vocês vão adorar!

Elise examinou os doces cobertos com canela e chocolate. Pareciam canelones em miniatura, mas com uma massa fina e crocante envolvendo uma porção de pão de ló. Ao morder um pedaço do doce, ela percebeu que estava recheado com um queijo branco cremoso e frutas cristalizadas. A canela e o creme fino de chocolate davam um toque especial, causando a sensação de todos os sabores explodirem na boca. Era diferente de tudo que já havia provado.

Ao seu lado, Alessandro sussurrou:

— Titia faz milagres com ricota.

Ah, então era o queijo ricota. Elise pensou que só fosse usado por pessoas que faziam dietas, pois tinha baixo teor de gordura. Chegou a provar um pedaço uma vez, quando Julian fez um sanduíche com ricota e tomates, e achou bem sem-graça.

E de novo Julian vinha na sua mente. Que inferno!

Ouviu os gemidos de apreciação de seus colegas ao provarem os doces. Seus olhos se fixaram no rosto de Luigi, do outro lado da mesa, e de repente os gestos dele se pareciam muito com os de Julian. Desviou o olhar, contudo, parou em Timothy, que tinha os olhos verdes só um pouco mais claros que os do Julian...

Olhou desesperadamente para onde Paolo conversava com o Sr. Pio, afinal, o italiano não tinha nada que pudesse ser comparado ao Julian.

Estava enganada. Sua voz era melódica e o jeito cadenciado do falar era muito parecido com o de Julian.

Ela baixou o doce de volta no prato, tentando respirar normalmente.

Estava tentando, tentando muito mesmo, entretanto, parecia que nada era suficiente. Em todo lugar via os olhos de Julian, o sorriso de Julian, até os cabelos de Julian. Ia enlouquecer se não conseguisse tirá-lo da cabeça.

— Elise? Está tudo bem, querida?

Ela olhou para cima e viu que Amber percebeu seu momento de desespero.

— Eu vou ficar bem. — E esperava que isso fosse verdade.

O grupo passou o dia inteiro no sítio, dormiu ali, e ficou até a tarde do dia seguinte. No final do dia, quando Luigi levou as garotas para a casa de Amber, Elise já estava mais tranquila. Tinha passado muito tempo conversando com Luigi, e até permitiu que ele flertasse, porém não flertou de volta, pois não queria iludir o rapaz.

Amber foi a primeira a descer do carro, foi direto para o portão e usou sua chave para entrar.

Ainda no carro, Elise olhou para Luigi, sentindo que precisava deixar claro como se sentia e que ele não devia ter esperanças. Antes, porém, que falasse alguma coisa, ele a segurou pela nuca e tomou seus lábios em um beijo cheio de desejo.

Quando acabou, ele disse:

— Eu sei que você o ama e que não posso competir com alguém que foi praticamente o teu mundo durante seis anos, sei disso. Mas eu realmente tenho sentimentos por você, Elise. Eu te acho linda e talentosa, e quero muito ter a chance de mostrar que você não precisa sofrer por causa de quem não te merece.

Ela fechou os olhos e balançou a cabeça negativamente. Sem dizer nada, desceu do carro e se virou para entrar.

— Espera, Elise. — Ele saiu do carro e correu até ela.

— Não, Luigi! — Sua voz soou cansada. — Olha, você é um bom homem e eu te admiro, até gostaria de poder retribuir teus sentimentos, mas não posso. Em todo lugar que estou, para todas as pessoas que olho, ele está lá. É o sorriso dele, os olhos dele, os lábios dele, tudo dele que eu vejo. Por favor, eu não quero te iludir. Mesmo que essa dor passe e eu me apaixone por outra pessoa um dia, nada jamais será como o amor que eu sinto por ele! Isso dói, me machuca, mas eu ainda o amo com todas as minhas forças. Entende isso?

Os olhos do italiano estavam tristes. Ele abriu a boca para responder, contudo, a fechou quando viu quem estava atrás dela, sentado em uma moto.

Elise seguiu seu olhar e paralisou. Seu coração acelerou tanto que temeu ter uma parada cardíaca. Seus olhos se prenderam aos penetrantes olhos verdes que a encaravam.

Então Julian desceu da moto e se aproximou dela.

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