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34. SENTIMENTOS COMPLICADOS

Tudo seria bem mais fácil se a vida fosse mais simples.

Não sei em que momento meus sentimentos se tornaram tão complicados. O que sei é que estar dividida entre o que é certo e o que meu corpo deseja é uma das piores sensações que já tive.

A verdade é que meu corpo funciona como um sedutor inconstante que não consegue se decidir com qual homem quer estar mais, enquanto minha mente protesta firmemente contra esses desejos, pois uma parte dela está focada no homem com quem me fez sonhar quase todos os dias do último mês, e a outra parte grita que sequer considerar ceder a qualquer um deles é uma péssima ideia.

Como posso me livrar dessa contradição ambulante que me tornei?

Julho de 2024, 11pm

David se afastou lentamente. Em seus olhos era possível ver a dor da rejeição, entretanto, ele se mantinha sério, quase como se quisesse parecer indiferente ao fato de que a mulher por quem estava apaixonado acabara de lhe dar um fora.

Ele não falou, apenas acenou com a cabeça para mostrar que respeitava sua decisão. Contudo, havia no fundo dos seus olhos escuros um tipo de ardente tenacidade que dizia que ele não desistiria tão facilmente. Era apenas uma batalha perdida, não a guerra.

A sombra que se elevou sobre Cristal quando David se levantou chegava a ser opressora por quão perturbadoramente forte era sua presença.

O moreno virou as costas e caminhou até a porta enquanto ela estava ainda ofegante no sofá. Ao abrir a porta para sair, ele a olhou por cima do ombro, um sorriso mínimo no canto dos lábios.

— Obrigado pela companhia para o jantar, Cristal. Espero que possamos repetir a experiência novamente. — Seu sorriso se alargou. — Mesmo que eu tenha que assistir com uma careta de nojo você mergulhando batatas fritas no milk-shake.

Ela se recuperou o bastante para murmurar:

— Idiota.

— Um idiota apaixonado, minha pequena lutadora.

Antes que ela pudesse responder, ele fechou a porta e se foi.

Cristal perdeu a conta de quanto tempo ficou ali, acalmando seu coração acelerado. Não entendia muito bem o que tinha acontecido.

Sabia que seu coração pertencia ao Erick. Estava apaixonada por ele. No entanto, naquele breve momento no sofá, ela realmente desejou tomar o que David lhe oferecia.

Não sabia o que pensar de si mesma naquele momento.

De repente, ouviu o som alto de seu celular tocando e deu um pulo do sofá, assustada. Olhando ao redor, percebeu que o aparelho estava na mesinha de centro, na frente do sofá onde estava sentada. Mal olhou para a tela antes de responder à chamada de vídeo, ainda tentando controlar sua respiração.

— Nick? Aconteceu alguma coisa?

— Ei, Cris! Por que você parece que acabou de correr uma maratona?

— O quê?

— Você tá vermelha, suada, respirando forte e com o cabelo bagunçado.

— Não tô suada.

— Tô te vendo agora, sua louca.

— O suor é uma ilusão de ótica e minha pele parece vermelha por causa da luz fraca da lâmpada.

— Fala sério, Cris! E por que está ofegante?

— Não tô! É falha na rede, deve estar chiando.

Nicole estreitou os olhos do outro lado da tela, encarando seriamente sua amiga.

— Cristal Albuquerque, você vai me contar o que aconteceu ou eu vou ter que te arrancar a informação? Sabe que posso fazer isso muito bem.

Cristal resmungou um palavrão.

— Por que não consigo esconder nada de você, hein?

— Porque somos melhores amigas e eu te conheço melhor que você mesma.

Depois de algumas risadas de Nicole imitando a careta emburrada de Cristal, a morena contou para a ruiva tudo o que tinha acontecido aquela noite.

— Puta-merda, Cristal. Quer dizer que o cara que não te suportava, na verdade está apaixonado por você?

— Foi o que ele disse mais de uma vez hoje.

— E como você está se sentindo, amiga?

— Eu não sei, Nick. Essa atração me deixou confusa.

— Porque você está apaixonada pelo Erick, não é?

Cristal suspirou, cansada.

— Não importa o que eu sinto pelo Erick, Nicole. Não importa o que eu possa sentir por qualquer um deles, isso não muda nada. Continuo sendo uma mulher de espírito quebrado que não pode ser o que um homem precisa.

Nicole bufou, frustrada.

— Sabe, nessas horas eu concordo com o senhor "babaca moreno gostosão". Você fala muita besteira.

— Ele nunca disse isso.

— Não foi ele que falou "isso é besteira" quando você disse que não era uma pessoa boa? Ele estava certo, Cristal. Você precisa parar de se culpar pelo que aconteceu há cinco anos. A decisão que você tomou era a que melhor cabia a todos naquele momento. Tua família não poderia lidar com um problema assim e estar tão preocupada com você quando todos já estavam morrendo de preocupação pelo que tinha acontecido à Elise, à Bruna e ao Roger, que descanse em paz.

— Não vamos fingir que fiz isso pelo bem da minha família, Nicole! Eu tinha uma escolha! Tudo o que fiz foi para mim mesma, para não ter que lidar com a vergonha das pessoas que eu amo!

— Cristal, pela milionésima vez, você é muito amada. Errada ou não, a tua família compreenderia e te apoiaria se você tivesse confiado neles. Sei que naquela época pensávamos que sabíamos tudo da vida e por isso te ajudei e menti por você, mas hoje nós somos adultas. Você não acha que já está na hora de se libertar de tantos segredos e mentiras?

Cristal arregalou os olhos e encarou sua amiga pela tela do celular.

— NÃO! Você prometeu que jamais contaria nada pra ninguém! VOCÊ PROMETEU!

— Shhh, calma, respira.

— Você prometeu... — ela balbuciou.

— Eu sei, amiga. Calma, eu não vou contar nada. Não cabe a mim fazer isso, mas você precisa se livrar do que te faz mal e seguir em frente. Se a forma de esquecer tudo é colocando pra fora, você deveria pensar em contar para a tua família o que realmente aconteceu quando fomos para o sítio da minha família aquela semana.

— Não posso fazer isso, Nick. Não posso.

— Você pode, sim, Cris. É uma decisão, assim como todas as outras que você já fez, só um pouco mais difícil.

— Um pouco? Sério?

— Você sabe o que eu quis dizer. Somos amigas, Cristal, eu só quero o melhor para você. Dói te ver assim, a forma como você vê a si mesma fere as pessoas que te amam.

— Como você acha que minha família vai ficar se eu contar o que fiz, Nicole? Minha mãe... — Cristal soluçou, sem perceber que estava chorando. — Ela vai ficar tão triste, tão decepcionada.

— Sim, ela vai. Porém, no fim das contas, você é filha dela. Dona Eva vai chorar, depois te perdoar, Cristal.

A morena baixou a cabeça e deixou as lágrimas caírem livremente.

— Não sei se consigo fazer isso, Nick. Preciso de você.

— Faz assim: toma um banho, veste um pijama e deixa a porta destrancada. Chego aí em quinze minutos, ok?

Cristal apenas acenou para a ruiva do outro lado da tela e encerrou a chamada.

Enquanto tomava um banho e depois, quando se vestia, lembrava-se dos acontecimentos de cinco anos atrás.

Quando chegou em casa naquela noite e recebeu uma ligação de seu irmão avisando que estavam no hospital com Elise e que explicaria tudo mais tarde, ela ficou em pânico, imaginando o que teria acontecido com sua irmã.

Não conseguiu dormir direito, por isso ficou navegando pelas redes sociais, até receber uma mensagem de um número desconhecido. Era "Ricardo" dizendo que precisava de ajuda. Ele dizia ter se metido com as pessoas erradas e por isso precisava sair da cidade, que sentia muito por não poder se despedir, mas quando tudo se acalmasse, voltaria para ela.

Até então, ainda não sabia que ele era "o estrangulador". Acreditando nele, pediu um táxi pelo celular para pegá-lo no endereço que lhe deu, depois recebeu uma foto dele dizendo adeus. Parecia abatido e sofrendo, e ela, ingênua, pensou que fosse porque tinham que se afastar.

Quando, no dia seguinte, chegou ao hospital e viu o estado de sua irmã, Cristal chorou e lamentou nunca ter dito a ela o quanto a amava. Contudo, o pior foi quando sua mãe, chorando e soluçando, explicou tudo que havia acontecido e quem era o maníaco por trás das mortes de garotas por toda a cidade.

Cristal nunca se sentiu tão traída e usada quanto naquele momento.

Quando finalmente percebeu que ele usou sua ignorância dos fatos para que ela o ajudasse a fugir, ficou tão furiosa que desejou apenas que ele morresse para que ela deixasse de sentir aquela culpa por ter ajudado um assassino a escapar da justiça. Sua culpa só aumentou ao descobrir o que "Ricardo" tinha feito à Bruna e ao Roger. Queria mais que nunca que ele pagasse por seus crimes.

Entretanto, isso ainda foi apenas uma parte do que aconteceu.

Conforme os dias passavam, Cristal observava a tristeza de todos ao seu redor pela perda de Roger e sentia como se um punhal fosse cravado em suas costas a cada gemido involuntário de dor que ouvia de sua irmã.

Cerca de três semanas se passaram antes que ela percebesse que havia algo grave acontecendo, além do fato de um assassino obcecado por Elise estar a solta.

Dias mais tarde, Cristal estava na casa de seus pais, em seu antigo quarto, fazendo uma limpeza geral para terminar de escolher o que levaria consigo para o apartamento quando, ao passar em frente à janela aberta, um movimento na rua abaixo lhe chamou a atenção.

Não podia acreditar no que seus olhos viam.

Nervosa, ela conferiu sua aparência no espelho de corpo inteiro que ainda estava no quarto e arrumou como pôde seu cabelo curto. Desceu as escadas, ajustando a blusa e a calça jeans rasgada nos joelhos. Seus pais estavam trabalhando, por isso estava sozinha.

Abriu a porta e andou, parecendo mais calma do que se sentia, até o portão e depois para a calçada, onde um bonito Mercedes Benz estava estacionado, e um homem alto, loiro e de corpo escultural estava confortavelmente encostado, de braços cruzados, na porta do passageiro.

— O que faz aqui, Erick?

— Boa tarde pra você também, Cristal.

— Foda-se.

Ele riu e saiu de perto do carro, dando alguns passos para ficar na frente dela.

— Senti saudade dessa língua rebelde.

— Você não deveria estar aqui.

— E você deveria parar de tentar dizer o que devo ou não fazer. Não pensou em se despedir antes de sair fugindo do meu apartamento?

— Se me despedisse, não seria uma fuga.

Ele levantou a mão e começou a brincar com um cacho solto do cabelo dela.

— Fiquei triste ao acordar no sábado e perceber que você tinha fugido de mim como alguém que foge do inferno.

Ela suspirou.

— Por que está aqui, Erick? Quantas vezes vou precisar dizer que não existe uma chance para nós?

— Sabe que quanto mais você repetir isso, mais eu vou insistir em lutar por nós?

— Depois a teimosa sou eu.

— Você é teimosa, eu sou persistente. Formamos uma bela dupla, não acha?

— Não.

Ela virou as costas e começou a andar de volta para a casa, seguida de perto por ele.

— Se você ao menos me explicasse por que é tão difícil aceitar o que sentimos um pelo outro...

— Você fala como o David. Ele queria saber por que eu não achava que vocês eram bons o bastante para se aproximarem de mim.

— David? — Ele franziu a testa. — Quando você falou com o David?

— Nós jantamos juntos na quinta-feira. — Ela arqueou as sobrancelhas. — Ele não te contou?

— Não. Mas isso não é uma surpresa. Ele avisou que iria tentar se aproximar de você.

— Isso é um belo eufemismo. Ele praticamente invadiu meu apartamento carregando um monte de comida e entrando sem ser convidado na minha cozinha.

Erick riu, divertido.

— Isso é bem a cara dele.

— Não é engraçado.

— Tem razão, não acho engraçado o que ele fez. Estou rindo porque consigo visualizar a cena e imaginar a cara que você fez quando ele invadiu teu espaço sem pedir licença. — Ao ver a careta que ela fez, ele completou: — Uma cara mais ou menos como essa que está fazendo agora, só que mais cômica.

— Idiota.

— Sério, querida, você é involuntariamente engraçada quando está com raiva.

Entraram na casa e ele olhou ao redor.

— É uma bela casa.

Ela bufou e o olhou de esguelha.

— Diz isso o cara que cresceu em uma mansão lindamente decorada e com jardins lindos. A Lis me contou como era a casa dos Schmitz quando foi lá, há cinco anos.

— Sei o que deve parecer para quem visita a casa dos meus pais, mas acredite, crescer ali não foi uma maravilha. É muito grande e impessoal. Meu quarto em um corredor isolado era o meu refúgio enquanto meu irmão andava por todo lado como se fosse o dono do mundo. Prefiro meu apartamento do que um lugar cujos corredores parecem os de um castelo abandonado mergulhado em trevas.

— Uau. Você conseguiu fazer essa última frase parecer poética. — Ele deu de ombros e a seguiu até o sofá da sala. — David me disse que vocês iam dividir um apartamento porque tinham um negócio conjunto aqui na cidade.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Foi isso que ele disse?

— Bem, não com essas palavras, mas basicamente.

— Entendo. E o que você achou de jantar com ele? Gostou?

Cristal pigarreou, incomodada pela pergunta.

— Foi um jantar normal. Comemos massa com queijo, hambúrguer, milk-shake e batatas fritas.

— Hum... imagino que ele lambuzou o hambúrguer com mostarda e maionese.

— Só tinha mostarda, então...

Ele concordou com a cabeça, porém seu olhar estava distante, como se estivesse com os pensamentos longe.

— Entendo. Imagino que tenham conversado.

— Sim.

Ele a olhou no rosto com uma expressão séria.

— Ele te disse o que sente?

— Disse.

— E você?

— Eu o quê?

Erick suspirou.

— Você não me respondeu se gostou de jantar com ele.

Ela fez uma careta e desviou o olhar, tentando não encarar o rosto que a fazia sonhar acordada.

— Ele foi agradável pela primeira vez, Erick, isso não significa que esqueci de todas as vezes que me tratou mal. David foi e continua sendo um babaca. Não importa o que ele sente, o que qualquer um de nós sentimos, isso não muda nada. Vou continuar não permitindo que vocês se aproximem demais.

— Por que, Cristal? — O olhar dele tinha uma tristeza tão profunda que causou dor nela. — Estou aqui por você, completamente rendido, totalmente apaixonado. Só quero que me dê a chance de mostrar que podemos ser felizes juntos.

Ela se levantou e andou para a janela, lágrimas deslizando por seu rosto.

— Eu queria poder aceitar você ou ele, ou qualquer outro homem, mas não consigo, Erick.

Ele se aproximou e a abraçou por trás, com as mãos repousando em sua barriga e o queixo apoiado em seu ombro. Surpreendentemente, ela aceitou.

— Eu não quero te pressionar ou te fazer sentir sufocada com a minha presença, mas preciso que entenda que não posso desistir de você. Mesmo se quisesse, você já está sob a minha pele. É tarde demais para mim.

Ela negou com a cabeça e se virou nos braços dele.

— Não diga isso, Erick. Você me conhece há tão pouco tempo, não faz sentido dizer isso.

— Faz todo sentido, Cristal. Pela primeira vez na vida sinto que isso é certo, que você é a pessoa certa. Eu te amo.

Ela chorou mais uma vez e se afastou de seus braços.

— Você não diria isso se soubesse o que eu fiz.

— Então me conta. Está na hora de colocar para fora o que te atormenta.

Ela suspirou, olhando para os próprios pés.

— Tem razão. Acho que chegou a hora de falar.

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