32. UMA LOUCA NO PEDAÇO
Caro Diário,
Eu tinha esquecido como os sentimentos podem ser confusos.
Estou tentando viver normalmente, tentando esquecer o que me fere, porém a dor é forte demais. Será que algum dia eu vou conseguir seguir em frente?
12/07/24
— Você está bem, Elise?
— Essa já é a centésima vez que você me pergunta isso hoje, Amber.
— É que você pediu para o Luca te deixar trabalhando na triagem das cerâmicas e está há vinte minutos revirando a mesma peça na mão. Vai danificá-la.
Elise suspirou.
— Tem razão, desculpa. Eu só não consigo parar de pensar.
— Nem preciso perguntar em quem.
— Como ele pôde fazer isso comigo?
— Não sei, amiga, mas não vale à pena você ficar remoendo. Isso vai te deixar amargurada.
— Eu só não consigo entender, Amber!
— Ninguém entende, Lis. Ele parece o cara mais apaixonado do mundo! — Amber suspirou antes de perguntar: — Por que você não atende as ligações da Bruna? Ela vai achar que estou te monopolizando.
— Ela sabe que não quero conversar agora.
— Ela é tua melhor amiga, Elise. Você precisa conversar para desabafar e, por mais que eu seja tua amiga, é a ela que você confia tudo. Você vai machucá-la se afastando desse jeito, ela não tem culpa do que o primo fez.
— Eu sei, Amber, mas eles são como irmãos. Ela vai querer justificar o que ele fez.
— Se ele estiver errado, ela não vai defendê-lo. Se ela tentar te explicar, é porque as coisas não foram exatamente como você pensa. Já pensou na possibilidade de ter visto aquilo que o teu subconsciente tinha medo e que pode não ter sido realmente assim?
— Você virou psicóloga agora?
Amber levantou as mãos em sinal de rendição.
— Só estou dizendo pra você ser razoável e tentar ver a situação por todos os ângulos possíveis.
— Eu vi o suficiente.
— Alguém já te disse que você é muito teimosa?
— Quase todos os dias desde que aprendi a falar.
— O problema é que você o ama de verdade, querida, e esse sentimento não vai passar sem muita dificuldade ou tempo longe, e pelo que eu conheço do Julian, ele não vai desistir de te ver. Você pode recusar todas as chamadas, bloquear as mensagens, rasgar as cartas e até me impedir de recebê-lo quando ele for atrás de você lá no apartamento, e ele vai, tenho certeza disso. No fim das contas, você vai continuar amando esse homem. Acredite em mim, posso ser uma safada que fica com todo mundo agora, mas já estive no teu lugar. Eu nunca o esqueci. Ele continua aqui dentro, não importa quantas bocas eu beije ou quantos corpos eu prove.
Elise a olhou, entre curiosa e apavorada.
— Me diz que não está falando do Sean.
— O quê? Não! Foi alguém que eu conheci antes de namorar o Sean. Foi só um caso de verão. Estava conhecendo Veneza quando o conheci, ele morava lá. Depois que as férias acabaram, ele ficou e eu voltei para Chicago. Quando voltei à Itália, fui a Veneza procurá-lo, mas nunca o encontrei, por isso vim para Roma e me candidatei a estagiária aqui.
— Quanto tempo faz que você esteve com esse rapaz?
— Oito anos, mais ou menos.
— Uau.
— É... existem amores que são inesquecíveis. Você pode se apaixonar de novo depois, mas aquele sempre será especial, sabe? Para mim foi o Lorenzo, para você é o Julian. — Uma lágrima solitária rolou pela face de Elise e Amber a enxugou com o dedo. — Eu sei que não quer ouvir isso, mas... eu não fui capaz de achar o Lorenzo depois de tanto tempo e isso me mata por dentro, porque eu nunca o esqueci e queria ter a oportunidade de viver esse amor. Você sabe onde o teu amor está, Elise. Vocês têm a oportunidade de conversar e resolver as coisas. Se ele realmente te traiu, apesar de ser difícil, você vai seguir em frente. Se as coisas não forem como parecem, vocês ainda serão felizes. Não deixa o orgulho ser mais forte, ok?
Elise balançou a cabeça.
— Eu vou falar com ele, só não agora. Estou magoada demais e não quero me arrepender pelas coisas que falo quando estou com raiva.
— Sábia decisão. Agora eu vou voltar lá pro salão histórico. Quero fugir do Luca.
Elise pensou em perguntar por que Amber estaria fugindo dele, entretanto, desistiu. Assistir aqueles dois era como ficar com o olhar fixo em um looping infinito: depois de um tempo, dá vertigem.
Minutos mais tarde, Luigi entrou silenciosamente, observando os dedos de Elise passando distraidamente pelas cerâmicas delicadas.
— Você quer ajuda?
Ela se assustou com a voz dele e deu um pulinho na cadeira, a cerâmica escorregando de seus dedos. Teria se espatifado no chão se Luigi não tivesse reflexos rápidos. Ele conseguiu salvar a peça enquanto Elise olhava horrorizada o que sua falta de atenção quase causou. Ela abaixou a cabeça, colocando as mãos na testa.
— Oh, meu Deus!
Luigi colocou a peça cuidadosamente sobre a mesa e afagou o ombro dela.
— Me desculpe por ter assustado você — ele pediu gentilmente.
— Não, não foi culpa tua, eu estava distraída quando deveria estar atenta. Essas peças são muito valiosas para serem manuseadas sem cuidado.
— Você passou por maus momentos há menos de uma semana, é normal ficar com a cabeça cheia, Elise.
— Isso não é desculpa. Eu tenho que saber separar o trabalho da minha vida pessoal se quiser a vaga de restauradora aqui.
— Ah, sim, eu soube que você vai concorrer contra o Timothy nessa. Ele é realmente bom, sabe. Sua especialização é exatamente para restauração.
Ela o olhou de esguelha.
— Ótimo, agora você me fez ficar nervosa.
— Não foi minha intenção... Se aceita o conselho de um amigo, por que não procura uma vaga de museóloga? Sei que você gosta do Palazzo, mas tem outros museus em Roma com vaga para a tua área. Você é boa restauradora, eu já vi, porém o teu sonho é ser curadora, e trabalhando como museóloga você vai ganhar mais experiência. Quem sabe, daqui a alguns anos, você pode vir a ser uma curadora aqui.
— Está tentando fazer o Timothy ter a vaga garantida? — Ela estava séria, mas tinha um pequeno sorriso no canto dos lábios.
— Não! Se pudesse escolher, eu trabalharia com você, é claro. Mas tem que fazer o que for melhor para a tua carreira.
— Eu agradeço a tua preocupação... espera aí, como assim você trabalharia comigo? Vai continuar no Palazzo?
Ele corou um pouco, o que era raro de se ver.
— Sim. Na verdade, Constanza me ofereceu a vaga de assistente. Depois da vergonha que a filha de Mário Santino causou a ele... você sabe, isso está nos tabloides, então muitos artistas e colecionadores decidiram parar de trabalhar com ele, e Constanza está ávida por tomar o seu lugar como a curadora mais procurada de Roma. O Mário tinha um assistente, então ela decidiu também ter um.
— Tabloide? — Elise engoliu em seco. — O que exatamente está circulando na mídia, Luigi?
Ele pareceu desconfortável.
— Nada agradável.
Ela o encarou com olhos apertados.
— Desenvolva o assunto.
— Elise, acho melhor você não saber. Esses sites de fofoca dizem muita besteira e mentiras. Por isso eu nem leio, foi o Paolo que nos contou, quer dizer, foi uma das namoradas dele...
— Contou a vocês? Então todos sabem, menos eu.
— Elise...
— Se não vai me falar, vou procurar o Paolo agora mesmo.
Ele suspirou.
— Estão dizendo que o lançamento de um artista estrangeiro aqui no país foi um fiasco porque a filha do curador responsável, além de fazer uma cena de circo que envergonhou toda a classe artística, expôs o artista em questão para que todos soubessem do seu affair, e assim destruiu o relacionamento dele.
— Eles falaram o nome do artista?
Ele a olhou, penalizado.
— Com todas as letras. E além de falarem nomes, mostraram fotos dele com ela e... com você também.
Elise fechou os olhos e esfregou as têmporas. Isso era um pesadelo.
— Elise, eu sinto muito...
— Não é culpa tua.
Ele se abaixou para ficar na altura dela.
— Olha só, podemos fazer o seguinte: quando o expediente acabar, vamos para um happy hour com a turma, ou só nós dois, se você não quiser muita gente.
Ela o olhou com tristeza. Ele era sempre tão gentil, no entanto, ela sabia que seu interesse era maior do que amizade e não queria iludi-lo. Era muito cedo para sair com outro homem.
— Me desculpe, Luigi, eu não posso. Não estou me sentindo bem.
Ele ficou triste, porém concordou com a cabeça.
— Tudo bem. Apenas saiba que eu estou aqui por você, Elise.
Ele a beijou no rosto e depois saiu da sala.
Quando saiu do Palazzo naquela noite, ela estava decidida a resolver essa situação com o Julian de uma vez por todas.
Julian estava bufando de raiva enquanto embalava seus quadros na Galleria para levá-los de volta à mansão Marchetti. Mário andava ao redor dele, desesperado.
— O que está fazendo, Julian? O combinado era até amanhã, ainda dá tempo de encontrar compradores aqui. Não pode levá-los.
— Acha mesmo que eu vou deixar o trabalho que me custou muito esforço, suor e lágrimas aqui para a maluca da sua filha vir depredar? Sabe quanto eu trabalhei até eles ficarem perfeitos? Olhe por esse lado, Mário, estou te livrando de um processo demorado e tedioso por danos materiais. A Perla ameaçou destruir minhas obras e eu acredito que ela vai cumprir. Se tudo estiver aqui quando ela aparecer, você, como o curador responsável pela coleção nos limites do museu, é quem vai ser culpado por isso.
— Por favor, Julian, a Perla está arrasada por ter sido rejeitada, mas ela não seria capaz de...
— Não seria? — Julian já estava tirando o celular do bolso. — Então como explica o que ela fez com a minha pintura no muro dos artistas?
Mário olhava horrorizado e boquiaberto a foto que o jovem lhe mostrava. A pintura antes perfeita de Julian estava pichada em vermelho e preto, cheia de palavrões e xingamentos, e o rosto de Elise recebeu chifres de diabo, bigode e dois seios nus gigantes feitos de spray preto.
— E antes que você diga que não foi sua filha querida, eu recebi de amigos artistas fotos e vídeos dela fazendo isso. E tem um vídeo viralizando na internet dela xingando quem estava filmando, mostrando o dedo médio e gritando que iria destruir todas as obras assinadas por mim. Ela prometeu fazer da minha vida um inferno, então escuta, Mário, os advogados dos Marchetti já estão mobilizando a papelada dos processos contra ela, não só por mim, como pelo artista que foi xingado enquanto filmava e pelo outro que foi agredido por impedi-la de quebrar a câmera do amigo. Ela já vai ter muitas acusações nas costas e eu não quero que você seja mais afetado ainda. Acredite, estou te protegendo.
Mário ficou atordoado.
— Dio mio! Como eu deixei isso acontecer com minha filha?
— Deveria ter colocado limites nela, e agora é tarde, ela está como um furacão derrubando tudo no caminho, inclusive a tua carreira. Mas ela se meteu com o homem errado. Eu sou mais do que um artista novato, tenho contatos e influência, principalmente no meio empresarial. A Perla pode dar adeus à carreira artística, porque nunca nenhum colecionador, curador ou empresário de respeito vai comprar suas obras depois do que ela fez.
— Julian...
— Eu fui conivente por muito tempo. Tudo o que ela fez foi por vingança, porque nunca aprendeu a lidar com rejeição. Sei que você é viúvo, mas deveria ter educado melhor sua filha, e agora ela está descontrolada. Sinto muito, Mário. Por causa de como você me ajudou nos últimos meses, vou tomar todas as providências para que você não seja atingido por causa dela. Você é um dos melhores curadores de Roma e merece continuar sendo solicitado, no entanto, ela terá a carreira destruída por causa do que fez. E tem mais, eu entrei com uma petição na justiça para que ela seja impedida de chegar perto de mim. A minha demissão já está assinada. Se você me prometer que não vai cobrar pelas trinta e seis horas de contrato que ainda faltam para encerrar a exposição, eu prometo que você terá de volta os contatos com os investidores que tinha antes dessa confusão.
— Mas Julian...
— Não tem mais nada pra falar, Mário. Uma equipe contratada pelo Andreoli está aí fora, pronta para carregar as obras, só precisam de permissão para entrar.
O homem suspirou pesadamente e balançou a cabeça, concordando.
— Tudo bem, vou dar a ordem aos seguranças para permitir a entrada.
Depois que tudo estava embalado e no caminhão para ser levado à mansão, Julian suspirou e entrou no carro onde Andreoli o esperava.
— Como foi? — o moreno perguntou ao começar a dirigir.
— Estou com tanta raiva que poderia esganar Perla, mas falei tudo o que tinha para falar ao Mário. Ele é um dos melhores, é injusto que tenha a reputação manchada em seu trabalho por causa daquela fedelha mimada. Eu deixei bem claro que ela vai perder a chance de ser uma artista e que ele não deve ficar no meu caminho.
— Você está certo, amigo. Começou a trabalhar com ele para aprender e crescer na profissão, não para ter tua vida pessoal destruída por sua filha metida a predadora. Já conseguiu falar com a Elise?
Ele suspirou, triste.
— Ela me bloqueou nas mensagens, não atende as chamadas e nenhum de seus colegas quis me dar o endereço da Amber, mas eu não vou desistir.
— E não deve mesmo.
O carro em que estavam chegou alguns minutos depois do caminhão, que já havia passado pelo portão. Enquanto entravam, notaram pelo retrovisor uma motocicleta entrando atrás deles em alta velocidade antes que o portão fechasse.
— Mas o que é isso? — Andreoli saiu rapidamente do carro, seguido por Julian.
O motociclista desceu do veículo e tirou o capacete. Perla, muito transtornada, pegou uma faca presa na garupa da moto e aproximou do próprio pescoço. Os homens ofegaram.
— Você não me quer. — Ela chorou, olhando para Julian. — Você não me quer, por isso não vale mais à pena viver.
— O que está fazendo? — Julian se aproximou cautelosamente. — Não precisa fazer isso.
— MAS EU TE AMO, JULIAN! EU TE AMO E VOCÊ NÃO ME QUER!
— Perla, não é assim que as coisas funcionam. Você não pode obrigar alguém a te amar. Por favor, abaixa essa faca.
— Se você não me quer, eu não quero mais viver!
Ela começou a correr a lâmina em seu próprio pescoço e Julian gritou:
— NÃO! Por favor, não faz isso. Vamos conversar, Perla. Para, por favor.
— Não tem o que falar. V-você vai me impedir de chegar perto, eu não vou mais poder te ver, e você é meu sol, é minha inspiração. Sem você, eu não sou ninguém!
— Não, escuta, você é importante, ok? Pensa no teu pai. Ele perdeu tua mãe, você é a única família que ele tem. Eu sei que é difícil não ser correspondido, acredite, eu sei. Mas você é tão jovem e bonita. Vai encontrar alguém perfeito pra você.
— MAS EU QUERO VOCÊ, JULIAN! SÓ VOCÊ!
— Por favor, abaixa essa faca, vamos conversar. — Ele se aproximou lentamente, vendo a mão dela tremer, uma gota de sangue escorrendo do pequeno corte no seu pescoço. — Me dá a faca, Perla.
— Mas se não me quer, por que se preocupa se eu vou viver? — ela soluçou.
— Por favor. — Ele olhava diretamente em seus olhos. — Me dá.
Com as mãos tremendo, ela deixou a faca cair no chão e correu para agarrar Julian em um abraço apertado.
— Eu te amo, Julian. Não posso viver sem você.
Ele afagou suas costas, olhando para Andreoli, que pegou a faca com um lenço e falou:
— Acho melhor conversarem lá dentro. Não queremos paparazzi registrando a cena e distorcendo os fatos.
Julian acenou com a cabeça e guiou Perla, ainda agarrada nele, para a sala de visitas. Bruna, que descia as escadas no mesmo momento em que eles entravam, arregalou os olhos para seu primo e ele falou, sem voz, que explicaria depois.
Mal haviam entrado na sala e Perla enlaçou Julian pelo pescoço e tentou beijá-lo. Ele tentou se afastar sem machucá-la, mas ela se agarrava como os tentáculos de um polvo.
— Para, Perla. Não faz isso.
— Você não quis que eu morresse, você também sente algo por mim.
— Não. Me desculpa, mas o que você acha que sente, logo vai passar quando conhecer um homem mais bonito e acessível que eu. Não é recíproco, Perla. Eu amo a Elise. — Ela começou a chorar e ele desenroscou seus braços do seu pescoço o mais gentilmente que conseguiu. — Você precisa aprender a lidar com o fato de que nem sempre teus sentimentos serão correspondidos. A vida é assim, e não é fácil, mas é como é, Perla.
— Você gosta de dizer meu nome, não gosta? — Ela sorriu, flertando.
Ele arregalou um pouco os olhos, contudo, se recompôs em seguida.
— Por favor, não começa. Você já tem dezenove anos, não pode agir como uma criança birrenta quando as coisas não são como você quer. Tem noção de que quase destruiu um relacionamento de seis anos? Você feriu minha noiva com suas atitudes, me feriu! Sabe o quanto estou sofrendo? O que você está sentindo agora logo vai passar, você é jovem e tem um mundo de homens que gostariam de te ter, mas a Elise e eu temos sido um casal há anos, o que sentimos não é só essa paixão passageira que você sente, é amor.
— Eu também te amo — ela insistiu.
— Não. O que você sente é atração, desejo. Você não sabe o que é amor.
— Então me ensina, Julian. — Ela tentou abraçá-lo de novo, e ele se afastou.
— Amar é querer sempre que o outro seja feliz e fazer de tudo para que isso aconteça. Você só pode amar outra pessoa quando ama a si mesmo. O amor não te deixa ser egoísta e você quer sempre ser a melhor versão de si mesmo. Tudo que você fez até agora foi pensando nos teus próprios desejos, sem considerar os sentimentos de outras pessoas, isso é egoísmo. E quem tem amor próprio não trata com tanto desprezo a dádiva de estar vivo.
— Eu posso aprender. — Quando ele balançou a cabeça negativamente, ela levou a mão à barra da blusa e puxou para cima. — Eu posso te fazer me desejar também. Olha como eu sou bonita.
— Para com isso, Perla.
Ela o ignorou e abriu o zíper da calça. Ele foi segurar sua mão para impedi-la e ela segurou o cabelo dele com a mão livre.
Nesse momento, a porta se abriu e Elise entrou no cômodo. Quando viu a cena diante de si, ela olhou duramente para Julian, os olhos marejados e decepcionados, virou as costas e saiu dali, ignorando os gritos dele.
— Elise, espera, não é o que você está pensando!
— Julian, volta aqui! Não pode me deixar com desejo assim! — Perla reclamou.
— Elise, por favor!
Ele correu atrás dela e Perla veio atrás, só de sutiã e com o zíper aberto.
Antes de entrar no carro, Elise se virou para ele e falou, com voz embargada:
— Acabou, Julian!
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